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sexta-feira, 29 de agosto de 2008

Comentários dos comentários

Acabei de postar o texto do Amor Trigêmeo, mas queria também fazer alguns comentários acerca dos comentários da postagem onde contei a terrível história de Lara Nasi e sua quadrilha.
Bom, em primeiro lugar, a referida terrorista ainda não se manifestou sobre o assunto, mas possivelmente vai me truicidar na sua formatura, no dia 13. Enfim, é o que dá mexer com mafiosos.
Sobre o comentário do meu irmão Fábio e da minha irmã Cartolina, que alegaram que eu não morro quando como ovo, "apenas" vomito, quero lhes informar que eles estão muito mal informados, pois dependendo da quantidade de ovos ingeridos eu posso ter um piripaque pior que o do Chaves e não me mexer nunca mais, o que causaria a minha morte. Afinal, eles não iriam colocar apenas um ou dois ovos na minha comida, mas sim toneladas e mais toneladas de ovos!
Já o meu primo Gérson afirmou que eu quero acabar com as galinhas, mas na verdade o que eu mais gosto é de carne de galinha, galinhada, sanduíche de frango e tudo mais. Mas concordo que eu estou tentando jogar a mídia mundial contra o ovo. Na verdade, o meu sonho seria encontrar uma forma de transformar a galinha e todas as aves em mamíferos (Alô, alô cientistas britânicos de plantão!).
Já respondendo a pergunta do traste do Arion (Por quê a Lara me bate nessa história?), eu respondo: porque foi isso que aconteceu, conforme o relato que me foi passado de fonte muito segura. E não reclama senão ela te bate de novo.
Para o comentário da Mireli, pode entrar em contato comigo secretamente para planejarmos o contra-ataque contra os malditos terroristas da quadrilha de Lara Nasi. E sobre os comentários da Diléa e da Maraísa, só tenho a agradecer e reforçar mais uma vez: o Arion e a Lara não são aquilo que parecem. Eles são muito, mas muito perigosos e mentecaptos.
Era isso, abraço a todos e obrigado pela paciência!

Amor Trigêmeo


O texto a seguir foi o vencedor do Concurso Machado de Assis de Literatura, que trata-se de um concurso de contos (até duas laudas) realizado pela URI, Academia Santo-Angelense de Letras e Secretaria Municipal de Cultura.
Recebi o troféu e um prêmio especial que eu não vou dizer o que é só para deixar os leitorinhos tupiniquins curiosos (já que os tupiniquins são muito curiosos e eu gosto de deixá-los mais curiosos ainda) há umas duas semanas atrás, também não vou ficar calculando a essa hora da noite depois de um dia de trabalho e de ler um texto sobre Innes e MacLuhan em inglês, mesmo com muitas limitações na nobre língua. Mas enfim, as fotos são da solenidade e são do fotógrafo Fernando Gomes. Bom, a história que vocês lerão foi inspirada em uma história contada pela minha ex-colega, amiga e líder revolucionária, Lara Nasi. Claro que os nomes foram trocados e ela não é nenhuma das personagens envolvidas. E também mudei muito da história, que ficou completamente diferente da original, mas enfim, vamos ao texto:

Amor trigêmeo
Douglas estava numa encruzilhada. Não sabia o que fazer. Sequer sabia como tinha deixado aquela situação toda chegar a tal ponto. No início era tudo brincadeira. Começou namorando Joana, e se encantou pelo seu cabelo escuro, sua pele morena, seu sorriso fácil. Era sempre bem humorada, e desde que se conheceram no baile da formatura de seu primo, sentiu que ela era o amor de sua vida. E de fato a vida estava realmente bela, até que surgiu a Andréia e seus cabelos louros, sua pele branca, sua cara amarrada, mas tão linda quanto a de Jeniffer Lopes. E sem contar que na cama, era incomparável! Fazia realmente de tudo. Certa vez tinha se apaixonado por uma garota que não era muito favorecida pela natureza, mas que tinha o seu segredo. Todos lhe perguntavam “mas o que você viu nela?”, e ele respondia: “em 31 anos de vida já tive várias mulheres, mas nenhuma jamais fez o que ela faz”. Mas, como ele sabia que nem tudo na vida era sexo, acabou por terminar o relacionamento, menos pela feiura de sua ex-amada, e mais pela língua dela, que ele descobriu que só tinha uma utilidade...
E quando Douglas achou que tinha encontrado o amor de sua vida em Joana, acabou por conhecer Andréia em uma parada de ônibus. Viu aquele rosto lindo, aqueles olhos de brilhantina, que por arrogância ousavam não mirar-lhe os seus, e por fim, decidiu conquistá-la. Douglas era assim. Sabia conquistar as mulheres. Estava com 36 anos, mas sabia que qualquer mulher com mais de 25 estava ao seu domínio. Primeiro achava que estavam ao seu alcance, mas aos poucos descobriu que estavam mesmo é sob o seu domínio. E nessa tarde, na parada de ônibus da José do Patrocínio com a Loureiro da Silva, enquanto esperava o Caldrefião, viu Andréia. Perguntou-lhe as horas, e ela respondeu sem mirá-lo. Puxou assunto, elogiou os olhos, a roupa, a voz, e acabou pegando outro ônibus somente para acompanhá-la até o último momento. Pegou o seu número, e no outro dia marcou o primeiro, de muitos encontros. O resultado dessa brincadeira toda, é que ficou com duas namoradas. Conhecia a família de ambas, se dava bem com ambos os sogros e tinha implicância com as duas sogras. Curiosamente, as duas tinha apenas um irmão, mas o de Joana era mais novo (25 anos – ah, saudades dessa idade!) e o de Andréia mais velho (45 anos). Gostava dos dois. Enquanto o mais novo transmitia toda a juventude e vontade de conquistar o mundo com projetos mirabolantes, mas que nunca punha em prática, o mais velho passava-lhe conhecimento para optar pelo caminho mais curto para obter o sucesso no que quer que desejasse. E sabia que se quisesse obter sucesso com a Andréia, teria que largar Joana. Mas como? Ele simplesmente gostava das duas! Não imaginava ter uma, sem ter a outra. Não imaginava os cabelos louros de Andréia, sem os cabelos negros de Joana. Não imaginava o carinho e parceria de Joana, sem o ardor sexual de Andréia. Sabia que essa loucura não daria certo e que em dado momento teria que optar. Ou dedicaria todo o seu amor à meiguice de Joana, ou se entregaria de corpo e alma às orgias com Andréia. E que orgias! E que orgias!
O diabo era que sempre pensava nisso como algo para um futuro, no mínimo, distante. Levou a situação durante 8 meses. Mas sabe-se lá como, as duas resolveram exigir-lhe a presença física no mesmo horário e no mesmo dia, e ele, emocionado pela notícia que recebia, acabou confirmando os dois encontros. Foi tudo durante uma terça-feira. Primeiro foi Joana. Ligou informando que precisava vê-lo assim que saísse do escritório, que era algo simplesmente urgente e inadiável. Como ele já tinha marcado um encontro com Andréia, acabou dando uma desculpa esfarrapada, mas que foi cortada pela seguinte frase de Joana: “meu amor, eu estou grávida”. Tremendo, ele apenas balbuciou “e-e-está bem meu amor”. Pegou o telefone disposto a cancelar, não só o encontro, mas o relacionamento com Andréia. Mas essa, ao atender o telefone, disse em tom amoroso: “Meu bem! Que bom que ligou. Tenho uma coisa muito importante para lhe contar...”. Bom, o resto você já sabe. Douglas seria papai duplamente! E agora, diabos?! A qual dos encontros iria falhar! Eram 14h50. Só sairia do escritório às 18h. Passou a tarde sem conseguir pensar, enquanto seu chefe lhe pressionava e passava mais trabalho. Ele olhava para a foto de Joana, colocada do lado direito do seu computador, e dela mirava a foto de Andréia, no lado esquerdo: Ó vida! Ó inglória que lhe estava reservada! Ó desastre! E agora? Ele simplesmente não sabia o que fazer. Como explicar? Como terminar com alguma delas? Como dizer que quer ficar com as duas? Como?? Como?? Ele estava socando a mesa se questionando em voz alta, com ar de choro, quando seu chefe lhe interrompeu: “Eu te avisei desde o início. Agora pare de se lamentar e trabalhe antes que você fique sem mulher e sem emprego!”.
Quando faltavam 10 minutos para às 18h que ele percebeu: ambas marcaram o encontro para o restaurante o Mac Donalds do Praia de Belas. “Como não percebi isso antes?”, questionava-se. Sem pensar, saiu do escritório e seguiu rumo ao Praia de Belas. Lá chegando, porém, ele hesitou por um momento. Avistou uma ruiva, que estava parada na frente do prédio. Por um segundo ele esqueceu todos os seus problemas, se aproximou dela, contou até dez, e perguntou-lhe as horas...
Hoje, Douglas não sabe de onde tira tantas desculpas para dividir o seu tempo em três. Para três mulheres e três crianças.

