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terça-feira, 28 de junho de 2011

Rumo ao bi

Se por um lado o Grêmio muito dificilmente vai conseguir conquistar o tri do Brasileirão, pelo menos é possível que o tricolor conquiste o bi-campeonato do Musa do Brasileirão. Saiu algumas fotos das primeiras candidatas e, sinceramente, após ver a musa gremista (Patricia Bellé) não preciso ver mais nenhuma. Esse meu comentário não precisa de palavras. Bastam as imagens:





segunda-feira, 27 de junho de 2011

Novas teorias duduzianas

Manjam aquela propaganda em que o Dudu é promovido a Carlos Eduardo porque utiliza as redes sociais, novas tecnologias e tudo o mais no trabalho? Pois é, comigo aconteceu o inverno: eu usava frequentemente as redes sociais e a internet e bloquearam os sites do gênero. Continuei sendo só mais um Dudu...
Mas qual o motivo da diferença do meu caso para o do Carlos Eduardo da propaganda? A meu ver, a mesma frasezinha que é colocada na maioria dos divórcios: incompatibilidade de gênios. No caso, entre a empresa e eu. Apareceu uma amante mais sedutora, e pedi o divórcio...

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Em Reino e Poder, Gay Talese conta a história do New York Times. Lendo esse livro, percebo como eu não gostaria de trabalhar no NY Times. Pelo menos não até a década de 1970. E, possivelmente, nem depois, pois a linha editorial do jornal é a mesma de seu patriarca Adolph Ochs, ou seja, o NY Times tem que dar o máximo de informações possível, com o mínimo de opinião, análise e participação do jornalista possível. A mesma objetividade perseguida pela grande maioria dos jornais interioranos do Brasil de hoje em dia. Nesse sentido, sou adepto da teoria de um jornalista literário gaúcho que dizia que quem tem linha é trem. Jornalista tem é personalidade e vontade de contar boas e reais histórias.

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Os relacionamentos e a morte são os principais enigmas da humanidade. Ninguém sabe com 100% de certeza para onde vamos depois que morremos. E ninguém sabe com 100% de certeza como será a sua vida depois de se envolver em um relacionamento, seja ele um caso, um namoro, um noivado, um casamento ou um relacionamento extraconjugal.



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Tem gente que acha que existe a vida após a morte. Tem gente que acha que não. Tem gente que crê que há vida depois do casamento e também tem gente que não. Nos dois casos, tem gente que acredita que há o paraíso, o purgatório e o inferno. O paraíso seria o relacionamento perfeito, com transas ardentes todos os dias, beijos, carinho, toques, etc. O purgatório seria um momento infernal antes de se chegar ao paraíso: ou seja, você se casa e a sogra vai morar com vocês. Depois que ela parte dessa para outro lugar (ou para a melhor ou para a pior) aí vem o paraíso... E o inferno é a condenação por toda a eternidade. Nos dois casos.

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Como destacou meu primo Alemão no blog dele (ele vai postar o link nos comentários) merda e bosta tem etimologias diferentes. Merda é merda em geral. Já bosta vem da defecação de bovinos. Já porra e esperma, apesar de biologicamente serem a mesma coisa, gramaticalmente têm sentidos diferentes, pois, segundo meu primo Alemão, pode-se dizer “porra, Alemão” e não “esperma, Alemão!”. Por outro lado, jornalismo e literatura, de acordo com eu mesmo, têm pontos de semelhança, diferença e convergência. São diferentes, por exemplo, em uma nota informativa. São semelhantes, por exemplo, na grande reportagem. E têm convergência, dentre outros, na crônica. Entre bêbado e alcoólatra, também há diferenças, mas não estou afim de explicar agora. Nessa mesma linha de raciocínio, foder e fazer amor também são completamente diferentes. Enquanto na foda, alguém é prejudicado (só o homem curtiu, ou só a mulher, ou nenhum dos dois), no fazer amor, os dois curtiram. Por isso quando alguém “fode” com alguém no sentido não sexual se diz que uma pessoa fodeu a outra, pois ela a prejudicou. Não se diz que alguém que te derrubou no emprego fez amor contigo. Diz-se: “porra, o fulano foi embora mais cedo e me fudeu na página de política”. E assim, há infinitos casos que rendem infinitas teorias.

Agora deu sono e vou dormir. Po-po-por hoje é isso pessoal! (voz do Gaguinho do Pernalonga).

Acabando o que não tem fim

Fuxicando no site da LP&M achei mais um livro do velho Buk. Faz tempo que ando desconfiado desses livros novos do Bukowski, pois, sempre que acho que li todos aparece um novo. O último que li foi “Notas de um caderno manchado de vinho”, que comprei na Feira do Livro de Porto Alegre do ano passado. Sei lá, como o Bukowski se tornou pop e sucesso editorial e, mesmo morto, tem mais livros lançados a cada ano que diversos autores vivos, é de se desconfiar da originalidade desses textos. Mas, como sou uma espécie de Homer Simpson da literatura, acabo não ligando muito para isso e consumindo essas infindáveis obras. Talvez, se eu fosse um Gay Talese e morasse nos Estados Unidos, até me prestaria a investigar isso, no entanto, não ando com disposição, nem energia e muito menos com saco para tal empreitada. Daqui a alguns dias lançam um livro novo com histórias do Bukowski psicografadas por algum espírita sacana, e eu vou consumi-lo e achá-lo o máximo, como outros milhões de leitores pelo mundo afora...
Enfim, o tal livro novo (pelo menos para mim) é bem sugestivo: Mulheres. Olhando a lista de livros do velho Buk publicados pela LP&M (que tem no site da editora) vejo que esse é o único que me falta. Já li o caderno manchado de vinho demoradamente, pois, não quero que se esgotem minhas leituras inéditas da obra do Buk. Por isso, acho que vou deixar para comprar esse livro na Feira do Livro desse ano e depois o lerei o mais lerdamente possível, mais ou menos no ritmo de um parágrafo por dia, na mesma velocidade que o romancista egípcio Albert Cossery escrevia suas obras.
Enquanto isso não acontece, estou na metade do Reino e Poder, do Talese, que conta a história do New York Times, e, paralelamente, estou quase terminando o Ora Bolas, livro escrito pelo jornalista Juarez Fonseca sobre o Mario Quintana.

