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segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

A dama das camélias

Apesar do protesto do mestre dos magos Ababelado (aparece só de vez em quando e deixa mais perguntas do que respostas) li “A dama das Camélias” antes de “O jogador”. Inclusive, outro que já furou a fila foi o meu presente de Natal: Abusado, do Caco Barcellos.
Mas vamos ao livro de Alexandre Dumas filho. Na obra, considerada por muitos críticos literários como uma das 100 melhores da história da literatura universal, Dumas filho conta biograficamente a relação, repleta de amor, arrependimentos, contrariedades, choros e risos, que teve com uma prostituta. O livro foi publicado em 1848 em Paris. Apesar de ser uma história auto-biográfica, ela é narrada em primeira pessoa por outra personagem, que conhece Armand Duval, pseudônimo de Dumas filho. Já a cortesã, que se chamava Marie Duplessis, no romance recebe o nome fictício de Marguerite.
Confesso que li esse livro cheio de expectativas, pois conhecia o resumo da história, e que a leitura da obra correspondeu aos meus anseios, para a crítica irônica do mestre dos magos. A cada linha lida me perguntava: “caraca, será que esse cara tá me tirando? Será que aconteceu tudo isso aí mesmo?”. Pois é. Como outros livros, é difícil tentar resumir uma obra em que cada parágrafo e cada frase te surpreendem (olhem que eu já vi, li, ouvi e assisti muita coisa nessa labutada vida). Os sentimentos que a personagem tem para com a amante também é característico e universal a todos aqueles que estão ou já estiveram apaixonados. As palavras de amor, esteticamente perfeitas, idem. O ciúmes que ele sente pela cortesã (algo meio contraditório, mas enfim) é de cair o queixo. E o a dedicação que a persnagem apresenta para manter o túmulo da amada sempre limpo e enfeitado com camélias sendo postadas em sua homenagem com visitas diárias ao cemitério, deixam qualquer candidato a romântico com uma puta inveja.
Encerro colocando aqui uma citação, que catei aleatoriamente, sem muita reflexão, em meio às suas 217 páginas:

“Costuma-se recriminar aqueles que se arruínam por atrizes e por mulheres da vida. O que me causa espanto é que eles não cometem, por elas, vinte vezes mais loucuras. É preciso como eu ter vivido essa vida para saber o quanto os pequenos agrados de todos os dias que elas fazem ao seu amante costuram fortemente ao coração – já que não temos outra palavra – o amor que eles sentem por elas”.

Depois da história de amor de Dumas filho com a prostituta, que se tornou clássico literário, o escritor casou-se duas vezes e morreu apenas aos 71 anos. Tu vês. Pô, com certeza esse é um cara que eu gostaria de ter entrevistado, pois, após ler seu livro, fiquei curioso para saber como ele carregou o fardo de toda aquela história pelo resto de sua vida. Ah, teria mais algumas considerações a fazer sobre o envolvimento de seu pai na história toda, o famoso Alexandre Dumas (de Os três mosqueteiros, etc), mas fica para a próxima, pois vou voltar ao Morro Dona Marta na história de Caco Barcellos. Hasta!

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