Sonhos malucos
No primeiro, na noite retrasada, sonhei que era jogador de futebol e estava na seleção brasileira. Mas o curioso é que meu nome era Pedrão, o centroavante. Lembro que ia jogar a final da Copa do Mundo, mas não tenho certeza qual era o adversário. Tenho uma vaga impressão de que era contra uma seleção de uniforme todo azul, o que me leva a crer que se tratava da Itália. E meu sonho quase começou a se transformar em pesadelo quando os gringos abriram dois a zero no placar. No entanto, o Brasil tinha em seu time a minha humilde presença: Pedrão, o centroavante. E fiz jus a minha posição. Primeiro, subi mais que todo mundo numa cobrança de escanteio, e testei firme, forte, ao melhor estilo Jardel para descontar. Depois, roubei a bola do adversário no meio, passei de viagem por um, dois, três, deixei o goleiro nas saudades e toquei tranquilamente a bola para o fundo das redes italianas para empatar a decisão. A torcida já gritava meu nome, eufórica, “Pedrão! Pedrão”, quando aconteceu O LANCE: num cruzamento, a zaga italiana afastou mal e a bola veio em minha direção. Sem hesitar, bati de primeira com a chapa do pé e a bola entrou no cantinho, estufando a cidadela da Itália: 3 a 2 de virada, com três gols meus, o Pedrão, e Brasil campeão do Mundo! Só que a partir de então o meu sonho tomou um rumo estranho. Eu saí do estádio com a taça da Copa, igual a verdadeira, e fui para as ruas, comemorar com a torcida. A cidade era uma mistura de Cidade Baixa de Porto Alegre com a Lapa do Rio de Janeiro. O povo todo eufórico, comemorando, e eu lá, fardado e com o troféu na mão. Teoricamente teria que ser o herói, protagonista da maior epopéia futebolística da história do futebol mundial. No entanto, ninguém me reconhecia e ninguém me dava bola. Até que um moleque me empurrou e disse “sai da frente, rapá!”. Aí foi a última gota. Comecei a esbravejar “escuta aqui, moleque, eu sou o Pedrão, eu fiz os três gols, eu conquistei esse troféu!”. Mas não adiantava. Uma mulher disse “se manca, o Mané, pega esse seu brinquedo e some daqui antes que te levem essa porcaria”. Uma tristeza. Para minha sorte, acordei.
Já o segundo sonho, o da última noite, foi mais estranho ainda. Iam trazer o José Sarney para a cidade onde eu estava, também não identificada. É algo totalmente sem lógica, porque na primeira tentativa, o helicóptero onde ele estava balançou e quase caiu. Aí, não sei por que, foram fazer uma segunda tentativa, e novamente o helicóptero falhou e de novo quase caiu. Aí na terceira vez, todo mundo na maior expectativa, toda a imprensa ali, esperando, e o helicóptero veio descendo, descendo, descendo, e quando ele estava quase no chão, caiu repentinamente, explodindo e virando uma bola de fogo. José Sarney estava morto. A cobertura do fato foi ao melhor estilo Michael Jackson. Mas, novamente, para minha sorte, eu acordei e não tive que agüentar o showrnalismo de mais coberturas de velórios e funerais. No entanto, há pouco liguei a TV no Jornal Hoje e adivinhem quem estava lá? Ele, o José Sarney. Que cosa. Vendo aquela careca com olhos de peixe morto e bigode de mafioso em decadência, fiquei me questionando: por onde andará o centroavante Pedrão?
1 Comentários:
Aff! Onde está o Pedrão???
Por Ana, às 4 de agosto de 2009 às 11:16
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