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sexta-feira, 3 de junho de 2011

Comendo os livros

Creio que as leituras influenciam o nosso modo de escrever. Aliás, não creio, tenho certeza. Não fiz nenhum levantamento empírico sobre o tema, mas, teoricamente, é óbvio que para criarmos um estilo temos que adquiri-lo através de outras fontes. O estilo literário não é algo que baixa dos céus, como se acreditava séculos atrás. É algo que se constrói. Nesse sentido, não tenho como negar que meus últimos textos foram influenciados pelo filósofo alemão, Arthur Schopenhauer. Aliás, o velho e bom Schop não influenciou só a mim, influenciou outros carinhas como Friedrich Nietzsche. Claro que o Nietzsche é famoso e tal e coisa, mas enfim, tenho o direito de ter influência do velho Schop. Chop, para os íntimos.
Estou lendo A Arte de Escrever, que na verdade é a edição de um dos capítulos do livro Parerga e Paralipomena (1851) publicado pela LP&M. O cara não perdoa nada nem ninguém. Defende uma literatura e um pensamento completamente independentes. Critica escritores que vendem as suas ideias por merrecas, condena a mediocridade literária, a preguiça de ideias, tanto de escritores, quanto do público. Quem pensa que Paulo Francis e Diogo Mainardi são os caras, depois de ler Schopenhauer vão considerá-los crianças inocentes que não sabem nada da vida. Isso que o próprio Chop condena a tradução. Ele defende que os trabalhos sejam lidos apenas nos originais. Critica a morte do latim e chama todas as línguas de meros dialetos. Usa termos pesados, pois sabe o que está falando. E defende que os escritores e pensadores atuem dessa forma.
Eu, modestamente, estenderia esse pensamento para o jornalismo. O jornalista que tem conhecimento da informação e sabe do que está tratando, não tem medo de criticar. E, seguindo a linha de raciocínio do velho Chop, não poderiam se apequenar por anunciantes e pressões políticas. E é isso que eu defendo. Aqueles que não se encolhem frente às pressões, como Caco Barcellos e Juremir Machado da Silva (famosa briga com a RBS) serão sempre referência e serão sempre levados em conta. Os outros passarão. E eu? Eu passarinho (Viva o mestre Quintana!).
Ah, e além de ser um bom livro, a Arte de Escrever também pode servir de brinquedo para bebês. A minha guria, por exemplo, já está literalmente comendo livros antes de saber ler!
Hasta.

3 Comentários:

  • Grande Dudu, adorei teu texto. Muito bem escrito e profundo; vou anotar este nome e título para ver se concordo contigo e com o Chop. E a Larissinha já tá no bom caminho, literalmente devorando livros...rsrsrsrs, bjs. Ah, não esqueça: athenasminerva.blogspot.com, tem texto novo, de ontem. té mais.

    Por Blogger Lorení , às 3 de junho de 2011 às 14:28  

  • bah, tia prima, fiquei moh tempão tentando comenta lah, mas não tava dando. eu digito as letrinhas que pede e volta pro início, mas tipow. enfim, o comentário que postei lá é o seguinte:
    "Aqui se alguém matar uma pessoa, não vai presa a não ser após esgotar todas as possibilidades de recursos a todas as instâncias dos tribunais". E pior que os poucos que são presos ainda dividem cela com pessoas que cometeram crimes "menos" graves, como não pagar a pensão...
    É buxa!!

    Por Blogger Eduardo, às 3 de junho de 2011 às 15:10  

  • Porra alemao! A arte de escrever è um dos vàrios livros que comecei e ainda nao terminei de ler. Mas è bom.

    apòs ver a merda do jogo do brasil e apreciando a goleada espanhola em cima dos eua, com um pouco de cerveja na cabeça, aqui em joinville, tenho a dizer somente o seguinte: o importante è o que importa, alemao! Porra!

    Por Blogger Zaratustra, às 4 de junho de 2011 às 15:19  

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