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Outra hora eu coloco o outro texto que inscrevi no mesmo concurso, mas que não foi vencedor. Já na foto abaixo estou recebendo o troféu do secretário de cultura, Leoveral Gölzer. (É campeãããoooo!)

terça-feira, 26 de agosto de 2008

Os terroristas do Ovo Assassino


Vejam só como a vida é ingrata e irônica. Ou os trastes que aparecem ao longo dela são ingratos e irônicos. Descobri há pouco que dois de meus melhores amigos e ex-colegas da faculdade elaboraram um plano mirabolante e diabólico para tentar me matar! Mas vou começar a história pelo princípio (óbevêo).
Há alguns dias, semanas ou meses, não me lembro bem, recebi a feliz notícia de que seria convidado para duas formaturas da turma de Comunicação Social da Unijuí. Os convites foram enviados por dois dos meus últimos colegas que ainda não se formaram: a Lara e o Arion.
Para falar a verdade, não que eles me enviaram o convite. Primeiro eu pedi, depois eu xinguei, e por fim, ameacei de ir lá, tomar um porre e quebrar tudo caso não me convidassem. Meio contrariados, ambos me responderam: "tá, vai lá então". Eu, como um bom seguidor político da Lara (apesar dela ser uma tratante) fiquei indignado, revoltado, irado! "Que porra é essa? Quero um convite por escrito!". Pois não é que os ingratos me mandaram o convite por e-mail e, o Arion ainda mandou pelo Orkut! Um desrespeito para com a minha pessoa, depois de tantos tragos tomados, tantos copos quebrados e tantos fiascos feitos em parceria com eles. Eu briguei de novo, exigi meus direitos de cidadão, mas não teve jeito, estou convidado apenas internéticamente.
Mas, depois dessa história toda, também descobri que, como diria o Jardel, ambos os dois querem me matar. E comecei a desconfiar que ELES estão elaborando esse miraculoso plano diabólico desde agosto de 2006, quando saí da faculdade. Eis o relato feito a partir de uma conversa dos dois, que me foi repassada por fonte segura:
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Local: porão da casa do Arion. Ambos estão fumando. O Arion, como é muito vadio, está sentado na cadeira, enquanto a Lara caminha de um lado para o outro, com os olhos fitos no chão e um lenço vermelho no pescoço. De dedo em riste, ela exclama:
- Como vamos matá-lo?
O Arion olha para ela e responde com a voz trêmula, quase inaudível (a Lara braba intimida as pessoas, principalmente se você insistir em falar como é feita a carne moída):
- E-eu, er.. e-eu já-já-já-jááááááá (tendo tiques nervosos) já-já-já... er.. já disse que n-n-nã-n-nãooooo-ão-ão se-i-i-i-i-iiiiiiiiii.
A Lara dá um tapa na cara dele e berra!
- Cala-te! Não fale enquanto eu estou pensando!
- M-mas você quem perguntou?
- Pois não era para responder, companheiro Arion! Você tem que entender que a nossa quadrilha, digo, o nosso grupo revolucionário tem hierarquias! E eu estou acima de você nesse processo!
- E quem está abaixo de mim? - pergutna o Ariton, se recompondo da paulada.
- De você?... bem... de você...está o... está o... está o Fred (cachorro do Arion)