quarta-feira, 22 de junho de 2011

Manto sagrado

Após adquirir o livro do Lobão e o Medo e Delírio em Las Vegas, ainda pretendo, num futuro breve, tomar posse daqueles livros sobre o ócio que mencionei em outro post e também do Mapas do Acaso. Mas, como a vida não é só livros, tenho também outras metas para os próximos meses. Lembro-me que há cerca de uns 15 anos eu tinha sempre sete ou oito camisas do Grêmio: uma oficial, uma reserva, uma de treino, uma comemorativa a algum título, uma da torcida organizada, e por aí vai. O tempo passou, os recursos escafederam-se, as camisas foram inflacionando de tal forma que nunca mais consegui adquirir nada de novo do Grêmio. A última camisa tricolor que comprei foi em uma viagem que fiz até Ciudad de Leste, por R$19,90.
Porém, agora que estou revendo meus investimentos, já tenho outros dois objetivos, além dos livros: comprar uma bandeirona e uma camisa nova do Grêmio. Porém, como mudam a cada ano o manto sagrado tricolor, estou pensando seriamente em comprar uma retrô. Vejam vocês as fotos do lançamento, roubadas do site do gremio.net:



Texto inacreditável

Acabei de ler no site do zerohora.com um texto digno de Top Five internético. Aliás, a rede tem se mostrado uma fonte infindável de matérias e textos dignos de serem impressos e pendurados em quadros! Vejam vocês essa pérola jornalística:

"Homem agride esposa com cachorro vivo em Caxias do Sul

Correção: Diferentemente do que informou este site na reportagem "Homem agride esposa com cachorro vivo em Caxias do Sul" (22/06/2011 - 8h59min), o cachorro usado na agressão estava vivo e morreu após o crime. O texto original já foi corrigido

Uma jovem de 22 anos teria sido agredida pelo marido com um cachorro vivo, em Caxias do Sul. De acordo com o Boletim de Ocorrência, a jovem, moradora do bairro Esplanada, foi agredida pelo marido, um homem de 45 anos.

Ele bateu com o animal ainda vivo na cabeça dela. O cachorro morreu após a agressão. O crime foi registrado na 2ª Delegacia de Polícia de Pronto-atendimento (2ª DPPA) na noite da última terça-feira".

Aposta

Só para ficar registrado nos anais do blog, posto aqui minha aposta/previsão para a final da Libertadores de 2011. O Peñarol sairá ganhando por 1 a 0 e depois o Santos vai empatar: 1 a 1 no tempo normal. Na prorrogação, haverá empate em 0 a 0 e a decisão será nos pênaltis. Apesar de todos acharem que o Peñarol é mais forte nos pênaltis, o Santos vencerá por 4 a 2 e será campeão da Libertadores 2011.
Para falar em a verdade, eu até apostaria no Peñarol campeão nos pênaltis, mas vou apostar no Santos por dois motivos: primeiro, para o Inter deixar de ser o último time brasileiro campeão da Libertadores e, segundo, porque não quero ver a torcedora abaixo sofrer.



Bom jogo a todos.

Fotos & Fotos

Zarpando pelos sites dos principais jornais e grupos de comunicação do Brasil, chamou-me a atenção a valorização da fotografia. Mais do que nunca (inclusive, mais do que no jornal impresso) as boas fotos estão sendo valorizadas pelos portais. E funciona. Você vê uma foto boa e quer ver a história por trás daquela imagem. No site do Correio do Povo, por exemplo, tinha uma foto de um carro que bateu em uma pedra gigante no meio de um gramado. Não tem como não ficar curioso para saber como o carro conseguiu, no meio do nada, bater em uma pedra! Aí, fui ler o texto e descobri que se tratava de traficantes que estavam fugindo da polícia e acabaram se chocando com o objeto. Certamente, se não fosse a foto eu nunca leria aquela matéria.
Já em vários outros sites estavam em destaque as fotos inéditas divulgadas de Hitler e dos prisioneiros nos campos de concentração. De fato, é uma melhor que a outra. Mas, foi no site da Folha que encontrei duas fotos que me chamaram a atenção e que, curiosamente, são fotos rejeitadas pelos jornais impressos, pois são fotos pousadas. Como diria um professor meu no mestrado: as pessoas gostam de entretenimento. Esse é um dos principais valores notícias, burramente rejeitado ainda por muitos jornais. Abri as duas fotos e fiquei pensando, o que seria melhor: fazer um teste-drive no carro do Batman ou nas tchecas do Pânico? Você decide. Posto as fotos, para auxiliar o nobre leitorinho nessa difícil escolha:





Eu, por motivos óbvios, vou me abster da minha própria enquete. Hasta!

terça-feira, 21 de junho de 2011

Cidades antarescas

Para fazer minha dissertação de mestrado, que teve como tema o jornalista e escritor Erico Verissimo, obviamente tive que ler todos os livros do autor. Na verdade, a maioria eu já tinha lido antes de entrar no mestrado, pois, se não o tivesse feito, não teria sequer ingressado no curso. Enfim, um dos livros que mais gosto do Verissimo, e que não é a toa que é um de seus principais, é o Incidente em Antares. Desde a primeira vez que li esse livro, achei Antares muito parecida com Santo Ângelo, Ijuí, Cruz Alta, Santa Rosa e outras cidades do mesmo porte. Não é a toa que o próprio Erico admite que Antares era uma caricatura de Cruz Alta da época, cidade natal do escritor.

