Sim, o Grêmio será campeão da Libertadores
Primeiro, o óbvio, mas que nem torcedores do Grêmio nem do Inter aceitam como desculpa, mas que qualquer analista de futebol de fora do Rio Grande vai concordar: faz diferença você ter uma semana inteira para treinar manhã e tarde pensando apenas na decisão em que você terá vantagem e você ter que jogar na quinta-feira uma decisão, mesmo contra um time fraco, pela Libertadores, como foi o caso do Grêmio. Ou seja, querendo ou não, o Grêmio teve apenas a sexta e o sábado para se preparar para o Grenal. E isso que teve que viajar para Caxias. Vejo a transferência da decisão para o Centenário como algo estratégico também nesse sentido: enquanto os jogadores do Inter puderam ir bem antes para Caxias, ou ir em cima da hora descansados, os jogadores do Grêmio jogaram na quinta e já tiveram que ir para Caxias para jogar a final.
Segundo, a ausência do seu jogador mais experiente, Zé Roberto, e de Luan. Não creio que o Grêmio teria vencido o Grenal, mas nos jogos da Libertadores os dois fazem diferença. E o Luan pode fazer A DIFERENÇA.
Terceiro, a cabeça dos jogadores. Os caras são seres humanos. Não é bem assim “desliga o botão da Libertadores e liga o do Gauchão”. O fato é que o Inter SÓ TINHA O GRENAL PARA PENSAR. E o Grêmio não.
Quarto, a força do time do Inter, óbvio. Passar por tudo isso que citei antes e pegar um time mediano é uma coisa. Agora, jogar na quinta, jogar em Caxias, com a torcida contra, e diante de um time qualificado como o Inter é fatal. Então, óbvio que, além de tudo o que falei, a qualidade do Inter também foi fundamental. O que estou dizendo é que se o jogo fosse com os dois times em condições iguais, só pensando no título, tendo treinado durante a semana inteira de maneira igual, com certeza não teríamos a goleada.
Quinto, o apagão. O Grêmio estava todo projetado para tentar fazer dois gols. Quando o Inter fez 2 a 0, acabou. Houve uma pane cerebral no time e o Inter soube aproveitar. É como aquele momento do boxe que o adversário tonteia. Ou você apenas administra ou vai para o nocaute. E o Inter foi para o nocaute. Deu mais duas porradas e liquidou a fatura. De certa forma, é bom para o Grêmio aprender a não perder a cabeça nos jogos da Libertadores.
Sexto, Abel Braga. Foi a melhor contratação do Inter nesse ano. Além de saber motivar o time, ele sabe como se preparar para esse tipo de jogo. Não adianta, ele é uma espécie de Felipão dos colorados. No primeiro Grenal ele fez a diferença. Antes dos dois gols do Rafael Moura, o Marcelo já tinha evitado um gol em jogada idêntica: bola no fundo e cruzamento no segundo pau. Isso é treino. O Inter aplicou três vezes e fez dois gols.
Sétimo, Enderson Moreira. Se excluirmos do papel os dois Grenais, o trabalho do Enderson, a forma do Grêmio jogar, etc, tem todos os atributos de time campeão. Sei que serei apedrejado por gremistas e colorados, mas é fato. O Grêmio e o Enderson foram obrigados a passar por toda essa situação. Jogo na quinta da Libertadores e domingo decisão em Caxias contra um time forte. Não tem o que fazer. Ponto. No restante da Libertadores isso não vai acontecer, pois o foco será para os jogos de mata-mata e com praticamente toda a certeza terão jogos do Brasileirão em que o Grêmio terá que botar o time reserva.
Oitavo, os adversários da Libertadores. Não tem nenhum grande bicho papão. O melhor time, teoricamente, é Velez, mas que o Grêmio só pega na final, e numa final tudo pode acontecer. A trajetória é difícil: provavelmente Cruzeiro na próxima fase e Atlético na Semifinal (considerando que passe pelo San Lorenzo, que só por ser argentino já é difícil). Mas são todos times nivelados. Nenhum está muito acima do outro e, nesse cenário, um time que tem jogadores como Luan e Barcos pode levar a melhor.
Nono, a parada da Copa. Isso pode ser bom ou ruim. Tivemos vários casos, inclusive com o Inter, que mostram isso. Em 2010, antes da Copa o São Paulo estava bem e o Inter mal. Depois da Copa, inverteram-se os papeis, e o Inter eliminou o São Paulo, que era o seu grande adversário na busca pelo título.
Décimo e último: creio, e quero deixar registrado aqui, que o Rio Grande do Sul vai repetir o que Minas fez em 2013: Grêmio ganha a Libertadores e o Inter o Brasileirão. Torço para estar enganado, pois não quero o Inter campeão do Brasileirão. Mas fica o registro da previsão do Pai Dudu.
3 Comentários:
Como desta vez não houve delírios azulados, sou obrigado a concordar contigo. De fato não há nenhum bixo papão nesta libertadores, então tá bom pro Grêmio, e se o Inter não entrar na fase depressiva que tem apresentado nos brasileirões anteriores, leva a taça! Fuck german!
Por Marcos, às 15 de abril de 2014 às 06:50
Inter não leva brasileiro nem a pau, german!
Mas concordo com os outros desvarios do pai dudu.
Por Zaratustra, às 16 de abril de 2014 às 17:56
uhauhauahuaua
Por Eduardo, às 17 de abril de 2014 às 13:14
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