- Hmmm. Fred! Dê uma idéia de como podemos matar o Eduardo Ritter?
O cachorro nem se coça.
- Ele é um cachorro, o animal! - responde Lara, em tom ditatorial - E cachorros não falam - continua com ar professoral, ajeitando o lenço vermelho.
- Pois quem disse que não? - disse o Fred - E só uma correção: meu nome não é Fred. É Frederico!
Lara e Arion se olham espantados. Até que a Lara prossegue.
- Pois qual é a sua idéia, companheiro Frederico?
- Bem, se não me engano, certa vez ouvi vocês falarem que esse cara aí, o Eduardo, ou Dudu como chamam, tem um ponto fraco. Que ele teria alergia a alguma coisa...
Nesse momento, os olhos da Lara e do Arion brilham, até que eles exclamam ao mesmo tempo:
- A ovo!
- Claro, é isso! - diz o Arion - Eu tenho um plano! - nesse momento começa a cair um temporal lá fora, algum cientista britânico maluco descobre um remédio milagroso para a cura do HIV, o presidente Lula pela primeira vez em quase 8 anos de governo dá um discurso de meia hora sem cometer nenhum erro de portugês, o Inter vence um jogo fora de casa pelo Brasileirão e o Brasil ganha a sua 11ª medalha de ouro nos jogos de Pequim.
A Lara, palitando os dentes com um facão, diz:
- Pois desembucha, índio velho.
- Vamos ambos nós dois convidar o traste para nossas respectivas formaturas. E então? E então, ele vai lá, bem feliz da vida, achando que vai enxer o bucho, e colocamos ovo na comida dele!
- É. Uma boa idéia - contribui para o cólóquio o cão Frederico - mas se ele sempre come só arroz, salada, carne... como vocês vão colocar ovo nisso daí?
- É. O companheiro Frederico tem razão - completa Lara - Temos que pensar em algo melhor ainda!
- Eu sei! Tenho uma idéia brilhante! - retruca Arion, socando a palma da mão, e nesse momento o mundo para de girar e é o sol que passa a andar em torno da Terra - Fizemos ambos nós dois um coquetel, e falamos para ele que alguns doces e salgados não têm ovo. Porém, esses doces e salgados terão muito, muitos, muuuuuuuitos ovos! E assim assina-mo-lo-ô!
E para comemorar a idéia brilhante do Arion, a quadrilha de Lara Nasi passa a noite comendo omelete e tomando clara de ovo cru com cachaça batidos no liquificador!
- Um brinde a vitória! - é a última palavra ouvido pelo meu informante.
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E eis que, depois disso tudo, as minhas suspeitas se confirmaram. O traste do Arion me disse que ambas as festas não terão janta de jantar, mas sim coquetéis, ora pois! Tu vês. Pessoas que beberam da minha cerveja, que riram das minhas bobagens, que me xingaram de "dudu vagabundo" na minha formatura, que voltaram de carro de Santo Ângelo para Ijuí de carona com meus pais (pobre inocentes, mal sabiam que se tratavam de Judas do século XXI), que conheceram o Jimbo! Essas mesmas pessoas agora arquitetaram um plano friamente psicótico para me colocar terra abaixo! Mas eles não vão conseguir! Mal sabem eles que eu estou elborando o plano B! E com o plano B, eles não me pegam! Ah não! E além de não me matarem, ainda vou beber toda a cerveja da festa dos dois! Aguardem-me!

