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sábado, 10 de maio de 2014

Gonzofest - Day 5

Sexta-feira, penúltimo dia de Gonzofest. A grande expectativa era em torno do filme, For no good reasons – um documentário sobre o ilustrador Ralph Steadman – e pela presença da Anita Thompson, viúva de Hunter.
- Gonzinho, hoje se comporta, não vai fazer fiasco na frente da Anita.
- Vá se foder.
Não sei mais o que fazer com esse azulzinho narigudo.
Partimos cedo, pois o filme estava marcado para às cinco e meia. Chegamos lá e logo fomos conhecendo pessoas que não estavam nos outros dias, como um cara de Chicago, que até agora está me ajudando bastante com a minha pesquisa, e Margaret Harell, que foi editora do Hunter Thompson quando ele escreveu o Hell’s Angels. Conversei bastante com eles, enquanto o Gonzinho estava bebendo no bar impaciente pelo início do filme. Então, apagaram as luzes, e num super telão maior do que o de qualquer cinema que eu já vi na vida, começou a parada.
O filme é bom demais. Eu consegui gravar quase todo na minha câmera, mas está guardado aqui, em sigilo, pois ele foi lançado na Gonzofest três semanas antes do lançamento em Nova York. É muito foda ver o Ralph fazendo os desenhos na frente do Johny Deep, que vai conduzindo a conversa.
- E aí Gonzinho, gostou do filme?
- Gostei. Só não gostei desse tal de Deep...
- Por quê?
- Porque as mina ficaram embasbacas por ele e nem deram bola pro meu narigão...
Sentimental, esse Gonzinho. Bem, de lá seguimos para o Muhammad Ali Center, aonde aconteceria a segunda parte do evento. Chegando lá, descobri que o Muhammad também é natural de Louisville. E me explicaram que por isso o Hunter Thompson conseguiu algumas entrevistas exclusivas com o cara. Também descobri um pouco da história política dele, que além de ter sido um dos maiores boxeadores da história, teve uma grande participação política na luta contra o racismo e também ao se negar a ir para a guerra do Vietnã, fazendo críticas fortes contra a postura do governo americano no confronto – e isso revela uma certa tendência que o governo americano também tem a censura (e depois falam do Fidel...).
- Viu, Gonzinho? A vida não é só essa mamata de bebidas e drogas e putaria que você está pensando...
- Não fode... vamos sair daqui...
Deu pra conhecer bem o museu antes de subirmos para o último andar, aonde em um salão gigante seria realizado o evento.
Eu estava na expectativa de ver a Anita Thompson. Mas, antes, deu para curtir a vista bonita que se tem do rio que divide os estados de Kentucky e Indiana, e tomei umas com o Gonzinho. Até dei uma entrevista para o cara que estava fazendo o documentário sobre a Gonzofest 2014.
A noite começou com shows e apresentações e nada da Anita. Depois fui descobrir que ela não foi devido a problemas de saúde. A única coisa estranha que achei é que não foi dada nenhuma explicação no microfone, ao público... Ela simplesmente não apareceu e só no dia seguinte essa explicação foi dada publicamente...
Depois de ver diversas apresentações, interpretações e leituras, o lugar foi ficando vazio e o Gonzinho já estava ameaçando se jogar da ponte.
- Porra, Gonzinho! Não fode!
- O Thopmson se matou eu também vou me matar!!
- Teu cu, Gonzinho, vem aqui que te pago mais uma.
Ele pensou por um segundo e disse:
- Tá, só mais uma, pois quero chegar do outro lado zoando geral!
Bebemos mais algumas e ele acabou esquecendo da parada do suicídio. Dessa vez a cara dele era de cansaço. Esperei ele dormir escorado no balcão do bar para colocá-lo dentro da mochila para voltarmos para casa, afinal, sábado era o último dia e precisávamos estar com nossos corpos e mentes 100%.

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