Feliz dia dos blogueiros!
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Boas leituras!
Há muito tempo venho cultivando a minha mini-fazenda no Orkut. Uma distração leve, desestressante. De certa forma, até entorpecente. Como já escrevi em outro texto, compro vacas, porcos, ovelhas, planto milho, lírio, algodão, abóbora moranga, enfim, faço de tudo na minha mini-fazenda. Tenho vários carros e várias casas. Porém, estava pensando esses dias: por que tanta satisfação em uma fazenda virtual se eu nunca morei e nem pretendo morar em algo semelhante? Pensei, pensei, pensei, até que conclui que, como diria McLuhan, o meio é a mensagem. Ou seja, no caso do estudioso canadense, ele apontou que o que importa não é o conteúdo dos meios de comunicação, mas sim, os próprios meios. Nesse sentido, no meu caso, a minha atração não é pela fazenda em si, mas sim pela lógica desse tipo de jogo: ganhar dinheiro para poder comprar mais. Esse é o princípio dos jogos onde você administra uma cidade, um café, uma boate, uma casa, um clube de futebol, enfim, o que menos importa é o conteúdo, mas sim, o a lógica do jogo.
, para no outro dia fazer tudo de novo, pois os animais seguem produzindo e cagando e as plantas seguem crescendo (e a grama também, e alguém tem que cortar, sabe cumé....). Enfim novamente, como disse, até admiro quem gosta de viver assim, até porque precisamos de agricultores para termos comida no supermercado, e acho que eles devem ser supervalorizados. Mas, eu ir morar em um sítio ou fazenda é mais ou menos como colocar um jogador de vôlei a jogar futebol, ou um jogador de futebol a jogar basquete, ou um jogador de basquete a jogar tênis. Ou, fazendo uma metáfora futebolística, seria como botar um goleiro de centroavante, um meia habilidoso na zaga ou um zagueiro trombador como meia de criação. Desculpem a pieguice mas, tipo assim: não rola. Vejo-me mais como um coiote levando estrangeiros para os Estados Unidos no México do que como alguém que vai trabalhar na terra. Entretanto, volto a frisar mais uma vez: admiro muito quem gosta desse tipo de vida, inclusive, meu pai cresceu morando “pra fora” e adora trabalhar com terra, bichos, plantas, etc. Mas, cada um cada um, ou, como diria aquela musiquinha ultra-enjoada: cada um no seu quadrado.
Aproveito o espaço cedido por mim mesmo para também responder às críticas da minha amada Mamuxca, que critica vários textos meus, dizendo que estou me indispondo com certas pessoas, empresas, políticos, etc... Mas, pensando agora, às 3 da madrugada, lembro de uma resposta que o escritor Charles Kiefer me deu em uma entrevista, quando lhe questionei sobre o quê o levava a escrever? “Não sei, simplesmente se não escrevo começo a passar mal, o coração dispara, parece que vou ter um treco, morrer...”, foi mais ou menos o que ele disse. E assim é comigo: se tem um assunto que está entalado na minha garganta, tenho que escrever. É da minha natureza. E, para ter sobre o quê escrever, tenho que estar no agito, no movimento, no meio da circulação de pessoas, e não numa fazenda. Agora, aproveitando o momento de desabafo (pra variar...) também vou usar esse nobre espaço cedido muito gentilmente por mim mesmo para responder aqueles que criticam quem escreve sobre si mesmo (coisa que praticamente todos os cronistas contemporâneos fazem: David Coimbra, Juremir Machado da Silva, Martha Medeiros, meu primo Gérson Alemão, Mr. Gomelli, July, etc...): minha literatura (se é que podemos chamar assim) é escrita para salvar a mim mesmo de minha própria insanidade. Caso alguém mais se salve (sabe-se lá de quê?) já estarei no lucro.
No ano passado, quando ia ao estádio Olímpico, lembro que ficava olhando para a torcida adversária e pensava: “coitados, viajaram de tão longe sabendo que o time vai perder”. E, de fato, quando não perdia, empatava. Olhei assim para diversas torcidas: do Corinthians, do Flamengo, do Atlético-PR, do Botafogo, do Cruzeiro, do Atlético-MG, até para os colorados olhei e pensei “poxa, por que não ficam em casa com a família?”. E, de fato, todos esses times, e muitos outros, passaram no caixa no estádio Olímpico em 2009, ano da invencibilidade gremista jogando em casa.