(ah, meu informante conseguiu uma foto do referido encontro da quadrilha de Lara Nasi. Na imagem, os dois larápios comemoram o plano genial do mentecapto Arion).

quinta-feira, 14 de agosto de 2008

Sonho doido!

Manjam o tal do Livro dos Sonhos? Não? Nem eu. Eu manjo só o livro O Significado dos Sonhos. É do meu pai, está aqui na minha frente enquanto o gerador de mim está brigando para que eu o devolva para que ele guarde na gaveta. Além disso, ele não para de perguntar: “quem é que está olhando TV?”. Pois ora, vejam vocês. Eu é que não sou. Mas enfim, estava olhando o tal do livro da editora Nova Cultural, e na contracapa diz o seguinte: “de A a Z, mais de 2000 sonhos decifrados. Não perca mais tempo tentando adivinhar o que ‘aquele’ sonho significa. Com O Significado dos Sonhos você saberá exatamente o que seu subconsciente queria dizer enquanto você dormia!”
Que cosa. Só que eu não achei nesse livro o que quer dizer o meu último sonho. Estava comentando ele com meu irmão, que apenas disse “isso é sonho de criança de 8 anos”. Pois é, sonhei com o Kiko, o professor Girafales e a Dona Florinda. Só que o Kiko, em alguns momentos era o meu irmão, e a Dona Florinda, certas horas era a minha mãe. A historinha era mais ou menos a seguinte:
O Kiko chegava a toda hora com uma bicicleta nova, e a Dona Florinda brigava com ele:
- Pare de comprar bicicletas novas!
E o professor Girafales só olhava. Até que a Dona Florinda disse com sua voz de taquara rachada: “vou viajar. Se comportem vocês dois”. Lógico que a Dona Florinda não briga com o professor Girafales na vida real, mas no meu sonho ela estava xarope até com ele. E se foi viajar a Dona Florinda. Provavelmente para a Flórida com vestido florido. Ta bom, eu sei que esse comentário foi estúpido, mas não consegui evitá-lo... acho que estou ouvindo muito o Cafezinho da Pop Rock. Mas na seqüência do meu sonho, depois que a Dona Florinda partiu, o professor Girafales passou a chegar a toda hora de moto. E o Kiko dizia: “não compre tantas motos, senão a mamãe vai brigar contigo”. E o mestre Lingüiça só retrucava: “fique quieto, menino, sua mãe está viajando e não vai ficar sabendo”. Tu vês. Depois eu acordei e pensei: “que sonho sem fundamento”. Pior que faz tempo que não assisto ao Chaves. Mais de mês!
Então resolvi consultar o livro dos sonhos do meu pai, mas não encontrei nada referente nem ao Kiko, nem a Dona Florinda, nem ao professor Girafales.
Ah, mas vejam vocês! Achei aqui o que significa sonhar com bicicleta: terá de tomar uma decisão. Tu vês. Mas eu tomo decisões o tempo todo! Tomar café ou Nescau? Peidar ou arrotar? Tomar suco ou refrigerante? Cachaça ou cerveja? Assistir ao DVD do Nenhum de Nós ou do U2? Ler Bukowski ou Jack Keroac? Mandar um mala tomar no cu ou a merda? Sentar ou deitar? Escrever ou ler? Colocar a camiseta azul ou a azul? Ouvir tango ou assistir as tragédias? Decisões! Yeah bybe, decisões! Já tomei várias hoje...
Agora, vamos procurar moto... moto... moto... achei! Na página 46: bom, tem mais de um significado. Andar em uma motocicleta, que era o que o professor Girafales estava fazendo, significa: amores agradáveis. Mas para mim ou para o professor Girafales? A outra, que é comprar uma motocicleta, que o teacher também fez, quer dizer: insegurança. Minha ou do mestre lingüiça? Tu vês pela terceira vez. Olha só, tem outras coisas estranhas nesse livro, tipo, multa. Quem é que vai sonhar que está levando uma multa? Tem até multar alguém. Porra, é o cúmulo, sonhar que está multando alguém... Bem que eu queria ter esse sonho. Xampu. Olhem só, usar champu: problemas que se resolvem. E tomar xampu? Não diz... que cosa. Deveriam prever tomar xampu... Tem até jabuticaba! Quem vai sonhar com uma jabuticaba??? Cada cosa que não inventam...

