.

domingo, 30 de janeiro de 2011

A dois passos do paraíso


Toda a vez em que ouço Você e a noite escura, do Lobão, penso no Nordeste, e em especial, na Paraíba. Para mim, o Nordeste do Brasil é o paraíso. Ou será, em breve. Segue a letra da música do Lobão, que não é o "estou a dois passos do paraíso", mesmo que, realmente estou muito mais perto do paraíso do que sempre sonhei!



Às vezes eu me sinto um fantasma
Arrancando flores no jardim
À meia- noite
Penso em você e sigo despedaçando
Pétalas ao vento
Na tempestade
Pétalas vermelhas
Tô com saudade
De você, de você
E as ondas vêm me cobrir na noite escura


E as ondas vêm me cobrir na noite escura
Às vezes eu não sei se é a noite
Ou se é a vontade de te ter agora
Agora
Eu penso em você e sinto a tempestade
Desabar por dentro e por fora
Eu penso em você e sinto toda a vontade do mundo
De te ter agora, agora
Você
Agora

Salve, salve São Luis! Salve, salve Jampa da Paraíba! Salve, salve Esplanada! Salve, salve o Nordeste!

sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

San Luigi!

São Luis do Maranhão
Esporte Clube São Luiz
San Luigi
Capital brasileira da cultura
Glorioso do Rio Grande
Hóspede do Vaticano
Lençóis Maranhenses
Praias lindas
Prédios históricos
E gols em vermelho
Cum tedesco!
Praia Ponta d’Areia
Praia de São Marcos
Olho d’Água
Praia do Meio
Ilha do amor
Cum tedesco!
L'importante è ciò che importa!
Allemande de sperme
C 'est sur la bonne voie!

quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Gre-Nal

Gre-Nal de time banguzinho é para brochar qualquer torcedor. Enquanto sonho com um Gre-Nal na Libertadores, que seria o maior de todos os grenais, tenho que aturar um Gre-Nal bagaceira como o que será disputado em Rivera, no Uruguai, no próximo domingo pelo Gauchão. É muito desestimulante. Até parece que um ta com medo do outro e o outro ta com medo do um. Ninguém quer arriscar perder um Gre-Nal em início de temporada com o time principal. Isso abalaria a moral do perdedor. Seria catastrófico. O problema é que esses medos e precauções prejudicam a nós, pobres torcedores, que queremos ver sangue! Entretanto, para animar o ânimo de gremistas e colorados, coloco aqui a foto de um Gre-Nal mais empolgante: qual das duas modelos da foto é mais bonita (para as mulheres) ou gostosa (para os homens e lésbicas)? Você, leitorinho imaginário, é quem decide.

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Um poema que poderia ser de minha autoria

Como estou sem muito tempo para escrever, posto aqui um poema do velho Buk que eu gostaria de ter escrito e que, se eu tivesse tido essa idéia antes, poderia ser de minha autoria. Segue:


Conversa às Três e Meia da Madrugada

às três e meia da madrugada
a porta se abre
e há passos na entrada
que trazem um corpo,
e uma batida
e você repousa a cerveja
e vai ver quem é.

com os diabos, ela diz,
você não dorme nunca?

e ela entra
com o cabelo nos rolinhos
e num robe de seda
estampado de coelho e passarinho

e ela trouxe a sua própria garrafa
à qual você gloriosamente acrescenta
2 copos;
o marido, ela diz, está na Flórida
e a irmã manda dinheiro e vestidos para ela,
e ela tem estado procurando emprego
nos últimos 32 dias.

você diz a ela
que é um cambista de jóquei e
um compositor de jazz e canções românticas,
e depois de uns dois copos
ela não se preocupa com cobrir
as pernas
com a beira do robe
que está sempre caindo.

não são pernas nada feias,
na verdade são pernas ótimas,
e logo você está beijando uma
cabeça cheia de rolinhos,

e os coelhos estão começando a
piscar, e a Flórida é longe, e ela diz
que não somos realmente estranhos
porque ela tem me visto na entrada.

e finalmente
há muito pouca coisa
para dizer.


Poem for my 43rd birthday

To end up alone
in a tomb of a room
without cigarettes
or wine —
just a lightbulb
and a potbelly,
gray-haired,
and glad to have
the room.

