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sexta-feira, 20 de outubro de 2017

Ninguém nos tira o tri - nem os colorados

Já comentei aqui e em outros lugares que eu já fui um gremista muito fanático. Um dos maiores elogios que ouvia nos tempos de colégio é “você é mais chato do que o Paulo Santana”, quando começava a falar de Grêmio e discutir com os colorados sobre futebol.
Porém, o tempo passa, veio a universidade, eu não tinha tantos colegas fanáticos por futebol, a fase do Grêmio que papava tudo de 1995-1997 passou um pouco, as mulheres, as festas e a bebida começaram a aparecer na minha vida, bem como a literatura, Charles Bukowski, Henry Miller, Jack Kerouac e muitos outros e, consequentemente, o Grêmio, que ocupava praticamente 90% do meu interesse até o final do Ensino Médio, passou a ficar um pouco de lado. Não que eu não assistisse a praticamente todos os jogos, ou que quando morei em Porto Alegre não adotei o Olímpico como minha segunda casa, ou que praticamente não chorei de emoção ao ver o Maxi Lopes fazer o gol da virada de 2 a 1 contra o Inter no Gre-nal número 1000, que assisti das arquibancadas do velho casarão ou que não sai na neve em Nova York para assistir no Smithfield (o bar dos gremistas) ao tricolor tomar 4 a 0 do Coritiba no Couto Pereira... Mas, aquela expectativa, aquela ansiedade, aquela insônia, aquele acordar pensando naquilo e dormir pensando naquilo envolvendo um jogo do Grêmio ficou muito tempo adormecido.
No ano passado, até voltei a ter um pouco dessa ansiedade nos jogos da semifinal e final da Copa do Brasil. Mas, com os resultados dos jogos de ida, fora de casa, contra Cruzeiro e Atlético-MG, praticamente resolvendo a parada, acabei ficando mais relax para os jogos decisivos, na Arena. Portanto, penso que agora, passados 20 anos do título da Copa do Brasil conquistado dramaticamente contra o Flamengo em 1997, no Maracanã, volto a sofrer de ansiedade, nervosismo e insônia por conta de um jogo do Grêmio. Não consigo lembrar se fiquei tão nervoso antes do jogo contra o Náutico, na Batalha dos Aflitos, ou na final contra o Boca, em 2007 (que no caso, também teve um corta-prazer depois da derrota na Bombonera), mas o fato é que, agora, em 2017, para o jogo da próxima quarta contra o Barcelona, estou incrivelmente ansioso.
Na última noite sonhei que estava no Equador. Foi muito real. Estava eu, meia dúzia de alunos e meu pai. Havia dois colorados no grupo (Renan e Ramon). Já os demais, vestiam camisa do Grêmio. A caminho do estádio, tínhamos que passar a pé pelo meio da torcida do Inter (não faço ideia que porra estavam fazendo lá, mas enfim), que cantava freneticamente em meio a bandeirões e muita fumaça de cigarro. Gelei. Tiramos as camisas e escondemos nas calças/bermudas para passar pelo meio. Um dos colorados, o Renan, disse: “calma, que eu sei essas músicas” e começou a cantar. Passamos pelo bolo de colorados e chegamos ao estádio de Guayaqiuil, que estava absolutamente lotado.
Entramos cantando músicas da Geral do Grêmio (o Renan e o Ramon, os dois colorados do grupo, cantavam também) e de lá assistimos ao jogo, que acabou 0 a 0. Na saída do estádio, lembro da angústia de encontrar meu pai e fiquei com medo de que ele ficasse perdido no Equador. Depois que o encontramos, voltando para o Brasil de ônibus, fiquei completamente eufórico diante da possibilidade de voltar para uma final da Libertadores. Faltava apenas um jogo. E então, eu acordei.
Ainda faltam cinco noites para a partida. Espero nessa noite sonhar com a classificação e, depois, com o título. E espero que tudo se torne realidade. Diria que, dessa vez, estamos mais próximo do título da Libertadores desde 1995. Alguns dirão que teve 2007, mas no referido ano, desde o primeiro gol do Boca Juniors, não conseguimos chegar nem um pouco perto da taça. Nesse ano será diferente. O time é melhor. Tem Luanel Messi. Tem Geromito. Tem Cãoneman. Tem Rei Arthur. E tem Reinato Gaúcho. Nesse ano, ninguém nos tira o tri! Espero que, pelo menos, não nos meus sonhos.

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