sábado, 9 de agosto de 2008

Faltam só 18!


Apesar do Zico e do Pelé, e outros chatos de plantão, quererem contestar a oficialidade dos meus números, no último peladão que joguei estava realmente inspirado e fui às redes cinco vezes. Vou até me dar ao trabalho de descrever cada um dos golaços. Como de costume, gastei todo o meu futebol nos primeiros 20 minutos de jogo, e no restante da uma hora e 15 que jogamos me dediquei mais a fazer faltas e torcer pelos meus colegas de dentro do campo sintético do Tapetão. Fiz os primeiros quatro gols do jogo. No primeiro, recebi uma bola no fundo, dominei ela e bati rápido, antes que chegasse a marcação. No segundo, arranquei em velocidade, deixei o marcador na saudade, e coloquei na saída do goleiro, ao melhor estilo Romário. No terceiro, alguém cobrou o escanteio e subi nas alturas de cabeça, lembrando os bons tempos de Jardel, e dei um testaço de cabeça, em direção ao chão, e a bola estufou as redes do goleiro... quem era mesmo o goleiro? Acho que era o Jorge... Sim, era o Jorge. Pobre Jorge. Nada pôde fazer. No quarto ganhei a dividida no meio e bati de bico mesmo, a bola foi zuuuuuuuuuummmmmmmmmm e entrou no cantinho de novo. No quinto... putz, como foi mesmo o quinto? Ah sim... Lembrei. Tem um carinha, que não lembro o nome, que é magrinho, baixinho e muito rápido. Ele corre muito. Pois é, o ligeirinho foi indo para o fundo, e como diria o Paulo Nunes, ele foi indo, indo, indo, até que iu e cruzou para o meio da área, e eu só tive o trabalho de encostar para o fundo das redes do.... enfim, do adversário. Cinco gols em um jogo, e agora somo 982 gols na minha carreira futebolística. Daqui a pouco vou jogar novamente, e espero marcar mais uns três ou quatro. Ontem, quando ia saindo do jornal, um cara da radia me abordou:
- E aí, Eduardo, qual a expectativa para o jogo de amanhã?
- A expectativa é boa, e esperamos sair com a vitória.
- Contagem regressiva para o gol mil?
- É isso aí. A expectativa é boa para que o gol mil saia o quanto antes.
- E o adversário?
- Ah, a expectativa é boa, respeitamos o adversários mas sabemos que temos condições.
- Você está 100%, nenhuma lesão, nenhum trago, nada que possa atrapalhar?
- Sim, claro, a expectativa é sempre boa e esperamos que nada a atrapalhe.
Para confirmar todas as expectativas dos milhares de torcedores do... do... enfim, do meu time, lá vou eu, rumo às redes.

segunda-feira, 4 de agosto de 2008

Cachorros tristes



Existem cachorros
De rua
Que me visitam
De vez
em quando
Eles ficam me olhando
com a cabeça
torta
e olhar de burrinho

Eu lhes digo:
Vão embora
Seus cachorros tristes
Deixem-me viver
Na minha alegria
Não quero saber
dos seus
Problemas
E nem quem eram
Os seus
Antigos donos

Vão ser felizes
Pobres animais
E então
Como eles não vão
Eu lhes ofereço
Uma dose
De cachaça

