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domingo, 27 de setembro de 2009

Justo julgamento

Senhora sexagenária morre e é julgada pelos deuses pelas faltas cometidas em vida. Está tudo empatado e uma falta vai decidir o futuro da senhora: infidelidade.
Promotor – É verdade que a Senhora foi infiel ao seu marido, o Sr. Feliciano de Almeida Neto?
Senhora – Olha, senhor. Estou aqui nos céus, sei que não adianta mentir, que vocês já sabem de tudo, portanto, admito a falta, senhor.
Promotor – Não me chame de senhor, senhora.
Senhora – Está bem, senhor.
Promotor – Senhora...
Senhora – Ok, ok...
Promotor – Diga, senhora... Quantas vezes a senhora traiu o seu marido?
Senhora – Não faço idéia.
Promotor – Estão vendo? Trata-se de uma nefasta. Uma inescrupulosa. Uma... uma... pirigueti!
Senhora – Exijo respeito!
Murmúrios entre o público.
Juiz – Ordem! Ordem no tribunal!
Criança no meio do público – Baixa as calça do general!
Risos.
Juiz – Retirem essa criança! Já!
Estagiário do promotor pega o moleque pelas orelhas e sai com ele pela porta lateral do júri.
Promotor – Veja bem, vossa excelência, que essa senhora está assumindo a culpa. O que mais temos para discutir?
Advogado – Protesto.
Senhora – Cala a boca.
Advogado senta-se e baixa a cabeça.
Senhora – Eu traí o meu marido porque ele era um traste!
Murmúrios. Estagiário do promotor entra novamente no júri e senta-se em seu lugar.
Senhora – Ele está lá, vivo! Cada dia fica com uma. E eu sempre soube disso. Por isso o traí. Primeiro, quando descobri que ele tinha tara por mulatas, tratei de pagar na mesma moeda. O pintor da nossa casa, que era chamado pelos colegas de trabalho de Negão, estava sempre lá, de manga regata, mostrando seus músculos definidos. Percebi que ele me olhava diferente, como poucos homens me olhavam. A maioria não olhava por medo do meu marido mesmo. Mas ele não. Até que um dia, depois que ele acabou o serviço, sabendo que meu marido devia estar com outra, chamei-o para a sala. Não precisei falar nada. Ele fazia tudo o que estavamos querendo, como se tivéssemos combinado. Acabei me apaixonando pelo Negão, mas sabia que ele não tinha onde cair morto. E eu, sem o Feliciano, também não. Portanto, mantive o caso com ele por algum tempo. Era só sexo, não conversávamos sobre nada. Ele chegava, abria o zíper da calça, erguia a minha saia, e em 15 minutos estávamos conversados.
Promotor – Chega! Não precisamos ouvir mais nada. Essa mulher é uma devassa!
Chutes na porta. Voz de criança – Eu quero entrar! Mããããeeee! Eu quero entrar!
Auxiliar do promotor se levanta e vai até a porta. Ao abri-la, criança tenta entrar correndo, mas ele a segura e a arrasta para fora novamente.
Juiz, olhando para a senhora:
– Pode prosseguir.
Senhora – E assim se sucedeu. Para cada amante dele, um amante meu. Simples.
Promotor – Vossa excelência, há séculos é dito nessa casa que um erro não justifica o outro. Portanto, acredito que não tenho mais nada a acrescentar.
Juiz olha para a senhora e pergunta:
- Algo a acrescentar, senhora?
Senhora - Tem algo para fazer depois dessa merda?
Juiz - Não.
Senhora - Hmmmm. Podemos dar uma volta ali no parque dos milagres anônimos...
Promotor – Protesto! Protesto!
Juiz – Cale-se!
Auxiliar do promotor volta para o júri com o terno sujo de sangue.
Juiz – Levem o promotor por.. por.. desacato a autoridade!
Guardas levam o promotor. O auxiliar tenta impedir, mas é preso também. Todos saem e baixa a cortina, que acaba virando lençol do juiz e da senhora sexagenária na madrugada da eternidade...
Fim.

sexta-feira, 25 de setembro de 2009

Exército de Sonhos - Comicidade, criatividade e emoção

Às vezes, algumas coisas inesperadas aparassem no meio do nosso caminho e mudam as nossas vidas. Como estou no intervalo entre uma palestra e outra do seminário de Comunciação e a Semana de Letras da PUCRS, terei que ser breve.
Ontem tive seminário de manhã, atividade da Semana de Letras de tarde, uma corrida até em casa para engolir alguma comida (acho que foi pão com salsicha e uma xícara de café) e volta (correndo) para a PUCRS para apresentar meu trabalho na Faculdade de Letras (Fale), que iniciava às 17h30. Enfim, sai da sala por volta das 18h20, e chegando ao térreo vi um cartaz e uma mesa, sem ninguém cuidando, cheia de ingressos. Tratava-se da peça de teatro Exército de Sonhos, que estava rolando no auditório do prédio 40 da PUCRS. Como as palestras da noite começavam somente às 19h30, peguei um ingresso (que era gratuito) e fui correndo até lá.
Para a minha sorte, o espetáculo recém havia começado. Não fazia idéia de que tipo de peça se tratava, afinal, só sabia o título e que a entrada era franca. Talvez por isso tenha curtido muito o desenrolar da história, acompanhando a atuação dos atores com ar de extrema curiosidade, louco para saber o que aconteceria na seqüência de cada cena. Em resumo, ri muito durante toda a peça, e literalmente chorei ao final dela. Durante a apresentação, os atores interpretam quatro jovens que, entre outras coisas, estão se preparando para ir a uma festa. Tudo muito bem interpretado, com muito bom humor e criatividade. Os quatro fazem brincadeiras e piadas o tempo todo, e ganha destaque a presença da consciência, que dialoga com uma das personagens, tornando a peça ainda mais instigante e até mesmo cômica (pois o dono da consciência está apaixonado por uma amiga, mas tem rolo com outra). Enfim, os quatro enchem a cara, conversam e brincam, até que finalmente vão para a tal festa. Entretanto, um acidente interrompe o caminho deles e de todos os seus sonhos, brincadeiras, planos, humor e tudo o mais. Ao fim da peça os atores conversaram com o público e contaram que a história é baseada em um fato verídico, que resultou na morte de três dos quatro jovens (só o motorista sobreviveu) e que os pais de um deles, chamado Thiago, elaboraram a Fundação Thiago de Moraes Gonzaga, na qual o grupo de teatro está ligado.
As únicas informações que tenho de momento são essas, repassadas pelos atores, e alguma coisa que li rapidamente no site da fundação (www.vidaurgente.com.br). Enfim, fiquei tão empolgado com a peça que resolvi tirar um tempinho para dar essa dica para quem mora em Porto Alegre e gosta de ver uma boa peça de teatro. E também fica a sugestão para escolas e universidades levarem o grupo até os seus alunos (também não sei se eles têm essa disponibilidade, mas possivelmente sim), porque se há alguma forma de conscientização quanto a incompatibilidade entre bebida alcoólica e trânsito é essa: falando a linguagem de quem enche a cara e pega a “caranga” do velho para ir para a balada.
Esgotou meu tempo, portanto, fui! Ah, e a foto é do site do Vida Urgente.

