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terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Um poema que poderia ser de minha autoria

Como estou sem muito tempo para escrever, posto aqui um poema do velho Buk que eu gostaria de ter escrito e que, se eu tivesse tido essa idéia antes, poderia ser de minha autoria. Segue:


Conversa às Três e Meia da Madrugada

às três e meia da madrugada
a porta se abre
e há passos na entrada
que trazem um corpo,
e uma batida
e você repousa a cerveja
e vai ver quem é.

com os diabos, ela diz,
você não dorme nunca?

e ela entra
com o cabelo nos rolinhos
e num robe de seda
estampado de coelho e passarinho

e ela trouxe a sua própria garrafa
à qual você gloriosamente acrescenta
2 copos;
o marido, ela diz, está na Flórida
e a irmã manda dinheiro e vestidos para ela,
e ela tem estado procurando emprego
nos últimos 32 dias.

você diz a ela
que é um cambista de jóquei e
um compositor de jazz e canções românticas,
e depois de uns dois copos
ela não se preocupa com cobrir
as pernas
com a beira do robe
que está sempre caindo.

não são pernas nada feias,
na verdade são pernas ótimas,
e logo você está beijando uma
cabeça cheia de rolinhos,

e os coelhos estão começando a
piscar, e a Flórida é longe, e ela diz
que não somos realmente estranhos
porque ela tem me visto na entrada.

e finalmente
há muito pouca coisa
para dizer.


Poem for my 43rd birthday

To end up alone
in a tomb of a room
without cigarettes
or wine —
just a lightbulb
and a potbelly,
gray-haired,
and glad to have
the room.

... in the morning
they’re out there
making money:
judges, carpenters,
plumbers, doctors,
newsboys, policemen,
barbers, carwashers,
dentists, florists,
waitresses, cooks,
cabdrivers...

and you turn over
to your left side
to get the sun
on your back
and out
of your eyes.



Poema nos meus 43 anos

Terminar sozinho
no túmulo de um quarto
sem cigarros
nem bebida —
careca como uma lâmpada,
barrigudo,
grisalho,
e feliz por ter
um quarto.

... de manhã
eles estão lá fora
ganhando dinheiro:
juízes, carpinteiros,
encanadores, médicos,
jornaleiros, guardas,
barbeiros, lavadores de carro,
dentistas, floristas,
garçonetes, cozinheiros,
motoristas de táxi...

e você se vira
para o lado esquerdo
pra pegar o sol
nas costas
e não
direto nos olhos.

1 Comentários:

  • Porra alemao!
    Nao seu se tu pegou essas poesias daquele livro do Bukowski engarrafado. Mas te digo que a tradução que fizeram ali é uma merda.
    Como eu já disse em algum post perdido no meu grogue

    Por Blogger Zaratustra, às 28 de janeiro de 2011 às 03:23  

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