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quarta-feira, 4 de outubro de 2017

Com quem contar...

Dias desses escrevi sobre a série que estou assistindo: Californication. Hoje vi um episódio com o qual me identifiquei muito. Primeiro um resumão, para depois vir os detalhes: o sujeito se fodeu o dia inteiro e, ao final, alegra-se por ver um sorriso meigo no rosto da sua filha. Essa é a sina dos pais que amam seus filhos. E eis, nesse episódio, um pouco da justificativa (que provavelmente eu não soube e explicar tão claramente no texto anterior) do motivo pela qual acabei gostando tanto dessa série.
Agora vamos aos pontos específicos.
No recém assistido episódio, Hank Moody, o escritor protagonista da história, toma um fora da mulher amada, conhece o casal de lésbicas que criou o rapaz mais velho que namora com a filha dele, é seduzido por uma atriz do filme para o qual ele escreveu o roteiro, que tenta lhe pagar um boquete mas que, na hora H, é flagrada pelo co-diretor do filme que é apaixonado por ela e que, então, exige a sua demissão ao diretor, que, por sua vez, ama o seu trabalho. A decisão toda fica para o protagonista, um rapper-ator que, ao ficar sabendo da história, ameaça jogá-lo da sacada de um prédio e lhe da um soco no saco e, depois de um drama com promessas de futuras confianças mútuas, diz que está tudo bem. Mas, ao pensar que tudo se acalmou, Hank descobre que a merda toda está só começando, pois é demitido pelo diretor que, de quebra, contrata o seu genro para substitui-lo como roteirista. E, para fechar a tragédia grega hollywoodiana de Hank, o seu agente e melhor amigo resolve ser o agente do genro ladrão de emprego... Um resumo da ópera: o sujeito (Hank) vê o seu grande amor, casado com um lunático e bêbado, dar-lhe um pé na bunda, enquanto ele cai numa emboscada com uma atriz barata que acaba fazendo com que ele, não só perca o emprego, mas também seja substituído pelo genro (um sujeito que ele simplesmente odeia). E, de quebra, é traído pelo seu agente e melhor amigo, que o troca pelo fedelho que vai para a cama com a filha dele (Hank). Completamente fodido e de saco roxo (pelo soco que levou do rapper) ele encontra a filha (que até então estava de mal com ele), mas que agora está sorridente por pensar que ele deixou o emprego para que o seu namorado tivesse um. Meigo, não? Sim. Claro que essa é a apoteose do pai boêmio que ferra com tudo, passa pelo diabo, mas que, apesar das merdas feitas, vê a filha de boas pensando que ele agiu de forma intencional e coerente. Esse é o resumo da ópera, que pode ter duas interpretações.
A primeira diz que o sujeito só se fode, toma no cu até não poder mais, come o pão que o diabo amaçou e o caralho a quatro apenas para ver o sorriso da filha. Já a segunda diz que, enquanto os colegas de trabalho, “amigos” e “melhores amigos” aparentemente estavam preocupados com o cara, no fim das contas, quando a coisa aperta, o sujeito acaba levando bordoada de todos os lados e termina encontrando aconchego e consolo apenas no calor do abraço de quem de fato ama ele: no caso, a filha. Ou seja, enquanto você está de boas, por cima, todo mundo é teu amigo, te ajuda, dá o maior dos suportes mas, é só você passar por uma sequência de merdas que, quem acaba te abraçando, é quem te AMA de verdade. No caso de Hank, a filha.
Bom, como disse, essa é apenas a quinta temporada. Ainda tenho mais três para assistir. No entanto, os dramas e as relações envolvendo família-amigos-mulheres-filha-e-o-caralho-a-quatro fazem com que eu realmente me identifique com essa série. Se você leu esse texto e quiser saber um pouco mais sobre o que estou falando, fica a dica: assista a Californication. Ou, tenha uma filha. Acho que é mais fácil assistir à série... See ya!

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