... in the morning
they’re out there
making money:
judges, carpenters,
plumbers, doctors,
newsboys, policemen,
barbers, carwashers,
dentists, florists,
waitresses, cooks,
cabdrivers...

and you turn over
to your left side
to get the sun
on your back
and out
of your eyes.



Poema nos meus 43 anos

Terminar sozinho
no túmulo de um quarto
sem cigarros
nem bebida —
careca como uma lâmpada,
barrigudo,
grisalho,
e feliz por ter
um quarto.

... de manhã
eles estão lá fora
ganhando dinheiro:
juízes, carpinteiros,
encanadores, médicos,
jornaleiros, guardas,
barbeiros, lavadores de carro,
dentistas, floristas,
garçonetes, cozinheiros,
motoristas de táxi...

e você se vira
para o lado esquerdo
pra pegar o sol
nas costas
e não
direto nos olhos.

sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

Eu, a patroa e as crianças

Depois de me sentir o Cris, do “Todo mundo odeia o Cris”, estou começando a me sentir o Michael Kyle, do “Eu, a patroa e as crianças”. Pois é. Assim como ele, também tento aplicar meus métodos psicológicos na patroa e nas crianças, mas nem sempre funcionam. Por exemplo, dia desses eu estava podre de cansado e com sono, e a Larissa não parava de espernear na cama, provavelmente querendo colo. Eu conversei com ela um monte, aqueles papos-cabeça, manjam, do tipo “quem é o nenezinho do papai? É a Lalissa? Cadê meu nenezinho?” e ela respondendo “anguuuuuu”, enfim, ela ficou sem sono e querendo mais folia e eu louco para tirar uma soneca. Fechei os olhos, fingindo que estava dormindo. Vez em quando, dava uma espiadinha e ela estava lá, com os olhos super arregalados, me olhando, querendo mais conversa. Enfim, não funcionou minha tática e acabei pegando-a no colo e andando com ela pelo apartamento enquanto ela observava tudo e comentava: angu.
Outra forma de tentar enganá-la mal sucedida é quando ela quer que eu caminhe carregando-a no colo. Sabe cumé, os nenês de dois meses têm a mania de acharem que são os donos do mundo: ou você faz o que eles querem, ou eles estouram os seus tímpanos. Pois é. Vez em quando ela quer que eu a pegue no colo, mas tem que ser caminhando. Enquanto ando, ela fica ali, quietinha, olhando, mexendo as mãozinhas e os bracinhos, falando “anguuuuu”. Mas, quando sento, ela franze a testa, olha-me com ar de estranheza, abre bem aquela boquinha miúda, fica vermelhinha e buáááááááááááááá!!!!!!! E eu, como um mero papai-servo, levanto-me rapidamente, dizendo “nananana, papai ta aqui”, e, assim, ela se acalma, para de chorar, e logo está falando “angu” e dando risada.
Sabendo disso, bolei um plano. Sentei com ela no colo e fiquei me balançando, tentando imitar o movimento de quando se está andando. Também não funcionou a enganação e logo ela botou a goela no mundo. Muito esperta essa criança. E impaciente também.
Já a patroa me contou esses dias que, quando chego com gosto de Halls, ela sabe que eu bebi. Tu vês. E a Laura, minha enteada, não toma suco de fruta natural. Apenas artificial. Já tentei enganá-la várias vezes, dizendo que o natural é artificial, mas ela nunca caiu nessa. Mas enfim, assim como o Michael Kyle está sempre tentando mudar a patroa e as crianças com as suas táticas psicológicas, eu também não vou desistir tão fácil. Um dia, ainda vou ser autoridade lá em casa!

