Os anos que correm e a experiência acumulada muitas vezes nos ajudam, mas outras vezes nos desolam. Fico pensando nisso agora, com a casa dos 30 chegando perto. Inclusive, antes de entrar no assunto principal desse texto, quero ressaltar aqui que me identifiquei em grande parte com o Satolep, do Vitor Ramil, porque o personagem volta para a cidade fictícia, que como já disse, é a representação de Pelotas, para passar a virada dos 29 para os 30 anos de idade. Ou seja, como estou prestes a chegar aos 30 e estou morando em Pelotas, não teria como não me identificar com essa obra.
Mas, como dizia, a experiência sempre é boa, só que fico pensando que seria melhor se eu a tivesse quando era mais novo (algo completamente contraditório e irrealizável). Por exemplo, pensando sobre a vida, concluo que se anos atrás eu soubesse tudo o que sei sobre as mulheres (que, confesso, não é lá grande coisa), eu teria tido melhor sorte em muitas das tantas baladas que fui com o intuito de caçar. Pensei sobre isso esses dias, quando passei em frente a Universidade Católica de Pelotas (UCPel) e aqueles barezinhos todos estavam fervilhando com estudantes e, em frente à uma casa noturna, tinha um grupo de gurias, e, dentre essas gurias, tinha uma loira que era A LOIRA, com um short curto, bem arrumada, tudo no lugar e coisa e tal. Ela dançava alegremente na calçada, como se estivesse dançando sozinha em seu quarto. E ela era nova, muito nova (pelo menos pra mim). Tinha uns 17, no máximo 18 anos... Então, nobre leitor, é aí que está! Vocês se ligaram na associação do “dançando como se estivesse sozinha no quarto” com a parada da idade?!?! Pois é. Foi então que me dei conta da teoria, que na verdade é óbvia.
Acompanhem o meu raciocínio. Essas guriazinhas que começam a sair nas baladas, foram se criando psicologicamente e se formando fisicamente dentro de casa, assistindo a filmes bestas, novelas idiotas e seriados de todos os tipos. Então, quando elas saem para a noite, elas saem pensando em viver o que elas viram nos filmes bestas, nas novelas idiotas e seriados. Ou seja, no imaginário delas, os caras que elas devem ficar devem ser bem arrumados, bonitos, de preferência ricos e com carro, exatamente como os galãs dos filmes bestas, dos seriados e das novelas idiotas. Então, nessas primeiras saídas delas, um cara como eu, como você, que lê esse blog, não terá nenhuma chance com elas, por dois motivos: primeiro, muito dificilmente você se enquadrará no tipo de homem perfeito do imaginário dela, por mais que você se julgue rico e bonito. E, segundo, por desconfiança e orientação dos outros, afinal, o pessoal mais velho, que gosta dela, e que sabe que ela é linda, já vai orientar, antes das primeiras noitadas: na noite os caras chegam de tudo quanto é jeito, sóbrio, bêbado, caindo de bêbado, enfim, mas não dê bola para nenhum e não poupe em dar fora sendo curta e grossa. E, por esse motivo, muitas gurias viram a cara quando você pretende simplesmente se apresentar ou convidar para dançar.

Complementando minha teoria, geralmente essas gurias começam a ficar mais acessíveis depois de terem levado muita porrada psicológica em relacionamentos frustrados e de terem se decepcionado muito com os tipinhos que batiam com o perfil do seu imaginário. Ou seja, elas percebem, aos poucos, que o sarado, rico e playboy geralmente têm um cérebro do tamanho de uma amêndoa e só sabe falar de carro e outras banalidades. Então, é aí que você, nobre e astuto leitor, passa a ter chances de se consagrar, pois, quando ela chega nesse estágio, ela te olha e pensa “ei, esse pode ser o cara que estou procurando”. E, então, ela pode te dar uma chance, se você não for muito burro e idiota (do tipo, chegar bêbado se gabando para ela que você isso, que você aquilo)...
Enfim, mas eu não sabia de nada disso no tempo em que eu saia (sic!). Por isso me lamento de ter feito tais descobertas tarde demais. Fica a dica para quem ainda está na caça (ou está começando a correr atrás do troço).
Uma boa caçada e um bom Grenal a todos.
PS: apesar de usar termos como “caça” e “pegar” eu não sou machista, afinal, elas também usam esses termos...