E, frente a alguns acontecimentos recentes no cenário nacional, vejo nas conversas nas ruas e nos debates em geral, um conservadorismo na população santo-angelense e ijuiense dignos de Antares. O primeiro tema é a legalização da união homossexual e a autorização para que casais homossexuais adotem crianças. De uma forma geral, muita gente julga que quem é a favor da autorização da união estável é homossexual. Um pensamento tipicamente antaresco. Porém, o tema mais polêmico diz respeito a adoção de crianças por casais do mesmo sexo. Ouvi muita bobagem de gente que raramente já saiu da região, que não conhece a realidade de outras cidades, e que acha um absurdo a adoção de crianças por casais homossexuais. Entretanto, para essas pessoas eu só dou uma sugestão: visitem as entidades assistenciais de Porto Alegre, Rio de Janeiro, São Paulo, e outras metrópoles, ou passeie nas ruas dessas cidades de madrugada e veja crianças implorando por uma família, qualquer família, que só lhe dê comida e uma cama para dormir e um pouco de educação e atenção. Como você vai querer proibir qualquer tipo de adoção em um país miserável onde crianças são amontoadas em lares ou ficam zanzando na rua fumando crack? Quem é contra a adoção de crianças por casais homossexuais certamente não tem noção do que é essa realidade. Passem pela Avenida Ipiranga, em Porto Alegre, por volta das 20h e vejam adultos e crianças dormindo amontoados nas calçadas, entrando na fila do sopão comunitário para não morrer de fome e pedindo esmola no sinal, ou mesmo assaltando e matando para roubar e ter dinheiro para comprar crack e, depois que fizerem isso e que conversarem com algumas dessas pessoas, voltem para conversar debater o assunto comigo...

O outro tema polêmico, em que as comunidades antarescas parecem ter problema cognitivo de entender a situação, é a legalização da marcha da maconha pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Fazendo uma matéria sobre isso, em Ijuí, encontrei inúmeras pessoas, formadas em psicologia, filosofia e outras áreas que aprovaram a decisão do STF, mas que não quiseram emitir opinião para a matéria com medo de serem taxadas de maconheiras pela sociedade. O fato é que a decisão do STF não autoriza o uso da maconha, mas sim, o direito da mobilização social sobre o tema. Aliás, como uma entidade vai proibir um protesto? Protestos não dependem de autorização judicial ou legal, pois, protestos exigem mudanças na legislação em vigor. Foi assim na Revolução Francesa. Foi assim na Guerra Civil norte-americana. Foi assim nas Diretas Já. A única coisa que o STF fez foi manter o protesto como pacífico, pois, certamente, se fosse proibido pelo órgão máximo da Justiça brasileira, haveria quebra-pau, tiros, mortos e feridos.

Como já escrevi demais por hoje, vou ficando por aqui. Um bom resto de semana a todos.

*Texto publicado em A Tribuna Regional.

O ovo assassino - versão alcoólica

Sempre que eu contava para alguém que tinha alergia a tudo o que vai ovo e alguém me dizia: “que bom que na bebida não vai ovo”, eu achava que esse comentário fosse demasiadamente óbvio e sem-graça para ser merecedor de um mínimo sorriso foçado. Porém, hoje, olhando o site da Folha de São Paulo, vi a foto de um drink que me chamou a atenção. Parecia uma taça com cerveja cremosa e uma rodela de fruta pendurada, com canudinho. Ao ver tal foto, pensei: “cara, tenho que beber isso”. Tratei de acessar a tal receita do drink e, para surpresa e decepção geral da nação, esse drink VAI OVO. Por mil gols do Badanha! Nunca imaginei que isso fosse acontecer...
Agora, fiquei imaginando eu em um bar ou restaurante pedindo essa bebida e dizendo para o garçom:
- Quero um Ketel Clumsy sem ovo, por favor.
- Por que sem ovo?
- Porque eu tenho alergia...
E o resto da novela vocês já conhecem... Quem não conhece procure aí nos arquivos “O ovo assassino”, ou digite no Mr. Google “Eduardo Ritter Ovo assassino” que aparece o link direto...
Mas, como tenho uma veia de escritor de autoajuda pulsando no meu interior, tenho que olhar pelo lado positivo, pois, pelo menos agora sei que nesse drink tem ovo, pois se eu tomasse tudo guti-guti num gole... era uma vez um Dudu...
Porém, ainda corro o risco de, no meio de algum trago, esquecer que vai ovo na maldita bebida e, na empolgação, pedir um Ketel Clumsy. Já pensaram? Aí eu chego no céu, no inferno ou no purgatório e me perguntam:
- Morreu de quê?
- De ovo...
Enfim, chega de merda e segue a receita do Ketel Clumsy:

INGREDIENTES
- 50 ml de vodca
- 10 ml de licor cítrico incolor sabor laranja
- 20 ml de xarope de damasco libanês
- 10 folhas de manjericão
- 15 ml de limão-siciliano
- 10 ml de clara de ovo
- 2 laranjas-kinkan
- 2 gotas de bitter de pêssego

PREPARO:
- Corte as frutas ao meio
- Em uma coqueteleira, amasse-as para retirar o sumo
- Coloque todos os outros ingredientes na mesma coqueteleira e bata bastante
- Coe duas vezes
- Sirva em uma taça de martíni
- Enfeite com uma rodela de laranja

Agora falta descobrir se dá para fazer sem ovo...