Os pequenos grandes

Assim como o Inter se agiganta diante dos grandes, como, por exemplo, São Paulo e Barcelona, os pequenos estão começando a se agigantar, cada vez mais, contra o Inter. Explico-me. Depois de perder para o Mazembe uma vaga na final do Mundial Interclubes e para o Cruzeiro de Porto Alegre na estreia do Gauchão, chegou a vez do Inter ter a maior de suas derrotas nos últimos tempos fora dos campos: a perda do craque Giuliano para o inexpressivo Dnipro do humorístico futebol ucraniamo.
No ano passado, durante toda a Libertadores, escrevi colunas e mais colunas aqui, nas páginas do JM, exaltando e enaltecendo o jovem Giuliano. Trata-se, sem dúvidas, de um craque. Mesmo sem dar o título do Mundial ao Inter, ainda segui considerando Giuliano como um jogador completamente diferenciado. Sem dúvidas, ele tem lugar no time do Inter. Quem sairia para a entrada dele no time titular? Não sei, isso seria problema do cafetão do Roth. Seria, mas não será, simplesmente pela incompetência da comissão técnica e da diretoria colorada. Chamo de incompetência porque um jogador como Giuliano, se ficasse um pouco mais, poderia render pelo menos três vezes mais do que rendeu aos cofres colorados. E, novamente, o Inter sai perdendo por conta do cabeça-dura de seu treinador.
Em entrevista concedida, após o anúncio de sua transferência para a Ucrânia, o principal destaque não foi o valor pago pelo Dnipro (R$22m5 milhões), mas sim, a declaração do atleta: “O que pesou realmente é o fato de querer jogar e poder ajudar mais”. Ou seja, o jogador, para variar, não estava satisfeito com o Roth. Agora fica a pergunta: será que algum craque, algum dia, se deu bem com o treinador colorado? Comecemos com a primeira de suas desavenças mais famosas: Ronaldinho Gaúcho. Em 1998, ele foi reserva do Itaqui! Pois é. Aí, o astuto leitor pode argumentar: “mas o Ronaldinho é um mau caráter”. Pois bem, esse argumento é 100% válido. Mas e o D’Alessandro? E o Giuliano? O que eles fizeram para o Roth? Por acaso eles saíram e degustaram o corpo de suas filhas? Ou eles lhe deram algum golpe, sem que ninguém ficasse sabendo? E o pobre do Douglas Costa, que foi humilhado pelo treinador diante de sua torcida e da imprensa? Será que todos esses jogadores estão errados e só o Celso Roth está certo? Será que ele realmente é um gênio do futebol mal compreendido e mal amado pelos torcedores? Será que o mundo inteiro está equivocado e só o Roth sabe das coisas futebolisticamente???? Será que só a diretoria do Inter enxerga em Roth as virtudes de um treinador capaz de montar um time minimamente qualificado?????
Pois é, amigos colorados. Com Celso Roth no comando, mesmo que o Grêmio vá mal, vislumbro um ano de frustrações e sofrimentos para vocês. Os colorados mais otimistas até podem argumentar que o Roth ganhou a Libertadores no ano passado, entretanto, para mim, isso é papo furado, pois ele pegou um time montado, super-qualificado, com vários craques comendo a bola, como o próprio Giuliano e o D’Alessandro.
Enfim, após jogos desastrosos da dupla Gre-Nal nesse início de Gauchão a competição para esse ano, a que tudo indica, será a de qual dos dois fará o menor fiasco.
Um bom final de semana a todos.

* Texto publicado no Jornal das Missões desse sábado.

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

Adeus, mini-fazenda

Como já referi no post anterior, voltei a trabalhar, no sentido capitalista do termo (serviço em troca de capital-monetário). E, como já é público e notório, sou um pai de família (não no sentido moralista-conservador do termo, mas sim, no de que eu quero dar toda a minha atenção do mundo para a Larissa, que está cada vez mais bolinha, fofinha e lindinha!). Além disso, sou um viciado em livros e gosto de ver bons filmes. Fora toda essa história, ainda tenho gana em escrever aqui, nesse humilde espaço. Mas o quê isso tudo quer dizer? Ora, simples: que não tenho mais tempo para cuidar dos meus deveres fazendísticos orkutianos. Ou seja: estou abandonando, ao menos temporariamente, a minha mini-fazenda do Orkut.
Essa notícia até pode parecer triste, caro leitor, entretanto, é por um bom motivo. Aliás, um não, por vários bons motivos. Confesso que até vou sentir saudades de plantar abóbora-moranga, colher o leite das vacas, os ovos das galinhas, tirar lã das ovelhas, fertilizar as fazendas dos vizinhos, etecétera e tal, mas tornou-se impossível assumir tais compromissos.
Bom, até queria escrever mais, mas o cansaço bateu, e vou ficando por aqui. Um dia espero voltar a ativa com o meu bonequinho da mini-fazenda que ficou lá, abandonado, vestido todo de branco com um chapéu-bolo em cima da cabeça... Hasta!

sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

Nosso lar - Livro

Acabei de apresentar minha dissertação de mestrado, aqui na PUCRS, e deixei de estar apavorado para ficar aprovado. O que quer dizer que, a partir de agora, sou mestre. Eu e o Jonas. A diferença é que ele ganha milhares e eu não ganho nada. Por outro lado, ele não sabe o que eu sei... Enfim, enquanto uns tem uma coisa, outros tem outra coisa, é a vida. E por falar em vida, não resisti em ficar concentrado apenas na dissertação, e comecei a ler o Nosso Lar, do espírito André Luiz, transcrito pelo médium falecido Francisco Xavier. A mãe tinha esse livro e, como estou curioso para ver o filme, tomei-o emprestado. Estou na metade das 260 páginas da obra.
Enquanto lê o livro você fica completamente convencido de que tudo aquilo é verdade. Aliás, é bom, porque você se sente como se passasse a conhecer um pouco sobre o além. As revelações são coerentes e, às vezes, surpreendentes. Por exemplo: conforme o livro, ainda se tem a idéia de trabalho/pagamento no além. Quer dizer, a pessoa tem que trabalhar X horas para ganhar tanto, e, a partir daí, fazer suas aquisições, como casa, etc. Achei estranho, mas os detalhes realmente são impressionantes e convincentes. Entretanto, como o próprio espírito explica, o Nosso Lar é nome de uma das várias comunidades de espíritos e cada comunidade tem um formato, cultura, estrutura etc, bem como, na Terra, há uma variedade de cidades, culturas, povos etc. Como assisti ao filme sobre a vida do Chico Xavier, e tive uma experiência de quase-morte no início do ano, passei a procurar um pouco mais sobre o assunto e, confesso, para quem tem muitas dúvidas sobre o tema “morte”, tal livro e tal visão de vida pode ser reconfortante, pois você fica com a impressão de que não estamos fazendo tudo o que fazemos aqui em vão.
Aliás, lendo o Nosso Lar, lembrei de um amigo e ex-colega de Jornal da Manhã, o falecido Ismar Kumer, que também foi vereador em Ijuí. Lembro-me que, certa vez, fazendo o lanche do início da noite, no jornal, conversamos um pouco sobre espiritismo. Ismar era espírita e explicou que o espiritismo, na verdade, é um estudo, uma busca pelo auto-conhecimento, pela elevação espiritual, etc, tendo fé e crendo em Deus. Como fiz a crisma nesse ano, o tempo inteiro faço as minhas interpretações do espiritismo fazendo relações com o cristianismo, e, de fato, você passa a encontrar alguns indícios para possíveis respostas... Enfim, lendo a obra também lembrei do Ismar dizendo que as pessoas se tornam espíritas por opção, e não por imposição. “Você nunca vai ver um espírita distribuindo panfletos e querendo persuadir as pessoas a aderirem a sua religião na rua, como acontece com algumas igrejas”, disse-me. De fato, acho que o espiritismo é um estado de espírito.
Enfim, escrevendo todas essas linhas aqui, na biblioteca da PUC, sinto que, apesar de mestre, pouco sei e que vou sentir muita falta dessa porrada de livros que ficam aqui a disposição dos alunos. Digamos que, nesses dois anos de mestrado, essa biblioteca foi minha segunda casa, meu segundo lar. Foi o lugar em que busquei refugo e a fuga da ignorância. Foi meu consultório médico, minha clínica psiquiátrica, meu ambulatório cerebral, minha farmácia, enfim, foi onde busquei respostas para todos os tipos de perguntas. E é daqui que escrevo essas linhas, já pensando no meu recomeço de vida, de volta ao Jornal da Manhã e a Rádio JM de Ijuí, onde recomeçarei a trabalhar na próxima segunda-feira.
Sinceramente, espero que seja mais uma fase de crescimento e de inspiração, longe dos maus fluídos e das energias negativas vindos de meus sogros, afinal: ano novo, vida nova! E encerro aqui, desejando um bom ano a todos! Hasta!