terça-feira, 22 de setembro de 2009

Erico Verissimo e Luis Fernando: tal pai, tal filho

Fazia tempo que não acordava de manhã cedo, olhava para fora, via a chuva, e pensava: “mas que belo dia!”. Pois é, fiz isso na sexta-feira do último dia 11 de setembro, enquanto o mundo desabava em água no bairro Partenon, em Porto Alegre, da mesma forma que anos atrás as duas torres gêmeas desabavam após o histórico atentado que marcou a maior tragédia da história nova-iorquina. Meu ânimo se explicava pela entrevista que havia agendado para aquela manhã com o escritor global Luis Fernando Verissimo, para falar sobre o seu pai, Erico Verissimo, para a minha dissertação de mestrado pela PUCRS, que tem como tema Jornalismo e Literatura. Peguei meu guarda-chuva velho, daqueles que protegem somente a cabeça, e fui para a parada de ônibus, rumo ao bairro Petrópolis.
Desembarquei a umas três quadras do endereço indicado, subi uma pequena ladeira e cheguei na rua onde Erico Verissimo havia comprado aquela mesma casa há 42 anos. É uma casa antiga, discreta, que não chama nem um pouco a atenção pela beleza ou pelo luxo, com várias plantas e flores na frente, ao melhor estilo interiorano cruz-altense. Inclusive, quando Luis Fernando me passou o endereço por telefone, perguntei:
- E qual o número do apartamento?
- Não é apartamento, é casa – respondeu.
Tu vês. Imaginava que um dos cronistas mais importantes da história da literatura brasileira morasse em um prédio hiper-moderno, com mil seguranças e obras pós-modernas no pátio. Mas não. Luis Fernando Verissimo preserva as raízes plantadas por seu ilustre pai. Chegando lá, apartei uma campainha e uma senhora abriu. Luis Fernando estava escrevendo, e ela me convidou para assistir a um vídeo de uma viagem feita por alguém da família às Águas Quentes de Minas Gerais. Além da senhora, que depois descobri que era a esposa de Luis Fernando, Lúcia Helena Massa, também estavam na sala: a filha, Fernanda Verissimo, seu respectivo marido, o americano Andrew Sikes, e a neta de Luis Fernando, Lucinda Heather Verissimo Sykes, que tem pouco mais de um ano. Fiquei observando a mais nova integrante da família Verissimo virar cambota na frente da TV, entre uma resmungada e outra, na tentativa de articular algumas palavrinhas em inglês para o pai, e outras em português para a mãe.
Enfim, eu estava ali, embasbacado com tudo aquilo, quando entrou na sala o próprio Luis Fernando Verissimo. Cumprimentou-me timidamente, e fomos para a biblioteca particular dele, que contém, literalmente, milhares e milhares de livros.
Sentado de frente com um monstro da literatura brasileira (no melhor dos sentidos, obviamente) eu tentei explorar o máximo que pude as informações e o conhecimento dele para usar na minha dissertação.
Entre outras coisas, Luis Fernando Verissimo contou que seu pai, Erico, tinha um programa infantil na Rádio Farroupilha, mas tirou-o do ar porque a censura da época queria ver o conteúdo antes, e como ele ficava com as crianças no estúdio contando histórias na base do improviso, ele resolveu cancelar tudo. Inclusive, Luis Fernando destacou que as primeiras leituras que fez em sua vida, foram dos livros infantis do próprio Erico. “Já o primeiro livro adulto que li foi o Caminhos Cruzados, também do pai. Mas tinha que ler escondido, já que era proibido para crianças na época”, revela.
Além disso, ele ressaltou que Erico sempre lhe deu liberdade total para escrever. “Lembro que quando comecei a escrever ele me disse que gostou do meu estilo e que eu escrevia bem. No entanto, essa opinião é um tanto suspeita, já que ele é meu pai...”, disse, antes de soltar um tímido sorriso.
E foi com a fala pausada e com a sua famosa e característica timidez escancarada na minha frente que ele lembrava de algumas histórias de seu pai, enquanto eu as ouvia atentamente, sem piscar os olhos. Confesso que cheguei a lembrar de uma frase dita pelo próprio Erico, certa vez, em uma entrevista para algum jornal da época: “na verdade eu sou escritor, e quem quer saber o que eu penso deve ler os meus livros, e não pedir para que eu fale”. No entanto, entre um silêncio e outro, eu olhava os livros nas estantes, as fotos e quadros com a imagem de Erico Verissimo espalhados pela sala, e para a cara redonda e simpática de Luis Fernando Verissimo, enquanto pensava: quantas histórias! Terminada a entrevista, ainda dei uma carona de guarda-chuva para Luis Fernando até me despedir e ingressar na chuva novamente, descendo a ladeira, rumo a parada de ônibus. Realmente, esse foi um belo dia de chuva em Porto Alegre.

domingo, 20 de setembro de 2009

Cálculos, peleia e festa!

