.

sexta-feira, 2 de janeiro de 2015

Salvar o Brasil? Só com revolução – e das pesadas

Durante todo o período eleitoral eu tinha consciência de que as opções apresentadas para o povo brasileiro eram trágicas, principalmente em termos de poder executivo. No Brasil, votar na Dilma era se matar com um tiro na cabeça. Votar no Aécio era cometer suicídio morrendo afogado na água da privada. Enquanto que a opção da Marina dava no mesmo do que amarrar a si mesmo em uma sala cheia de ratos e esperar eles te comessem aos poucos. De todas as opções, venceu a menos cruel: o tiro na cabeça. E o resultado de tal decisão veio rápido: anúncio de perdas importantes nos direitos trabalhistas. Viesse do PSDB, não seria nenhuma novidade, mas vindo do partido que se auto intitula como sendo “dos trabalhadores” é, no mínimo, de uma incoerência que seria bizarra em outro país. Menos no Brasil.
No Rio Grande do Sul, o estado que se auto proclama como o mais politizado, o que impera é a imbecilidade do eleitorado. Além de eleger Jardel e Luis Carlos Heinze como deputados, os gaúchos, que teimam em andar para trás, colocaram no Piratini um governador que, em uma atitude completamente estúpida, sob o ponto de vista de estratégia política, confirma o aumento salarial para ele mesmo e para os deputados. Tudo em nome de manter a política da boa vizinhança com os legisladores, óbvio, afinal, antes ficar de mal com o povo do que com os deputados. O povo a gente enrola, mente e eles acreditam. Enfim, o povo é mais burro que um jegue. Mas e os colegas políticos? Ah, esses sim têm o poder de nos derrubar... E, assim, enquanto aumenta o próprio salário, vem o anúncio do congelamento de concursos, reajuste salariais para os servidores de 0%, etc.. Mas, tudo bem, afinal.... quem quiser saber quem sou... olha para o céu azul... e grita junto comigo... viva a mulher da vida que os pariu!
Diante de tantos cuspes na cara do povo (que, como diria um dos personagens de Erico Verissimo, nada mais é do que um monstro cheio de cabeças e sem memória) a única esperança, utópica, impossível de ser realizada, seria uma revolução. Armada, óbvio. Mas o povo brasileiro, o mais preguiçoso e conformado do mundo, o menos politizado e o mais fácil de ser manipulado, não tem capacidade para isso. França, Estados Unidos, Espanha, Alemanha, enfim, todos os países desenvolvidos, que dão o básico para a sua população (saúde, educação e segurança) passaram por isso. Mas para o caso brasileiro, não há esperança. Eu vivo em um país em que eu tenho certeza, bem como o finado e também santo-angelense Fausto Wolfe tinha, enfim, eu tenho a mais convicta certeza de que eu posso morrer e reencarnar mais uma centena de vezes (quiçá, milhares) que nada vai mudar. Gerações e gerações vão passar por essa terra amaldiçoada e bonita por natureza e a corja de corruptos continuará a mesma. E a estupidez do seu povo, principalmente da arrogância do gaúcho, também. Por isso, meus caros, eu não creio que a gente saia dessa lama tão cedo. Por isso me encantei com os Estados Unidos. E por isso acredito apenas na revolta popular armada, vulga revolução. Sem mais, até a próxima.

*Texto a talvez (se o editor e o dono do jornal tiverem colhões), provavelmente não, ser publicado no J Missões....