
Acabei de apresentar minha dissertação de mestrado, aqui na PUCRS, e deixei de estar apavorado para ficar aprovado. O que quer dizer que, a partir de agora, sou mestre. Eu e o Jonas. A diferença é que ele ganha milhares e eu não ganho nada. Por outro lado, ele não sabe o que eu sei... Enfim, enquanto uns tem uma coisa, outros tem outra coisa, é a vida. E por falar em vida, não resisti em ficar concentrado apenas na dissertação, e comecei a ler o Nosso Lar, do espírito André Luiz, transcrito pelo médium falecido Francisco Xavier. A mãe tinha esse livro e, como estou curioso para ver o filme, tomei-o emprestado. Estou na metade das 260 páginas da obra.
Enquanto lê o livro você fica completamente convencido de que tudo aquilo é verdade. Aliás, é bom, porque você se sente como se passasse a conhecer um pouco sobre o além. As revelações são coerentes e, às vezes, surpreendentes. Por exemplo: conforme o livro, ainda se tem a idéia de trabalho/pagamento no além. Quer dizer, a pessoa tem que trabalhar X horas para ganhar tanto, e, a partir daí, fazer suas aquisições, como casa, etc. Achei estranho, mas os detalhes realmente são impressionantes e convincentes. Entretanto, como o próprio espírito explica, o Nosso Lar é nome de uma das várias comunidades de espíritos e cada comunidade tem um formato, cultura, estrutura etc, bem como, na Terra, há uma variedade de cidades, culturas, povos etc. Como assisti ao filme sobre a vida do Chico Xavier, e tive uma experiência de quase-morte no início do ano, passei a procurar um pouco mais sobre o assunto e, confesso, para quem tem muitas dúvidas sobre o tema “morte”, tal livro e tal visão de vida pode ser reconfortante, pois você fica com a impressão de que não estamos fazendo tudo o que fazemos aqui em vão.

Aliás, lendo o Nosso Lar, lembrei de um amigo e ex-colega de Jornal da Manhã, o falecido Ismar Kumer, que também foi vereador em Ijuí. Lembro-me que, certa vez, fazendo o lanche do início da noite, no jornal, conversamos um pouco sobre espiritismo. Ismar era espírita e explicou que o espiritismo, na verdade, é um estudo, uma busca pelo auto-conhecimento, pela elevação espiritual, etc, tendo fé e crendo em Deus. Como fiz a crisma nesse ano, o tempo inteiro faço as minhas interpretações do espiritismo fazendo relações com o cristianismo, e, de fato, você passa a encontrar alguns indícios para possíveis respostas... Enfim, lendo a obra também lembrei do Ismar dizendo que as pessoas se tornam espíritas por opção, e não por imposição. “Você nunca vai ver um espírita distribuindo panfletos e querendo persuadir as pessoas a aderirem a sua religião na rua, como acontece com algumas igrejas”, disse-me. De fato, acho que o espiritismo é um estado de espírito.
Enfim, escrevendo todas essas linhas aqui, na biblioteca da PUC, sinto que, apesar de mestre, pouco sei e que vou sentir muita falta dessa porrada de livros que ficam aqui a disposição dos alunos. Digamos que, nesses dois anos de mestrado, essa biblioteca foi minha segunda casa, meu segundo lar. Foi o lugar em que busquei refugo e a fuga da ignorância. Foi meu consultório médico, minha clínica psiquiátrica, meu ambulatório cerebral, minha farmácia, enfim, foi onde busquei respostas para todos os tipos de perguntas. E é daqui que escrevo essas linhas, já pensando no meu recomeço de vida, de volta ao Jornal da Manhã e a Rádio JM de Ijuí, onde recomeçarei a trabalhar na próxima segunda-feira.
Sinceramente, espero que seja mais uma fase de crescimento e de inspiração, longe dos maus fluídos e das energias negativas vindos de meus sogros, afinal: ano novo, vida nova! E encerro aqui, desejando um bom ano a todos! Hasta!