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sexta-feira, 29 de novembro de 2013

Dos 13 aos 70

Quando eu tinha 13 anos, lembro que tive que fazer fisioterapia devido a uma lesão na virilha. A fisioterapeuta, uma mulher de menos de 30 anos, morena, baixinha, fazia um pouco de massagem na virilha, e depois colocava uns aparelhinhos que ficavam ali, massageando, fazendo as minhas coxas balançarem. Depois ela voltava e fazia mais massagem, com os dez dedos calientes de suas mãos. Agora, aos 70 anos, fico pensando nesse momento feliz da minha vida.
Quando eu tinha 13 anos eu comecei a sentir muita dor jogando bola. Eu era bom, jogava nas categorias de base do Xavante. Uma promessa. Meio-campo, habilidoso, camisa 10. O médico do clube recomendou a fisioterapia. E aí começou o meu fim.
Quando eu chegava, a fisioterapeuta erguia meu calção, deixando ele no formato de uma sunga, e começava a massagear. Eu tentava me controlar, mas ele começava a ficar duro. Ela passava as mãos vagarosamente por cada centímetro da minha coxa e quando eu me dava conta, ele estava ali, querendo saltar pra fora, duro feito uma rocha. Ele já sabia o que queria antes do meu cérebro se dar conta do negócio. Eu não tinha defesa. Era o toque da mão dela nas minhas coxas e ele ganhava vida própria. Ficava duro, quente, duro, implorando pelo toque das mãos dela, habilidosas e ágeis.
Depois que ela colocava os aparelhos, ele se acalmava. Era um tratamento de choque. Porém, como numa tortura, ela voltava, tirava os aparelhos das minhas virilhas, e massageava mais um pouco. Foram três sessões com a mesma rotina: eu ali, respirando com dificuldade, enquanto ele agia sozinho. Até que na quarta sessão, ele endureceu para um lado. Ficou caído na direita, como um ponteiro, e ela não tinha como massagear no lado direito com ele ali. Ele é malandro. Deu uma de Garrincha e ficou ali, endurecido, se parando de louco, como dizem nas Missões. Eu não tinha nada a ver com o negócio. Eles que se entendessem! E ela tomou a iniciativa. Com as pontas dos dedos, pegou NELE, e colocou no CENTRO. Foram apenas segundos, mas ele quase explodiu. Cada veia ficou saltada como os meus braços quando eu comecei a fazer academia, anos mais tarde. Foi a minha apoteose em 13 anos de vida. Parecia que ele farejava o cheiro da sua amiga, umedecida, que estava ali por perto... Mas os cérebros meu e da dona da amiga dele estavam tentando fingir que nada daquilo lhes dizia respeito. Os cérebros tentavam fazer uma coisa, mas eles queriam outra. Eles tinham vida própria. Eles queriam se encontrar. Ele estava quente, duro, e clamava por ela, molhadinha, húmida, latejante.... Até que na décima e última sessão, ele dominou todo o meu corpo. Ele assumiu o controle de tudo, das mãos, das pernas, do cérebro... Quando ela começou a massagear nos arredores da marca do pênalti, ele conseguiu assumir o controle das minhas mãos... e minha mão colocou a mão dela em cima dele. Ela só olhava para ele. Era como se eu não estivesse ali. E ela fez a massagem nele. E, sem me olhar, a amiga DELE tomou conta do corpo dela também. E ela abaixou meu calção e lambeu ele, durinho e quentinho, como se fosse um pirulito da terra do nunca. Um pirulito com vida própria. Ela lambia, passava a língua, querendo o Leite Condensado que estava no recheio. Mas a amiga DELE não estava conformada. Ela queria ELE só pra ELA. E, assim, ela, que era dona DELA, tirou o seu uniforme branco e subiu NELE. Eu assistia a tudo.
Era tudo sensacional. Era como num filme. O mágico é que os dois chegaram às suas apoteoses orgásticas ao mesmo tempo. E eu não tinha o controle de nada. Apenas urgi um AHHHHHH, enquanto ouvia um OHHHHHHH. Quando os dois ficaram satisfeitos, ela levantou e se vestiu, como se a sessão de massagem tivesse terminado normalmente. Eu me levantei e me vesti, com a mesma postura. Assinei o cartão, confirmando que eu fiz a última sessão, e fui embora.
Hoje, aos 70 anos, depois de 50 anos trabalhando como pintor, fico pensando... Ela não me curou da minha lesão. Eu não fui jogador, mas tive esse momento mágico. Talvez eu esteja errado, mas foi melhor do que ter feito qualquer gol em qualquer estádio do mundo.
E agora, aos 70 anos, semana que vem começo uma nova sessão de fisioterapia. Não espero curar a minha dor, mas espero que ele volte a se sentir da mesma forma de quando tinha 13 anos...

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