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sábado, 28 de fevereiro de 2015

Nada de novo no front

Carajo! Essa merda ta abandonada mesmo. Pra dar um pouco de oxigênio, segue um texto, enviado (e provavelmente não publicado com as mesmas palavras) para o J Missões. Enjoy!

Nada de novo no front. Esse é o título de um livro espetacular escrito por Erich Maria Remarque, soldado alemão sobrevivente da Primeira Guerra Mundial. No entanto, isso é tudo que tenho a dizer para você hoje: nada de novo no front. Cansei do mais do mesmo. O Brasil é a mesma merda há décadas. Não tem jeito. Não tem solução. Enquanto o preço da conta da luz sobe mais de 20%, o salário aumenta 1%. Políticos roubam descaradamente, jornalistas denunciam e nada acontece, afinal, tem Gre-nal, tem BBB, tem novela. A oposição, mais corrupta que a situação, tenta tirar proveito e consegue meia dúzia de retardados que apoiam um impeatchmant suicida que colocaria Michel Temer na presidência. Aécio? O rei da tucanada, mesmo sem liderar o país, está na frente no ranking de políticos corruptos. A quem recorrer? Militares que vão sair pretendo qualquer um que for contra o governo? A outros políticos corruptos? Sem alternativa. No choice. Nada de novo no fronte.
Apesar de todos os problemas, ainda acho os Estados Unidos um país perfeito para se morar. Fico pensando nas doações milionárias que museus como o Metropolitan Museaum de Nova York recebe e que permitem que qualquer um visite o seu acervo pagando 5 centavos de dólar. Fico pensando nas estradas que possibilitam que você viaje de carro pelo país sem se preocupar – e pagando 1/5 do preço que nós pagamos aqui de gasolina, sem falar nos preços para comprar carros. Fico lembrando no atendimento recebido nos bancos de Nova York, San Diego, Lousiville, Chicago... E, caracoles, como nós não temos a mínima competência de aprender com eles e com os europeus? Nada de novo no front. E nada vai mudar, pelo menos nos próximo séculos. Já disse aqui e repito: o povo brasileiro é o mais conformado, vadio e apático do mundo. Aceitam a falsa imagem transmitida por um ser acéfalo como Galvão Bueno de que “tempos ginga” enquanto eles “são frios”. Balela. Enquanto você, estúpido leitor, acredita nessas fezes filosóficas, “eles” estão tendo tudo do bom e do melhor enquanto você não tem nada: educação, saúde, segurança, estradas, emprego, etc.
Cada dia do noticiário brasileiro é uma injeção anestésica que confirma que o inferno é aqui. Sarajevo é aqui. Iraque é aqui. Conheci em Nova York pessoas do Afeganistão, de Bagdá, de Medelím, da Costa do Marfim. E para quem pensa que ao dizer que eu era brasileiro as pessoas desses lugares diziam coisas como “wow, samba, carnaval, futebol”, eu digo: não. Isso é o que querem que você pense. Na verdade, eles diziam “wow, estamos na mesma! Vivendo em zona de guerra!”. Sim, meus amigos, estamos em zona de guerra. Só nós não sabemos. Mortes absurdas, assassinatos bizarros diários, acidentes de trânsito deixando três, cinco, dez vítimas fatais são comuns, ninguém mais liga. A mídia trata isso com normalidade.
Os políticos tratam isso com normalidade. E o mais grave: os jornalistas acham que os políticos tratarem isso com normalidade é normal!!! E, pior ainda: o sujeito do outro lado do televisor aceita!!! A morte não o atinge mais. É um zumbi. Apático. Verde e amarelo. Levando no rabo todos os dias. Não reage. Vezemquando ainda geme: mete mais. Ui, assim. É isso. Zumbis fodidos. Brasileiros.
Nada de novo no front.