Quando a coisa está feia, não existe hora nem lugar para se fazer cálculos. Por exemplo: estava eu, sentado nas cadeiras do estádio Olímpico, assistindo ao Grêmio massacrar o pobre coitado do Fluminense por 5 a 1, em meio a uma linda festa da torcida gremista, calculando: eu tenho R$15 e estou com fome. Vou gastar R$2,30 de busão, pois hoje é domingo, não aceitam a carteirinha de estudante... Portanto, sobram... R$12,70. Com isso, posso passar no mercado na volta e pegar uma pizza de R$5,99 mais uma Coca dois litros. Apesar de que a cabeçuda da minha irmã está em casa, e provavelmente também vai querer comer... melhor pegar duas pizzas... Deixe-me ver, mas aí vai quase R$12, e com os 70 centavos não vou poder comprar a Coca... e agora?
GOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLL! DO GRÊMIOOOOOOOOOOOOOOOO!
O zagueiro do Fluminense marcou contra, o quarto gol do Grêmio, interrompendo todo o meu cálculo. O pessoal ao redor começou a me abraçar, a me cumprimentar, todos eram meus melhores amigos desde a infância. E viva o Grêmio! E viva a vida! Foda-se o dinheiro! Tudo é festa! Fora a conta bancária, somos todos iguais naquele mar azul! Eu, um desempregado, nas cadeiras, sentado ao lado da burguesia porto-alegrense! É o socialismo proporcionado pela credencial mágica da Imprensa! A Geral se recompõem após a avalanche, os companheiros que estão do lado também se ajeitam em suas cadeiras, e eu fico ali, olhando para o campo, agora fazendo cálculos para ver se o Grêmio ainda pode ser campeão... Difícil. Está com 39 pontos. O São Paulo está vencendo o Santo André, o Inter perdeu, e o Palmeiras? Que fim levou o Palmeiras? Não consigo lembrar se já jogou ou se vai jogar...
GOOOOOL! DO SANTO ANDRÉ! Berra o cara do meu lado esquerdo, que está assistindo ao jogo do tricolor paulista em seu celular. Milagres da pós-modernidade, você assiste ao jogo do seu time no estádio e seca os adversários via celular. Vejo o gol na mini-tela do aparelho, e o cara me cumprimenta, como se fosse meu irmão. “Isso aeeeee!” digo pra ele. A essas alturas os cálculos do super-mercado e do título do Grêmio já se perderam. Tenho preguiça de retomar todas as contas. Melhor passar no apartamento antes de ir ao mercado e pegar mais dinheiro com a minha irmã, afinal, ela também vai querer a pizza e a Coca. Já o Grêmio... bem, o Grêmio se ficar com a vaga na zona da Libertadores está mais do que bom. Passo a calcular então quando vou ficar rico...
Bom, no momento, não tenho renda. Tenho um dinheirinho guardado que está me mantendo vivo, mas não sei até quando. Perspectivas? Bom, sempre há os panfletos... Voltar para o interior antes de terminar o mestrado é muito difícil. Mas enfim, anularemos, então, esse final de ano. Não vou ficar rico até dezembro. Tiramos fora também o ano que vem, pois, por mais que eu consiga um bom emprego, terei muitos gastos e tal. Então, depois que eu terminar o mestrado, vou para um lugar X. Digamos, uma universidade imaginária em Fernando de Noronha. Quanto será que pagam nessa universidade? Bom, considerando o fato que assim que eu começar a trabalhar ganhando bem eu quero fazer...
GOOOOOOOOOOOOOLLLLLLLLLLLLLLL! DO GRÊMIOOOOOOOO!!! JONAS!
O melhor atacante do Brasil! Grêmio 5 a 1! Melhor ataque do Campeonato! Uhuuull!
Geral fazendo avalanche, companheiros me cumprimentando enlouquecidamente, estádio todo cantando.. enfim, desisti de fazer cálculos. Vâmo é comemora! Da-lhe Grêmio!

quinta-feira, 17 de setembro de 2009

Trepação - O Retorno

Os vizinhos estavam trepando, até agora há pouco, bem em cima da minha cabeça. Bom, sorte deles. Quase derrubam o prédio pra faze o negócio todo. Eu aqui, no computador, tentando me concentrar no Erico Verissimo e eles lá, “nhac, nhac, nhac, nhac...”. Eu tentando escrever, tentando voltar no tempo para a Cruz Alta de 1900 e pouquinho e eles lá: “nhac, nhac, nhac...”. Como vou estudar desse jeito, meu pai?
Aliás, tenho vizinhos engraçados. Esses, aqui de cima, por exemplo. A mulher usa tamancos. Não preciso nem explicar como descobri isso. Posso contar os passos dela ali em cima. Caraca, juro que é verdade. Ela não dorme. Fica até altas horas andando de um lado para outro (quando não está trepando, óbvio) e às oito da manhã já começa com os toc, toc, toc, toc com seu salto alto lá em cima. Mas que cosa. E volta só de tardinha, e na chegada, às vezes já começa com o nhac, nhac, nhac... Hoje não me agüentei, chamei minha irmã, e disse: “escuta só, vai dizer se isso não é trepação? Quem vai fazer um barulho desses? Nhac, nhac, nhac...”. Ela concordou. De fato, os vizinhos trepavam sobre nossas cabeças.
Mas fora esses vizinhos depravados, há outros. Há a síndica, outro exemplo. Ela sempre me vê indo na padaria buscar pãezinhos, e diz:
- Ah! Vai buscar pão, ãhn!?
- Éééééé!
- Mazo, vou te apelidar de padeiro! – disse hoje.
Padeiro... eu mereço! Alguém tem o número de um bom pai de santo aí?
Fora isso, também tem um maluco que conversa com o cachorro. Caraí, essa também, só vendo. De manhã cedo, tipo, 7 horas da madrugada, ele começa assobiando:
- Vem.. vem Chuki (acho que é Chuki o nome do cusco), vem.. – e assobia, o desgraçado. Fica meia hora conversando com o cachorro na frente da minha porta (eu durmo na sala). Passa um tempo, tipo, duas horas, e ele volta, brigando com o cusco para que ele suba as escadas sem demorar. Uma bosta. E hoje, agora há pouco mesmo, enquanto o casal ali de cima trepava, ele chegava da rua chamando o cachorro. Era o “nhac, nhac” lá em cima e o “vem, Chuki, vem” lá em baixo. Uma loucura. E a síndica dizendo que ia me apelidar de padeiro... Esse prédio anda muito louco. Melhor eu comprar um daquele vinhos da promoção amanhã... Alguém tem R$3,50 pra emprestar?