sexta-feira, 17 de junho de 2011

Repetência futebolística

Quando estava no colégio, eu cometia o mesmo erro que Grêmio e Internacional vêm cometendo no campeonato brasileiro desde que este passou a ser disputado por pontos corridos. Ou seja, não dava muita bola para o início de ano, ia mal nos primeiros bimestres e, depois, quando chegava o segundo semestre, eu tinha que correr feito um louco atrás do prejuízo. Geralmente eu passava a valorizar o ano escolar quando já era tarde e eu acabava pegando a tal da “recuperação”, que nem sei se existe mais, pois as coisas têm mudado muito no mundo, principalmente no mundo da educação nas escolas... Enfim, enquanto no primeiro semestre tudo era festa e alegria, no segundo semestre o bicho pegava. Eu tinha que compensar o meu boletim colorado, recheado de notas vermelhas, precisando, muitas vezes, mais do que 100 no último bimestre para passar sem recuperação, algo absolutamente impossível... E na recuperação, eram duas ou três semanas atolado nos cadernos e livros de matemática, física e tudo o mais que tivesse números para tirar um 7,0 ou 8,0, que sempre vinham em cima do laço.
E é exatamente esse mesmo erro que Grêmio e Inter estão cometendo, ano a ano, no campeonato brasileiro por pontos corridos. A dupla leva as primeiras rodadas sem muita preocupação, enquanto um perde em casa para o Corinthians, o outro perde para o Ceará, mas está tudo bem, pois os reforços estão chegando. E, enquanto não chegam, os outros times vão disparando. Sempre quando se chega nas últimas rodadas ouvimos os treinadores da dupla dando as mesmas desculpas: “pois é, se a gente tivesse conquistado dois ou três pontos a mais lá no início estaríamos disputando o título”. E o bestial torcedor da dupla engole esse papinho enquanto vê paulistas, cariocas e mineiros erguendo troféus do brasileirão, ano a ano. Só para lembrar, a última vez que o Inter foi campeão brasileiro foi em 1979 e o Grêmio em 1996. Resumindo, desde que a competição passou a ser disputada por pontos corridos nenhum dos dois foi campeão. Isso sem contar quando os dois não estão na briga pela luta contra o rebaixamento, mas, como nem tudo está perdido, pelo jeito esse ano não será o caso, pois há times piores que a dupla, como Bahia, Figueirense, Atlético-PR, Avaí e América-MG.
Portanto, considerando tudo isso, tanto Grêmio quanto Inter (e isso envolve também suas torcidas) têm que encarar jogos como os desse final de semana como verdadeiras finais de Copa do Mundo. Para o Grêmio, não vencer o Vasco no Olímpico pode custar uma vaga na Libertadores ou até o título no final, quando é dada a velha desculpa “ah, aqueles três pontos em casa no início...”. E para o Inter, uma vitória contra o Coritiba, fora, pode representar o mesmo, além de levantar a moral dos colorados, que está em baixa há algum tempo...
Caso a dupla não se ligue agora, terá que correr atrás do prejuízo depois para não pegar exame e não ter que repetir tudo de novo no ano que vem...

LIBERTADORES – Por mais que a imprensa do centro do país, em especial a Globo, volte a fazer um oba-oba para cima da equipe do Santos, que vai precisar de uma vitória simples em casa para ser campeão da Libertadores, as estatísticas históricas não estão muito a favor da equipe paulista. Nos quatro anos entre 2006 e 2009, quatro equipe brasileiras foram vice-campeãs, sendo que três perderam o título em casa: Cruzeiro, Fluminense, Grêmio e São Paulo. Além disso, temos outros dois exemplos recentes de decepções brasileiras em gramados tupiniquins: o Cruzeiro, que empatou em 0 a 0 na Argentina e perdeu em casa para o Estudiantes; e o São Caetano, que ganhou do Olimpia no Paraguai e perdeu o título no jogo de volta, em casa. Sem citar os exemplos desse ano, em que o Peñarol chegou até a final sempre jogando a segunda partida em casa... Enfim, como sempre digo, subestimar um time pentacampeão da América é sempre um perigo... O Inter que o diga.
Um bom final de semana a todos!
*Texto publicado no Jornal das Missões de amanhã.

quarta-feira, 15 de junho de 2011

Protesto agora e sempre!

Nesse momento, os todos poderosos do STF estão reunidos discutindo a legalidade da marcha a favor da maconha. Só o fato de estarem discutindo a legalidade de um protesto que começou de forma pacífica e só virou em zona por causa da ação da polícia, já é um absurdo e vai contra qualquer ideia de democracia. Vejam bem, críticos e conservadores leitorinhos: não estou levantando aqui o debate sobre a legalização da maconha, mas sim, do direito que as pessoas têm de protestar sobre esse e qualquer assunto. E, nesse sentido, a proibição de qualquer protesto de um grupo significativo de pessoas é, por si só, um absurdo.
Imaginem se daqui a pouco o STF decidir que é proibido o protesto. O que fazer? A resposta é óbvia: um protesto contra a proibição do protesto. E, nesse caso, além dos adeptos da legalização da maconha, irão se juntar aos protestantes os que são contra a proibição de protestos! Como vai se proibir as pessoas de protestar?
Agora, para aqueles que defendem que se defina o que pode e o que não pode fazer em um protesto, o retruco é mais óbvio ainda. O que pode? Tudo, só não se pode infringir a lei, tipo, matar alguém, colocar fogo em prédio público, etc. Apesar de que, no DNA dos protestos, esses atos estão incluídos no processo. Enfim, o fato é que querer controlar o assunto do protesto é algo totalmente bizarro, pois os protestos nascem justamente a partir de vontades populares que vão contra o que está determinado em lei, como é o caso da legalização da maconha.
Nesse sentido, sou contra qualquer proibição contra protestos ou marchas. Assim como, também sou a favor da legalização da maconha, pelos motivos mais óbvios possíveis: a maconha deveria ser liberada para quem tem mais de 18 anos, pois aí o sujeito decide se quer ou não usar; a maconha deveria ser liberada já que dá menos barato e deixa menos doidão do que a cerveja e a cachaça; e a maconha deveria ser liberada simplesmente porque, na prática, ela já é liberada! Só falta a oficialização do bagulho todo, porra!
Ah, e esse texto não se trata de uma apologia às drogas, como certamente alguns conservadores que ficam me vigiando pelo blog vão querer me acusar, mas sim, uma apologia à liberdade de expressão.

