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terça-feira, 15 de setembro de 2009

Comunicação e compreensão

Tenho pensado muito sobre o que o Dominique Wolton falou na palestra de abertura do congresso da Intercom 2009, na Universidade Positivo em Curitiba, no dia 4 de setembro. Entre outras coisas, ele ressaltou que durante 80% do nosso tempo a gente está negociando para não matar o próximo. Ou seja, na maior parte do tempo, estamos nos relacionando com pessoas que não pensam como nós. Aliás, ninguém pensa igual a ninguém, já diria Humberto Gessinger (e o que me espanta é que tanta gente minta, descaradamente, a mesma mentira!). E com isso, temos que negociar todos os tipos de diferenças, e, possivelmente, devido a tantas diferenças e intolerâncias é que exista tanta violência em todas as partes do mundo. Por isso comunicação é, segundo Wolton, a grande questão política do século XXI. Estamos tentando compreender mais, e matar menos, o que é cada vez mais difícil. “Democracia é um exercício de comunicação. É negociação, pura e simples”, disse o pensador francês. Nada mais real. Nada mais simples. Nada mais direto.
Dentro disso, ele entrou em outras questões, como a necessidade do jornalismo para o processo democrático, essa coisa toda. Mas fiquei pensando mais nessa questão da comunicação interpessoal. Hoje mesmo, na aula, questionei o autor do texto, que colocava a sociedade da informação como um problema, um desafio. Falei para a professora que não concordava com isso, pois vejo a sociedade da informação como uma conseqüência de toda a evolução do ser humano, inclusive, é um passo que não tem mais volta. Até entendo que há desafios dentro da sociedade da informação, mas a sociedade da informação, em si, não é por si só um problema. Ela ficou me olhando com os olhos arregalados, e a partir disso, nasceu toda uma discussão, pois as pessoas gostam de ver os avanços tecnológicos, o livre acesso a internet, que implica em questões como plágio, direitos autorais, e várias outras questões, que na verdade só nasceram após o surgimento da imprensa (principalmente enquanto livro), enfim, num sentido medíocre (falando sob o ponto de vista aristotélico de medíocre enquanto algo em um nível médio) essa é a conclusão: todas essas vertentes levam ao caos, à orgia, à baderna, à anarquia. Isso no sentido do lugar-comum. E, historicamente, isso sempre foi assim, inclusive, é só ler O Tempo e O Vento que você já vê as personagens de todas as gerações criticando as anteriores e dizendo “onde esse mundo vai parar?”. Que cosa. Pois então, voltando à fala do Wolton, aí que está, leitorinho tupiniquim! Não sei se estou me fazendo entender, mas aí que está! Percebe? Com toda a informação disponível, agilidade, rapidez, e-mail, msn, twitter e o diabo a quatro, também aumentaram as possibilidades das diferenças aparecerem, e agora sim, voltamos à questão levantada pelo Wolton. Você fica sabendo mais do outro, e não entende porque aquela criatura não pensa como você, afinal, é tão óbvio! Você lê o perfil do Orkut de uma pessoa e pensa “mas que coisa, como ela não vê que...”. Enfim, estamos grande parte do tempo pensando em mudar os outros, coisa impossível. E quando nos deparamos com idéias radicais, posicionamentos inflexíveis, aí sim, dá a vontade de matar. Você vê tudo tão claramente, expõe tudo, e a pessoa pensa ao contrário e apresenta argumentos que, para você, são não-lógicos. E isso não entra na sua cabeça. Até que você diz “ta, fique pensando assim então. Vou procurar a minha turma...” E assim o mundo gira, e da voltas, e estamos sempre aqui, discutindo as mesmas coisas, em tempos diferentes, com tecnologias diferentes, com gírias e termos diferentes...
Bom, escrevi tudo isso para concluir que não posso concluir nada. Cada um tire suas próprias conclusões, que eu vou ali na esquina espiar o mundo e tomar um cafezinho assistindo ao Fudêncio e seus amigos na MTV...

PS: quem quiser fotos nos textos que doe um computador que preste. Esse não tem condições... Posso até tentar compreender as idéias dos outros, mas a lerdeza dessa porcaria é algo ijustificável... (pelo menos para um leigo em informática, como eu)

2 Comentários:

  • Tenhos tres coisas a dizer a respeito:
    1- "num sentido medíocre (falando sob o ponto de vista aristotélico de medíocre enquanto algo em um nível médio)": tà gastando hein alemao?
    2- Apesar de tudo isso, e embora a verdade seja outra e diversa, segundo corre à boca pequena, dizem que o importante è o que importa, e vice-versa. Ou nao.
    3- Porra alemao!

    Por Blogger Zaratustra, às 15 de setembro de 2009 às 15:48  

  • caraca
    que vizinhos dificeissssss!!
    se muda pra praia
    ou toma uma cahaça pra e esqueceee!!!
    se ver a sindica,chama ela de meu amor!!
    hahah
    bebne!!é amelhor tatica!!!bjossssss

    Por Blogger sissa, às 18 de setembro de 2009 às 13:03  

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