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quarta-feira, 8 de novembro de 2017

Encontro casual

Poucos sabem, mas às vezes eu canto. Canto enquanto estou dirigindo, canto no chuveiro, canto com o som ligado a mil no computador ou na TV, enfim, canto quando tenho vontade. Porém, fazia dias que não cantava. Até ligava o rádio ou colocava um pen drive no som do carro para tentar embalar, mas não ia. Não fluía. Não evoluía. Faltava aquele gás, aquela energia que torna a censura da vontade de cantar insustentável. Aliás, nos últimos dias nem vontade de ouvir música eu tinha. Colocava sons animados, músicas tristes, rock leve, rock pesado, música eletrônica, axé, reggae, música gaúcha, sertanejo, metal, Galinha Pintadinha, em resumo, de tudo um pouco, e nada me animava. Provavelmente porque você parou de me mandar músicas para elevar as energias positivas do meu dia. Ou, quem sabe – e essa é a principal hipótese – porque eu não te via há anos.
Como nessa vida cada trilha percorrida sem destino nos leva há algum lugar, foi justamente enquanto flanava por uma das ruas mais movimentadas dessa metrópole que cruzei com você, dia desses. Foi aquele encontro sem jeito, inesperado, que me pegou de surpresa. Será que chove? Como anda a vida? O que tem feito? Namorando? Achei que ia rolar até um “Pra ser sincero... prazer em vê-la, até mais...” do Humberto Gessinger, entretanto, nunca vou conseguir te enxergar apenas como a amiga da música, como sempre te falei desde que nossos lábios se encontraram pela primeira vez...
E foi nesse dia que, depois de muito tempo, nossos olhos se encontram por poucos segundos e eles falaram tudo o que nossas bocas não haviam dito em anos de separação. O momento foi atrapalhado por aquele meu amigo sem noção que, em meio a milhões de pessoas dessa cidade e milhares de ruas, foi cruzar por nós justamente naquela hora e naquela avenida. E você, meio sem jeito, puxou o cabelo para trás da orelha, sorriu e disse um “até breve” que me deixou sem palavras, pois te ver em breve é o que mais tenho sonhado nessa vida...
Apesar do encontro rápido, desde então tenho voltado a cantar. Você tem uma boa energia, e parece que ela é contagiosa, pois recarrego a minha positividade estando perto de ti. O problema é que fico perto de ti bem menos do que gostaria. A questão é que o combustível das lembranças não tem força suficiente para manter a minha energia como cantor funcionando a pleno vapor por longos períodos de tempo. Portanto, estou aproveitando o momento para cantar sem parar, e uma das minhas músicas preferidas é “Você me ligou naquela tarde vazia, que me valeu o dia”... Bem, não foi uma ligação, mas sim, um encontro casual, mas que igualmente me valeu não só aquele dia, mas todos os dias posteriores até essa noite vazia. Isso certamente vai durar por um tempo, só espero que eu possa reabastecer essa bateria de positividade tão boa antes que a ela descarregue por completo, como acontece com a moça no fim do clipe do “More than you know”... Aliás, mesmo distante geograficamente e temporalmente, eu penso em ti “more than you know and more than you can imagine”. See you soon, baby. I hope and I dream. After all, a poor dreamer is what I am.

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