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segunda-feira, 31 de agosto de 2009

Domingo de novos amores colorados

“Quatro a zero! Espetáculo! Bjs. De: mãe”. Estava eu, tomando umas geladas após a partida entre Inter e Goiás no Beira-Rio com meu colega Vilso Santi, doutorando em comunicação pela PUCRS, tentando entender o que havia se passado no Rio de Janeiro com o meu Grêmio, quando recebi essa mensagem no celular de minha super-mãe, Nara Miriam Ritter. A partir daí, tentei reconstituir mentalmente tudo o que havia se passado naquela tarde de domingo em Porto Alegre...
Lembrei-me, então, que fui ao Beira-Rio para ver Fernandão vestindo a camisa verde do Goiás. No entanto, quando estava em frente ao portão 8, desceu de um super-carro D’Alessandro, que ainda cumpre suspensão. Ele passou correndo por mim, veio com o braço erguido, para cumprimentar os torcedores, e eu, mesmo gremista, não resisti, e cumprimentei o argentino. Enfim, depois de ter cumprimentado o hermano de Herrera e Maxi Lopes, segui para as arquibancadas superiores do Beira-Rio. O que vi, a partir de então, foi o seguinte: o Inter entrando em campo aplaudidíssimo, enquanto não faltaram vaias para o Goiás. Na escalação de ambos, Guiñazu, como sempre, foi ovacionado. Tite foi vaiado. No Goiás, todos foram vaiados, a exceção, é óbvio, para Fernandão e Iarley.
Bola rola e torcida começa gritando “Iarley! Iarley!” e “Uh! Terror, Fernandão é matador!”. A adrenalina vai a mil, até para quem não está envolvido na história toda. O fato é que, nos primeiros minutos de jogo, a torcida do Inter estava parecendo um marido (ou mulher) traído. Ninguém pensava em quem estava vestindo a camisa do Inter, todos estavam pensando no Fernandão e no Iarley, bem como o marido que ainda sofre pela mulher infame. O Inter está ali, jogando melhor, mas a torcida parece estar concentrada em Fernandão e Ialey. Por que é tão difícil esquecer ambos? Parecia até um romance de Defoe ou a novela das oito. No entanto, o torcedor colorado começou a esquecer o ex-amor quando Marquinhos, um jovem de apenas 19 anos, recebeu a bola no centro, deu um lindo corte no marcador, e tocou “a la Romário” para o fundo das redes do Goiás: um a zero. A torcida colorada experimentava um orgasmo com os substitutos de seus ex-amores, e descobria que não era tão ruim assim. Aliás, era bom demais!
No entanto, Fernandão não quis ficar para ver a festa da torcida do Inter com seus novos amores, e foi expulso logo aos 13 minutos, para delírio dos colorados, que berravam euforicamente o seu nome. Depois disso, o que se viu, foi uma bela lua de mel do Inter e sua torcida com velhos e novos ídolos: Guiñazu confirmou o seu posto de maior ídolo colorado dos últimos tempos marcando o segundo. Já na etapa final, Giuliano, que tem feito belos gols, não passou em branco, e fez o terceiro. E para finalizar, Kleber ainda fez o quarto gol, após Iarley ser substituído e novamente ser ovacionado pelo torcedor.
Enfim, esse foi um domingo plenamente colorado, com goleada sobre o Goiás, ânimo redobrado para passar pelo Atlético amanhã (e chegar a vice-liderança) e, com os novos amores colorados, fôlego para chegar ao título nacional, com Tite e tudo o mais.
Quanto ao Grêmio. Bem, o Grêmio jogou fora de casa, então, é sem comentários...
Texto publicado no Jornal das Missões de amanhã

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