Personificação da ignorância

Para que xingar os ignorantes, se eles são a personificação da própria ignorância?

segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

Ronaldinho X-9

Ronaldinho Gaúcho vai jogar no Flamengo em 2011. Caso ele fosse carioca e morasse no morro, teria o tratamento de um X-9. E como tratam os X-9 nos morros cariocas? Simples: levam-no ao pico do morro, torturam durante horas ou dias, sem poupar genitais e outras partes delicadas do corpo (que, inclusive, ganham atenção especial), fazem sangrar mais do que boi em matadouro, e depois que o X-9 já implorou e pediu cinco milhões de vezes perdão pela traição, eles o perdoam, despejando uma rajada de metralhadora na cabeça para depois desossá-lo e jogar seus pedaços no mar ou dá-los de comer aos cães. Entretanto, alguns leitores devem se perguntar: e quem é X-9?
X-9 são os traidores, os que se esquecem do lugar de onde vieram e entregam seus amigos e colegas para os inimigos (que no morro, muitas vezes é a própria polícia). São aqueles que se infiltram em determinados grupos, se fazem de amigos, e depois de conquistada a confiança do grupo vão lá, entregar tudo o que foi dito para os rivais. Você certamente deve conhecer algum X-9 em escala menor. Eu, particularmente, conheço um. Aliás, um não. Uma. É uma maldita delatadora que certa vez... Enfim, deixa pra lá, isso não vem ao caso...
O fato é que Ronaldinho mais uma vez bancou o papel de X-9. Como já tinha destacado nesse mesmo espaço dias atrás, ao correr atrás do ex-ídolo, o Grêmio corria o risco de bancar o Totó do futebol, e, de fato, foi o que aconteceu: sofreu nova traição. Na verdade, acho que essa traição foi muito pior que a primeira. Naquele longínquo 2001, Ronaldinho tinha a desculpa de ser um moleque que não sabia o que fazia e que não poderia desperdiçar a oportunidade de ir para o milionário futebol europeu. Mas dessa vez não é o caso. Ronaldinho está com a vida feita. É estrela do futebol mundial, é dono de um dos principais puteiros de Porto Alegre, é dono de um time de futebol (o Porto Alegre, que está na Série A do Gauchão), é empresário de grupo de pagode e por ai vai. Ia ganhar no Grêmio, se não me engano, algo como R$1,3 milhões por mês. Portanto, dinheiro não é desculpa. Ronaldinho foi para o Flamengo porque é um X-9. É um traíra. Chamá-lo de mercenário é o mais doce dos elogios.
Ficou agora a questão de como o Grêmio vai reagir diante dessa perda dentro de campo. Será que, de fato, a torcida vai apoiar ainda mais o time, como estão prometendo os gremistas? Ou será que, caso venham resultados frustrantes pela frente, não vai ficar aquela sensação de: “bah, se o Ronaldinho tivesse vindo a coisa seria diferente...”. E o que dizer, então, se o Ronaldinho comer a bola no Flamengo? São possibilidades que estão muito próximas do real.
Pelo jeito, nesse ano os gremistas vão ficar mais preocupados em secar ao Flamengo do que ao Inter. Não duvido que não tenha gremista torcendo pelo time do Beira-Rio em algum confronto qualquer entre colorados e rubro-negros (pelo Brasileirão, já que o Flamengo não está na Libertadores).
O Flamengo, agora, é a casa do X-9. E, como dizem os próprios cariocas do morro: lugar de X-9 é no pico! E o pico do Ronaldinho será o Olímpico, mais cedo ou mais tarde.
Boa semana a todos.

*Texto publicado no Jornal das Missões desta terça-feira.

