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sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

Expulsaram o Pai Noel!!


Cara, o gordinho de óculos da Federação Gaúcha de Futebol (FGF) e o seu ajudante não vão ganhar presente no próximo Natal! Porra, os caras expulsaram o Papai Noel de campo antes do jogo entre São Luiz e Inter pelo Gauchão, na quarta-feira. Carajo, não pouparam nem o pobre do Pai Noel! Está certo que era um Pai Noel magro e com cara de malandro, de óculos escuro e tal, mas deu pena de ver o bom velhinho ser expulso aos berros e xingamentos. Também está certo que nós já estamos quase em fevereiro, e o Natal já passou, e que seria mais fácil se ele tivesse tentado ir de Coelhinho da Páscoa, mas pô, valeu a intenção do cara. Porém, não teve papo, e ele foi expulso pelo gordinho de óculos que, aliás, pensa que todo mundo é surdo, porque ele só berrava com o pessoal da imprensa-não-RBS. Não sou contra a RBS, nem contra a ZH, muito menos contra a Gaúcha, que sempre me recebeu de portas abertas, mas sou contra quem é puxa-saco da RBS e pensa que pode tratar mal os profissionais dos outros veículos, como testemunhei na quarta-feira.
Por exemplo, esse sujeito aí, o gordinho, chegou berrando comigo e meu colega quando o Inter entrou em campo: fiquem atrás da linha!
Tudo bem, estávamos indo para trás da porra da linha, mas ele não se continha, e continuava berrando: atrás da linha, eu já falei!
Aí, chegávamos atrás da linha, olhávamos para o campo, todo mundo lá: fotógrafos e repórteres de rádio. Então, voltávamos para dentro do campo, tentando escapar do gordinho. Não me agüentei e acabei comentando com uma moça que trabalha em uma rádio de Ijuí: “alguém tinha que arranjar uma mulher para esse cara se acalmar”, a guria me olhou e disse: “esse acho que não tem mulher que dê jeito”. Nossa.
Mas enfim, o Papai Noel, contra a sua vontade, foi expulso de campo. Ele argumentou, chiou, agüentou os berros dos caras da FGF, que chamavam “Brigada, Brigada! Tira esse cidadão do campo”, e eu torcendo para a Brigada (PM para quem não do Rio Grande) ir para tirar mais umas fotos, mas no fim, ele acabou cedendo e deixando o campo.
Entretanto, para a minha surpresa, quando acabou o jogo o Papai Noel estava lá, abraçando os jogadores do Inter e tirando fotos, feliz da vida. Talvez com isso o pessoal da FGF ganhe um carrinho de plástico no Natal. Fiquei emocionado e confesso que se eu fosse colorado iria lá pular abraçado com o Pai Noel e o Marcão.
Para finalizar, o São Luiz perdeu o jogo, e a galera da torcida Os Fanáticos não puderam ir para a Teka (uma zona de Ijuí). Está escrito na faixa reproduzida pela foto o que a torcida passou cantando o jogo todo. Para ser sincero, com a empolgação que eles cantavam, mesmo com o São Luiz perdendo acho que eles acabaram a noite mesmo é na Teka. Bem que podiam levar o gordinho da FGF junto...

terça-feira, 27 de janeiro de 2009

Agradecimento

Queria agradecer rapidamente aos comentários e xingamentos feitos por telefone recentemente. Isso mostra a interatividade desse que vos escreve com o público leitor, formado por milhões de pessoas nos quatro cantos do mundo. O bom de comentar e xingar por telefone é que não tem a censura. Agora, um dos comentaristas, que não vou citar o nome com medo de nova censura, disse que gostou mais da coluna dos cachorros do que dessa da febre amarela, e de fato, fiquei me questionando por que a ZH não faz uma reportagem especial sobre os meus cachorros? Esse meu amigo, inclusive, quer me denunciar por maltrato aos animais. Ele que vá se queixar para o Bispo! Ou senão, vou mandar aquela cachorrada toda para ele cuidar a próxima vez que o pessoal lá de casa for viajar.
Bom, agora vou para o aeroporto, já que o pessoal que se gava que tem time na primeira divisão do Gauchão não tem aeroporto para receber essa cambada de perna de pau. Fui!

Esclarecimento

Só para esclarecer aos leitorinhos que nunca perdem a mania de julgar sem conhecer os fatos, e também aqueles que se empolgam e vão na carona (na famosa espiral) esclareço que eu não mandei foto nenhuma, pois pegaram as fotos do meu Orkut. O problema é que recortaram uma foto de baixa resolução e a usaram em um espaço maior do que poderia ser usado. Enfim, isso mostra que coisas desse tipo não são exclusividades dos jornais do interior.
E tem mais: como trechos dos meus textos já foram censurados por leitorinhos, começarei a censurar comentários da oposição. E quem não gostar que vá reclamar para o Lula.

segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

Carta, ou melhor, e-mail ao editor


Bom, dessa vez não é brincadeira, muitas pessoas estão me perguntando como a Zero Hora descobriu a minha alergia a ovo para fazer a matéria publicada na página 29 da edição de segunda-feira, 26 de janeiro de 2009. É simples: eu os informei disso!
A idéia surgiu na noite de sexta-feira, pouco depois de terminar de passar o repelente contra mosquitos. Não me conformei ainda em ter que passar repelente e ficar sem poder ir para lugares como o Parque das Fontes, em Entre-Ijuís (para quem não é da região, é um balneário aqui perto). Inclusive, nós estávamos programando de ir para lá no Carnaval. Mas, por culpa dessa maldita peste e da minha maldita alergia a ovo, vou ter que ficar nesse buraco em pleno calor de 30, 35 graus. Está certo que o Parque das Fontes também não é lá grande coisa para o Carnaval, mas era uma opção razoável.
Enfim, pensando em tudo isso, e na falta de informação que os responsáveis pela vacinação me transmitiram em outras oportunidades, eu resolvi mandar um e-mail para a ZH. Em outra ocasião, quando fui viajar para Argentina e Paraguai em maio do ano passado, teoricamente eu precisava fazer a vacina. Porém, era eu mesmo que informava o pessoa da saúde, tanto do Estado, quanto do município, que alérgicos a ovo não podem tomar a vacina. Foi pensando nisso tudo que resolvi mandar o seguinte e-mail para o editor chefe de Zero Hora, Ricardo Stefanelli (pode parecer brincadeira, mas eu realmente mandei o que se segue, sem mudar uma vírgula):

Ola Ricardo.
Meu nome é Eduardo, e como jornalista e pesquisador em Comunicação sei que quando a comunidade não encontra respostas nem respaldo nos órgãos públicos e no Estado, acaba sempre recorrendo à imprensa. E mesmo trabalhando em um jornal aqui de Santo Ângelo, não consegui encontrar uma resposta satisfatória para o meu dilema, nos contatos feitos com as ditas "fontes oficiais", e muito menos com as não oficiais.
Negócio é o seguinte: sou alérgico a ovo e não posso tomar a vacina contra a febre amarela. Bom, a cada dia surgem novos casos de suspeita da doença, principalmente na minha região, e mesmo acompanhando as informações que dizem que as áreas de risco são apenas matas e o interior do interior, acabo ficando numa condição delicada em situações, como por exemplo, quando me escalam para cobrir alguma pauta relacionada a agricultura, onde temos que ir no interior do interior, ou quando a minha noiva me convida para ir a um parque aquático no interior de Entre-Ijuís (um dos locais visitados pelo Osmar Terra, onde foram encontrados bugios mortos pela doença). Tudo bem, sei que é só eu dizer "não" e não ir, mas enfim, quando questiono o pessoal que trabalha na vacinação e na saúde sobre o item que diz que os alérgicos a ovo não podem tomar a vacina, ou dão risada da minha cara e dizem que não sabem de nada (imagina se eu tomo essa vacina? Minha alergia é das mais fortes), ou dizem simplesmente "ih, ta ferrado". Esses os bem humorados, porque os mais formais dizem: "você não pode ir a locais que sejam zona de risco e ponto". Mas pergunto: não estão dizendo que aqui onde estou é zona de risco?
Portanto, escrevo para o senhor em nome dos alérgicos a ovo que não podem tomar a vacina contra a febre amarela e que estão em zonas de risco! Não há nada que possa ser feito por nós (?), ou se houver uma epidemia de febre amarela seremos dizimados da Terra?
Enfim, grato pela atenção, e se quiser salvar um jornalista alérgico a ovo tirando-o da zona de risco, pode me contratar aí na ZH, um abraço
Eduardo Ritter


PS: Mais tarde vou escrever mais sobre o assunto, como por exemplo, as perguntas que não calam sobre essa questão da vacina. Será que seremos dizimados de la terra?

sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

Entrevista com Mazaropi (ok, aceito sugestões para trocar o título...)

