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sábado, 8 de janeiro de 2011

Zona no asfalto

Dia desses, ou melhor, noite dessas, vinha transitando pela Getúlio Vargas, tranquilamente, ouvindo “I gotta feeling”, assobiando no ritmo do “Black Eyed Peas”, tentando enxergar o que vinha pela frente na avenida mal iluminada, quando, de repente: BLUMPT! CAFPT! BLOPT! Er... depois de ter passado pelo objeto não identificado, pensei que saltaria da árvore mais próxima o Serginho Malandro, gritando: “Rarrá! Pegadinha do Malandro! Ye yé! Glu-glu piu-piu bilu-tetéia!”. Mas que nada, ninguém me deu explicações do que era aquilo. No outro dia, passando pelo mesmo local, sob o sol das três da tarde, vi que aquele objeto não identificado na noite anterior era nada mais nada menos do que um QUEBRA-MOLAS! Pois é, astuto leitor, e como eu, com um óculos super-potente, não enxerguei aquele maldito quebra-molas na escuridão da Getúlio?
Simples: além de estar com a pintura da faixa de segurança praticamente apagada, adivinhem onde a placa que sinaliza a existência do dito cujo está localizada? ATRÁS DE UMA ÁRVORE! Isso mesmo. Não estamos em Portugal, mas o ser que planejou a colocação daquela placa devia estar de trago quando teve a genial idéia de colocá-la atrás de uma árvore! Ou, então, ele é parente do Serginho Malandro, e ainda vai aparecer na frente do seu carro, gritando “Ye yé! Bilu-tetéia!”. Nessas horas eu concluo que a inteligência (ou a falta dela) no ser humano é capaz de realizar coisas inacreditáveis todos os dias...
Aliás, essa placa atrás da árvore não é exclusividade da bagunça de nosso trânsito. Nos últimos dias, o que mais tenho ouvido de meus leitores (que a cada dia percebo que são mais numerosos do que eu poderia imaginar) são reclamações sobre o trânsito santo-angelense. Entretanto, há uma via que ganha disparada de qualquer outra: a 15 de Novembro. A cada 10 reclamações que ouço, oito são referentes a Rua 15 de Novembro, que está cada vez pior. Para muitos, o trânsito que já era horrível, ficou pior ainda com a instalação de um super-mercado nessa rua, que ainda pega a lateral do Hospital Santo Ângelo, vários consultórios médicos e clinicas de saúde, funerárias, e dali segue para o Sesc, passando pela frente da RBS, até se acalmar um pouco nas proximidades do Concórdia (no período de férias, obviamente). As reclamações são muitas: carros transitando pela 15 de Novembro em alta velocidade (inclusive nos horários em que crianças vão para a escola), asfalto irregular, buracos, caminhões (mal) estacionados bagunçando todo o trânsito, outros caminhões que ocupam metade da rua (que já é estreita) tirando lasca dos carros que vem em sentido contrário, ônibus de outras cidades estacionados em qualquer lugar, dificultando a visibilidade dos motoristas que entram e saem das garagens das residências próximas, enfim, no meio de tal balburdia, a mal-amada Getúlio, quem diria, é que acabou se tornando uma possibilidade de desvio e fuga da zona da 15 de Novembro.
Como um mero jornalista-ouvidor de participativos leitores, a minha sugestão é que os responsáveis pelo trânsito do município, ou até mesmo do Legislativo, ouçam as queixas dos santo-angelenses e busquem alternativas, até porque do jeito que está não pode ficar.
Um bom fim de semana para todos e, de preferência, longe da 15 de Novembro e dos quebra-molas da Getúlio!

* Texto publicado em A Tribuna Regional de sexta-feira.

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