Não há vagas!

Não há vagas! Não há vagas! Não há vagas! Não há vagas! Não há vagas! Não há vagas! Não há vagas! Não há vagas! Não há vagas! Não há vagas! Não há vagas! Não há vagas! Não há vagas! Não há vagas! Não há vagas! Não há vagas! Não há vagas! Não há vagas! Não há vagas! Não há vagas! Não há vagas! Não há vagas! Não há vagas! Não há vagas! Não há vagas! Não há vagas! Não há vagas! Não há vagas! Não há vagas! Não há vagas! Não há vagas! Não há vagas! Não há vagas! Não há vagas! Não há vagas! Não há vagas! Não há vagas! Não há vagas! Não há vagas! Não há vagas! Não há vagas! Não há vagas! Não há vagas! Não há vagas! Não há vagas! Não há vagas! Não há vagas! Não há vagas! Não há vagas! Não há vagas! Não há vagas! Não há vagas! Não há vagas! Não há vagas! Não há vagas! Não há vagas! Não há vagas! Não há vagas! Não há vagas! Não há vagas! Não há vagas! Não há vagas! Não há vagas! Não há vagas! Não há vagas! Não há vagas! Não há vagas! Não há vagas! Não há vagas! Não há vagas! Não há vagas! Não há vagas! Não há vagas! Não há vagas! Não há vagas! Não há vagas! Não há vagas! Não há vagas! Não há vagas! Não há vagas! Não há vagas! Não há vagas! Não há vagas! Não há vagas!
Entenderam?

O leitor n° 1 (num universo de 1 e meio)

“Porra alemão, teus leitores te abandonaram, só sobrou eu e a Cartolina, e isso quando tu escreve sobre ela”. Essa foi a constatação do meu primo Gérson ao comentar meus últimos posts, dia desses, no MSN. De fato, acho que só sobrou ele. Estou pensando em trocar: ao invés de escrever no blog posso mandar textos direto para a caixa de e-mails dele, fica mais fácil... Já a minha irmã Cartolina (esse apelido foi dado pelo próprio Gérson) eu a xingo pessoalmente, bem como o traste do Arion e a terrorista da Lara (esses eu posso xingar virtualmente por outros meios).
Enfim, vim aqui só para fazer esse registro, para o próprio Gérson, afinal, possivelmente é só ele que vai ler esse texto mesmo. Acho que meu cansaço e desânimo por tantas negativas de emprego frustradas estão me desmotivando a ficar mandando o link para todo mundo, como fazia antigamente... Abraço alemão!
FIM

terça-feira, 15 de setembro de 2009

Comunicação e compreensão

Tenho pensado muito sobre o que o Dominique Wolton falou na palestra de abertura do congresso da Intercom 2009, na Universidade Positivo em Curitiba, no dia 4 de setembro. Entre outras coisas, ele ressaltou que durante 80% do nosso tempo a gente está negociando para não matar o próximo. Ou seja, na maior parte do tempo, estamos nos relacionando com pessoas que não pensam como nós. Aliás, ninguém pensa igual a ninguém, já diria Humberto Gessinger (e o que me espanta é que tanta gente minta, descaradamente, a mesma mentira!). E com isso, temos que negociar todos os tipos de diferenças, e, possivelmente, devido a tantas diferenças e intolerâncias é que exista tanta violência em todas as partes do mundo. Por isso comunicação é, segundo Wolton, a grande questão política do século XXI. Estamos tentando compreender mais, e matar menos, o que é cada vez mais difícil. “Democracia é um exercício de comunicação. É negociação, pura e simples”, disse o pensador francês. Nada mais real. Nada mais simples. Nada mais direto.
Dentro disso, ele entrou em outras questões, como a necessidade do jornalismo para o processo democrático, essa coisa toda. Mas fiquei pensando mais nessa questão da comunicação interpessoal. Hoje mesmo, na aula, questionei o autor do texto, que colocava a sociedade da informação como um problema, um desafio. Falei para a professora que não concordava com isso, pois vejo a sociedade da informação como uma conseqüência de toda a evolução do ser humano, inclusive, é um passo que não tem mais volta. Até entendo que há desafios dentro da sociedade da informação, mas a sociedade da informação, em si, não é por si só um problema. Ela ficou me olhando com os olhos arregalados, e a partir disso, nasceu toda uma discussão, pois as pessoas gostam de ver os avanços tecnológicos, o livre acesso a internet, que implica em questões como plágio, direitos autorais, e várias outras questões, que na verdade só nasceram após o surgimento da imprensa (principalmente enquanto livro), enfim, num sentido medíocre (falando sob o ponto de vista aristotélico de medíocre enquanto algo em um nível médio) essa é a conclusão: todas essas vertentes levam ao caos, à orgia, à baderna, à anarquia. Isso no sentido do lugar-comum. E, historicamente, isso sempre foi assim, inclusive, é só ler O Tempo e O Vento que você já vê as personagens de todas as gerações criticando as anteriores e dizendo “onde esse mundo vai parar?”. Que cosa. Pois então, voltando à fala do Wolton, aí que está, leitorinho tupiniquim! Não sei se estou me fazendo entender, mas aí que está! Percebe? Com toda a informação disponível, agilidade, rapidez, e-mail, msn, twitter e o diabo a quatro, também aumentaram as possibilidades das diferenças aparecerem, e agora sim, voltamos à questão levantada pelo Wolton. Você fica sabendo mais do outro, e não entende porque aquela criatura não pensa como você, afinal, é tão óbvio! Você lê o perfil do Orkut de uma pessoa e pensa “mas que coisa, como ela não vê que...”. Enfim, estamos grande parte do tempo pensando em mudar os outros, coisa impossível. E quando nos deparamos com idéias radicais, posicionamentos inflexíveis, aí sim, dá a vontade de matar. Você vê tudo tão claramente, expõe tudo, e a pessoa pensa ao contrário e apresenta argumentos que, para você, são não-lógicos. E isso não entra na sua cabeça. Até que você diz “ta, fique pensando assim então. Vou procurar a minha turma...” E assim o mundo gira, e da voltas, e estamos sempre aqui, discutindo as mesmas coisas, em tempos diferentes, com tecnologias diferentes, com gírias e termos diferentes...
Bom, escrevi tudo isso para concluir que não posso concluir nada. Cada um tire suas próprias conclusões, que eu vou ali na esquina espiar o mundo e tomar um cafezinho assistindo ao Fudêncio e seus amigos na MTV...