Como promessa é dívida, publico aqui, na íntegra, a entrevista completa com o Mazaropi, goleiro campeão da Libertadores e do Mundo pelo Grêmio em 1983, hexacampeão gaúcho, bicampeão carioca, bicampeão da Taça Guanabara e campeão Brasileiro pelo Vasco, campeão pernambucano, campeão da Copa do Brasil de 89 pelo Grêmio, e que entre 77 e 78 (no Vasco) ficou mais de 20 jogos sem levar gols, um recorde mundial até hoje inigualável. Apesar de todo o currículo, o cara é super humilde e muito bem humorado. Chega de papo e vamos á entrevista:
Como foi o início da sua carreira no Vasco da Gama?
Eu fui para o Vasco da Gama passar por um período de teste, a convite do treinador do juvenil do Vasco, que era da mesma cidade que eu, e foi ferroviário junto com meu pai, e no final do ano, durante as férias, ele esteve na nossa cidade e um amigo nosso da família disse pra ele que havia um guri lá, um goleiro, em Além Paraíba, que ele poderia dar uma olhada. Aí nós encontramos com ele num baile, e ele me fez um convite, até porque eu estava para ir para o Flamengo, junto com o Cantareli, mas daí eu fiz a opção de ir para o Vasco da Gama. Eu fui, fiz o teste, e não queria ficar, porque eu era muito apegado a minha mãe e tal, e guri, saindo, com 16 anos para o Rio de Janeiro, apesar de ser próximo, já que a cidade fica a 140 km do Rio de Janeiro, e eu não estava acostumado a ficar longe da minha família e foi difícil, para mim. Tanto que no final do teste eu pedi para ir embora, porque faltava uma semana para acabar as minhas férias na escola, e eu queria curtir essa semana na minha cidade, mas aí ele falou “você vai, mas vai voltar”, e eu respondi “o senhor deve estar enganado, são 12 goleiros e você vai escolher a mim?”, mas ele falou que eu tinha sido aprovado e conversou com meu pai, eles acertaram lá, e eu voltei e fiquei nas categorias de base do Vasco da Gama durante cinco anos, e no dia 2 de fevereiro de 1974 eu assinei o meu primeiro contrato profissional e conquistei meu primeiro título, apesar de ser reserva do Andrada, foi o primeiro título a ser conquistado. E ali eu fiquei mais dez anos no profissional, que nesses dez anos eu fui emprestado em 79 para o Coritiba, ficando lá um ano. No final do ano nós chegamos entre os quatro finalistas do Brasileiro e a semifinal foi contra o Vasco, e após o jogo no Maracanã, a direção do Vasco que estava assumindo foi ao vestiário do Coritiba, já que eu tinha contrato até março do ano seguinte, e eu queria ficar no Coritiba, e essa diretoria foi lá e conversou com a direção do Coritiba e se acertaram pelo meu retorno ao Vasco. Aí eu voltei para o Vasco e eles negociaram o Leão com o Grêmio, e eu me efetivei novamente, e em maio de 83 eu fui emprestado ao Grêmio para disputar a Libertadores, e fiquei de 1° de junho até dezembro do Grêmio, onde participei da Libertadores e do Mundial. Mas aí não houve o acerto com o Grêmio e eu voltei para o Vasco da Gama, e ali eu fiquei por mais dois meses e recebi um convite do finado Ênio Andrade, que estava assumindo o Náutico, e o Náutico há nove anos não era campeão, e ele gostaria de contar comigo no Náutico naquele ano, até porque nós havíamos trabalhado juntos no Coritiba, onde fomos campeões, ele era o treinador. Aí eu me acertei com o Náutico e fui lá trabalhar com o seu Ênio, ficamos lá um ano também, e terminamos o ano tirando o jejum de nove anos sem título, conquistando o pernambucano, e retornei ao Vasco e recebi o convite do Grêmio se havia interesse de minha parte e prontamente aceitei. Nem discuti contrato com o Grêmio. Quando recebi o convite, aceitei, e a direção pediu para que eu fizesse uma proposta, mas eu disse “não precisa, o Grêmio faz a dele e está tudo certo”, e aí retornei ao Olímpico, onde fiquei mais seis anos, com mais oito conquistas como atletas. Em agosto de 90 eu saí do Grêmio, fiquei parado, em 91 eu fui para o Figueirense, onde fiquei um ano, e retornei, mas quando ia parar, eu recebi um convite do doutor Pedro Wetsphalen, de Cruz Alta, que o Guarani estava lançando uma sede campestre, e ele gostaria de contar comigo no Guarani naquele ano, até para fazer a promoção da sede campestre, e aí eu fui trabalhar no Guarani em Cruz Alta, e ao mesmo tempo eu concorri a vereador em Porto Alegre. Então eu fui eleito vereador, e uma semana depois o Grêmio me convidou a ser treinador de goleiro. Como eu ia parar, eu aceitei e retornei para o Grêmio como treinador de Grêmio, e ali eu lancei o Murilo e o Danrlei, e havia trabalhado com o Émerson, na época que eu jogava, em 89 o Rafael Bandeira pediu para que eu fizesse um trabalho com a categoria de base, e já havia feito esse trabalho, e retornando ao Grêmio, 15 dias depois o Rafael Bandeira pediu para que eu assumisse o Grêmio, porque se encontrava em uma situação difícil, chegando em final de temporada, seria difícil contratar um treinador, e ele estava dispensando seis jogadores e o Grêmio vinha de uma derrota para o Pelotas na quarta-feira no Olímpico e jogaria no domingo em Pelotas. Eu aceitei e cumpri o restante da tabela do Grêmio, chegamos na final do Campeonato Gaúcho, perdemos a final para o Internacional, e aí eu achei melhor continuar a minha atividade como treinador de goleiro, até porque recém eu havia sido eleito vereador, e era um projeto de vida. Como treinador de goleiros, dava para assumir essas duas funções, então, eu fiquei na vereança durante três anos, no último ano eu recebi um convite do Otacílio Gonçalves para ir trabalhar no Japão, aí eu pedi licença na Câmara não remunerada, e lá fiquei oito anos, e retornei ao Brasil no final de 2003, e aí montei um Centro de Treinamento em São Lourenço do Sul, e em janeiro de 2005 eu assumi o Sapucaiense quando ele se profissionalizou, e eu fui o primeiro treinador profissional do Sapucaiense.
Dentro de toda essa história dentro do Grêmio, qual foi o momento mais marcante como jogador?
Eu acho que tive uma passagem marcante no Grêmio. Em No período em que estive no Olímpico eu conquistei dez títulos e participei das duas maiores conquistas que o clube possuí na sua história, e eu acho que tudo isso marca, tudo isso são momentos, e cada conquista é um momento especial, seja ela qual for. Agora, se você me perguntar sobre a Libertadores e o Mundial eu respondo que lógico que é o ápice na vida de qualquer profissional do futebol, e eu tive o prazer de fazer parte desse grupo que foi vitorioso e carrego no meu currículo o título de campeão da América e de campeão do Mundo.
A defesa do pênalti contra o América de Cali na semifinal da Libertadores de 83 foi um momento crucial nessa história toda?
Foi um momento decisivo e que é dito pelos próprios gremistas que ali foi a oportunidade do Grêmio de ser finalista, porque se o Grêmio empata aquele jogo estaria fora da final da Libertadores. E eu tive a felicidade de defender o pênalti e conseqüentemente a condição de finalista da Libertadores.
Passando para a sua vinda para Santo Ângelo, como surgiu o convite e por que o senhor assumiu esse desafio de assumir a SER Santo Ângelo para disputar a Série B do Gauchão?
Eu estava no Guarani de Venâncio no ano passado, e terminada a temporada, e eu saí antes por uns detalhes lá que me desagradaram e eu resolvi sair, e o China, que é meu compadre, trabalhava com o Atlântico de Erechim, com a categoria de base, e ia disputar uma copa em Santa Catarina. Só que ele recebeu um convite do Cascavel, para disputar o paranaense, e como eu estava parado, ele me pediu para que eu desse uma força para o pessoal em Erechim, e estava trabalhando com a gurizada lá. Nesse meio tempo eu recebi propostas de outros clubes gaúchos, assim como do Santo Ângelo. O deputado Adroaldo Loureiro me ligou, me perguntando se havia interesse de minha parte de vir trabalhar, eu disse que sim, e aí ele pediu. Eu fui a Porto Alegre para participar da festa comemorativa dos 25 anos do Mundial, e ele pediu para que eu desse uma passada no gabinete para conversar com ele. E eu passei lá, conversamos, disse para ele a maneira que eu gostava de trabalhar, e ele colocou para mim qual era a situação da SER Santo Ângelo, que iriam ter uma reunião para decidir se participariam na Sergundona e que haveria uma eleição no clube, que ainda não estava definida a diretoria e tudo, mas que ele já queria deixar alguma coisa encaminhada com relação ao treinador, e aí me disse que ligaria assim que houvesse a decisão, e eu fiquei no aguardo, e ele me retornou a ligação, perguntando se eu estaria disponível para ir a Santo Ângelo para a gente conversar, e eu estava chegando de Santa Catarina, e vim aqui e sentamos, conversamos, eu fiz a minha proposta e eles aceitaram, claro que tudo dentro de uma realidade, já que nesse ponto sou uma pessoa coerente, e sei que a realidade de um time da Segundona não é a mesma dos da primeira, e sei que os clubes do interior também não tem o potencial dos times da Primeira, até porque eles recebem um aporte da Federação bem maior. Eu fiz a minha proposta dentro da realidade da Segundona, e foi prontamente atendida, e nós aceitamos a vinda para a SER Santo Ângelo. Eu me sinto satisfeito, feliz, completamente adaptado, até porque eu sou uma pessoa que não tenho dificuldade para me adaptar. Sou uma pessoa sossegada, e numa cidade do interior as coisas são bem mais calmas, bem mais sossegadas, então está bem dentro do meu estilo e não tenho essa dificuldade.
Qual o estilo do Mazaropi dentro do vestiário e as orientações que o senhor gosta de passar aos jogadores?
Eu sou calmo. Eu procuro passar tranqüilidade e confiança aos jogadores, até porque você trabalha a semana toda para o jogo e os jogadores tem que ter a consciência do que eles precisam realizar dentro de campo. Eu sou exigente com a questão da disciplina, porque eu acho que sem disciplina você não vai a lugar nenhum. E isso não é só no futebol, é na vida da gente. Eu sempre pautei a minha vida em cima de uma disciplina bastante rigorosa, e eu não me arrependo disso, porque eu tive uma carreira como atleta vitoriosa. Em 19 anos de profissionais foram 17 títulos conquistados e todos os tipos de títulos que você possa imaginar, inclusive ostento a posição de recordista mundial de tempo sem tomar gol. São 1.816 minutos, o que da mais de 20 jogos, mas isso foi em cima de muito trabalho, muita dedicação, muita disciplina, então, eu sou muito exigente nesse aspecto. Eu admito jogador não estar bem tecnicamente numa partida, mas não admito que falte empenho dele dentro de campo, dentro das partidas. Eu acho que isso é o mínimo que o profissional pode oferecer ao clube. Você estar mal tecnicamente é admissível. Às vezes você mesmo na sua função não está inspirado para fazer as suas matérias, entrevistas, às vezes você quer buscar uma palavra lá e não consegue, mas você se determina para superar aquele momento. Então, eu acho que isso é o mínimo que o profissional pode oferecer ao clube: é a sua dedicação, o seu empenho, a sua vontade, o seu desejo de superação, para que você recompense a sua deficiência técnica naquela partida.
Com o Chico Alves (preparador de goleiros) você trabalhou no Guarani, e com o Zeca Albuquerque (preparador físico que integrou a delegação do Paraguai na Copa de 98) você já havia trabalhado antes?
Eu fui jogador do Zeca, só que nós acompanhamos muito o trabalho dele. Ele é um profissional que tem um currículo invejável. Trabalhou no Grêmio, no Fluminense, no exterior, foi campeão no Criciúma, trabalhou na seleção brasileira, e para você chegar na seleção brasileira você tem qualidade. E a gente sempre acompanha e eu tive a oportunidade de trabalhar e vivenciar o trabalho do Zeca de perto, porque ele foi meu preparador físico no Grêmio (85, 86 e 89) e a gente conhece o Zeca e o currículo do Zeca e a competência é indiscutível.
Você chegou a Santo Ângelo para trazer o título da Série B?
A gente tem sempre esse pensamento e as coisas não depende única e exclusivamente de você. Depende de todo um trabalho que vai ser realizado, de todo um planejamento, depende da imprensa, depende do apoio do torcedor, que é fundamental, queira ou não o torcedor faz o diferencial nos jogos em casa, e eu acho que é importante o torcedor apoiar a equipe, dar confiança, após a partida, se tiver insatisfeito, faça cobrança, isso é normal, isso faz com que você cresça também. Se há a cobrança, se há a crítica, porque se tem alguma coisa que você precisa mudar, então você vai buscar a razão e procurar corrigir os erros para buscar o objetivo final. Hoje nós somos uma única célula, que o seu miolo, o seu embrião, é a SER Santo Ângelo, e todos nós temos que estar alimentando esse embrião. Nós temos que estar juntos. Eu até digo, aqui o Grêmio e Inter passam a ser secundários, nós somos SER Santo Ângelo hoje.
Para encerrar, teve algum treinador que mais te marcou e que te passou ensinamentos que o senhor carregue de forma especial?
Eu acho que toda a temporada e em qualquer passagem sua, você está sempre aprendendo, e você continua aprendendo até hoje. Eu peguei a Sapucaiense sem nenhum atleta, vinha de uma mentalidade amadora, porque foram 64 anos como amador, então, eu tinha que me preocupar com o time dentro de campo, eu tinha que me preocupar em educar os dirigentes com relação ao que é o futebol profissional, tinha que ajuda-los a estruturar o clube como profissional, e passar para os jogadores, que nunca tinham participado de uma competição profissional e nunca tinham feito um trabalho de base, um trabalho técnico e tático, porque eram jogadores que jogaram o Amador, e é diferente. As pessoas acham que é a mesma coisa, e não é. Acham que você joga o amador e vai jogar da mesma maneira no profissional, e é diferente. No profissional você tem a parte física, que é importantíssima, tem a parte técnica, tem a parte tática, e no amador você não tem as mesmas responsabilidades, é diferente. Então, tudo isso nós tivemos que fazer e tudo isso é um aprendizado para a gente. Tem as dificuldades da competição, o grau de dificuldade, e com tudo isso, com os tropeços, você vai aprendendo. E assim foi no Guarani de Venâncio no ano passado. Peguei um time só de garotos que no primeiro treinamento que realizei, ficou todo mundo parado, um olhando para o outro, e eu perguntei o que estava havendo e eles disseram “nós nunca fizemos isso”, aí eu disse “então vamos fazer!”. Porque é isso que vai condicionar os atletas. E as pessoas não acreditavam que nós passaríamos da primeira fase, e passamos, o mesmo aconteceu nas demais, e terminamos em 5° lugar. Com um clube com todas as dificuldades financeiras imagináveis, com salários atrasados, e nós ainda ficamos em 5° lugar. Então, tudo isso serve de aprendizado para a gente, e aqui também eu vou estar aprendendo, porque são ensinamentos que o dia-a-dia nos dá para que faça com que você vá crescendo como profissional e até mesmo como pessoa.

quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

Aquela dívida... (e o mosquito)

Galerinha! Sei que estou devendo muitos textos para os milhões de leitores que estão superlotando a minha pequena caixa de e-mails perguntando quando eu escreverei de novo, mas é que realmente ando cansado e sem tempo. Como inventei de fazer um curso intensivo de inglês, achando que sairia de férias no final do mês, acabei me enchendo de mais coisas para fazer, e mais tarefas, então trabalho o dia inteiro, saio do jornal, vou para o inglês, saio de lá às 20h e passo na Cris, e por aí vai. Só para vocês terem uma idéia (o Word que está colocando esses acentos, mas como já disse, enquanto estamos na fase “opcional” vou optando pelo português velho mesmo), então, só para vocês terem uma idéia eu ainda não acabei de ler o Solo, do Juremir. Acho que faz um mês que estou lendo. Mas agora faltam só 30 páginas, acho que no sábado eu termino.
Fora isso, eu ainda tenho que arrumar um artigo para mandar para uma revista até março e tenho as minhas preocupações por estar vivendo em uma zona de risco de febre amarela sem poder tomar a vacina porque sou alérgico a ovo.
Mas, para compensar, darei duas notícias sobre os próximos textos. Será bom para quem gosta de futebol, tanto gremistas, quanto colorados. Já os demais podem ler também, já que com isso aumentam as chances de ganhar um automóvel zero quilômetro no sorteio do final do ano.
O primeiro, será a entrevista completa que fiz com o Mazaropi nessa semana. A exemplo do que aconteceu na entrevista com o Paulo Miklos, não vai dar para colocar nem 20% da entrevista no jornal, por uma questão óbvia de espaço, portanto, a colocarei aqui, na íntegra. Já o segundo será na semana que vem, depois do jogo São Luiz e Inter, que vão jogar em Ijuí. Estarei lá para fazer a cobertura pelo jornal e fotografando, mas aquelas curiosidades que não dá para colocar no jornal, colocarei aqui.
Bom, vou passar um repelente já que os mosquitos não param de me picar, e até a próxima!

sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

UTILIDADE PÚBLICA

Galerinha! Não sei como, mas acho que roubaram a senha do meu MSN e e-mail, portanto, criei um novo MSN: eduritter@hotmail.com
Me adicionem lá! O rittergaucho está desaparecido! E sobre a menstruação, digo, a bolsa, consegui a Capes que não paga, mas também não recebe, o que é parcialmente bom. Seguimos na luta, companheirada bagual!

quinta-feira, 15 de janeiro de 2009

Minha menstruação

Estava conversando hora dessas com minha ex-colega e amiga Aline Benso, e ela fez uma comparação muito interessante sobre a minha espera pelo resultado da bolsa. Olha só o que ela disse após ler o texto ali debaixo:
“É como se você estivesse esperando a sua mensturação”.
Nossa. Perfeita, a comparação. Sempre tive curiosidade em saber o que se passa de verdade com as mulheres quando vão menstruar, e agora acho que tenho uma idéia. Até os sintomas da TPM eu tenho enquanto espero a bolsa: suor, enjôo, mal humor, irritação, falta de paciência, vontade de matar, enfim, essa coisas que as mulheres sentem quando estão... quando estão assim.
Esse é um post rápido, então, para finalizar, veja só o que a minha amiga disse, quando eu perguntei se poderia usar o seu nome no meu blog:
“As pessoas podem achar meio esquisito e falar mal de mim, mas eu não me importo muito”.
Muito legal, esse apoio. Quer dizer, se eu coloco o nome de alguém no blog, vão falar mal dessa pessoa. Que legal isso. Imagina o que não andam falando de mim! Principalmente eles....