sábado, 8 de janeiro de 2011

Abusado

Dando seqüência ao projeto para elevar a média de leitura do preguiçoso leitorinho brasileiro, terminei de ler o Abusado, do Caco Barcellos. Como já havia me referido aqui, para descrever a qualidade dessa obra de não-ficção teria que transcrevê-la inteirinha, em suas 560 páginas da edição de 2010, o que causaria espanto no assustado leitorinho desse blog.
Tentar fazer algum resumo da obra também seria em vão. Dizer que se trata da biografia do traficante Marcinho VP, que é descrito com o codinome de Juliano VP, seria reducionismo puro. Chamar o livro de raio X do tráfico é passar uma imagem de tecnicismo a uma obra estritamente humanista. Na verdade, no livro, Caco consegue fazer o que os autores do New journalism, como Gay Talese, Turman Capote, Tom Wolfe, etc, fizeram: conta com riqueza de detalhes histórias inacreditáveis, no caso do Abusado, de traficantes e moradores, não só do morro Santa Marta, mas de diversas favelas do Rio de Janeiro. Lendo o livro você realmente se enxerga andando e subindo ruelas em Santa Marta, ao lado de homens que carregam fuzis, metralhadores, revólveres, granadas, etc, mas sabendo da história de vida de cada um desses homens (que na verdade, na maioria dos casos, são adolescentes, ou até mesmo crianças) e sabendo que eles não são monstros irracionais e sem sentimento, como muitos pensam.
Lendo o Abusado, lembrei do Carnaval de 2005 no Rio, quando fiquei hospedado na casa de um grande amigo meu, o Vinícius, que na época morava em Bonsucesso, na Zona Norte, muito próximo ao Morro do Adeus (citado no livro). Recordo-me que durante todo o carnaval, não passamos nenhuma noite em casa, pois íamos cada dia em um lugar diferente (no primeiro dia na Imperatriz Leopoldinense, na segunda na Lapa, na terceira no Terreirão do Samba, na quarta em Copacabana, etc). Porém, eu fiquei uma semana a mais depois do carnaval, e na primeira noite em que ficamos em casa, estava toda a família reunida vendo alguma novela da época, quando escuto: PÁ! PÁ! PÁ! – silêncio – RATATATATATATATATA! Olho para o lado, e o pai do carioca está tranquilamente vendo a novela, sem tirar o olho da TV. Alguém faz um comentário sobre alguma cena qualquer, todos dão risadas, menos eu, que fico tentando ver se tem algum furo em meu corpo. Nada. Comento com eles o fato.
- Que nada, gaúcho. O barulho parece que é perto, mas é longe.
- E alguma vez entrou alguma bala perdida aqui?
- Que eu lembre, não – responde o Vinícius, tranqüilizando-me. Entretanto, ele complementa – Mas isso não é nada gaúcho! Você tem que ver quando atiram granadas! O chão treme, gaúcho! Você não pode ir embora sem ver as granadas...
Pois é. Mas acabei voltando ao Sul sem ter essa honra de sentir o chão tremer com as granadas do Morro do Adeus.
Enfim, fica a dica de leitura aí, novamente, para o vagal leitorinho. Até porque, da minha parte, nessa semana vou focar mais na apresentação da minha dissertação de mestrado. Portanto, para não baixarmos a média de leitura brasuca, leia Abusado!
Hasta!

