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sábado, 4 de julho de 2009

Um dia quase de sorte

Tem algumas coisas inexplicáveis nessa vida. Uma delas aconteceu hoje. Estava voltando do caixa eletrônico do campus da PUC, fazendo as contas dos centavos para ver o quanto eu poderia gastar no supermercado, calculando que teria que sobrar R$4,60 para o busão de amanhã, já que irei almoçar na minha tia, e de lá irei ao Olímpico ver o renascimento do meu time das cinzas, enfim, estava pensando: “como vou almoçar na minha tia amanhã, posso comer um xis coração sem ovo e sem maionese ou uma pizza, no entanto, isso não chega, portanto terei que pegar dois pãezinhos, e talvez sobre dinheiro para um vinhozinho... só que se comprar o vinho, não vou poder comprar a Zero Hora e nem a Coca...”, estava refletindo sobre isso tudo, quando de repente, na curva da saída do estacionamento da PUC avistei três notas de dinheiro voando em minha direção, como se tivessem sido jogadas pelo Sílvio Santos no Topa Tudo por Dinheiro. Saí meio abestalhado atrás delas, e logo vi que se tratavam de valiosos 17 reais. Uma nota de R$10, uma de R$5 e outra de R$2. Senti-me como se tivesse ganhado na Mega. Estava resolvido meu problema! Iria comprar tudo! Eu disse TUDO! O xis, os pães, o vinho, a Zero Hora, e ainda sobraria dinheiro para uma Coca! Iria até comprar aquela grandona, de 2,5 litros! Segui caminhando, feliz da vida, mas então eu vi aquela mulher.
Ela ia caminhando na minha frente, com uma bolsa. Só estávamos nós caminhando naquela direção, portanto, calculei que o dinheiro pudesse ser dela. Mas como ter certeza? Se eu chegasse e dissesse: “ei, moça, esse dinheiro é seu?”, primeiro, ela pensaria que sou louco, segundo, obviamente aceitaria. Ou se ofenderia, afinal, vocês sabem como as mulheres se ofendem com facilidade. Pensaria bobagem, vá saber. Então, guardei o dinheiro no bolso, e segui andando. Alguns passos depois, ela começou a mexer nos bolsos, olhou na jaqueta, e começou a voltar, olhando para o chão, procurando algo. Bom, não me restaram dúvidas de que, sim, o rico dinheiro que salvaria a minha vida, era dela. O que fazer? Nesse instante, apareceu um duduzinho fantasiado de capeta, com garfinho e tudo no meu ombro, dizendo: “olha para ela, está bem vestida, carregando uma bolsa, com certeza os R$17 não lhe farão falta. Fique com eles e compre o vinho!”. Já no outro ombro, apareceu um duduzinho fantasiado de santo, com argolinha em cima da cabeça, asinhas e tudo, dizendo com voz e testa franzida de seu Nabuco (meu pai): “o dinheiro não é teu, guri, devolve para ela. Veja a tua situação: imagina se você perde esse dinheiro que acabou de sacar, estaria completamente fudido (o santo era desbocado). Devolva para a moça”. O diabinho, então, deu uma garfada no santo, que pegou a argola e bateu na cara dele, e os dois ficaram brigando, enquanto a dona moça se aproximava. Não resisti e perguntei: “tu que perdeu esse dinheiro?”. Ela confirmou que sim, e eu devolvi a grana. E assim, se esvaiu a minha riqueza em poucos segundos. Não sei se devolvi aquelas notas porque sou bonzinho, honesto, ou porque a moça se parecia muito com alguém do passado na qual eu dera um ursinho de pelúcia certa vez, e que nunca mais vi na vida, mas enfim, fiquei com a sensação de dever cumprido.
Entrei na Rua dos Cubanos, passei em frente ao Edifício Havana (onde moro), pensei “viva la revolución”, e fui para o super. No fim, acabei comprando uma pizza da promoção, dois pãezinhos e o vinho, também da promo. Afinal, eu merecia o vinho.

7 Comentários:

  • Me pergunto o que Eduardo Ritter Aislan diria de tudo isto...

    Por Blogger Zaratustra, às 4 de julho de 2009 às 23:36  

  • kkkkkkkkk...Põem azar nisso Edu, mas dos males o menor, vc conseguiu comprar o que queria...
    Bjosss!!

    Por Blogger juliana, às 5 de julho de 2009 às 12:03  

  • Cara, valeu pelo comentário lá no "Diz"! Então quer dizer que tu também era chegado num Cine Privê, né? Porra, véio, posso confessar? De vez em quando, ainda passo na Band, pra dar uma conferida. Ontem mesmo, dei uma olhada por lá... Uahahahahaaa!!!!

    Ri muito também com seu post. Pô, a figura do diabinho com o anjinho foi hilária, estilo desenho do Pica-Pau... Ainda por cima, um anjinho boca-suja! Uahahahahhahaaa!!!!

    Abração, rapá! Ah! O teu blog também já tá add nos meus favoritos...

    Vê se aparece mais vezes!

    Por Blogger Marcelo A., às 5 de julho de 2009 às 18:48  

  • Por um ano, todo santo dia, passei por esse mesmo caminho e nunca, vejam bem, nuca encontrei uma moeda de um centavo e o cara encontrar essa grana toda.. rsrsrs acho que vc poderia ter negociado, pelo menos dois reais....
    rsrsrsrs
    valeu....

    Por Blogger Unknown, às 5 de julho de 2009 às 20:28  

  • q bonito Ritter, salvando o planetinha!!
    fizestes a boa ação do dia
    acho q vou até te dar uma estrelinha no orkut!
    :)

    Por Blogger Simone de Beauvoir, às 6 de julho de 2009 às 06:19  

  • Bom menino!! Este é meu garoto!!! huahuahua....

    Por Blogger Nara Miriam, às 7 de julho de 2009 às 12:18  

  • Eu devolveria a grana também... mas, olha... talvez eu nunca mais dê um ursinho de presente a uma mulher. Sacanagem do passado, tão presente? Somos honestos em nossos íntimos, e insistimos e continuar uma revolução interna que, a priori, poderá salvar o que resta da humanidade. Buenas hermano... Viva la revolucion! Hasta la victoria... siempre?

    Por Blogger William Wollinger Brenuvida, às 11 de julho de 2009 às 06:39  

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