Quem são eles? Quem eles pensam que são?


Tudo está na mão deles. Não sei quem eles são, tampouco o que pensam, nem o que fazem, nem a que conspiração integram, mas sei que tudo está nas mãos deles. Tudo não, mas pelo menos o meu futuro, a curto e longo prazo. Eles vão decidir. Não os conheço e nunca os vi. Não sei onde vivem, onde se reúnem, o que discutem, o que pensam, o que querem, muito menos os seus passados. Mas sei que são poderosos.
Eu descobri que eles tinham poder, hoje. Quer dizer, já sabia que eles tinham poder, mas não sabia que eles eram eles. Eu achei que soubesse quem eles eram, mas descobri que não sei. Como já mencionei em algum lugar para a maioria dos meus conhecidos, fui aprovado na seleção de mestrado da PUC e da Unisinos. Estou no aguardo do resultado das bolsas. Na Unisinos, o resultado sairia hoje. Se não fossem eles. Na terça-feira teve reunião com os aprovados para orientação da matrícula, e disseram que aqueles que solicitaram bolsas deveriam ligar hoje (quinta-feira) para a Programa de Pós em Comunicação depois das 17h. Tudo bem, não obedeci, não me agüentei e liguei às 14h (o Word que botou o trema e não estou afim de tira-lo, já que ainda é opcional). Como era de se esperar, disseram para que eu ligasse após às 17h. Novamente não me agüentei, e liguei às 17h em ponto. Dessa vez disseram que eles (quem são eles?) ainda não tinham passado a lista dos bolsistas, e que era para ligar novamente às 19h. Pela terceira vez não me agüentei, e liguei às 18h40. Mais uma vez me informaram que eles ainda não teriam mandado a tal lista. Aí rolou mais ou menos o seguinte diálogo:
- Será que eles ainda estão reunidos?
- Acho que não. Só que eles ainda não mandaram a lista.
- Hmmmmmm. Então eles não mandaram a lista... – respondi com ar conspirador.
- Ééééééééé – respondeu a moça do outro lado da linha.
- Então é isso...
- Ééééééé – disse a moça.
- A que horas poço ligar novamente?
- A gente fica aqui até às 21h.
- E eles?
- Eles não sei, mas devem mandar o resultado até às 21h.
- Sei... Obrigado.
Fui para o inglês e voltei voando para ligar novamente e ver se eles tinham mandado a tal lista para o Programa. Liguei já era 20h30, e, ofegante, perguntei:
- E aiam, eles mandaram a lista?
- Não. Eles não mandaram.
- Como eles não mandaram?
- Não mandaram. Só amanhã.
- Como só amanhã? Quem eles pensam que são?
- Eles que decidem.
Um minuto de silêncio.
- All right. Bye.
- B-bye.
E assim foi meu último diálogo com a moça que faz a intermediação entre nós e eles. Então, deduzi que sabia quem era um deles. Tinha o telefone e tudo. Não me agüentei de novo, já que não dormiria sem saber o resultado. Liguei.
- E aiam? Não querem me dizer lá no Programa se consegui bolsa ou não – disse em tom paranóico – Afinal, eu consegui ou não?
- Não sei. Eles não nos passaram nada.
- Como assim, eles? Você não faz parte deles?
- Não.
- Putz. E agora?
- Agora é só esperar.
- Bah. Não vou dormir. Mas valeu.
- Valeu.
E assim, não sei quem são eles, nem quem eles pensam que são! Só sei que estou na mão deles. Tanto na Unisinos, quanto na PUC. Para encerrar, resumindo, ainda não sei se conseguirei bolsa ou não! Alguém tem um Dramim pra dar?

PS: essa é uma história de ficção, portanto, fora a parte que estou esperando o resultado da bolsa, o resto é coisa da minha mente. E antes que surjam novas reclamações, os diálogos também são ficcionais, portanto, não aceito acusações e injúrias alegando que sou mentiroso.

Entrevista com Paulo Miklos

Na sexta-feira passada, dia 9, graças a sugestão do meu amigo, o publicitário Tiago Beck (já estou começando a ficar com medo de publicar nomes aqui, por isso trocava naqueles textos antigos, mas enfim), fui entrevistar à noite o líder da banda Titãs e ator global, Paulo Miklos. Fui como repórter, enquanto o Beck foi como fotógrafo. A entrevista era para o Jornal das Missões, mas, como é normal nos jornais, não teve espaço para publicá-la na íntegra, portanto, a publico aqui, sem cortes. Inclusive deixei os tantos “então” que ele disse, típico dos paulistas, como já comentei aqui. A última pergunta, sobre o Santos, também ficou de fora na matéria original, onde também fiz algumas adaptações, como a não repetição de algumas palavras e tal. Aqui não, deixei tudo exatamente como ele falou, o que pode dificultar a compreensão de determinadas frases. Mas enfim (como eu gosto de dizer essa frase), é isso. Segue a entrevista. Ah, antes deixa eu colocar o que ele respondeu quando eu perguntei o horário em que haviam chegado em Santo Ângelo, enquanto íamos do Restaurante Arena Grill para o hotel onde ele estava hospedado: “Nós chegamos de madrugada, aí comemos e dormimos o dia inteiro. Afinal, não é isso que dizem que os roqueiros fazem? Comem e dormem”. Agora sim, segue a entrevista:

