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quinta-feira, 19 de maio de 2011

A pré-história hipermoderna

Estive pensando sobre o texto ali de baixo e cheguei a seguinte conclusão, ou melhor, a seguinte questão: para a sobrevivência do jornal, teríamos que voltar aos seus primórdios, aos tempos dos publicistas. Segundo Nilson Lage, nos primórdios do jornal impresso o jornal sobreviva tendo como base o artigo de fundo, que era o editorial da época, escrito pelos publicistas, que, muitas vezes, eram usados para defender determinados grupos, ideologias, religiões, etc. Enfim, nada muito diferente do que ocorre hoje na maioria dos jornais. Entretanto, ao defender a retomada do jornalismo mais opinativo e analítico, não seria um retorno ao publicismo? Ou ao lacerdismo, que é como ficou conhecido o trabalho feito pelo jornalista Carlos Lacerda, onde muitos leitores compravam o jornal só para ler a sua coluna.
Na minha modesta opinião, eu acho que sim. Porém, é um publicismo adaptado e menos ideológico do que praticado décadas e séculos atrás. Ou seja, mais uma vez, a história anda em círculos. Quanto mais a gente evolui, mais voltamos ao princípio. E, pensando nisso tudo, fico me questionando: tanto se fala de pós modernidade, de tempos hipermodernos, etc, porém, não estaríamos na hipermodernidade da pré-história?
Pensei sobre isso dentro do ônibus, hoje de manhã. Eu, indo trabalhar em um ônibus velho, caindo aos pedaços, balançando todo em ruas esburacadas. Isso é hipermodernidade? Creio que, em uma escala temporal maior, daqui a 200, 300 anos vamos considerar isso aqui como algo pré-histórico. Assim como, de certa forma, achamos difícil imaginar a vida de séculos atrás, quando não existia luz, telefone e anestesia para arrancar o dente. Enfim, enquanto nos achamos pós modernos, hipermodernos e megamodernos, na verdade, estamos ainda na pré-história. Uma pré-história hipermoderna.
Hasta

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