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sexta-feira, 24 de julho de 2009

Cinco coisas que gostaria de ser, mas não sou

Fui convidado por um canastrão, grande amigo meu, que fica dando em cima da minha irmã e fica muito fulo cada vez que eu divulgo o seu nome verdadeiro aqui no blog, para escrever um texto falando sobre cinco coisas que eu não sou, mas gostaria de ser. No blog desse ser anônimo (http://ababeladomundo.wordpress.com) ele explica que é uma espécie de corrente blogueira que está rolando por aí. Assim como ele, também não costumo participar dessas paradas, mas como o cabeção é gente boa, e ainda por cima faz dias que não vinha inspiração para escrever aqui, aceitei o desafio. Vamos ver o que vai dar... Já sobre o meu convite para os outros blogueiros, não ando com saco de mandar individualmente para cada um, então, quem ler e se inspirar, que faça o mesmo em seu respectivo blog. Já os blogueiros que lerem isso e não fizerem o mesmo, estarão condenados a 50 anos sem trepar. Pronto.

1ª) Jogador de futebol de um grande clube europeu, óbvio. Como todo o jornalista esportivo, sou um ex-candidato a jogador de futebol frustrado. Infelizmente o mundo não descobriu o meu talento. Quem não gostaria de ganhar milhões para correr atrás de uma bola uma vez por semana? Com o que um Kaká da vida ganha em um ou dois meses, terei que ralar durante uns 100 anos como jornalista até juntar esse valor! Então, não me venham com essa de que a carreira de jogador é curta. E depois, para completar, ainda iria atuar de comentarista na Globo, mas só depois que o Galvão batesse as botas ou fosse aposentado por invalidez. Minha trajetória seria mais ou menos a seguinte: começaria nas categorias de base da SER Santo Ângelo, aí faria o gol da vitória contra o Inter, em pleno Beira-Rio, na final do Gauchão. O Grêmio me contrataria e em meu primeiro ano no Olímpico seria campeão estadual, do Brasileirão e da Sul-Americana. No segundo ano eu venceria novamente o estadual e o Brasileirão, e conquistaria ainda a Recopa Sul-Americana, a Libertadores e o Mundial e seria artilheiro em todas as competições, já que eu seria o camisa 9 do tricolor. Também gozaria da minha primeira convocação para a Seleção. No ano seguinte, seria comprado pelo Milan na maior transação da história do futebol mundial, e durante 15 anos conquistaria todos os títulos possíveis com o Milan e com a Seleção. Depois, voltaria para o Grêmio e ficaria mais dois anos dando títulos para o tricolor, até marcar o gol mil, me aposentar e ir morar na beira do mar em uma cidade paradisíaca qualquer do Caribe, onde passaria o resto dos meus dias tomando banho de sunga, água de coco e cerveja gelada, e jogando “golzinho” com os 10 cabeçudinhos feitos nessa trajetória toda.

2ª) Cantor de músicas bizarras. Acabei de descobrir essa música: “toma gostosa, lapada na rachada, você pede e eu te dou, lapada na rachada, e aí? Ta gostoso? Lapada na rachada. Toma toma toma toma! Esse é o sucesso da lapada na rachada! Foi uma linda linda, danada enlouqueceu, macharada ficou doida quando ela apareceu. Sorriso envolvente, jeitinho sensual, para acabar e completar, deu mole no final” (...). Não faço idéia de quem baixou essa música no computador, mas é muito genial. Tenho uma cômica admiração por cantores como Reginaldo Rossi, Falcão, Milionário e José Rico, grupo Molejo, Mano Lima, Sidney Magal... De onde os caras tiram letras tão toscas? De fato, é um processo criativo admirável e uma coragem de se expor ao ridículo sem precedentes. Gostaria de ser como eles... Lapada na Rachada, negona!

3ª) Delegado aposentado, pistoleiro. Sempre achei legal essas histórias policiais, onde um cara usa aqueles óculos escuros antigos, estilo raibã, e fuma um charuto com ar de mafioso. Mas para chegar até aí, eu teria trabalhado durante décadas como delegado de polícia. Saberia como funciona toda a malandragem, desde os esquemas de bandidagem das favelas, até as mutretas que rolam por debaixo dos panos nos tribunais. Seria um Al Capone do novo milênio, porém, mais magro e sarado. No entanto, eu colocaria a mão na massa. Só pegaria clientes onde a vítima merecesse pagar a pena. E ninguém se meteria comigo e eu teria muito dinheiro. Só tomaria destilados importados, sairia do banho, vestiria meu roupão azul marinho, ascenderia um charuto, e minha mulher estaria deitada seminua na minha cama me esperando após mais um dia de torturas ao melhor estilo Cães de Aluguel. Um infeliz tentaria assaltar a minha mansão, na madrugada, mas eu pego a minha metralhadora e digo para os seguranças deixarem o idiota chegar até a cozinha, onde ele dá de cara comigo e se borra nas calças. Eu faço ele pensar que vai sobreviver, apontando a metralhadora para a sua cara com uma mão e um copo de whiskey na outra. Ofereço-lhe um drink e digo que sou do bem, que entendo o seu desespero e sua vontade de me assaltar, e deixo ele sair por uma porta lateral, no entanto, lá está a minha criação de pitt-bulls, que se divertem com aquele traste miserável... enfim, acho que tenho um lado meio psicótico mal resolvido...

4ª) Degustador de cerveja. Preciso explicar?

5ª) Cachorro de rua adotado por um proprietário de restaurante em uma praia nordestina. Não preciso me preocupar com dinheiro, emprego, horários, encheção de saco, cobranças, posso passear a hora que quiser, andar pelas ruas, cheirar as cadelas, caminhar pela praia, virar uma lata de lixo por pura diversão, correr feliz, alegremente, leve e solto atrás dos carros, latindo ferozmente, e quando bate a fome, vou lá para o restaurante onde o proprietário bondoso serve deliciosos restos de comida de seu restaurante. Eu encho o bucho e ainda fico horas roendo os ossos.Os clientes que chegam para almoçar e jantar ainda brincam comigo, passam a mão na minha cabeça, dão sobras de doces, dizem “olha, que bonitinho”. Acordo meio-dia, e, claro, como é no nordeste, nunca passo frio. Para completar, vez em quando aqueles clientes fixos do estabelecimento ainda viram um pouco de cerveja no meu pote de água. Quer vida melhor que essa?

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