Como funciona o seu trabalho solo, com a parceria do Power Trio?
Olha só, esse projeto na verdade surgiu com meu primeiro disco solo, de 94, e daí comecei a fazer shows paralelamente ao trabalho do Titãs. Eventualmente a gente tem programado algumas férias ao longo da carreira, já que nós estamos completando 27 anos de estrada, então, vira e mexe a gente dá uma parada para fazer outros projetos, e cada um faz o seu trabalho individual. Isso se tornou um exercício saudável para a banda, para a longevidade dos Titãs, até para dar tempo e espaço para os desejos de cada um, de fazer projetos e tudo mais. Então, em 94 eu lancei o meu primeiro disco solo e em 2001 eu lancei o segundo, que se chama “Vou ser feliz e já volto”, e de lá para cá eu tenho feito shows, que tem se transformado em uma plataforma de experiências: tocando, fazendo arranjos novos para as músicas do Titãs, brincando, misturando umas músicas com outras, fazendo cover de outras bandas que eu gosto muito, de outros artistas e compositores, e às vezes até cantando ao lado deles. Além disso, tem a possibilidade de entrar em contato mais íntimo e direto com o público e tocar em lugares um pouco menores, porque o Titãs tem uma estrutura onde a gente toca em lugares maiores, então o público fica mais distante. É uma coisa com outras proporções. E nesse trabalho, que começou como um trio mesmo, comigo na guitarra, um no baixo e um na bateria, formamos um verdadeiro power trio. Hoje, como eu convidei mais um guitarrista, que é o Danilo, eles formaram o Power Trio, e eu fiquei eu. Então ficou eu mais o Pawer Trio (risos). Power trio é o que a gente chama de trio de força, que é baixo, guitarra e bateria, que é a gênese do rock’n roll. Então, eu dei uma secada e cheguei a essa coisa mais enxuta, com a banda, de montar um trio e fazer esse meu repertório, e com isso fica mais fácil para me deslocar e aproveitar os dias em que não tenho show com os Titãs, e poder me programar e ocupar casas menores, como essa aqui de Santo Ângelo, e isso é bárbaro, porque é uma casa para mil pessoas e não comportaria o Titãs. No entanto, para esse show é perfeito, e eu gosto muito desse contato próximo do público, que é revigorante e tem a ver com a essência do rock’n roll, com o show que a gente faz, que é uma coisa movimentada e que é feita para cantar junto e participar mesmo. Não é uma coisa de concerto, com distanciamento, onde as pessoas se sentam para o deleite e ficam curtindo a distância e tal. O que eu faço, depende dessa participação e desse envolvimento. Então é isso, essa turma que está comigo agora é uma turma que junta há pelo menos quatro anos, mas antes disso eu tive vários outros músicos muito bacanas de São Paulo, com quem eu trabalhei e convidei para tocar junto, e a gente andou viajando pelo Brasil todo também. Então, é muito divertido, porque como eu sou um cara muito fiel e tenho a minha banda há 27 anos na qual eu toco com os mesmos caras (risos) esse é um espaço que eu reservo para a infidelidade (mais risos). Para poder curtir, tocar com caras que tem um outro tipo de toque, outro tipo de mentalidade. Na verdade, a gente toca e todo mundo se afina, e todo mundo entra na minha proposta de repertório, do que eu quero tocar e tal. Então, hoje aqui, por exemplo, para o show em Santo Ângelo e para uma série de quatro show que estou fazendo no Rio Grande do Sul, então, por exemplo, a gente está tocando uma música do Cachorro Grande, que é uma banda gaúcha que eu gosto muito, e que já participei de discos deles e tudo mais, além de outros artistas também, fora músicas de Raul Seixas e Roberto Carlos, que eu já canto com o Titãs, mas aproveito para fazer. Para te dar uma idéia de repertório, vai desde Nação Zumbi, onde eu faço no meio disso uma homenagem para o Sabotagem, que é um rapper que foi assassinado em São Paulo, com quem eu fiz o filme Invasor, e vai até a Rita Cadilac, que eu faço uma brincadeira, fazendo uma brincadeira com a música dela “É bom para o moral”. E por aí vai, quer dizer, eu tenho muita liberdade para fazer esse repertório e aproveito para fazer umas surpresas na hora para a rapaziada, é muito divertido.
E como é a sua relação com o público gaúcho?
A relação com o público gaúcho é fantástica, porque é um público de rock’n roll e gosta dessa situação de ir ver os grupos, tem uma cena muito rica de rock’n roll de bandas do Rio Grande do Sul. Sempre é um celeiro de bandas de rock e tem uma vida muito rica interna aqui das bandas viajarem, de ir tocar, de sair de sua região e ir para outras, outras cidades e tudo mais, e tem bastante lugar para tocar, porque cada cidade tem um espaço como esse aqui de Santo Ângelo e um público que quer e que gosta de rock, que conhece, que está afim e tal, então, é muito bacana e é uma delícia tocar aqui.
Como está o seu trabalho na televisão e no cinema?
Eu comecei no cinema em 2000, com o Invasor, e de lá para cá fiz mais três filmes e eu tenho um filme para estrear em 2009 agora, que se chama “É proibido fumar”, contracenado com a Glória Pires. Muito legal, aguardem quando entrar, não percam, muito bacana. Atuar é uma coisa que para mim é uma descoberta, e eu adorei fazer isso. Topo e estou disposto a fazer isso sempre, e quando me convidam para algum filme, eu atendo prontamente porque gosto bastante. Agora no Natal, por exemplo, eu participei de um especial de Natal com a Xuxa, atuando ao lado de uma turma da pesada. Já nas “Noviças”, eu fiz um cobrador mala que fica chateando e infernizando as freirinhas, e foi muito divertido encontrar essa turma toda. A televisão é ágil e o trabalho dela é rápido. Você tem que estar muito esperto e entrar com um entendimento muito claro do que está sendo feito, e tem que fazer sem piscar, porque não tem muita preparação. Já o cinema é muito parecido com a nossa banda de rock, porque é uma galera que trabalha junto, muito unida, e que prepara a coisa, que passa um tempo de preparação muito sério, todo mundo imbuído, desde o cara que comanda a luz, carregando os cabos, até o diretor de fotografia, todo o elenco, todo mundo na mesma barca. Eu logo senti uma identificação grande com o nosso círculo do rock’n roll, porque é uma coisa que é assim que funciona: a gente viajando junto com os técnicos, com o iluminador, com a turma toda, então, tem essa coisa de equipe muito forte e muito presente, de estar todo mundo dedicado a uma causa, que no cinema é fazer o filme. Então, eu gosto demais disso.
Quais são os seus próximos desafios?
O grande desafio é o lançamento do disco novo dos Titãs, que nós estamos com ele quase pronto, estamos na finalização do disco... na verdade nós estamos no meio do disco (risos). Eu que estou com pressa e ansioso (mais risos), mas é um disco novo dos Titãs, só com músicas inéditas e que deve sair em março ou em abril, no máximo. Se depender de mim já está saindo agora.
Qual foi o show que mais te marcou até hoje?
Um show que me marcou bastante foi a abertura que fizemos do show dos Rolling Stonens, em Copacabana, que é Guines Book, com dois milhões de pessoas. A gente tocou pouco antes, e foi fantástico, de uma dimensão inimaginável. Tanto que no mundo inteiro o cara escolheu aqui para fazer esse tipo de coisa, porque a gente é fã mesmo dos caras, e foi um grande sucesso e um barato, porque a gente tem público para isso, e o pessoal ouviu a gente tocar até com um certo orgulho de ter uma banda brasileira abrindo, e isso é muito legal: sentir que a gente tem essa coisa bacana do rock’n roll nacional, e tocando antes da maior banda do planeta, já que a gente não tem mais os Beatles... (risos). Sou beatlemaníaco, mas não deixa os Stones ouvirem isso.
Para finalizar, o que você espera do Santos em 2009?
Puta, cara, o Santos... Eu estou aí, esperançoso, mas precisa vir uns reforços... mas bem reforçados mesmo (risos) para não escapulir. Nesse último ano quase que escorregamos, mas a gente se manteve naquele meio termo. E quando a gente vai bem... meu time é triste, porque quando vai bem, morre na praia, é sempre vice, é difícil. Mas é um time competitivo e simpático no Brasil inteiro.

quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

Perfil imperdível


Dando seqüência aos perfis desse blog, que foi interrompido alguns meses atrás, aproveitei a ilustre visita do meu ex-vizinho, Thales Juan, que nos deixou há quase um ano para morar em Nova Prata. O figura tem oito anos, e tem uma irmã (Amanda) de 14 anos, outra (Nadine) de 13 e um irmão (Lorenzo) que tem dois anos e um mês. Ele respondeu a entrevista entre um gole de mamadeira e outro, volta e meia arrotando. No momento em que digito essas palavras, ele está falando com a minha mãe no quarto dela: “tia, tu vê o jornal do Dudu, aquele O Rebate? Vai sair uma entrevista minha lá...Ele só me perguntou bobagem...”. Essas crianças me divertem... segue a entrevista na íntegra.

O que você mais gosta de fazer?
Jogar futebol. Mais alguma coisa?
Não. Está bom assim.
Uma cidade?

Nova Prata
Um time?
Inter
Um ídolo?
Que é isso?
Pergunta pro tio Nana.
Tio, o que é isso?
Nabuco: Diz “o Pato”.
Isso daí vai aparecer no jornal?
Vai.
Apaga tudo isso! Apaga isso então!
Heim, um ídolo?
Apaga.
Um ídolo?
Por que está fazendo isso?
Um ídolo?
Apaga isso que vou fazer tudo de novo.
Um ídolo?
Então apaga tudo, que tu fez tudo atrapalhado. Apaaaagaaa!
Depois eu apago.Um ídolo?
Ser jogador de futebol.
Nãããão!
Que isso? O D’Alessandro.
O que pensa da tua irmã Amanda?
Legal.
E o que tu pensa da tua irmã Nadine?
É... legal.
O que tu pensa da Carolina?
Legal.
Tu só sabe dizer legal?
Não.
A Carolina é barbeira?
Acho que sim.
Por que?
Porque ela bateu o carro duas vezes.
Tens razão. E eu sou barbeiro?
Não.
O que quer ser quando crescer?
Jogador de futebol.
E se não der certo?
Trabalhar em banco. Não, ser policial.
Trabalhar em banco ou ser policial?
Ser policial.
O que te faz rir?
Hã?
O que te faz rir?
Quando o Eduardo me faz cócegas.
O que te faz chorar?
Quando eu apanho e quando me machuco.
Quem te bate?
O pai.
De cinta?
Não.
De que?
Dá umas chinelada na bunda.
O que mais gosta de comer?
Lasanha.
E que canal tu mais gosta de assistir?
Canal do Boi.
Por que?
Porque é muito legal.
Quem te ensinou a assistir o Canal do Boi?
O Eduardo.
Que música tu mais gosta?
Enquanto pensa busca uma cerveja para mim na geladeira...
Meu amor me fez feliz.
Que música é essa?
“Meu amor me fez feliz. Por que? Me deu um pé na bunda. Agora eu faço o que eu quero, vou sair na sexta-feira e só volto na segunda”.
Muito bom.
Sabe de quem que é?
Não.
Do Tchê Garotos. Quer mais uma música?
Não quero. Está bom. O que você pensa do tio Nana?
Um tio muito legal.
Por que?
Porque ele é meu melhor amigo.
E da tia Nana?
Adoro.
Por que?
Porque ela é minha titia legal.
E o Fábio Cabeção?
É muito legal. Porque ele me faz cócegas.
E da tia Carol?
Muito legal. Porque ela me chama de príncipe.
E desse que vos pergunta?
Ãh?
E desse que vos pergunta?
Não sei.
Mas sou eu! O que você pensa de mim?
Muito legal.
Por que?
Porque é bem louquinho.
Tu é mais louco que eu?
Eu sou.
Por que?
Porque eu sou Dedé e faço muito bagunça.
Quem é o Dedé?
Eu.
Você tem namorada?
Tenho.
Quem é?
A Fernanda
E ela sabe?
Sim.
E ela também gosta de ti?
Sim.
Mentira.
Verdade.
Mentira.
Verdade.
Como é que ela é?
Cabelo loiro, olho verde.
Só?
É.
Quantos ela tem?
8.
E tu?
8.
E tuas irmãs aprovam o namoro?
Sim.
Tu sabe o que quer dizer "aprova"?
Não.
E o que você acha do seu irmão Lolo?
Lindão.
O que ele apronta?
Muitas coisas.
Tipo o quê?
Mata bichos, dá chute nos outros, fala “boca aberta”, “bocó”, “bobo”, digita no computador, e só.
Tem algo mais a declarar?
Não.
Tu sabe o que quer dizer declarar?
Sei.
O quê?
Falar mais alguma coisa.
Deu, agora apaga tudo.
NÃO!

sexta-feira, 9 de janeiro de 2009

Eu ababeleio, tu ababeleias, ele ababeleia... nós ababelamos. E surge um novo verbo...