E viva la revolucion!

Eu sigo o ritmo da música...

A lista de livros que pretendo ler nos próximos dias/meses/anos/décadas segue aumentando. Dia desses, inventei de ir no Praia de Belas, matar tempo, e inventei de entrar na loja da Livraria Saraiva. Aliás, para mim, zanzar pela Saraiva ou pela Cultura é como um viciado em crack passear por ruas obscuras do centro de Porto Alegre. Ou como um viciado em sexo entrar no La Barca só para usar a lan house. Não consigo ficar só olhando aqueles livros, tenho que pegá-los, folhea-los, ler a contracapa, sentir o cheiro, enfim, tenho que, de certa forma, possuí-los da mesma forma que o usuário de drogas tem que possuir o tóxico e o viciado em sexo tem que possuir as curvas estonteantes do corpo de outrem. Resumindo, acho que sou um viciado em livros.
Enfim, como ia dizendo, a lista aumentou, pois nessa passeada que fiz pela Saraiva vi mais dois livros que não posso deixar de ler. Na verdade, vi mais do que dois, mas os que vou citar estão na lista dos que certamente irei adquirir em breve. E os dois tratam de um tema que nunca dei muita bola: música. O primeiro é o Mapas do Acaso, do Humberto Gessinger. Dei uma folhada, e vi que tem letras de músicas e uma diagramação bem “aberta”, ou seja, parece ser um livro que se lê em uma ou duas pegadas. Mas, como o Engenheiros do Havaii é a minha banda de infância, como já mencionei aqui outra vez, e como sigo curtindo as músicas do Gessinger, então, sinto-me na obrigação de ler esse livro.
O segundo é o 50 anos a mil, do Lobão. Também curto as músicas do Lobão, curtia o programa dele de debate na MTV, e vi ele falar coisas muito fodas na Jornada Nacional de Literatura de Passo Fundo de 2005. E, enfim, o Lobão é o Lobão.
Enquanto não tenho esses livros, sigo lendo o Reino e Poder, do Talese, que traz reflexões interessantes sobre o jornalismo e a “aura” que existe em torno do New York Times. Depois de tanto jornalismo, acho que está chegando na hora de colocar um pouco de Gessinger e Lobão na cabeça.

segunda-feira, 13 de junho de 2011

Será?

Como esqueci o livro do Allan Poe e o do Mario Quintana em Santo Ângelo, e não quis ficar parado até o final de semana, então, comecei a ler ontem o Reino e Poder, livro-reportagem do Gay Talese sobre a história do The New York Times. Li as primeiras 30 páginas, de um total de aproximadamente 600, e já saquei o fio da história: o jornal mais importante do mundo na verdade nada mais é do que uma empresa familiar bem sucedida, da mesma forma que todos os grandes jornais brasileiros. Aliás, era de se esperar. A única particularidade é que o jornal foi fundado em 1851 e só em 1896 Adolph Ochs compra o jornal, então deficitário, para transforma-lo na potência que é hoje. Ele multiplicou uma tiragem de 9 mil (mais ou menos a tiragem de um jornal de uma cidade como Santo Ângelo ou Ijuí) para 450 mil (a tiragem da Folha de São Paulo) em poucos anos. E, a maior preocupação do velho Ochs era garantir a dinastia familiar da empresa: queria que seus filhos, netos, bisnetos, tataranetos, e assim por diante, mantivessem a empresa, tendo como base a notícia como produto, mas uma notícia objetiva e (aparentemente) imparcial. O New York Times, desde que foi fundado, era (e ainda é) um dos poucos que paga bem por jornalistas que tenham textos enxutos e sem graça. O principal produto, nesse sentido, é a credibilidade.
Não sou um profundo conhecedor da imprensa norte-americana contemporânea, mas pelo menos até a publicação do livro, em 1992, o New York Times era dirigido pelo bisneto do velho Ochs. Ou seja, o velho deve estar feliz em seu túmulo, satisfeito por ver os eu jornal se manter sempre na liderança mundial de referência jornalística. Qualquer coisa que sai no New York Times tem repercussão e credibilidade. Claro que, no decorrer do livro, virão histórias bizarras e de brigas internas, mas tem sempre que se considerar isso: está se falando do maior jornal do mundo ocidental. Quando falo o maior, falo em tradição e reconhecimento do grande público internacional, e não de tiragem. Se for de tiragem, o maior em circulação em solo americano, pelo que sei, é o USA Today. E no mundo é o japonês Yomiuri Shimbun. Porém, já ouvi nos bastidores que o próprio New York Times está reduzindo cada vez mais a sua circulação para ficar só no online em um curto período, algo em torno de cinco anos. Já reduziu a sua tiragem de cerca de 5 mil para os atuais 1.500. E aí voltamos a velha questão: esse é o futuro do jornalismo no mundo? O fim do jornalismo diário em papel? Será?

quinta-feira, 9 de junho de 2011

Livros, livros, livros...

