Criatividade humana
No entanto, lembro de um artigo, escrito por alguma professora, em algum livro, em que ela criticava a hierarquização da cultura, mas que eu transferiria, ou melhor, estenderia, para a questão da criatividade. Esclareço de cara que essa não é a minha área, nem minha especialidade, estou falando aqui apenas como um cara que acabou de chegar de um estádio de futebol após ver seu time golear o Atlético-PR por 4 a 1, que tem 9 pila na carteira que devem durar uma semana, e que está tomando o resto de um vinho barato que sobrou de ontem, numa noite de domingo qualquer.
Tanto é, que o que me fez pensar nisso tudo foi a descoberta de parte da letra daquela música “Maria, Maria”, do Molejo. Já tinha ouvido a referida música várias vezes, na rádio, na academia, na TV, mas, além do refrão, nunca tinha prestado atenção na letra. E o pior que o refrão é um desses que fica na tua cabeça o dia inteiro, mesmo que você deteste pagode. Eu, particularmente, gosto de alguns pagodes. Sempre digo que tenho o gosto mais eclético possível para música: por exemplo, acabou de tocar Gun’s no meu MP3 e começou Fernando e Sorocaba. Aquela: “Criminosa, não posso olhar dentro do seu olhar, bala de prata certa pra matar, virei seu refém e não quero escapar. Bandida, você atirou em minha direção, e acertou bem no meu coração...” e por aí vai. Mas voltando à letra da música do Molejo, como disse, eu já conhecia o refrão, porém, esses dias, indo de ônibus de um lugar para outro nessa Porto Alegre desperucada, um grupo de caras com pinta de pagodeiros, e que realmente eram pagodeiros, começaram a batucar e a cantar a “Maria, Maria”. E foi então que entendi o que a letra diz, e, confesso, achei muito criativo. Vejam vocês:
“Maria vai ter um bebê
mas eu sou estéril, ela não sabe
Uhhh que merda
Maria da Universal
Aleluia irmão
essa igreja faz milagre”.
Que cosa. Fiquei imaginando a situação. Alguém alguma vez na vida deve ter passado por isso. Pensem só: o cara estéril, a mulher não sabe, anos de casado, e ela aparece grávida e diz: “amor, olha só que coisa boa, estou grávida! Você vai ser papai!”. Dá um romance, um filme, sei lá, pelo menos uma novela mexicana! Realmente, a criatividade humana é uma coisa infindável.
1 Comentários:
hauhauahuahuaa
Tem gente que chama de criatividade... Na minha terra, isso tem outro nome!
hauhauahuahuahaa
Abraço escritor!
Por Juliany, às 5 de julho de 2009 às 21:33
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