Bom, depois de ser chamado de ababelado publicamente em meu próprio blog, não tenho muito o que escrever hoje. Mas lembrei-me de uma cena de um filme do Homem que Copiava, quando o garoto comenta sobre a mentira que o tio dele estava preparando para dizer à polícia. Era mais ou menos assim: “o problema da mentira, é que todos os envolvidos têm que saber até os detalhes dela, para que nenhuma versão desminta a outra”. No caso mencionado (que nem sei que caso é esse, mas enfim) a criatura me passa o endereço do blog, divulga o blog, eu sabendo quem ela é, e se ela não me pedir anonimato, não tenho como adivinhar! Afinal, sou meio ababelado mesmo.
Aliás, fui conferir no dicionário, porque além de ababelado sou um tanto burro mesmo, e está lá: desordenado e confuso.
Portanto, não tenho vergonha de assumir. Apesar da contradição da frase: sou um ababelado convicto!

quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

And now?


Estou morando na zona de risco da febre amarela. Está lá, com mapinha e tudo, na edição da Zero Hora dessa quinta-feira. E o mais grave: segundo a matéria, 50% dos pacientes que adquirem a doença, morrem. Comentei isso na redação do Jornal das Missões, onde trabalho, e foi então que a Fabi, minha editora, me assustou mais ainda, corrigindo a informação da ZH, já que ela que está tratando dessa pauta: na verdade de 70 a 80% dos contaminados acabam morrendo.
Main Bolinha de Gude! Estou frito! Absolutamente frito! Não posso tomar a vacina devido a alergia a ovo. Ou seja, estou vivendo em situação de altíssimo risco! Para piorar, o Rogério, fotógrafo, ainda completou:
- Faz a vacina igual, já que vai morrer mesmo...
Com mil bolinhas de gudes! Para agravar a situação, estou com 27 anos, lembram? Vida cruel. Já vou começar a pensar os argumentos que utilizarei para aliviar a minha barra no Juízo Final. Dentre as boas ações que fiz estão... deixa eu ver... estão... puta merda, me deu um branco agora...
Quando lembrar volto aqui para escrever. Alguém aí pode me ajudar?

Conversas cruzadas


Ontem o meu amigo (CENSURADO) mandou-me dois links de blogs. Um dele e outro de um amigo. Como estava escrevendo, deixei para lê-los hoje. E realmente foi o que fiz. Só que inverti tudo. Li o do amigo, pensando que era o dele.
Bom, para vocês terem noção do que eu fiz com essa confusão, vou colocar primeiro um trecho do texto do amigo do (CENSURADO), e depois o comentário que postei no referido blog, achando que era o do próprio (CENSURADO):
Texto sobre a reforma ortográfica: “por força do ofício, em breve terei que me adaptar, mas sempre há o receio de ficar como minha avó, que, entre outras coisas, até hoje escreve o pronome esse com acento circunflexo, e ainda se refere à moeda como cruzeiro”.
Meu comentário: “Porra, acabei de escrever uma matéria sobre essa bosta de reforma. Olha, acho que toda a nossa geração vai ficar como a sua avó, aliás, lembro-me vagamente dela, ela morava perto da minha casa, não é? (...).
Cara, o amigo do (CENSURADO) vai ler isso e vai achar que sou louco. “De onde esse doido conhece minha avó?”, deve ter ficado se perguntando...

Mas o pior estava por vir no texto seguinte. Bom, não vou comentar nada, apenas postar os trechos do texto, que era sobre diversos assuntos, e na seqüência, o meu comentário:
1°) “marão é meu amigo há alguns anos, e é a única pessoa que pode me ajudar a escapar da danação eterna, porque, segundo ele, eu o inspirei o prazer do hábito da leitura. de maneira que, no dia do juízo final, diante do tribunal do todo-poderoso, já terei pelo menos uma coisa a alegar a meu favor”.
2°) “por isso me senti certa forma liberto quando abri mão da assinatura ou mesmo da leitura dos periódicos. o único efeito colateral que sinto às vezes é faltar-me assunto nas rodas de desconhecidos”.
3°) “já escrevi pra caramba. São quase cinco, o uísque e a nina simone estão se encarregando de tornar a virada de ano (não de ânus) mais fácil. agora vou ali dar uma atenção à patroa, que da cama está me perguntando o que tanto eu escrevo.
um bom sei-lá-o-quê pra vocês”.

Agora, o meu comentário sobre esses trechos (o texto é bem maior, e vale a pena lê-lo na íntegra no http://borduna.wordpress.com/):
“As patroas sempre perguntam o que estamos fazendo…. Lendo isso tudo, sei lá eu por que, lembrei do cara que escrevia novelas lá em Guarapari, e fico me questionando como ele ainda não está famoso. Enfim, só uma reflexão momentânea. Eu também me sinto completamente sem assunto quando estou entre desconhecidos, principalmente se forem burgueses que só falam do motor do carro e que o motor tal faz não sei quantos quilômetros, e papos desse tipo. Ou se estão falando sobre os Los Hermanos, que só sei que cantaram a Ana Júlia. Ah, e tem mais uma história para te salvar no Juízo Final. Conta aquela vez que você me emprestou cinco pila pra eu comprar a Playboy da Carla Peres, lembra? Isso certamente te levará aos céus... Abração maluco, muito bom os textos”.
O cara deve achar que sou completamente doido. Vocês também não devem ter entendido as entrelinhas do meu comentário, então vou explicar por alto...
Primeiro, tinha um colunista no jornal onde o (CENSURADO) trabalhava que escrevia umas novelas muito toscas! Mas toscas mesmo! Muito bizarro! Vou catar qualquer hora o jornal que ele me deu e copiar uma aqui para vocês verem. É demais de cômico. Mas não que o cara tenha a intenção de ser engraçado, ele tenta escrever novelas sérias, mas é tosco por demais. Era a isso que me referia sobre o cara que escrevia novelas em Guarapari...
Segundo, uma vez, lá em Guarapari, o (CENSURADO) me perguntou se eu conhecia o Los Hermanos, e depois de pensar um pouco, fitei-o seriamente antes de responder: “claro, eles cantam aquela da Ana Júlia”. Por Deus que ele se mijou de tanto rir. Não entendi muito o motivo da graça, já que eles cantam Ana Júlia mesmo.
E por fim, uma vez, quando ele ainda morava em Santo Ângelo, eu queria comprar a Playboy da Carla Peres, mas não tinha dinheiro. Então, ele me emprestou cinco reais e eu lhe dei uma camiseta do Grêmio como garantia de que lhe pagaria o valor sacado. Ou seja, se eu não lhe devolvesse os cinco pila, ele ficaria com a camisa. Era aquela toda azul celeste, que o Grêmio jogou algumas partidas na Libertadores do título de 2005. A número 10, do Carlos Miguel. Pois é, aí a seriedade do compromisso. Fui lá, e comprei a Playboy, que folhávamos escondido do pai e da mãe. No outro dia a revista fez mó sucesso no colégio. E graças a uma mentirinha (pedi o dinheiro para a mãe sob a alegação de que compraria uma apostila de Educação Artística), levantei o recurso necessário e resgatei a minha camisa do Carlos Miguel.
Pois é, mas o amigo do (CENSURADO), que leu o comentário, não deve ter entendido patavinas do que eu estava querendo dizer!
Para encerrar, entrem também no blog do (CENSURADO):
http://ababeladomundo.wordpress.com
Muito bom, inclusive ele comentou o meu texto da crise dos 27 no último post que eu li!
E, como diz o amigo do CENSURADO, um bom não sei o quê para vocês!

O caseiro profissional


Vocês sabiam que as bananas podem ficar pretas, igual carvão, e sem serem queimadas? Pois é, eu também não sabia, mas descobri isso há pouco. Estava passando, ali pela cozinha, após 10 dias completamente sozinho em casa, e vi um cacho de bananas absolutamente todo preto na fruteira. Que côsa.
Ficando de caseiro, também descobri que os cachorros cagam muito. Mais do que eu. Um bichinho minúsculo pode fazer grandes estragos. Descobri ainda, que se você não limpa a casa, as baratas passam a te adorar e aparecem para dar o ar de sua graça aos montes. Isso faz com que eu limpe alguma coisa. Além disso tudo, se você não lava a louça, ela acaba. A limpa. Fica só a suja. Tu vês. Eu até sabia disso no período em que morei no meu kitnet (que não é mais meu) em Ijuí, mas tinha esquecido. Claro que essa casa é muito maior que o meu kitnet, que era um pouco maior do que o meu quarto. Não tinha pátio, nem cachorros. Mas mesmo assim uma vez entrou um passarinho maldito lá dentro. Foi um sofrimento para tirá-lo de lá.
Enfim, descobri várias coisas ficando de caseiro. Por falar nisso, alguém quer me contratar para cuidar da casa nessas férias de verão?

