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quarta-feira, 29 de janeiro de 2014

Princesa de New York City

Não sou rei mas já proclamei, pelo menos para o meu próprio
Eu, que a minha pequena Larissa é a princesa dessa cidade. Como já comentei aqui textos atrás, a parte mais difícil de ficar um ano nos Estados Unidos seria a saudades da minha pequena, que está com três anos. Foram quase cinco meses até a vinda da patroa e das crianças. Já se passaram quase dois meses, e elas voltam para o Brasil no final de fevereiro, depois de um pulinho em Miami que inicia na semana que vem. Já começo a sentir saudades antecipadamente da minha princesa, essa princesa galega de Nova York, que vou ficar sem ver novamente por mais cinco meses até voltar para o Brasil, no início de agosto.
Só pelas pérolas que ouço diariamente aqui, já fico estremecido de saudades. Dia desses ela queria subir num pequeno armário no quarto. Eu disse que ela não podia fazer aquilo. Ela, do alto dos “porquês” dos três anos, quis saber o motivo de tal proibição. Eu disse, então, que ela era muito pequena. Ela, na sua rebeldia infantil, disse que não era. “Eu sou grande”, retrucou. “Não é não, você é pequena”, insisti. “Não sou não. Não tá vendo o meu tamanho! Olha aqui ó!”, e deu um giro de 360º para eu ver o seu tamanhão.
Mas uma das maiores diversões que tenho aqui, nesse período totalmente família, são os nossos passeios pela neve. Outro dia saí com ela pela beira do Hudson, andando pelas calçadas cheias de neve. Ela começou a juntar um monte de pedaço de gelo para levar pra casa. Parecia o Chaves da televisão tentando levar as caixas de refrigerante: juntava uma, derrubava outra.
Não pode ver uma neve na calçada, mesmo quando quase não há mais nada, que ela corre para pisar em cima, juntar para fazer bolinha e tentar fazer bonecos de neve. Outro dia a patroa abriu a geladeira e ela queria pegar o gelo para “brincar na neve”.
Dias atrás, fui todo entusiasmado contar para ela que daqui uns dias vamos para a praia, para o calor. Ela franziu a testa, tirou o sorriso do rosto, e bufou: “eu não quero praia, eu quero neve!”. E, quando ela está brincando na neve, é uma tarefa quase impossível convencê-la a ir para casa. “Vamos pra casa?”. “Nãããooooo!”, ela resmunga, já fazendo um beiço de choro. Claro que, como já comentei outras vezes, as roupas aqui são todas térmicas e impermeáveis, o que permite as crianças brincarem na neve, mesmo quando está -5 ou -10 graus.
Bom, você pode me achar um pai Corujão, mas quando vejo o seu sorriso e ouço a sua vozinha falando cinco mil palavras por minutos, não tem como não ficar com o coração derretido. E a espertinha sabe disso. Me acorda pulando na minha barriga, pede para eu contar história mesmo quando não aguento mais ficar com os olhos abertos, me convence a brincar de Lego, Barbie, Mickey e todos os brinquedos que ela já acumulou aqui em New York City. E, para finalizar, está muito viajada, essa mocinha. Antes de vir pra cá, ficou uma semana no Rio de Janeiro, na casa da dinda. E, anteriormente, com menos de três anos, ela já tinha morado em Santo Ângelo, Ijuí e Pelotas. Agora Nova York e Miami. Aliás, uma das coisas mais engraçadas aqui é escutar ela falando Cental Pak (Central Park), Tai Escuéi (Times Square), Nova Ióqui e Miami.
Bom, escrevi demais, vou babar mais um pouco e, se tudo der certo, no próximo texto já estaremos todos em Miami!
Um bom final de semana a todos!

* Texto a ser publicado, se Deus e o editor Tiaraju quiserem, no JM dessa semana.

1 Comentários:

  • É uma princesa mesmo, e logo estará conosco de novo, enchendo nossa casa de alegria! Só não esqueçam de dizer a ela que tu ficarás lá por mais um tempo!
    No mais, curta bem o finalzinho da estadia delas aí!!
    E só quero ver (ouvir) as histórias que ela com certeza contará!

    Por Blogger Nara Miriam, às 30 de janeiro de 2014 às 08:34  

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