PS: quem quiser fotos nos textos que doe um computador que preste. Esse não tem condições... Posso até tentar compreender as idéias dos outros, mas a lerdeza dessa porcaria é algo ijustificável... (pelo menos para um leigo em informática, como eu)

domingo, 13 de setembro de 2009

A arte de conviver

Morar num apartamento pequeno, com uma criatura que você conhece desde que ela nasceu, que você já brigou milhares de vezes pelos mais variados motivos, e pela qual na infância de ambos você ainda brigava com ela pela atenção da sua mãe e de seu pai, pode ser um problema. Principalmente quando você não tem dinheiro para sair a lugar algum, e, para completar, chove há dias. Pois é, esse é o meu caso.
Hoje acordei, tomei banho, e de cara, minha irmã já estava brigando comigo, sei lá, acho que porque eu deixei algumas panelas sujas em cima da pia ontem de noite, e ainda por cima eu tomei umas latinhas de cerveja que haviam sobrado do Intercom (comprei no mercado perto do hotel para assistir ao jogo da Seleção contra a Argentina – isso mesmo, eu as trouxe na mala!) e deixei as ditas espalhadas pelo quarto e pela cozinha... Enfim, acordei com a tradicional cara de sono, cabelos arrepiados, olhos esmagados e vermelhos, o cérebro querendo saltar para fora da cabeça, e me deparei com a carranca dela brigando comigo, enquanto eu ligava a TV no máximo e lia a Zero Hora para não ouvir todo aquele “blá, blá, blá, blá, porque você não limpou não sei o quê, porque olha só isso aqui, como tu consegue fazer tanta sujeira, guri?”. Enfim, fiquei ali, lendo alguma coisa qualquer, enquanto rolava o Gol o Grande Momento do Futebol na tela da Band, com o Sílvio Luiz narrando algum gol qualquer, que aconteceu em algum momento do passado, a todo o volume.
Apesar dos pesares, ela fez o almoço, e enquanto eu comia, olhei para a cara dela e conclui: “estou enjoado de ver a tua cara guria”. Pois é, ela disse que também não agüenta mais olhar para a minha cara. Choveu direto desde sexta-feira, e além disso, no sábado e no domingo só saímos de casa para ir ao mercado comprar comida. Fora isso, não tem onde a gente se isolar. Quero ir ao banheiro, ela está lá, tomando banho. Venho para o quarto, ela está aqui, lendo alguma apostila, ou ocupando o computador. Vou na cozinha, ela está lá tomando água ou sei lá eu o quê. E é assim, 24 horas por dia, enquanto a chuva cai lá fora. Mesmo ãnsim (como diria o barbeiro da família, lá de Santo Ângelo) ainda devo muito à trasta, porque se não fosse ela, eu estaria, literalmente, morando no Arroio do Dilúvio. E após uma depressão fulminante, mas passageira, na quinta-feira, ela me levou para assistir ao filme Os Normais 2, pagando ingresso e lanche para esse pobre indigente. Não é a toa que ela fez Serviço Social... O problema é que para onde olho, ela está lá, fungando sem parar. Ainda bem que amanhã teremos aula. E ainda bem que parou de chover! Aleluia! Vou até a esquina espiar o mundo e já volto.
PS: até que ela não reinou muito nesses dois dias... Já passamos por momentos piores.

sábado, 12 de setembro de 2009

A ocupada vida de um desempregado

Vida de estudante desempregado às vezes, pode ser mais ocupada do que a de um empregado que trabalha 40 horas semanais... Desde que cheguei de Curitiba na segunda-feira de noite, não consegui parar para escrever especificamente para o blog. Escrevinhei a coluna para o Jornal das Missões sobre esporte, escrevi para o blog do nosso grupo de estudos da PUC (texto abaixo do debaixo), escrevi um artigo para mandar para uma revista acadêmica, escrevi um esquema para apresentar e entregar na aula de Metodologia do Ensino Superior na terça de manhã, escrevi e inscrevi o resumo do meu trabalho para o Seminário Internacional de Comunicação da PUCRS, escrevi dezenas de e-mails (metade não respondidos) para amigos, pessoas que conheci no Intercom, pedidos de emprego (a maioria dos não respondidos se enquadram nessa categoria), escrevi para a minha noiva (estou morrendo de saudades), escrevi para comentar isso e aquilo, e por aí afora. E, no meio disso tudo, ainda saí a campo, ou melhor, à rua, para procurar emprego. E justo no dia que mais choveu em Porto Alegre nos últimos dias.
Foi nesse dia também (sexta-feira, dia 11 de setembro) que fui até a casa do Luis Fernando Verissimo para fazer uma entrevista sobre o Erico Verissimo para a minha dissertação. Na verdade se eu juntar tudo o que aconteceu no Intercom em Curitiba, na viagem de avião (que quase caiu), no hotel (fiz até academia no tal hotel), nas aulas, nas buscas por emprego e na entrevista com Luis Fernando, acho que poderia escrever umas 200 páginas de word, tamanho 12, espaçamento 1,5... Ah, sem contar minha ida até a Arena da Baixada no dia do Atlético-PR e Flamengo, quando fui barrado pelo assessor de imprensa do Atlético-PR, tal Maurício não sei o quê.
Portanto, fiz essa embromação toda, para dizer o seguinte: como não tenho o cabo da máquina aqui comigo, e na segunda-feira terei que dar um jeito de conseguir baixar algumas fotos que fiquei de mandar para alguns jornais (esclareço que estou sendo um amador no sentido aristotélico, de amador enquanto pessoa que faz as coisas por amor, sem remuneração alguma), vou deixar para falar do Intercom, da entrevista com o Verissimo, e cada coisa específica quando tiver as fotos em mãos, para postar tudo junto.
Ah, e abaixo, então, vou postar o texto que foi publicado no Jornal das Missões de hoje, ainda sobre aquela mesa de Jornalismo e Literatura do Intercom, numa comparação que fiz com o futebol. E aproveito para colocar abaixo os comentários que recebi por e-mail do Felipe Pena, afinal, não é todo dia que se recebe elogios das criaturas que te inspiram para correr atrás da máquina, mesmo abaixo de chuva.

