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terça-feira, 25 de março de 2014

Minha ermã em Nova York

Vou tentar atualizar um pouco essa bagaça. Há exatamente um mês atrás a patroa e as crianças voltaram para o Brasil e eu fiz aquela viagem que já narrei até Key West. Então, depois disso, no dia 28 de fevereiro, foi a minha vez de ir de Miami até Nova York, pensando a todo o momento que a porra do avião ia cair (e isso foi antes da história da Malásia). Enfim, pousei são e salvo e na chegada fiquei num hostel no Brooklyn, pois isso era sexta de noite, e a empresa que aluga quartos no Harlem já estava fechada. Sair dos 25 graus para 0°C é uma merda. Mas enfim, fiz isso. Dormi no hostel, que era bem arrumado e tinha uns alemães malucos (um, inclusive, torcia para o Hamburgo) e no outro dia fui alugar o quarto. Na verdade não foi nada fácil, pois dessa vez cobraram mais por ser para duas pessoas. Porém, como não adiantava discutir com o caboclo, acabei pegando o quarto por duas semanas – uma semana seria a que minha ermã ficaria em Nova York.
E, assim, na madrugada de sábado para o domingo lá fui eu novamente ao aeroporto JFK, dessa vez para esperar a minha ermã (na família Ritter não existem irmãos, mas sim ermãos, que é a pronúncia correta que aprendi vendo os mais velhos). Cheguei no aeroporto por volta da meia-noite e o avião da guria chegava às duas. Então, fiquei duas horas lá, bocóziando, etc. Ela chegou e na ida para casa pegamos aquele trenzinho que fica rodando de terminal em terminal. Mas na verdade são três trens diferentes, um que vem, um que vai e um que fica rodando. Eu não sabia exatamente qual que levava até a estação do metrô, então entramos no primeiro que passou, mas, quando vimos, era o que ficava dando voltas no aeroporto... A guria queria pegar um táxi, mas isso, pra mim, era fora de cogitação: trocar cinco dólares do metrô por 70 do táxi, como diz a minha pequena Lary: nem pensar! Insistimos até que achamos o trem certo e, assim, chegamos quase cinco da manhã em casa.
Com a minha ermã lá, em meio a brigas, bate-bocas e discussões sobre todos os assuntos possíveis (desde política até dinheiro para comprar pão), pude ir novamente a vários lugares que já tinha ido (como a ponte do Brooklyn e o Memorial do World Trade Center) e alguns que eu ainda não conhecia, como o Zoológico do Bronx, os teatros da Brodway (assistimos ao Mamma Mia) e a ONU.
Sobre o zoológico, o sistema é o seguinte: na quarta-feira o ingresso é apenas doação. Então, obviamente, fomos numa quarta-feira, pagando algo como 30 centavos. A minha ermã até teve a brilhante ideia de dizer que éramos argentinos, para sujar o nome dos Hermanos... Mas o problema é que nem eu e nem ela falamos espanhol fluente, e em Nova York quase todo mundo que trabalha em lugar turístico fala espanhol (é que eles sempre perguntam de onde os visitantes são). Chegamos a cogitar dizer que éramos russos ou gregos, mas por fim optamos por manter a má fama dos brasileiros. Foda-se, os caras tem muito mais grana que nós, recebem milhões em doações, não vai ser eu, um pobre estudante brasileiro, que vou dar meus míseros e contados trocados para esses caras ficarem ainda mais ricos... Enfim... Fomos na quarta-feira mas tem um detalhe: a quarta é o dia em que “limpam” o zoológico, o que quer dizer que tem alguns espaços fechados e alguns animais não estão por lá, ou estão trancados, sei lá.
Mas mesmo assim valeu, porque entramos praticamente de graça e eu pude ver o urso polar, que quando fui com a Larissa no Central Park não estava, e também o chipanzé, que estava lá, deitado, pensando na vida... (o chipanzé vale um texto a parte, mas como é tanta coisa, não posso prometer... quem sabe alguns anos depois que eu voltar e estiver meio sem ter o que fazer...). Ah, e a minha ermã se irritou porque eu ficava correndo de um lado para o outro para ver e tirar fotos do tigre (mas o bicho era muito bonito). E ela também se irritou porque eu me enfiava na frente das pessoas para fotografar...
mas também, tinha criatura que ficava meia hora lá, mosqueando, ocupando o melhor lugar...
Já sobre a ONU, foi divertido, pois entramos em quase todas as salas de reuniões, mas a que mais gostei foi a do Conselho de Segurança, pois é lá que são tomadas as decisões que envolvem guerras. Até aproveitei o momento para discutir um pouco a relação com a minha ermã, mas não houve consenso... Concluímos que morar juntos novamente (fato que ocorreu em 2010 em Porto Alegre quando ambos estávamos no mestrado) é uma missão impossível.
