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terça-feira, 24 de agosto de 2010

Nada como um dia após o outro

Hoje estava caminhando na rua, tranquilamente, quando de repente um homem veio em minha direção. Sorridente e atencioso, cumprimentou e me entregou um santinho de um candidato. Despedimo-nos, e, sem me entorpecer bebendo vinho, eu segui só o meu caminho, com aquele rosto de político me olhando. Dei uma espiada na frente do panfleto, e lá estava o nome do candidato, o número e o slogan de sua campanha. Mas o mais interessante estava atrás: um mini-currículo resumido.
Lembrei de alguns episódios do passado, esfreguei as mãos, e murmurei comigo mesmo: “nada como um dia após o outro”. Explico-me: desde que comecei o curso de jornalismo, no longínquo 2002, eu já pedi emprego pra ele, deixa eu tentar contar... 1, 2, 3... umas 6 vezes. Primeiro, quando comecei a estudar, topava até em fazer estágio de graça. Não quis. Depois, quando já trabalhava em Ijuí, município aqui perto, voltei a procurar o seu veículo de comunicação, pois se trabalhasse aqui teria menos gastos, e novamente ouvi um redondo NÃO. Nem uma chancezinha sequer. Antes de eu ir para Porto Alegre fazer estágio na Rádio Gaúcha e entregar panfletos, novamente o procurei, e novamente ouvi NÃO. Depois, quando já estava na Gaúcha, mas precisava de um emprego por fora para me manter, propus de enviar matérias, colunas, fotos, enfim, o que fosse necessário em troca de um valor risível, e, mal acabei de falar, já ouvi outro NÃO em um telefone de orelhão da Otávio Rocha.
Mas, como diriam “Os melhores do Mundo”, interpretando Joseph Climber, existem pessoas que não se abatem por nada. Até mesmo os mais terríveis obstáculos são encarados como novos e maravilhosos desafios. E de Porto Alegre, voltei para Santo Ângelo para trabalhar em outro jornal. Depois, quando fui fazer mestrado em Porto Alegre, antes de conseguir um emprego em Bento Gonçalves, procurei esse nobre candidato, que ocupava um cargo de alto escalão na capital do RS, para ver se não conseguia qualquer coisa para um pobre mestrando, do tipo, porteiro de prédio, vigia, assessor de imprensa, carregador de qualquer coisa, enfim, coisas do tipo, e, adivinhem: ele, como bom político, disse “Não se preocupe, Duduzinho, vamos resolver isso pra ti”. Passou-se um ano e meio e nada. Quando voltei para a minha amadíssima terra natal, ainda com espírito de Joseph Climber, voltei a procurar a empresa dele, mas que nada. “No futuro, quem sabe”, foi o que ouvi. E eis que, depois de tanto pedir e não ganhar UMA oportunidade, recebo um santinho do nobre candidato. É muita ironia do destino. Mas, além disso, também não sei de nada que ele tenha feito de importante para mim durante os três mandatos que ele teve como deputado estadual, o que quer dizer que há uma pequena falha de estratégia comunicacional nesse material divulgado por ele nas ruas. O que eu sei é que, como já escrevi, já consegui emprego em todos os cantos desse estado, menos na minha terra natal.
Agora, pergunto: por que diabos eu deveria votar num cara desses?
FIM

2 Comentários:

  • poha... nao vota em ninguem... são tudo farinha do mesmo saco esses políticos manolo... hahaha

    abraço!

    Por Blogger Mr. Gomelli, às 24 de agosto de 2010 às 22:04  

  • vo vota no danrlei pra federal, que pelo menos deu uns títulos que renderam umas festinhas massa na década de 90! e pra estadual vo de Chinelinho (13321). Se é pra chinelia, vamo chinelia até no nome!!

    Por Blogger Eduardo, às 24 de agosto de 2010 às 22:40  

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