A arte de seduzir - versão futebolística

No último final de semana estive em Curitiba, participando do 32° Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação (Intercom). Em uma das mesas de debate, o tema era “Jornalistas ou Escritores?”, com a participação de Felipe Pena (UFF-RJ), Cristiane Costa (UFRJ) e Antonio Hohlfeldt (PUCRS), além da mediação do editor do jornal Rascunho, Rogério Pereira, que já foi editor do jornal Gazeta do Povo, o maior do Paraná.
Certamente um belíssimo debate, no entanto, foi uma fala de Felipe Pena que me fez refletir sobre a fórmula dos pontos corridos, do Brasileirão. Felipe Pena, que além de professor da UFF já foi vice-reitor da Estádio de Sá (RJ) durante cinco anos e também é psicólogo e possuí doutorado em Letras, saiu com essa: “Jornalismo e literatura, na verdade, funciona da mesma forma que um relacionamento. Você tem que seduzir o leitor todos os dias, como o homem deve seduzir a mulher, ou vice-versa, no relacionamento. Um casamento sem sedução é como um livro chato”, comparou, e acrescentou, bem-humorado: “vai ver por isso que eu sou solteiro e um escritor desconhecido...”. Não é a toa que em março ele estará lançando o livro “O marido perfeito mora ao lado”. Vou esperar para ver, ou melhor, para ler. Além desse, Pena já lançou outros como “Teoria do Jornalismo”, “Jornalismo Literário” e “O analfabeto que passou no vestibular”.
Enfim, falei disso tudo para ir um pouco mais além. Acho que essa comparação entre sedução no jornalismo, na literatura e no relacionamento, também pode ser estendida para o futebol, principalmente em campeonatos por pontos corridos. Vejam o exemplo do Inter: ele seduz o seu torcedor a cada jogo no Beira-Rio, e consegue trazer bons resultados fora, como no caso do jogo contra o Avaí, e com isso, a torcida já vai para o estádio no final de semana seguinte empolgada e sabendo que uma boa atuação e um grande resultado a espera.
Já no Grêmio, a sedução estava falhando somente quando o jogo era fora de casa. E isso esfriou o relacionamento entre time e torcida. Enquanto o tricolor estava na Libertadores, os maus resultados no Brasileirão não afastavam o torcedor do Olímpico. Mas agora, com todas as forças centradas no nacional, as coisas estão mudando. O torcedor percebeu que o time não está mais lhe seduzindo nem mesmo dentro de sua própria casa, da mesma forma que o homem percebe que a mulher não se arruma mais daquele jeito para sair com ele, e da mesma maneira que a namorada percebe que o namorado parou de mandar flores e não manda mais mensagens no celular a toda hora.
E é por todos esses elementos que repito o que tenho dito de umas semanas para cá: o Inter vencerá o Cruzeiro amanhã, será o campeão brasileiro, enquanto o Grêmio ficará apenas na zona da Sul-Americana. Essas previsões só não se cumprirão se o time do Inter agir como um simples casado sem graça, ou se alguém no Olímpico se der conta de que é necessário urgentemente reatar o seu bom relacionamento com o torcedor, como o marido que após 20 anos de casamento sem graça resolve chegar em casa com um buquê de flores para a mulher. Concluindo: seduzir, mais do que um prazer, traz bons resultados, seja no que for. Afinal, o marido perfeito mora ao lado.

Texto publicado no Jornal das Missões de hoje.

* Vejam só, nessa mania que eu tenho de me aproveitar da internet para importunar aqueles escritores que me inspiram (David Coimbra que o diga), mandei o link do blog e esse texto para o Felipe Pena, e vejam vocês, não me contive e por isso estou postando aqui esse comentário. Tudo bem, tudo bem, sei que isso é uma forma de autoafirmação psicológica e tudo mais, da mesma forma que às vezes o sangue começa a circular em meu cérebro de forma muito rápida, e então, passo a falar demais, e interrompo os outros e falo feito uma matraca, mas porra, deixa eu curtir um elogiozinho ilustre de vez em quando...
Primeiro mandei o link do blog, e tudo o mais, aê veio o seguinte comentário:

“O blog é muito bom. Parabéns. Texto leve e elegante”.

Caraca, fiquei tão emocionado que mandei o texto acima, que seria publicado no JM, e a resposta veio quase de imediato:

“Rapaz,
Acabei de ler a crônica. E só confirma o que já achava. Seu texto é leve e cheio de bossa. E obrigado pela divulgação. Adorei a comparação com o futebol e a frase final, repetindo o título do meu próximo romance.
Parabéns,
Felipe”.

