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sexta-feira, 30 de novembro de 2012

Olímpico – meu jogo inesquecível

Nessa semana li no site da ZH um texto do meu professor no doutorado da PUC, o cineasta Carlos Gerbase, falando sobre o seu jogo inesquecível no estádio Olímpico. Na quinta-feira, na aula, pude parabenizá-lo pessoalmente pelo belo texto. Eu, aluno do Gerbase, aproveito esse humilde espaço para contar a minha ida ao Olímpico inesquecível que, por sinal, não foi tão gloriosa quanto a dele (a vitória no Grenal de 1977 com gol do André Catimba). Aliás, no ano desse Grenal eu sequer tinha nascido ainda...
Quando decidi escrever sobre isso, fiquei em dúvida, pois tiveram muitos jogos marcantes que pude presenciar pessoalmente no velho e bom Olímpico, como por exemplo, o primeiro jogo da final da Copa do Brasil 2001 contra o Corinthians (2 a 2), um Grêmio e Palmeiras que ficou no 1 a 1 pela primeira fase do Brasileirão 1996 (duas máquinas em campo), um Grenal que o Grêmio ganhou com um gol do Zé Alcino aos 44 do segundo tempo em 1999, um outro Grenal, o do Maxi Lopes, em 2009 (2 a 1 para o Grêmio), além do show de vaia no Ronaldinho Pilantra na vitória de 4 a 2 contra o Flamengo no ano passado. Esses, e muitos outros jogos, foram inesquecíveis. Entretanto, o jogo que eu lembro como se fosse hoje, curiosamente, foi uma derrota. Explico-me.
Em 1995 eu tinha 14 anos. Morava em Santo Ângelo, estava na 8ª série no Colégio Sepé Tiaraju, ainda sonhava em ser jogador de futebol e o Grêmio era o campeão da Libertadores daquele ano. Como o time de Felipão disputaria o mundial no final do ano contra o Ajax, nos jogos do Brasileirão jogava um misto do time principal com o Banguzinho (time B do tricolor na época). Foi então que meu pai me convidou para ir junto numa excursão para Porto Alegre. Não sei o motivo real da excursão (devia ser alguma coisa dos bancários – melhores amigos do Felipão), porém, ia ter um Grêmio e Botafogo naquele final de semana. E assim, lá fui eu, metido na excursão dos bancários rumo a Porto Alegre com toda a expectativa de ver pela primeira vez um jogo do Grêmio no Olímpico.
Creio que não dormi durante uns três dias antes da viagem. Fiquei em êxtase, com direito a dor de barriga e tudo. Como seria aquele estádio que eu só tinha visto pela TV? Será que era gigante como parecia? O gramado seria enorme? A torcida fazia muito barulho mesmo? A resposta veio naquela tarde em que, após ficarmos um pouco nas palestras que estavam rolando no tal evento, meu pai, um outro grupo de gremistas da excursão e eu rumamos ao Olímpico. Chegamos lá e a bola já estava rolando. O Botafogo, que seria o campeão brasileiro daquele ano, abriu 2 a 0 com o artilheiro Túlio, que estava no auge da carreira. O Grêmio descontou com Paulo Nunes. Narciso fez 3 a 1. E Jardel, que entrou só no final, fez 3 a 2 nos acréscimos. Foi um jogão e, mesmo com a derrota, estava tudo bem, tudo azul, pois aquele era o melhor time da América. Se encontrei as respostas? Claro: o estádio é sensacional, é maior do que parece, o gramado não é tão grande, mas a torcida faz um barulho ensurdecedor. Nesse domingo, 17 anos depois, vou ao Olímpico pela última vez. Espero que seja tão emocionante quanto foi na primeira, mas com outro resultado no final.
Um bom final de semana a todos.
*Texto publicado no J Missões de amanhã.