Cada vez que minha reserva de livros está acabando, eu já começo a me programar para providenciar mais. Terminei de ler a Arte de Escrever, do Shop, e comecei a ler um do Edgar Allan Poe. Pelo primeiro conto, achei muito bom. É um texto de 10 páginas que, de início, você pensa que é um ensaio sobre perversidade escrito pelo próprio autor, mas, na medida em que você lê, você percebe que o autor fictício cometeu um assassinado e, numa crise de loucura, comparada pelo autor como a pessoa que está na beira de um precipício pensando se vai se atirar ou não, o inconsciente do personagem quer confessar o crime, que foi praticado com perfeição, sem deixar provas nem testemunhas, enquanto o consciente tenta tirar esse pensamento absurdo de sua mente. Numa crise de loucura, o autor/personagem sai correndo para ninguém ouvir a confissão, mas populares o alcançam e, ao ser agarrado por um sujeito qualquer, ele confessa tudo e termina preso. A linguagem de Poe é perfeita, não sobram nem faltam palavras na sua narração, que ainda é envolta de mistério e surpresa. É uma leitura que te prende, que te faz entrar no livro, que te pega pelo rabo, como diria o Picaso. Enfim, li até agora só esse conto e não vejo a hora de ler os outros.
Mas voltando à questão dos livros, como esse era o último original dos que eu tenho que faltava ler (além dos quatro ou cinco xerocados que estão lá me esperando) peguei mais alguns para deixar na reserva, todos escolhidos a dedo. O primeiro é Crime e Castito do velho e bom Dost. Gostei de O Jogador, por isso não pensei duas vezes antes de adquiri-lo. O segundo é Delta de Vênus, de Anaïs Nin. Li o resuminho na contracapa e achei mó barato. São contos eróticos escritos na década de 1940. O terceiro é o Ora Bolas, escrito por um jornalista sobre o Mario Quintana. Por fim, escolhi o Contos de Fantasmas do Daniel Defoe. Faz horas que queria ler alguma coisa do Defoe, de tanto que ouvi falar dele, e esse dos fantasminhas era o único que tinha, então....
Enfim, mesmo com essa pequena reserva, também estou louco para ler Reino e Poder, do Gay Talese, que conta a história do New York Times, e que está xerocado e engavetado lá em casa. E já estou pensando nos próximos: Medo e Delírio em Las Vegas, do Hunter Thompson, História Regional da Infâmia, do Juremir Machado da Silva, e as dicas do meu primo Alemão: Elogio do Ócio, do Bertrand Russel, e Ocio Criativo, do Domenico de Masi. Ah, mas além disso, também vou ter que ler muita coisa sobre as disciplinas que estão logo ai, me esperando... Também quero saber logo quais são para devorar mais livros e revistas sobre os assuntos específicos e...

quarta-feira, 8 de junho de 2011

Eu vi

O ano era 1999. Eu estava cursando o 3° ano do Ensino Médio e tinha 17 anos. Sei, crítico leitor, eu nasci em 1981, mas o ocorrido aconteceu em setembro, antes do meu aniversário. Na verdade, a história toda começou meses antes quando eu ouvi na Rádio Gaúcha que Brasil e Argentina fariam dois amistosos: o primeiro na Argentina e o segundo no Brasil. Aliás, mais que no Brasil: em Porto Alegre. De imediato, pus-me a incomodar meu pai para me autorizar a ir no jogo (e a financiar a viagem), que seria numa terça-feira, feriado de sete de setembro. Após muita insistência, o seu Nabuco (mais para que eu parasse de encher o saco do que por concordar com a idíea) acabou ligando para pedir para que o meu tio Dãe, que tem o bar na Venâncio Aires, comprasse o ingresso para a partida.
Passada a primeira etapa da missão, houve o primeiro jogo em solo hermano e deu Argentina ao natural: 2 a 0.
Os dias passaram e chegou a tão esperada terça-feira de 7 de setembro de 1999. O jogo iniciava às 14h no Beira-Rio. Meu primo Raul, meu tio e eu saímos de casa por volta do meio-dia. Tivemos a imbecil ideia de pegar um taxi, pois os ônibus nem paravam para recolher mais gente, pois todos eles já tinham gente caindo para fora pelas janelas e portas. No fim, chegamos no Beira-Rio ao mesmo tempo do que o povo que ia a pé. Bom, o jogo era no Beira-Rio, pois se fosse no Olímpico colocaríamos em prática o até a pé nós iremos. Chegamos ao estádio e um mar de gente se aglomerava ao redor de todos os portões. Não lembro ao certo o número da entrada, mas fomos para a arquibancada superior, atrás de um dos gols. Naquele tempo era tudo diferente, o Beira Rio tinha coreia, geral e tal e coisa. Por isso digo que agora o Inter é um clube elitista. Convenhamos, clube que acabou com a coreia e com a geral não pode ser chamado de clube do povo. Há muito o clube do povo é o da Azenha. Mas pronto, já falei demais sobre isso. Voltemos ao jogo da Seleção. Após ficar aproximadamente duas horas na fila, chegamos perto das catracas. Por um momento a catraca trancou. O povo começou a pular a dita cuja. Pulamos também e, em segundos, estávamos dentro do estádio. Eu, com o ingresso na mão, intacto. Coloquei-o no bolso para guardar de recordação. O estádio estava completamente lotado. Com o radinho no ouvido, soube que cinco minutos depois que entramos os portões estavam fechados. E no outro dia soube, através da televisão, que mais de cinco mil torcedores ficaram do lado de fora com ingresso na mão. Eu também fiquei com ingresso na mão, mas dentro do estádio, o que é bem diferente.
Enfim, foi o maior espetáculo futebolístico que já vi. A “ola” que a torcida fazia desde o início era espetacular. E o futebol apresentado pela Seleção naquela tarde também, embalados pelos gritos de “olé”. Todos os jogadores deram show. Rivaldo fez três gols e quase marcou mais um, de bicicleta, em uma jogada linda que contou com toque de calcanhar de Zé Roberto. Roberto Carlos, Ronaldo Fenômeno e Ronaldinho Gaúcho comeram a bola. Foi um chocolate na Argentina, que ainda descontou duas vezes, na segunda, com um golaço de Ortega.
Lembro-me até hoje que o estádio inteiro levantava a cada jogada do Ronaldo Fenômeno, que fez fila, deu janelinha, infernizou a vida dos argentinos. Era um espetáculo digno dos grandes jogos que lia nas páginas da Placar dos tempos da Seleção de Pelé, Garrincha & Cia. E quando Ronaldo foi lançado, já no segundo tempo, e arrancou em velocidade rumo ao gol, o estádio inteiro ficou de pé, de boca aberta e coração na mão. E quando ele soltou uma patada, sem chances para o goleiro, e a bola entrou na gaveta, foi uma explosão de êxtase e gozo coletivo jamais vistos ao vivo e a cores pelos meus olhos. Todos pulavam e se abraçavam! Era gol do Brasil! Era golaço de Ronaldo Fenômeno! Tive a honra de poder ver o Ronaldo, esse mito futebolístico, marcar um gol ao vivo em uma goleada por 4 a 2 sobre a Argentina. Sei que boa parte da imagem em torno do Ronaldo ficou arranhada devido a chatice do Galvão, mas o fato é que o cara ficou no auge do futebol mundial durante muito tempo e, por isso, está certamente entre os 10 maiores jogadores de todos os tempos do futebol mundial.
Depois dessa vez apoteótica, ainda pude ver outras duas vezes o Ronaldo jogar, ambas em 2009. A primeira foi na final da Copa do Brasil: 2 a 2 entre Corinthians e Inter no Beira-Rio e o Fenômeno ergueu o troféu de campeão. Já a segunda, também ficou para a história: Grêmio 3x0 Corinthians no dia em que o travesti que se envolveu em uma polêmica com o Ronaldo morreu. O Olímpico inteiro gritou “viúvo” para o Fenômeno, que não jogou absolutamente nada naquela tarde. Mas isso não importa. O que minhas retinas viram em 1999 valeram mais do que qualquer pisada na bola que Ronaldo possa ter dado fora dos gramados. E, agora, sinto-me na obrigação de repetir uma das frases feitas ditas pelo mala do Galvão: vai deixar saudades esse Ronaldo!
Hasta!