Talvez o melhor do passeio dela (pra mim) foi a ida no Mamma Mia.
Bom, eu não ia ir, simplesmente porque não tinha dinheiro, aí eu ia levar ela e buscar, como se ela fosse um nenê de creche... Mas aí ela acabou pagando o meu ingresso... e o troço é bom pacaraí. Eu já tinha visto o filme, então conhecia um pouco da história. Mas é muito bom ouvir os caras cantando a fazendo uma peça inteira baseada nas músicas do ABBA. Aliás, que a toda hora você olha tudo ao seu redor e pensa “puta que pariu, estou vendo teatro na Brodway!”. E na fila conhecemos uns brasileiros da Bahia, sendo que havia um senhor que havia morado em Esplanada e, quando falamos que nossos pais haviam morado lá, ele perguntou: "eles trabalhavam no Banco do Brasil?". Pensei, só o que faltava encontrar amigos do pai numa fila da Brodway! Só que eles moraram em períodos diferentes na cidade baiana... Ah, e não deixavam fotografar nem filmar dentro do espetáculo, mas eu, como bom brasileiro, consegui tirar umas fotinhos e gravar alguns videozinhos....
Outro lugar que fomos foi um parquinho que tem, que não lembro exatamente o nome agora, mas que chegou a sair em uma matéria da Globo. É legal, mas deve ser mais bonito no verão ou na primavera, quando tem grama e verde... No inverno fica um amontoado de galhos secos...
Bom, como já faz praticamente um mês que isso se passou, eu não lembro de muita coisa bizarra e engraçada que aconteceu, a não ser um dia em que fui no banheiro e entupiu o vazo e alagou metade do apartamento.... Foi, literalmente, uma merda ter que secar tudo... Ah, e lembro do cansaço, pois como a guria estava turistiando, ela queria levantar cedo para passear e voltar de noite... Caminhávamos o dia inteiro e eu chegava podre, só querendo dormir... E isso realmente afeta meu humor...
E antes dela ir embora também fomos no Metropolitan, que eu já havia ido, mas que como é muito grande eu não tinha visto tudo.. então, deu pra ver, dessa vez a parte da cultura egípcia... Além de zoarmos um pouco com fotos bizarras, também deu pra refletir sobre o fato de que, caralho, como os Estados Unidos levou tanta pedra, como casas inteiras montadas lá, templos, tumbas, etc?? Tipo, saquearam o Egito!!
Depois que ela foi embora eu fiquei os dias que faltavam para a minha viagem apenas resolvendo questões burocráticas, como levar uma das malas para deixar na universidade, etc. Inclusive, nesse dia, na volta, caiu a maior chuva e tomei um puta banho. Ah, e uns dias antes da viagem eu fui para Boston, que me surpreendeu positivamente por não ser tão espalhada e bem arrumada. Lá visitei os pontos turísticos tradicionais, como a casa do governo de Massachusets, o MIT, Harvard, mas também aprovei para ir no lugar em que houve os atentados na maratona de Boston do ano passado...
É muito doido você pensar que naquela cidade, aparentemente pacata, se comparada com Chicago ou Nova York, dois caras, que estudavam nas universidades de lá, fizeram uma loucura daquelas. E em Boston também me indignei porque fui entrar naquela igreja grande que tem na frente da Biblioteca Pública e queriam cobrar absurdos 7 dólares!! 7 dólares para entrar na casa do Senhor!!! Imaginem se Jesus Cristo voltasse à Terra mais uma vez e fosse entrar lá, na sua casa, e lhe cobrassem sete dólares!!! Tipo, cobrar para entrar numa igreja é algo completamente oposto a tudo o que prega o cristianismo!! É o cúmulo do capitalismo...
Mas enfim, também fiz reflexões parecidas ao ir no cemitério Arlington em Washington DC e ver uma lojinha de souvenirs dentro da casa dos que descansam em paz... No entanto, esse já é assunto para outro texto... pois foi a minha primeira parada rumo à Gonzofest.

2 Comentários:

  • Hahahaha tu soh me maltratou! Me irritei pq tu keria ficar a tarde inteira olhando o gorila q nao fazia nada...a contemplacao do nada vai ser teu texto! Mas eu sei q depois tu sentiu minha falta manuxo! E se nao fosse por mim tu n veria as piramides e o negocio do trilho do trem e as lojas de produtos pra cabelo e a policia mutcha louca!

    Por Blogger Carol, às 26 de março de 2014 às 12:32  

  • porra alemao! 7 dolares pra casa do senhor é fogo, mas por outro lado as igrejas nos esteites tem que pagar imposto, coisa que nao acontece no brasilzao...por isso a farra da fé por aqui

    Por Blogger Zaratustra, às 28 de março de 2014 às 16:42  

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