quarta-feira, 7 de janeiro de 2009

Pessoas que não me lêem


Bom, eu tenho consciência de que meu blog não é muito lido, inclusive, acho que apenas uns dois ou três chegaram a lê-lo sem que eu mandasse o link ou fizesse aquela divulgação corpo-a-corpo, msn-a-msn, orkut-a-orkut ou e-mail-a-e-mail. Mas, resumidamente, 95% dos meus leitores são conhecidos diretos, pelo que sei até agora. E mesmo assim, acho que tenho um bom número de leitores, pelos comentários recebidos, principalmente do meu irmão, da minha irmã e do meu primo Gérson. O Arion, quando deixei de suborná-lo, parou de se manifestar. Inclusive acho que está na hora de xingá-lo novamente para levantar o ibope dessa porra.
Mas queria chegar até aqui para mencionar duas pessoas cruciais em minha vida e que, nem sob pressão, me lêem: a minha namorada e, acreditem e pasmem: a minha própria mãe.
A minha namorada não me lê, primeiro, porque não gosta de ler. Segundo, porque não fico importunando ela para que leia isso tudo, até porque sei que às vezes é melhor assim, para evitar problemas com as partes censuradas. Além disso, ela também alega falta de tempo e que quase não entra na internet, o que é verdade. Então, sem queixas nem lamurias, concluo: ela não lê meu blog. Mas eu compenso escrevendo muitas cartas para ela (deve ter uma caixa cheia).
Já no caso da minha mãe, o caso é mais grave. Nem quando eu digo: “mãe, escrevi um texto me queixando de ti”, ela me lê. Mas não serei tão injusto, algumas raríssimas e poucas vezes ela me leu e, por coincidência, foram sempre aqueles textos bizarros onde conto alguma bebedeira da faculdade, e então ela fica horrorizada e braba comigo. Vida injusta. Foi indo assim, até que ela cansou quando escrevi o texto dizendo que estava em risco por estar com 27 anos, idade em que muitas pessoas famosas já morreram. Com isso, ela deixou de me ler de vez. Não adiantou nem a alegação de que não sou nem projeto de famoso.
Estou pior do que o meu professor Jacques, que quando descobriu que um dos livros de sua autoria estava na bibliografia da prova de seleção do mestrado, falou para a sua mãe (a dele, não a sua): “Mãe, não precisa mais ler meus livros. Eles vão cair na prova e agora meus alunos estão obrigados a lê-los”. Tu vês.
Fazia horas que eu prometia escrever esse texto, e sempre dizia para a minha mãe que iria escrevê-lo, e aqui está. Uma promessa a menos para cumprir nessa perra vida...
******************
Já em relação ao post anterior, porra, esqueci do meu amigo Maikel, que está morando no Rio, que é outro especialista em cinema na qual tenho medo de falar sobre as produções cinematográficas. Prontou, outra justiça feita nesse mundo.

Movies, movies, movies...

Considero-me um péssimo comentarista de filmes. Provavelmente porque durante a faculdade de Jornalismo eu me dediquei muito mais ao rádio e ao impresso do que ao vídeo. Aliás, não estudei muito além do mínimo exigido para se passar nas matérias de cinema e vídeo. Mesmo assim, gosto de ver filmes, e arrisco-me aqui a fazer alguns comentários, passíveis de condenações severas por parte de quem realmente entende do assunto, como por exemplo, o enforcamento ou a queima em uma fogueira em praça pública. Ou o apedrejamento. Ou a guilhontina. Ou ainda, o fuzilamento.
Lembro-me agora especialmente de dois colegas meus que sempre admirei pelos conhecimentos cinematográficos, e que, por insistência desse que vos escreve, às vezes leem (aos poucos vou tentar implementar a nova ortografia nisso aqui) esse amontoado de palavras que tentam dizer alguma coisa à alguém: o Arion Moreira, ou Arionzão (para distuinguir do traste do Arionzinho) e a Maitê Mendonça. Sempre que vejo um filme e fico pensando sobre o assunto lembro dos dois, já que no tempo da faculdade sempre os admirava pelos seus conhecimentos cinematográficos. E os dois seguiram com o cinema após a formatura, trabalhando e estudando na área. E por isso, sempre que vou escrever ou dizer alguma coisa sobre algum filme eu penso: “a Maitê e o Arion iriam se indignar com essas bobagens”.
Quando eu os vejo (aliás, faz tempo que isso não acontece) e eles falam alguma coisa sobre algum filme, ou sobre cinema, eu fico apenas ouvindo, olhando com “ar de paisagem”, como diria a professora Beatriz Dornelles (também usarei o nome dela em vão aqui, aliás, tenho que usar os outros para fazer o meu marketing, não acham?).
Ou, como diria mais teoricamente o professor Jacques Wainberg: eu não tenho os mesmos elementos cognitivos que eles para interpretar os filmes. Portanto, não me sinto em condições de discutir cinema com eles.
Apesar disso, arriscarei comentar brevemente dois filmes famosos e não tão novos que assisti nessa semana: Onde os fracos não tem vez (vencedor do Oscar de melhor filme de... não lembro o ano) e O Caçador de Pipas.
Gostei de ambos, porém, achei que o primeiro inicia em ritmo alucinante e depois fica mais lerdo, enquanto que no segundo acontece exatamente o contrário: a primeira hora de filme vai se arrastando e a segunda se passa em ritmo acelerado.
No Onde os fracos não têm vez, confesso que acabei me decepcionando um pouco pela morte do mocinho (porra, o Arion e a Maitê devem estar indignados, mas fazer o quê?). Queria que ele matasse o psicopata e vivesse feliz com a esposa, e que ambos tivessem muitos filhos e fossem juntos tomar Coca-Cola no Mc Donalds – sempre um lanchinho feliz! Mas não. A vida não é um mar de rosas, e o psicopata matou todo mundo. Claro que, temos que considerar que o filme foi baseado no livro, que aliás, fiquei curioso para ler. Também fiquei impressionado com a atuação do ator espanhol (Javier Bardem) que fez o psicopata. Meu sonho era ser aquele psicopata. Claro, desde que se desse bem que nem ele. Porém, de todo o filme, teve uma cena, que inclusive foi destacada no making of e no trailer, e que achei muito clichezona, que é quando ocorre mais ou menos o seguinte diálogo entre o mocinho (odeio essa palavra) e a esposa:
- Se eu não voltar diga não sei o quê para a minha mãe – disse o mocinho.
- Mas a sua mãe já morreu.
- Então eu mesmo digo.
Não lembro qual era o recado, mas achei muito tosca essa cena. Piadinha mais manjada...
Já o outro filme, O Caçador de Pipas, como disse antes, demora para engrenar, mas depois fica acelerado. Porém, a lerdeza do início foi necessária para o ritmo envolvente do final. E, ao contrário do primeiro filme, achei o final realmente muito surpreendente, criativo e emocionante (quanto clichê!). Porra, mas achei isso mesmo. Chorei, inclusive. Mas não sou veado não, veado é a porra do teu cachorro. Mas, como nem tudo é só alegria e perfeição no cinema, também encontrei um defeito: a cena quando morre o pai do Amir. Ele diz: “nessa noite não sentirei dor”, e a próxima cena é o velório, ou enterro, não lembro. Mais previsível impossível. Tudo bem, concordo, nem todas as cenas podem ser imprevisíveis em um filme, mas a morte dele poderia ter sido mais trágica, mais dramática, mais nua e crua. Sei lá. Era um momento crucial e esperado na história.
Para finalizar, indico esses dois filmes para todos, que eu vou dar um tempo nos filmes para continuar lendo o Solo e tratar dos cachorros...

segunda-feira, 5 de janeiro de 2009

Querido diário...


Com as reflexões anteriores, acabei esquecendo dos cachorros. Esquecendo mesmo. Ou seja, acho que estão sem água e comida desde ontem. Mas estão vivos, eu acho. Há pouco, a Pretinha latiu lá atrás, e a Pipoca passou por aqui antes, se enfiando atrás dos armários e do lixo em busca de comida. Já o Jamelão, não late desde manhã, quando o infeliz me acordou e joguei um copo de água nele. Ou melhor, joguei a água que tinha no copo.
Agora, sentado na frente do computador, fico imaginando como seria o diário dos três. Vamos por ordem crescente de idade:
Jamelão:
Acordei de madrugada, andei pelo pátio, mijei na grama. Vi uns potes com algumas plantas em um canto, e resolvi cavocar para ver se encontrava algum osso perdido. Nada. Voltei para a minha casinha para dormir mais um pouco. Ouvi um barulho do outro lado do muro. Lati, o barulho parou. Bebi um pouco de água e voltei para a casinha. Acordei, bebi mais um pouco, mijei, e fui novamente para a casinha. O sol já está raiando, hora de acordar. Fui para o portão e fiquei lá observando. Tudo normal. Passou outro cachorro na frente do portão. Lati. Fiquei latindo mais e mais para espantar ele e mostrar que essa casa tem dono. Estava latindo, quando uma janela abriu e meu dono me atirou água. Tenho medo de água. Acho que ela pode me matar, sei lá. Saí correndo para a minha casinha. Meu dono voltou a dormir. Vou novamente até o portão, mas fico quieto. Meu dono saiu para a rua, e fico cuidando da casa. Um vulto começa a se mexer atrás de mim. Corro atrás dele, mas é muito rápido. Pego-o! Aí! Sinto uma mordida e saio correndo, caim, caim, caim!
Pretinha:
Acordei de madrugada com o Jamelão andando pelo pátio. Estou presa nesse canil. Mijo na terra e cago. Como uma ração e tomo água. Durmo. Acordo. Lato. Durmo. Como. Mijo. Cago. Lato. Meu dono me joga água. Fujo para dentro da casinha e fico lá, encolhida num canto. Espero um pouco. Espio para fora. Tudo tranqüilo. Ouço barulho do outro lado do muro. Lato. Vejo um gato, fico louca. O Jamelão me diz que estou na TPM. Quer brincar. Lato. Mijo. Cago. Durmo. Meu dono vem vindo. Encolho-me e balanço o rabo. Ele grita alguma coisa. Vou para a casinha. Ele coloca comida no pote. Como. Bebo. Durmo. Cago.
Pipoca:
Acordo com dor nas costas. Vou para dentro da casa do meu dono. Ele me tira para fora e fecha a porta. Fico deitado em frente dela, esperando. Meu dono a abre. Eu entro. Vou procurar comida. Achei um farelo, e comi. Achei outro farelo, e comi. Entro numa peça estranha que tem um monte de água com pelos do meu dono. Bebo a água, mas acabo me engasgando com um pelo. Meu dono me vê e parece que me xinga, porém, não ouço nada. Sinto dores pelo corpo inteiro. Acho que vou morrer. Meu dono me chuta para fora de novo. Vou para a minha casinha. Durmo. Acordo. Espio para fora. Tudo tranqüilo. Cago. Mijo. Durmo. Acordo. Mijo de novo. Durmo de novo. Acho que vou morrer. Acordo toda mijada.