segunda-feira, 6 de junho de 2011

Mais uma pró-paulinho - por Eloisa Klein - E por um fotojornalismo melhor...

Demorei para responder porque estava em viagem... Gente, como assim, quem é que est[a dando fotojornalismo??? Fui aluna do Paulinho em 1999. Naquela época, tirar foto era uma coisa absurdamente cara, por isso poucas vezes na minha vida tinha feito isso. Da para dizer que eu não tinha a menor ideia do que era tirar fotos. Paulinho me ensinou a pegar uma câmera, a usá-la, a pensar a foto, a pensar a situação e contexto da foto, a construção imagética da foto, me ensinou que para tirar foto é preciso olhar, observar, entender outras fotografias, estudar imagens, ter noção do contexto, saber o que está procurando, qual a relação entre a foto e o ponto de vista. Paulinho fez de mim uma amante por fotografias, como o fez com dezenas de amigos, colegas, conhecidos. E posso dizer com orgulho que o que ele me ensinou eu tentei passar adiante para muita gente. Se ele não é professor para ser professor de fotojornalismo, acho que está na hora de rever os conceitos sobre o que é fotojornalismo. Entretanto, até onde vagueiam meus domínios, o que se faz em termos de fotografia jornalística e o que se estuda e pensa sobre ela estão diretamente relacionados com o trabalho que o Paulinho desenvolveu e segue desenvolvendo. Ainda mais hoje que estas gerações vêm carregadas de imagens: mais do que nunca o professor de fotojornalismo precisa ter a serenidade acompanhada de ousadia, o conhecimento acompanhado de astúcia na ação profissional do Paulinho. Meu sincero desejo de que esta decisão equivocada seja revista, pelo bem da universidade que tenho em meu coração, por ser tão importante para a região Noroeste, por ter tanta influência na minha vida. E pelo bem do jornalismo e da fotografia.

* Eloísa Klein é formada na Unijuí, doutoranda da Unisinos e está fazendo estágio doutoral na Florida State University (EUA).

sexta-feira, 3 de junho de 2011

Comendo os livros

Creio que as leituras influenciam o nosso modo de escrever. Aliás, não creio, tenho certeza. Não fiz nenhum levantamento empírico sobre o tema, mas, teoricamente, é óbvio que para criarmos um estilo temos que adquiri-lo através de outras fontes. O estilo literário não é algo que baixa dos céus, como se acreditava séculos atrás. É algo que se constrói. Nesse sentido, não tenho como negar que meus últimos textos foram influenciados pelo filósofo alemão, Arthur Schopenhauer. Aliás, o velho e bom Schop não influenciou só a mim, influenciou outros carinhas como Friedrich Nietzsche. Claro que o Nietzsche é famoso e tal e coisa, mas enfim, tenho o direito de ter influência do velho Schop. Chop, para os íntimos.
Estou lendo A Arte de Escrever, que na verdade é a edição de um dos capítulos do livro Parerga e Paralipomena (1851) publicado pela LP&M. O cara não perdoa nada nem ninguém. Defende uma literatura e um pensamento completamente independentes. Critica escritores que vendem as suas ideias por merrecas, condena a mediocridade literária, a preguiça de ideias, tanto de escritores, quanto do público. Quem pensa que Paulo Francis e Diogo Mainardi são os caras, depois de ler Schopenhauer vão considerá-los crianças inocentes que não sabem nada da vida. Isso que o próprio Chop condena a tradução. Ele defende que os trabalhos sejam lidos apenas nos originais. Critica a morte do latim e chama todas as línguas de meros dialetos. Usa termos pesados, pois sabe o que está falando. E defende que os escritores e pensadores atuem dessa forma.
Eu, modestamente, estenderia esse pensamento para o jornalismo. O jornalista que tem conhecimento da informação e sabe do que está tratando, não tem medo de criticar. E, seguindo a linha de raciocínio do velho Chop, não poderiam se apequenar por anunciantes e pressões políticas. E é isso que eu defendo. Aqueles que não se encolhem frente às pressões, como Caco Barcellos e Juremir Machado da Silva (famosa briga com a RBS) serão sempre referência e serão sempre levados em conta. Os outros passarão. E eu? Eu passarinho (Viva o mestre Quintana!).
Ah, e além de ser um bom livro, a Arte de Escrever também pode servir de brinquedo para bebês. A minha guria, por exemplo, já está literalmente comendo livros antes de saber ler!
Hasta.