Recebi nessa semana um texto do Luis Fernando Verissimo falando sobre o seu pai, Erico Verissimo, que eu havia lhe solicitado para utilizar na biografia do escritor, que compõe um capítulo da minha dissertação de mestrado em Comunicação da PUCRS, que aborda o tema Jornalismo e Literatura. Não vou divulgar esse texto na íntegra até a conclusão do meu trabalho, porém, tem dois aspectos que ele abordou que aprovam algumas hipóteses psicológicas que sempre tive, mas que fogem do tema da minha pesquisa, e que, por isso, não passam de hipóteses.
O amor não tem tempo, o amor não tem idade. O amor presencial pode durar cinco minutos, mas no coração ele será sempre eterno. O amor pode estar num olhar, num passeio, numa surpresa. Num sorriso ou num beijo. Numa lágrima ou num abraço. O amor pode estar no ato de fazer amor, ou no de fazer sorrir. O amor entorpece, alucina. O amor transforma a tristeza em alegria em uma fração de segundo. O amor transforma o desespero em esperança, a dor em prazer. O amor acalma, o amor seduz, o amor envolve. O amor é eterno enquanto dura, e segue eterno quando termina. O amor, enquanto amor,é rei e absoluto. Fora o amor, nada mais importa: o passado, o presente, o futuro. O amor é auto-sustentável por ele mesmo. O amor torna 20 anos de espera menor do que cinco minutos de presença. O amor transforma a ansiedade em conforto. O amor consegue fazer o que o homem sempre sonhou: a eliminação do tempo e do espaço. O amor faz com que cinco segundos que passariam despercebidos, fiquem presentes em uma memória por décadas, quiçá, séculos. E faz com que horas de outras atividades passem despercebidas, diante da lembrança do amor.
Escrevi o texto acima, pois queria comentar o filme Diário de uma paixão (2004). No entanto, só me restou escrever sobre o amor, que é alma desse filme, que simplesmente apresenta um enredo (baseado no livro Nicholas Sparks) que representa o que eu tentei descrever acima, e que é indescritível: o amor. Por isso, nenhuma palavra a mais. Fica agora o silêncio. O silêncio do amor.
Hoje estava caminhando na rua, tranquilamente, quando de repente um homem veio em minha direção. Sorridente e atencioso, cumprimentou e me entregou um santinho de um candidato. Despedimo-nos, e, sem me entorpecer bebendo vinho, eu segui só o meu caminho, com aquele rosto de político me olhando. Dei uma espiada na frente do panfleto, e lá estava o nome do candidato, o número e o slogan de sua campanha. Mas o mais interessante estava atrás: um mini-currículo resumido.
Depois de um tempo sem esse quadro, voltamos hoje com o perfil. Dessa vez quem responde ao mais refinado questionário do jornalismo mundial é Pedro Giumelli, jornalista de 23 anos. Aliás, ele também tem um blog, muito bom por sinal, entrem aí: http://www.mrgomelli.blogspot.com/. Agora sim, vamos à entrevista, com seu respectivo making-of.
Ruiva, loira, negra ou morena? Ou ruivo, loiro, negro ou moreno, enfim...
Tu tem banda loco?
Nesses dias em que tenho estudado tarde e noite (manhã não, porque as primeiras horas do dia são sagradas), dividindo meu tempo entre leituras e escrituras, no intervalo entre a leitura de um livro acadêmico qualquer e a composição de mais um capítulo da minha dissertação, tenho observado como o meu cachorro, Jamelão, é feliz. Nunca vi alguém com tanto bom humor. Está sempre pulando, com a língua de fora, latindo, correndo, virando cambota. Coisa impressionante. E o mais incrível: apesar de hiper-ativo, ele é muito obediente. Sempre quando eu chamo, ele vem. Mesmo que seja para dar umas palmadas por ele ter rasgado alguma cueca que estava no varal ou para amarrar ele. Chamo “Jamelão!” e ele vem correndo. Passo a corrente na coleira e ele continua feliz.
Está certo, quando viro as costas e vou pra casa, ele começa a latir, mas pouco depois vou espiar pela janela, e ele já está arrastando o pote de comida pra cima e pra baixo, parecendo um fantasma arrastando uma corrente.
E, depois que solto ele, vou soltar a Pretinha (foto), a minha cadelinha que parece uma ratazana, e ele vem atrás e fica esperando eu abrir o portão do canil. Quando abro, ele pula em cima dela, dá mordidinhas, como se ele fosse menor que ela (coisa que não é). A folia dura até ela chorar e eu gritar com ele, mas ele não se intimida com os xingamentos, e vem pular nas minhas pernas para sujar minhas calças.