Porra, é bom receber o elogio de alguém que você quer ser igual quando crescer. Agora sim, podem me criticar a vontade...

quinta-feira, 10 de setembro de 2009

Jornalismo e Literatura no Intercom: a sedução pelo texto

“Será que o psicanalista que fica no divã, ouvindo a mulher que enfrenta uma crise no casamento, utiliza esse conhecimento no seu relacionamento, com a sua esposa? Portanto, acho que o jornalismo nunca atrapalhou nem atrapalhará a minha produção literária”. Essa frase de Felipe Pena, professor da Universidade Federal Fluminense (UFF), foi uma das tantas que encantaram o público que acompanhou a mesa redonda “Jornalistas ou Escritores?” durante o 32° Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação realizado entre os dias 4 e 7 de setembro na Universidade Positivo (UP), em Curitiba. Aliás, para os participantes ficou a dúvida: o que foi mais encantador: as palestras, debates e discussões realizadas durante o evento ou a beleza do campus da UP? Confesso que me encantei com o lago, os cisnes, o belíssimo teatro, no entanto, ainda fico com o conteúdo...
Mas voltando à mesa sobre Jornalismo e Literatura, além da fala de Felipe Pena, os participantes também puderam beber um pouco mais da fonte do presidente da Intercom e professor da PUCRS, Antonio Hohlfeldt, e da professora da UFRJ Cristiane Costa, além do editor do jornal Rascunho, que atuou como mediador da mesa coordenada pela professora Elza Oliveira (UP). “A chance que o jornal tem de sobreviver é a volta da grande reportagem”, avaliou Hohlfeldt, explicando que quando o leitor quer uma informação rápida ele a encontra disponível na internet. No entanto, todos na mesa concordaram que mesmo para escrever uma nota de 15 linhas o jornalista precisa ter um texto excelente.
Rogério Pereira, por exemplo, recordou dos tempos em que foi editor do jornal Gazeta do Povo, o maior do Paraná: “A redação era formada basicamente por jovens e quando eu pedia para escreverem uma matéria sobre uma partida de futebol sem dizer de cara qual foi o placar, eles não conseguiam e não se conta de que o sujeito que vai ler o jornal já sabe quanto foi o jogo. Nesse caso o jornalista tem que fugir do lugar-comum”, salientou. Ouso acrescentar aqui, que além disso, o placar dos jogos sempre estão disponíveis nas tabelas e nos gráficos colocados nas páginas de esporte de todos os grandes jornais após cada rodada. “Hoje eu não consigo mais viver em uma redação de jornal diário”, disse Rogério, acrescentando que, apesar disso, aprendeu muito do que sabe sobre a prática jornalística na sua passagem pela Gazeta do Povo.
Já Cristiane Costa, autora de Pena de Aluguel, um livro referência para os estudiosos do tema Jornalismo e Literatura, destacou que o lide não precisa ser chato e mecânico, salientando a necessidade que o jornalista e o escritor têm de seduzir o leitor. Quando o debate foi se encaminhando para o tema “sedução”, Felipe Pena, que em março estará lançando o romance O marido perfeito mora ao lado, comparou o ato de escrever ao de sedução em um relacionamento. “O jornalista e o escritor devem seduzir o leitor a cada texto, a cada linha, da mesma forma que o homem também deveria seduzir a sua mulher todos os dias, principalmente após o casamento”. Após essa comparação, ele completou bem humorado: “Vai ver por isso eu sou solteiro e um escritor desconhecido...”.
E em meio a uma conversa um tanto informal, bem humorada, mas muito rica em conteúdo, foram debatidos outros temas relacionados a Jornalismo e Literatura, como a utilização do marketing literário, excelentes contextualizações históricas do surgimento e desenvolvimento da literatura, que sempre andou de mãos dadas com o jornalismo, entre tantos outros pontos.
Encerro o texto, fazendo a inversão do que aconteceu no debate, voltando à primeira a primeira fala de Felipe Pena na mesa: “Muitos escritores contemporâneos estão esquecendo do principal: a história. Ou seja, existe uma preocupação em escrever um texto bonito esteticamente, com sacadas ‘geniais’, mas sem história. Todo mundo pensa que é a reencarnação de James Joyce. Mas quem vai querer ler algo que não tem história? O mesmo vale para o jornalismo”. E em certos casos, vale também para certos textos acadêmicos incompreensíveis. Ou, recorrendo a Michel Maffesoli, para os “autistas intelectuais”.

Texto publicado no blog do O Grupo de Estudos em Políticas e Tecnologias da Comunicação - GEPETEC (http://gepetec.blogspot.com) da PUCRS.

quarta-feira, 2 de setembro de 2009

Lista - parte 2 da parte 2

Segue a segunda parte da segunda parte das listas:

10 lembranças que marcaram minha infância:
- As idas ao sítio da bisa, onde a cada visita meu irmão e eu trazíamos um bicho diferente (galinha, coelho, gato, etc). E o respectivo sumiço que o pai sempre dava um jeito de dar nos pobres... (às vezes iam para a panela...);
- O clubinho formado por meu irmão, meus primos Gérson e Sílvia, minha irmã (era a mascote, pois mal sabia falar) e eu. Dentre outras coisas, montamos grupo de teatro, jornalzinho (eu fazia uma página sobre animais...), banca de revista, etc;
- As rádios que meu primo Gérson e eu inventamos: a minha era a HD de Vacaria. H de engenheiros do Havaii e D de Daniela Mercury. Já a do meu primo era a Rádio Bobagem, mas não lembro de onde...
- Os jogos do Grêmo na Segundona de 1991...
- Os desfiles de Sete de Setembro em Panambi;
- Meu primo Gérson e eu recortando os anúncios de mulheres seminuas das revistas da mãe e escondendo tudo no porão...
- Meu irmão, alguns vizinhos e eu fugindo da vizinha, que queria nos matar depois de atirarmos barro na casa dela...
- Os jogos de videogame no Atari do meu vizinho Márcio, em Panambi;
- As brigas no colégio. Só fui perder minha invencibilidade na sexta série, quando chamei um colega meu (que tinha o dobro do meu tamanho) de “bobão” e ele me rachou a cara. Mesmo assim, só desisti quando ele me segurou pelo pescoço e eu não conseguia mais me mexer... Até então havia brigado dezenas de vezes sem apanhar nenhuma.
- Eu me escondendo do pai e da mãe, que queriam me levar na psicóloga. Eles achavam que meu irmão e eu não batíamos bem da bola, já que se atirávamos o que tivesse na nossa frente...

