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domingo, 5 de julho de 2009

Criatividade humana

Agora que estou tendo uma aliviada nas aulas temporariamente, tenho mais tempo para pensar acerca de coisas importantes da vida, como por exemplo, a criatividade do ser humano. Existe um sem-número de exemplos de criatividade em todas as situações e manifestações da vida humana (e dos outros bichos também, como diriam os Mamonas). Por exemplo, vejo criatividade em filmes, livros, letras de música, nos gritos dos panfleteiros no centro, na forma como cada um faz para sobreviver, em jogos de futebol com os jogadores e a torcida, nos programas de televisão, nos cachorros que tentam pegar as cadelas no cio, nas cadelas tentando fugir dos cachorros, nas declarações de amor, nas cantadas, nas verdades, nas mentiras, nas brincadeiras de crianças, enfim, são infinitos os exemplo, mas é claro que não são em todas as situações que aparece a criatividade das pessoas e dos bichos. Existem músicas toscas, filmes toscos, cantadas toscas, cachorros toscos, times toscos, e por aí vai pelo infinito afora.
No entanto, lembro de um artigo, escrito por alguma professora, em algum livro, em que ela criticava a hierarquização da cultura, mas que eu transferiria, ou melhor, estenderia, para a questão da criatividade. Esclareço de cara que essa não é a minha área, nem minha especialidade, estou falando aqui apenas como um cara que acabou de chegar de um estádio de futebol após ver seu time golear o Atlético-PR por 4 a 1, que tem 9 pila na carteira que devem durar uma semana, e que está tomando o resto de um vinho barato que sobrou de ontem, numa noite de domingo qualquer.
Tanto é, que o que me fez pensar nisso tudo foi a descoberta de parte da letra daquela música “Maria, Maria”, do Molejo. Já tinha ouvido a referida música várias vezes, na rádio, na academia, na TV, mas, além do refrão, nunca tinha prestado atenção na letra. E o pior que o refrão é um desses que fica na tua cabeça o dia inteiro, mesmo que você deteste pagode. Eu, particularmente, gosto de alguns pagodes. Sempre digo que tenho o gosto mais eclético possível para música: por exemplo, acabou de tocar Gun’s no meu MP3 e começou Fernando e Sorocaba. Aquela: “Criminosa, não posso olhar dentro do seu olhar, bala de prata certa pra matar, virei seu refém e não quero escapar. Bandida, você atirou em minha direção, e acertou bem no meu coração...” e por aí vai. Mas voltando à letra da música do Molejo, como disse, eu já conhecia o refrão, porém, esses dias, indo de ônibus de um lugar para outro nessa Porto Alegre desperucada, um grupo de caras com pinta de pagodeiros, e que realmente eram pagodeiros, começaram a batucar e a cantar a “Maria, Maria”. E foi então que entendi o que a letra diz, e, confesso, achei muito criativo. Vejam vocês:

“Maria vai ter um bebê
mas eu sou estéril, ela não sabe
Uhhh que merda
Maria da Universal
Aleluia irmão
essa igreja faz milagre”.

Que cosa. Fiquei imaginando a situação. Alguém alguma vez na vida deve ter passado por isso. Pensem só: o cara estéril, a mulher não sabe, anos de casado, e ela aparece grávida e diz: “amor, olha só que coisa boa, estou grávida! Você vai ser papai!”. Dá um romance, um filme, sei lá, pelo menos uma novela mexicana! Realmente, a criatividade humana é uma coisa infindável.

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