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sábado, 18 de julho de 2009

Uma arma infalível

Com essa onda da gripe dos porcos tive uma pequena arma nos últimos dias. E não me venha com essa merda de Influenza A. É gripe suína para o povo e gripe dos porcos para mim. Mas enfim, ia falando que tive uma arma porque peguei uma baita gripe, provavelmente na segunda-feira, e durante a semana toda fui piorando. Hoje, sábado, é que estou um pouco melhor. Desconfio que não seja a gripe dos porcos porque não tive febre alta. No entanto, foi uma puta gripe. Ficar dois minutos sem tossir como se estivesse morrendo era praticamente impossível. E o narigão então? Mais fácil respirar pelos ouvidos do que pelo nariz. Tudo isso sem contar aquela sensação de mal-estar, de que uma senhora vestida de preto segurando uma foice vai entrar no seu quarto no meio da noite e te levar pelos pés para as profundezas... enfim, no meio dessa porcaria toda, descobri que, ao menos, tinha uma mórbida arma para resolver pequenos impasses do dia-a-dia.
Fui me dar conta disso no mercadinho aqui perto de casa. A caixa, que sempre faz tudo na maior lerdeza, nem aí pro mundo, estava demorando, como sempre, e foi então que comecei a tossir. De início foram tosses compulsivas que vieram naturalmente. Como não conseguia parar de tossir, logo todos na fila me olhavam apavorados. E a caixa, provavelmente louca para se livrar de mim e da minha tosse, tratou de passar tudo bem rápido, e até se agilizou para empacotar minhas compras o mais breve possível, coisa que até então nunca tinha acontecido, em meses de compra naquele recinto.
Depois, o mesmo aconteceu para passar a roleta do busão, na fila para comprar minha passagem de ida para Santo Ângelo, lá na Rodoviária, e na fila para o caixa do banco. Ou seja, para agilizar qualquer atendimento, numa época de gripe dos porcos, basta você começar a tossir compulsivamente e desesperadamente, que tratam de te atender logo para que você desapareça dali. No meu caso isso era infalível, porque além da tosse, meus olhos vermelhos, minha cara de quem morreu e esqueceram de enterrar e tudo o mais, denunciavam que algo não estava bem comigo. Mas se você estiver bem e quiser, por exemplo, que a fila do banco ande, comece a tossir, que tudo se resolverá como num passe de mágica, principalmente se a TV estiver ligada no Jornal Hoje, da Rede Globo. O terrorismo dos meus colegas jornalistas garante a agilidade do processo todo. Esse é um prêmio de consolação para aqueles que, como eu, não estão conseguindo respirar pelo nariz e não têm dinheiro para comprar remédios.

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