10 programas de TV da atualidade (fora jornadas esportivas):
- A Grande Família;
- CQC;
- Globo Esporte;
- Pânico na TV;
- Jornal do Almoço;
- Jornal Nacional;
- Programa do Jô;
- Quinta Categoria;
- Fudêncio e seus amigos;
- Gol o grande momento do futebol;

10 gols mais bonitos (que eu tenha visto na época, portanto, Maradona, Pelé, etc, estão fora):
- Gol do Owairan, da Arábia Saudita, na Copa de 94, atravessando o campo a dribles antes de marcar;
- Gol após o Fabio Baiano dar uma lambreta no marcador no Olímpico e cruzar para o meio da área para não sei quem concluir;
- Aquele gol do Dener, que ele arranca do meio de campo, da uma meia-lua no marcador e toca na saída do goleiro;
- Gol do Ronaldinho no Gre-Nal após dar uma janelinha no Dunga;
- Gol do Ronaldinho contra a Venezuela, após dar um chapéu no marcador;
- Gol do Messi pelo Barcelona, naquele clone do gol do Maradona contra a Inglaterra pela copa de 1986;
- Gol do Ronaldo Gordo pelo Barcelona no dia 27 de outubro de 1996. Não sei contra quem foi, mas sei que foi nesse dia, porque nessa mesma data eu estava em Porto Alegre assistindo Grêmio 1x1 Palmeiras, e vi o gol pela TV de noite...
- Gol do Amoroso pelo Guarani em 1994, quando ele atravessou o campo driblando todo mundo antes de marcar;
- Teve um gol do Viola pelo Bahia, de bicicleta, se não me engano em 2005, que também foi uma pintura de gol;
- Gol do Marcelinho contra o Atlético-MG no Mineirão, no Brasileirão de 1994, do meio de campo praticamente...
- Meu gol no campionatinho do colégio, acho que em 1998. O Beiço lançou do meio, o Nego tocou de cabeça, e, sem deixar cair a bola no chão, acertei um lindo voleio, indefensável, no ângulo do Tiago Rosado. Com certeza, um gol de placa!

10 Comunidades do Orkut:
- Que saudades do meu Lango-Lango (pô, esqueci de colocar isso nas lembranças da infância, mas faço aqui a devida referência – ps: eu tinha esse laranja da foto!).
- Eu que to dirigindo, porra!
- Eu tenho um irmão ruivo;
- Toda a mulher curte um Dudu;
- Volta Chapolim!
- Ih! Esqueci!
- Só tenho amigo loco
- Eu sou um pouco Charlie Brown (do desenho);
- Foda é meu pai. Eu sou fodinha;
- Seu Madruga, me vê um churros?

10 profissões que gostaria de ser, caso não fosse jornalista:
- Psicólogo (é meu próximo alvo);
- Historiador;
- Ator;
- Jogador de futebol;
- Técnico de futebol;
- Empresário;
- Degustador de vinho, cerveja e afins;
- Cantor
- Astronauta;
- Palhaço.

Até a volta de Curitiba!

terça-feira, 1 de setembro de 2009

10 Listas – parte um da parte dois

Gostei dessa história de fazer listas. Resolvi fazer outras dez listas de outras dez coisas variadas para postar aqui em mais duas partes de cinco, sacam? Então, é simples: posto cinco listas de dez coisas e depois, antes de ir para Curitiba na sexta-feira, lanço mais cinco listas de dez coisas. Como disse da outra vez, não necessariamente são as 10+, já que faço na hora, sem pensar muito, e sempre fica alguma coisa de fora, mas se alguém lembrar de algo, só postar um comentário e concorrer a um automóvel zero quilômetros em sorteio a ser realizado na véspera do ano novo na beira do mar, em Copacabana. Enfim, vamos às demais listas:

10 propagandas inesquecíveis (não necessariamente as melhores):
- Aquela da Parmarmalat, das crianças vestidas de bichos, que no fim sempre alguma delas perguntava: “tomou?”.
- Poupança Bamerindus: o tempo passa, o tempo voa, e a poupança Bamerindus continua numa boaaaaa, aiaiaiaiai, é a poupança Bamerindussss, dus, dus, dus, dus!
- Caixa Econômica Federal 1992, quando no intervalo das Olimpíadas aparecia aquela propaganda onde um adulto perguntava para as crianças, algo do tipo: “estão brincando aí?”, e elas respondiam, “brincando nada, estamos treinando para as Olimpíadas do ano 2000”.
- Aquela do Bráulio, não lembro de que empresa/instituição era... Enfim, ficou para a história...
- Todas as do Baixinho da Kaiser. Um tio meu, o tio Gringo, me apelidou de baixinho da Kaiser quando eu tinha uns 8, 9 anos... lembro que achava o máximo! A Kaiser é uma grande cerveja... ninguém pode negar! Pelo menos para o meu amigo Maikel Kelm..ehehehe. Eu só acho as propagandas boas... cerveja é Polar ou Skol!
- A da Antárctica, da Daniela Mercury, que tinha como slogan “Paixão Nacional”. Acho que foi por volta de 1995, 1996...
- As do careca da Bombril.
- A musiquinha do “use já, use e abuse C&A”.
- Aquela do Vick, que no fim o gurizinho dizia “daí mamãe passou vick pini”, ou algo assim.. não entendia muito bem o que o piá falava.

10 apelidos engraçados de amigos de infância (os dez que vieram primeiro à cabeça, já que são dezenas e dezenas de pessoas com apelidos engraçados...):
- Lagartixa
- Orelhano
- Xupim
- Chimena
- Chinoca
- Micuim
- Caverna
- Cadelo
- Sem Osso
- Platina

10 escritores que produzieram textos que eu gostaria de ter escrito:
- Bukowski
- Erico Verissimo
- Jack Keroac
- Miguel de Cervantes
- Shakespeare
- Machado de Assis
- Mário Quintana
- Pedro Juan Gutierrez
- Tchekhov
- Deszö Kosztolányi


10 bandas (sou um analfabeto nisso, mas enfim.. são as que me ocorreram no momento...):
- Mamona Assassinas
- Engenheiros do Havaii
- Oasis
- Pearl Jam
- U2
- Papas da Língua
- Legião Urbana
- Rappa
- Guns N’ Roses
- Blink 182

10 cachorros que residiram comigo e que foram grandes amigos:
- Jimbo
- Pipoca
- Urso
- Violeiro
- Pretinha
- Jameão
- Bobby
- Faísca
- Fumaça
- Lubi (onde estará o fujão?)

Em breve, a segunda parte da segunda parte das listas.