E os caninos
Passam a uivar
Na madrugada
De felicidade
De alegria
De amor
De paixão

Tudo isso até
Passar pela sua frente
Mais uma
Cadela
No
Cio

domingo, 3 de agosto de 2008

Não tem problema

Minha cabeça ainda dói
De ressaca
Dos porres homéricos
Que já tomei
Em minha perra
vida

Ela ainda está chacoalhando
Da mesma forma
Que foi chacoalhada
Depois que eu engoli
Meio copo
de tequila
E depois veio
O sal
e o limão

Acabou a cerveja
Não tem problema
Fizemos caipirinha
E jogamos
Poker

Jogamos poker e bebemos
E está no fim a caipira
Não tem problema
Colocamos tequila na caipira
E mais um limão
Já que o Velho
Barreiro acabou
E eu joguei
A garrafa vazia
No lixo

sexta-feira, 1 de agosto de 2008

O dia em que a Folha me procurou...


Cara, esses dias recebi uma ligação que pensei que iria mudar a minha vida. Estava eu, lendo o “Amor é um cão dos diabos”, do Charles Bukowski, quando de repente tocou o telefone: Triiiiiiiiiiiimmmmmmmmmmmmmmmmmm! Trimmmmmmmmmmmmmm! Depois de gritar umas cinco vezes: “alguém atende aí, pô!” e ver que realmente ninguém iria mexer o traseiro para atender o maldito telefone, eu me dirigi em direção ao aparelho resmungando um putaquepariusóoquemefaltavamesmo... e atendi a porra do telefone. Como estava de mau humor, resolvi tirar onda mesmo:
- Alouuuuuuuuuuuuuuuuuu.
- Alô. Boa noite. O senhor (com sotaque carioca) Eduardo (também com sotaque carioca, o que quer dizer H no lugar do R) se encontra?
- Quem quer falar com ele? – perguntei já impaciente.
- É da Folha de São Paulo.
Beiiiiiiiiiiiiii. Descobriram-me! Finalmente! Eu sabia que um dia isso iria acontecer! Alguém deve ter lido o meu blog lá na redação da Folha, e deve ter dito: “ei, dêem uma olhada nisso aqui”. Até vejo a cara de um daqueles jornalistas gordos, de óculos, careca e com olheiras, diante da tela do computador do seu colega, jovem repórter recém formado pela ECA. O velho lobo deixa o charuto cair para o canto da boca, coloca os óculos na ponta do nariz e exclama:
- Caracoles! Contratem esse cara imediatamente!
E então, aquela hora da noite o telefone da minha casa havia tocado, porque eles deram um jeito de descobri-lo com seus super-poderes de imprensa do centro do país (podem crer que eles pensam que têm mesmo) e ali estava aquela graciosa secretária com voz de arroz doce falando comigo ao telefone.
- Hmmmmm. Er... Eu sou o Eduardo.
- Boa noite senhor Eduardo. Aqui é a Marli da Folha de São Paulo, a gente pegou o seu contato no nosso cadastro de jornalistas, e queremos lhe passar as nossas promoções de assinaturas, e blá blá blá blá blá blááááááááá!!!!!!!!!
E eu fique ali, em pé, murmurando: aham, aham, arraaaam! Até que ela fez a pergunta crucial:
- Mas qual o motivo de o Sr. não querer a nossa assinatura, senhor Eduardo?
- Porque eu não tenho dinheiro.
- Mas por isso a gente pode parcelar em...
- E eu leio a Folha de graça na PUC – interrompi.
- Ah, então está bem senhor Eduardo.
Não resisti e tive que falar:
- Quando atendi, achei que era para me contratarem.
Pela primeira vez na vida ouvi aquela voz de robô das vendedoras dando risada.
- Quem sabe um dia, senhor Eduardo. Tenha uma boa noite.
- Obrigado, my bybe, pra você também.