quinta-feira, 2 de junho de 2011

Uma breve consideração...

Bom, apenas um conselho, para aqueles que estão se irritando com meus últimos posts: não leiam o meu blog! Vão ler os textos do Paulo Coelho, ou algum texto mais light ao invés de lerem as minhas queixas sobre a universidade que, depois de receber a minha grana nas mensalidades, virou as costas para mim. Claro que, não me refiro a todos os profissionais e professores que lá estão, mas, de uma maneira geral, a universidade como um todo virou, sim, as costas para mim. Sinto-me no direito de fazer o desabafo e na obrigação, enquanto jornalista, de divulgar tudo para que outros não passem pelo que eu passei. Aliás, tem outras histórias, mas vou parar por aqui. Agora, graças ao Bom Senhor, a Unijuí é água passada na minha vida.
Hasta!

A decadência de uma universidade

Não sou formado em administração, nem gestão pública, entretanto, creio que, tanto em clubes de futebol, quanto em outras instituições que se dizem “públicas” ou “comunitárias” a gestão deve ser encarada de forma diferente da feita por empresas particulares. Um exemplo bem simples: em uma empresa particular, não é preciso se realizar processo seletivo, provas práticas, teóricas e de títulos, testes psicológicos, nem análise do currículo. Se eu sou dono de uma empresa e quero colocar o meu sobrinho trabalhar comigo e não outra pessoa mais qualificada e com mais currículo, eu contrato o meu sobrinho e ponto. Não infringindo a lei, está tudo ok. Já nas esferas públicas (Executivo e Legislativo nos âmbitos municipal, estadual e nacional) os diversos tipos de contratações estão previstos em lei (Cargos em Confiança, servidor efetivo, contrato emergencial, etc). Entretanto, entre as esferas públicas e as particulares há o meio termo, como as universidades “comunitárias” e os clubes de futebol.
Nos clubes de futebol, há muito se tem criticado a gestão amadora. Ou seja, o sujeito é presidente do clube e gerencia toda a estrutura como se fosse sua própria empresa, criando dívidas e fazendo negócios bizarros. Essa é a diferença básica entre os clubes europeus e os brasileiros. Na Europa, na maioria dos casos, a gestão é profissional. Aqui, é amadora. O problema é quando esse exemplo se estende para outras áreas, como por exemplo, para as instituições que gerem o Ensino Superior no Brasil. E uso o meu próprio exemplo para demonstrar isso.
Como não nego a ninguém, sou formado em jornalismo pela Unijuí. Para além disso, também fiz mestrado em Comunicação Social pela PUCRS, com a orientação do ex-vice-governador do Estado e presidente da Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares em Comunicação (Intercom), Antonio Hohlfeldt. Para quem não é da área, a Intercom é a entidade mais conhecida em Comunicação no Brasil. Isso sem contar minha experiência profissional, publicações, participação em bancas de avaliação de trabalhos da Intercom, etc. Enfim, participei, dia desses, de um processo seletivo para uma vaga de jornalista na Coordenadoria de Marketing da Unijuí. Tirei 10 na prova prático-teórica e fui para a segunda etapa, a entrevista com a banca e análise do currículo. Tudo ocorreu tranquilamente, entretanto, não fui selecionado nem para suplente. Difícil entender.
A única conclusão lógica que tiro disso tudo, é que eu fui apenas mais um de tantos outros casos que tenho conhecimento que ocorreram na mesma universidade. No meu entendimento, isso tudo prova que a gestão da Unijuí está sendo feita de forma amadora. As pessoas que estavam na banca escolheram os candidatos como se estivessem gerindo uma empresa própria, pois, a escolha foi na base do “vou com a cara” ou “não vou com a cara”. Pois, se fosse um processo seletivo minimamente sério o meu 10 na prova e o meu diploma de mestrado teriam sido considerados. Entretanto, na hora da escolha eles foram amassados e colocados no lixo, justamente por uma universidade que tem no Ensino Superior o seu principal produto. E o mais curioso: a vaga era para a coordenadoria de marketing. Ou seja, como uma universidade vai fazer marketing tendo como produto o Ensino Superior se ela mesma não valoriza o Ensino Superior?????
Enfim, já participei de processos seletivos de outras universidades, onde isso não ocorreu e a pessoa que tinha mais experiência e títulos foi quem passou na prova. Por isso fica meu conselho para os santo-angelenses: ao escolher a universidade em que forem estudar, avaliem a seriedade com que ela trata o Ensino Superior.
Uma boa semana a todos.

*Texto publicado em A Tribuna Regional

quarta-feira, 1 de junho de 2011

Vida bandida

É preciso viver malandro
assim
Não dá pra se segurar, não
a cana tá brava
E a vida tá dura
Mas um tiro só não vai me derrubar não!!!

by Lobão