Zona no asfalto

Dia desses, ou melhor, noite dessas, vinha transitando pela Getúlio Vargas, tranquilamente, ouvindo “I gotta feeling”, assobiando no ritmo do “Black Eyed Peas”, tentando enxergar o que vinha pela frente na avenida mal iluminada, quando, de repente: BLUMPT! CAFPT! BLOPT! Er... depois de ter passado pelo objeto não identificado, pensei que saltaria da árvore mais próxima o Serginho Malandro, gritando: “Rarrá! Pegadinha do Malandro! Ye yé! Glu-glu piu-piu bilu-tetéia!”. Mas que nada, ninguém me deu explicações do que era aquilo. No outro dia, passando pelo mesmo local, sob o sol das três da tarde, vi que aquele objeto não identificado na noite anterior era nada mais nada menos do que um QUEBRA-MOLAS! Pois é, astuto leitor, e como eu, com um óculos super-potente, não enxerguei aquele maldito quebra-molas na escuridão da Getúlio?
Simples: além de estar com a pintura da faixa de segurança praticamente apagada, adivinhem onde a placa que sinaliza a existência do dito cujo está localizada? ATRÁS DE UMA ÁRVORE! Isso mesmo. Não estamos em Portugal, mas o ser que planejou a colocação daquela placa devia estar de trago quando teve a genial idéia de colocá-la atrás de uma árvore! Ou, então, ele é parente do Serginho Malandro, e ainda vai aparecer na frente do seu carro, gritando “Ye yé! Bilu-tetéia!”. Nessas horas eu concluo que a inteligência (ou a falta dela) no ser humano é capaz de realizar coisas inacreditáveis todos os dias...
Aliás, essa placa atrás da árvore não é exclusividade da bagunça de nosso trânsito. Nos últimos dias, o que mais tenho ouvido de meus leitores (que a cada dia percebo que são mais numerosos do que eu poderia imaginar) são reclamações sobre o trânsito santo-angelense. Entretanto, há uma via que ganha disparada de qualquer outra: a 15 de Novembro. A cada 10 reclamações que ouço, oito são referentes a Rua 15 de Novembro, que está cada vez pior. Para muitos, o trânsito que já era horrível, ficou pior ainda com a instalação de um super-mercado nessa rua, que ainda pega a lateral do Hospital Santo Ângelo, vários consultórios médicos e clinicas de saúde, funerárias, e dali segue para o Sesc, passando pela frente da RBS, até se acalmar um pouco nas proximidades do Concórdia (no período de férias, obviamente). As reclamações são muitas: carros transitando pela 15 de Novembro em alta velocidade (inclusive nos horários em que crianças vão para a escola), asfalto irregular, buracos, caminhões (mal) estacionados bagunçando todo o trânsito, outros caminhões que ocupam metade da rua (que já é estreita) tirando lasca dos carros que vem em sentido contrário, ônibus de outras cidades estacionados em qualquer lugar, dificultando a visibilidade dos motoristas que entram e saem das garagens das residências próximas, enfim, no meio de tal balburdia, a mal-amada Getúlio, quem diria, é que acabou se tornando uma possibilidade de desvio e fuga da zona da 15 de Novembro.
Como um mero jornalista-ouvidor de participativos leitores, a minha sugestão é que os responsáveis pelo trânsito do município, ou até mesmo do Legislativo, ouçam as queixas dos santo-angelenses e busquem alternativas, até porque do jeito que está não pode ficar.
Um bom fim de semana para todos e, de preferência, longe da 15 de Novembro e dos quebra-molas da Getúlio!

* Texto publicado em A Tribuna Regional de sexta-feira.

quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

Ó os alemão aê!

No início da semana, tive a honra de receber a visita de dois alemão gente boa na nossa humilde residência, no sertão do Rio Grande. Trata-se de meus primos, e também blogueiros, Marcos e Gérson. Na verdade, o Marcos é primo de primeiro grau e o Gérson é primo de segundo grau, mas aí se eu for explicar tudo, o confuso leitorinho não vai entender nada, portanto, é tudo primo-primo mesmo. E é tudo alemão. Mas alemão no sentido duduziano do termo, e não no sentido favelístico carioca, que chama todos os inimigos de “alemão”. Na versão duduziana, alemão é alemão. Ah, e no domingo de noite também recebi a visita do alemão Alexandre, meu primo, vocalista da banda Parada Obrigatória. O cara faz um puta picadinho de carne com farofa que vocês têm que vê...
Aliás, para evitar choradeiras de ciúmes, não foram apenas os alemão que estiveram aqui em casa. Estiveram por aqui também a tia Loli e o tio Gilberto (que na verdade são primos, mas chamo de tios... é outra longa história), a Heloísa e a Laura, que brincaram pácaramba, a minha madrinha Noemi, além, claro, da patroa Cristiane e da herdeira Larissa, de meu ermão, minha ermã e meus pais. Inclusive, a pequena Heloísa, ao ler tal texto, certamente vai comentar com alguém: “o certo é ‘os alemães’, e não ‘os alemão’! E é ‘irmão e irmã’ e não ‘ermão e ermã”. Enfim, são coisas da vida, que com o tempo ela vai entender.. Antes é melhor deixar assim mesmo.
Bom, estou escrevendo esse texto à uma hora da madrugada de quarta-feira, mas, como estamos sem internet, não sei quando conseguirei postá-lo. Fica aqui um abraço pra todo o povo, até porque, fazia tempo que não recebia uma visita de bondes como o dos alemão.
Por hoje é isso! Hasta luego!

PS: Os blogs dos alemão são:
http://gauchopescador.blogspot.com/?zx=38a2d1f57cbac3f8 (Marcos)
http://assimfalhouzaratustra.blogspot.com/ (Gérson)