Queria ser um peixe para em tuas águas nadar. Queria ser um gato para em tuas pernas ronronar. Queria ser um cachorro para o teu corpo todo lamber. Queria ser um leão para durante dois dias inteiros copular. Queria ser um pássaro para te beijar em pleno ar. Queria ser um macaco para fazer cafunés e no meu colo te colocar. Queria ser uma abelha para morrer depois de te amar. Queria ser um coelho para contigo o mundo povoar. Queria ser um elefante para contigo fazer a terra tremer. Queria ser um esquilo para tua cauda levantar. Queria ser uma mosca para em tua sopa pousar. Queria ser uma hiena para contigo sorrir. Queria ser um burro para acreditar que és capaz de me amar. Queria ser um jegue para empacar em tua casa e dela nunca mais sair. Queria ser um pernilongo para tuas coxas picar. Queria ser uma águia para de longe te observar. Queria ser uma andorinha para ir até o Nordeste e na praia te encontrar. Queria ser uma onça para das garras de outro amor te arrancar. Queria ser um cavalo para em meu lombo te carregar. Queria ser um papagaio para o teu nome eternamente repetir. Queria ser cão de rua para em plena avenida desenvergonhadamente contigo fornicar. Queria ser um tiranossauro rex para em tua carne me lambusar. Queria ser um ganso para em tua lagoa mágica me afogar. Queria ser um tatu para em teu buraco me esconder. Queria ser um avestruz para em teu buraco, a minha cabeça enfiar. Queria ser uma lagartixa para na parede você me jogar. Queria ser uma cobra para em teu corpo me envolver. Queria ser um golfinho para nas águas salgadas do teu suor livremente nadar. Queria ser uma baleia para com uma bocada só te engolir. Queria ser um canguru para conitgo o mundo inteiro pular. Queria ser uma tartaruga para dentro da minha casca te levar. Queria ser uma lesma para o teu corpo inteiro lambusar. Queria ser uma aranha para com oito braços te abraçar. Queria ser um morcego para o teu pescoço beijar. Queria ser um carrapato para em teu pelo colar. Queria ser uma formiga para em tua calcinha despercebidamente entrar. Queria ser uma foca para em meu nariz te equilibrar. Queria ser um homo sapiens para pra sempre te amar.
Até dias atrás eu achava que o esnobismo pela cultura e pela literatura ficasse apenas por conta da maioria dos políticos. Porém, descobri nessa semana que tratar a cultura e a literatura como lixo faz parte da vida de muitas pessoas. Até respeito essa posição, porque o sentimento é recíproco. A cultura é lixo para eles, bem como eles são lixos para a cultura. Eles só querem ser “cult” quando lhes convém, para aparentar que não são tão burros para os outros. Mas enfim, como ia dizendo, fui tomado por esse sentimento de revolta numa tarde qualquer, quando tive a infeliz idéia de reivindicar um prêmio que havia conquistado com um texto literário em um concurso aqui de Santo Ângelo: um mês de academia de graça.
Quinta-feira será um dia histórico. Mais especificamente, será uma noite histórica. Caso o Inter venha a passar pelo São Paulo e chegar a final da Libertadores, metade do Rio Grande do Sul ficará de luto. Como gremista, acredito que o vencedor de Inter e São Paulo será o campeão contra o Chivas. Mesmo que não for, o classificado desse confronto garante automaticamente uma vaga no Mundial. Já pensaram se o Inter for bi-campeão da América ou do Mundo. Ou, pior ainda: bi-campeão dos dois! Será o fim. Ou, será a treva, como dizia aquela gurizinha da novela do macaco da Globo. Antes a morte do que tal tragédia. Caso isso aconteça, terei que me mudar de estado. Terei que construir uma vida nova em outro lugar, onde as pessoas não falem de futebol, tipo, a Islândia. O sofrimento será imenso. A dor será profunda e insuportável. Não teremos mais flautas para tocar nos colorados, pois só teremos mais títulos da Copa do Brasil do que eles. A gloriosa Libertadores, o nosso grande orgulho de dizer que somos bi-campeões, será igualado e a corneta será morta. E pior: se ganharem duas vezes o Mundial, não nos sobrará absolutamente mais nada. O pouco que resta do nosso orgulho, será extinto. O olhar, que já estava à meia-altura, será para sempre baixado, para nunca mais erguer-se novamente. Os fundadores do já não mais tão imortal se remexerão em suas tumbas. Sorte dos que não ficaram aqui para presenciar tal absurdo da humanidade.