domingo, 4 de janeiro de 2009

Momentos de Reflexão (não é sacanagem!)


Estive conversando nos últimos dias com algumas pessoas sobre os seus diversos relacionamentos, sejam amorosos, de amizade, de trabalho ou familiares. E cheguei a conclusão de que as pessoas não se suportam muito tempo sem espaços para tomarem ar, no sentido mais amplo da palavra, manham? Porém, pensando nisso tudo, nas minhas relações, e na situação em que a minha família se encontra, e cruzando tudo isso com o que já aconteceu num passado recente, fico sem entender muita coisa, mas com uma certeza: se você tirar uma dessas pessoas que convivem com você diariamente, o sofrimento é profundo e inevitável.
Digo isso, pensando em todas as coisas em que me referi acima, tendo como princípio a minha situação atual: estou em casa, complemente sozinho; nesse exato momento minha namorada está na casa dela com a sua família (com a dela, não com a sua, leitorinho tupiniquim), meus pais estão na praia, minha irmã foi para Porto Alegre, onde também está sozinha, e meu irmão foi para outra cidade (manterei sigilo a pedido do mesmo), para retornar ao tarbalho amanhã, também sozinho. Estamos todos separados, mas sabemos que voltaremos a nos ver em breve (pelo menos é o que esperamos). Tenho a casa toda para mim, e isso é ótimo. Agora são 23h38 e estou com o rádio ligado a todo o volume sem ninguém para reclamar, e vou dormir a hora que me der na telha. Amanhã estou de folga, e novamente acordarei quando cansar de dormir (alguém cansa de dormir?). Ótimo? Talvez sim, talvez não. Diria que é ótimo justamente pelo que disse antes: estou livre, leve e solto aqui, porque sei que no próximo final de semana meus pais estarão aqui; minha irmã, se não vier na outra semana, virá na posterior; e meu irmão estará aqui me enxendo o saco ainda nesta semana. E isso é ótimo. A tranqüilidade se dá pela certeza de que voltarei a vê-los, sacam?
Tudo isso parece banal, mas penso nisso lembrando o pior momento em que já passei na minha vida, há cerca de dois anos, quando meu pai literalmente morreu em meus braços e foi ressucitado por um enfermeiro de plantão de emergência que estava no casamento onde o fato aconteceu (um aplauso especial ao deputado que apresentou o projeto de lei que foi aprovado obrigando a existência daqueles aparelhos para atendimento em caso de morte súbita - se o sujeito não é reanimado em poucos minutos, não volta mais, é o que aconteceu com meu pai, mas tive a sorte de ter uma pessoa capacitada por perto).
A partir disso, fico pensando no que teria virado a minha vida sem ele. Fico pensando no quanto eu estaria triste, no quanto não teria graça fazer coisas simples que faço, como por exemplo, falar mil vezes a mesma coisa só para vê-lo brabo, com a sua testa franzida, que é tão engraçada. Por isso, depois de uma semana sozinho em casa, mesmo sabendo todas as brigas que acontecem nessa casa, fico com um nó na garganta ao ver as salas, os quartos, o banheiro e o pátio vazio. E é por isso que digo: às vezes é boa a distância para vermos o quanto sentimos falta das pessoas que amamos, porém, a distância definitiva judia muito (e digo isso baseado em perdas que se concretizaram, mas que não vou mencionar aqui, pois seria doloroso demais). E também é baseado nisso que eu ainda sonho em um dia ver todas as pessoas juntas, num paraíso imaginário, convivendo harmonicamente, tomando cerveja, conversando, jogando truco, dando risada, jogando canastra, futebol, vôlei, nadando, brincando, pulando, berrando, brindando, vivendo sem medo de ser feliz.
É, meu primo Gérson, acho que ainda vou fazer psicologia e publicar livros de auto-ajuda como você temia (ou sugeria?).... Só que eu também sou humano, pô, tenho o direito de trocar o estilo estressado de textos atrás, para o estilo sentimentalóide presente de uma hora para outra, carajo! Aliás, domingos de noite sempre são bons momentos para reflexões... Como diria o Bukowski: se você não se mata até às 18h de domingo, você tem mais uma semana garantida de vida. Mas não se preocupem, que tirar a própria vida nunca esteve nos meus planos. Gosto de viver. Mesmo quando estou tomando remédio e não posso tomar uma gota de cerveja... Que porra, não sei como acabar essa coluna. Estou escrevendo frases e frases sem achar a ideal para terminar isso tudo. Já sei: FIM!

sábado, 3 de janeiro de 2009

Cachorros Loucos!

Depois de uma semana convivendo diariamente e diretamente com caninos, acho que não gosto mais tanto assim de cachorros, e começo a desconfiar que eles não entendem nada do que eu digo. A Pipoca, que está com mais de 15 anos, está surda e cega, se guiando apenas pelo olfato. Ou seja, não adianta gritar, berrar, espernear que ela não entende patavinas. Para tirá-la de dentro de casa, preciso pegar um pedaço de comida, guiá-la até o pátio e fechar a porta, senão ela volta. Ou, simplesmente deixar que ela fique 24 horas ao meu lado, me seguindo aonde eu vou, como se fosse meu próprio rabo. Inclusive, esses dias ela quis entrar no chuveiro comigo, mas não deixei, obviamente.
Já o Jamelão é o oposto. Ele tem uns quatro meses, e só obedece na base da porrada. O que quer dizer que tenho que bater nele o tempo todo. Não adianta ligar para a Sociedade Protetora dos Animais, pois nem eles suportariam o Jamelão sem dar umas chineladas nele. Ele late o tempo inteiro, pula em cima dos outros, cava buracos pelo pátio inteiro, mija e caga pela calçada e não me obedece absolutamente em nada. Um rebelde. Apenas corre, quando pego o chinelo ou um balde de água. Chega na sua casinha, espia, e dali a pouco volta, todo desconfiado. Apesar disso, esses dias ele me fez dar muita risada.
Estava sentado na cadeira de balanço lendo o Solo, do Juremir, quando ele começou a rosnar. Voltei meu olhar para o portão que separa os dois pátios, e o animal tentava pegar o próprio rabo, correndo em círculos. Quando pegava aquele pedaço de couro comprido e peludo, puxava o pobre rosnando. Até que cansava. De tanto correr atrás do rabo, acabou pegando a própria pata traseira e começou a puxá-la. O engraçado é que ele mesmo tentava soltar a pata da sua própria boca. Ficou nessa, até que puxou com tanta força, que ele mesmo se desequilibrou e caiu com o queixo no chão. Comecei a gargalhar e ele ficou me olhando, como se perguntasse: “que bicho era aquele?”.
Já a Pretinha é a mais obediente. Quando grito, ela vai para a sua casinha e não sai de lá por um bom tempo. Porém, esses dias ela me enganou. Estava saindo, abri o portão, e vi que ela me observava de lado, louca para fugir para a rua. Quando dei as costas, ela passou como um raio e saiu rua afora. Desgraçada, fiadumacadela! Não tinha tempo a perder, e saí atrás da desgranida. Quando a peguei, a coitada nem piscava porque achava que iria apanhar. No entanto, a larguei dentro do pátio e deixei que se fosse com o rabo entre as pernas.
É amigo, assim como a vida de cachorro não é fácil, a vida com os cachorros também não. Estou começando a achar melhor trocar os cachorros por passarinhos. Ou por uma tatuagem mesmo...
PS: Acabei de ouvir um barulho na cozinha, fui ver o que era, e a Pipoca tinha virado o lixo para tirar um pedaço de pão mofado. Esses cuscos ainda vão me deixar louco!