Cidades inspiradoras
Well, talvez até nisso eu tenho mais a ver com o Hunter Thompson do que com os outros escritores que eu admiro. Ele viajava o país, zanzava pela Florida, Nova York e Califórnia, mas tinha o seu refúgio para escrever na sua casa em Aspen, no Colorado. Eu também sou assim: fico inspirado nas cidades fodas, mas me inspiro para escrever quando estou em cidades que não se tem muito o que fazer, como Louisville, no Kentucky (creio que foi quando eu mais escrevi desde que cheguei nos Estados Unidos) ou em Santo Ângelo, minha cidade natal no Brasil. Você está lá, num domingão, nas casas ao lado as pessoas assistem ao Faustão, a tua mulher foi visitar a sua sogra e levou as crianças, teus amigos estão todos em outras cidades, então, o quê fazer? Escrever textos, colunas, artigos, teses, teorias, memórias, etc.
E, para a minha sorte, quando eu voltar para o Brasil vou ficar inicialmente em Santo Ângelo. Isso quer dizer que não vou ter muito o que fazer (além das obrigações familiares), a não ser escrever a tese e outras coisas, como a coluna nesse espaço.
Eu tinha em mente seguir escrevendo a porra toda em ordem cronológica. Mas creio que eu só vou conseguir voltar mentalmente para a casa em que eu estava em Louisville, para falar da família que me alugou o quarto, por exemplo, quando eu estiver em Santo Ângelo meio sem ter o que fazer. Aqui eu até pensei em escrever esse texto. Mas não consigo me sentir lá, no bairro mais pobre de Louisville, estando a uma quadra da praia em San Diego... Quando eu começo a pensar nisso eu já estou saindo porta afora rumo ao mar para pegar umas ondas...
Bom, na verdade, já acabou a inspiração para escrever... É difícil ficar sentado escrevendo quando se está numa cidade em que há mil coisas para se ver lá fora... Então, parafraseando o Gaguinho, po-por hoje é isso pe-pesoal!
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