Algumas mulheres, como minha ermã, por exemplo, acusaram a minha teoria duduziana de ser machista, porém, gostaria de fazer algumas considerações quanto a isso. A minha teoria, que na verdade não é uma teoria, mas sim uma hipótese (para ser teoria teria que ter dados empíricos, revisão bibliográfica sobre o assunto, etc, etc), enfim, a minha hipótese não quer dizer que eu concorde com os fatos. Na verdade, não chego nem a concordar nem a discordar. O fato é que o que escrevi é uma constatação baseada em impressões obtidas a partir da observação dos seres humanos que me cercam, e dos que são representados, principalmente, na televisão. Veja se essa lógica não é a das novelas, por exemplo? Dos filmes? Não estou dizendo que é em 100%, mas em grande parte do todo. Enfim (novamente), quero deixar claro que essa hipótese é uma constatação, e não uma OPINIÃO. Não julguei as mulheres nem os homens, só disse que existem tendências, provocadas pelos instintos, pelas cabeças femininas e masculinas que são virtualmente pensantes, etc. Admito, porém, que generalizei, sim, e que talvez tenha escrito no sentido de fortalecer estereótipos, o que faz com que eu mesmo me critique... Não pensei nisso antes, até que uma pessoa me chamou a atenção nesse sentido, e repensei o que tinha escrito, e concordei com ela: fui generalista. Mas (sempre tem o mas) continuo afirmando que a minha hipótese aponta algumas tendências que seguem a lógica que vejo no dia-a-dia.
A capacidade de reflexão e de evolução de um povo se mede pela liberdade de expressão e pela censura. São dois pólos extremos, como se fosse uma escala de 0 a 10. Quanto mais censura há, mais perto do irracional e do animalismo esse povo está. A evolução e o crescimento de um povo só se dão quando as idéias, por mais óbvias que pareçam, são debatidas, sem censura. E aqui está um dos principais problemas do Brasil: o convencimento equivocado de que a queda do regime militar terminou de vez com a censura.
No Globo Repórter da última sexta-feira foi apresentado um dado curioso: a maioria das mulheres tem ciúme do companheiro por medo de perdê-lo para outra mulher, enquanto o ciúme dos homens é relativo à questão sexual. Pois esses dados confirmam a minha teoria, conforme explicarei agora.
O papo do “não quero casar, não quero nada sério” é uma gordurinha que ela deixa para queimar caso ela não goste do cara no desenrolar dos acontecimentos. Nesse caso, sim, ela dirá “vamos parar por aqui, pois eu não quero nada sério”. Acredite: as mulheres são muito espertas. Mas (sempre tem o mas), se ela curtir o amante, ela vai fazer de tudo para ficar com ele. Ou seja, a mulher acha que o homem vai fazer com ela o mesmo que ela faria com ele: vai trocá-la por outra mulher, vai perdê-lo enquanto companheiro, enquanto marido ou futuro marido em potencial. Por isso, se ela descobre que o marido traiu e que, realmente, foi só sexo, ela tenderá a perdoá-lo porque ela, ao contrário de nós, homens, não se sentirá verdadeiramente ameaçada a perdê-lo. Enfim, a mulher acredita que os homens pensam como ela: que buscam algo sério fazendo sexo.
É a questão da adrenalina. Então, se ele encontrar outra mulher que lhe atraía, ele não negará fogo, mas isso não quer dizer que ele quer deixar tudo por aquela outra. Porém, ele não admite que a mulher faça o mesmo. Justamente porque ele também pensa que as mulheres são como ele: que buscam o sexo pelo sexo. Então, o homem sente medo de levar vários chifres e ficar com a fama de corno. Na verdade, o homem talvez até não sofra pelo processo da cornificação em si mesmo, mas sim, na divulgação da sua cornice. É o lugar onde a figura pessoal dele vai estar no imaginário dos outros. Ele será visto como um corno, e perderá o respeito de todos por conta disso. Por isso, para os homens, às vezes uma ameaça a sua honra é mais imperdoável do que uma traição que ninguém sabe que aconteceu. E por não estar sempre na busca de um relacionamento eterno e perfeito é que ele não perdoa a traidora e larga da mulher com maior facilidade do que no processo inverso. O homem pensa: “Você me traiu, não tenho mais como sair na rua com a cabeça erguida, e posso viver sem você e arranjar outras”. Já a mulher pensa: “você me traiu, mas desde que não faça isso de novo e não me deixe, eu aceito continuar”. Claro, tudo isso é o resumo do resumo, porque na verdade tanto o homem quanto a mulher pensam muito sobre o assunto. Porém, todos pensam demais sobre o assunto e geralmente o diagnóstico final de homens e mulheres é esse que citei.