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sábado, 14 de maio de 2011

Uma história crítica

Comecei a ler hoje “Uma história crítica do fotojornalismo ocidental”, do português Jorge Pedro Sousa. Aliás, no ano retrasado, no Intercom em Curitiba, eu apresentei trabalho no mesmo GT do Jorge Pedro sem ter noção do tamanho de sua representatividade nos estudos comunicacionais. Li, hoje, até a página 32 e já fiquei com aquela expressão de “bah!”. O livro do professor português faz jus a palavra “crítica” do título, pois, realmente ele conta a história dando seus próprios palpites, usando frases em primeira pessoa, se posicionando diante do texto histórico. Ou seja, ele não é um papagaio que apenas juntou toda a história e largou em um livro. Ele faz a análise crítica do negócio mesmo. Conta sobre o surgimento da fotografia, como ela começou a ganhar espaço nos jornais. Aliás, para aqueles que acham que mudar as fotos no fotoshop é uma malandragem exclusiva da atualidade, vejam isso: “não eram raras as ocasiões em que os gravuristas de madeira acrescentavam pormenres da sua lavra às imagens nomomento em que elaboravam ilustrações a partir dos originais fotográficos” (p.28). Ou seja, no meu entendimento, o ser humano sempre teve essa vontade de mudar a realidade. Não é a toa que os filmes espetaculares conquistem as massas. E não é a toa que o jornalismo, em todos os seus formatos, entra nessa, querendo transmissões e coberturas espetaculares. Desde os primórdios o ser humano adora o espetacular, o sensacional, o inacreditável. E assim na cobertura policial, política, esportiva, econômica, cultural, etc. Quanto mais espetacular, melhor. Quanto mais banal, pior. Mas o melhor é quando o banal vira espetacular. O simples vira sensacional. O torneiro que virou presidente. O garoto do bairro pobre que virou estrela futebolística. O garoto “normal” que pego o revolver e matou os colegas. Quanto o mais o normal vira sensacional, mais facilmente a atenção do ser humano é captada. E assim gira o mundo, e assim vemos o contemporâneo virar passado e o futuro virar presente.
Agora chega de papo, porque a única coisa espetacular em que consigo pensar é no sono que estou sentido. Buenas noches.

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