Os loucos do subway
Lembro de um dos trens que pegamos em que só havia figura: um japonês com jeito afeminado com uma loira toda apaixonada, que ficava abraçando e beijando ele – que permanecia com cara de tédio; uma guria gordinha com cara de ressaca tomando dois litros de água no bico; outra guria com cara de quem tava voltando da casa do namorado (pois era de manhã) com a meia-calça toda rasgada e um chinesinho maluco que estava dormindo. Antes do chinesinho acordar, o japonês desceu e a loira apaixonada ficou sozinha. Na estação seguinte entrou um africano e começou a trovar ela. Dali a pouco o chinesinho subitamente levantou a cabeça e começou a filosofar para todo mundo: “thousands years ago....”. Dali a pouco ouvi até ele falar em Shakespeare. E ele tinha cara de psicopata, e começou a falar olhando nos olhos do Eliseu, que estava apavorado enquanto eu quase me mijava nas calças de rir. O chinês ainda estava divagando sobre a humanidade, quando entrou um old black singer cantando com aquela típica voz de cantor de rua americano. Ele cantou e cantou e depois pediu os tradicionais Tips e se foi.... Esse é o subway de New York City.
Já vi várias coisas bizarras nesses três meses, como a mulher negra e obesa que não deixou sentar ao seu lado uma francesa, ou a mulher gorda que ficou brava com o homem gordo que sentou ao seu lado. Na verdade, os dois juntos ocupavam três bancos no metrô, só que a mulher se estressou com o cara, pois para aquelas duas bundas gordas seria necessário quatro lugares. Quando vi, o cara começou a gritar “take easy! Calm down!”. A mulher não se acalmou e o cara começou a xingar ela em espanhol. Ela disse: “I don’t understand your language. Speak Enslih if you are man!”. E ele explodiu de vez: “Fuck you and your English!”, e saiu do metrô....
Tem também um velhinho africano que sempre entrava nos trens da linha 6 batucando com a bengala e cantando muito, mas muito bem mesmo. Se eu tivesse dinheiro sobrando dava uns Tips bons. Aquele cara merecia, pois era voz de cinema. E hoje, estava uma mulher com uma cria do tamanho da Larissa e a cria dormiu e ficou escorada no meu ombro. Tive que chamar a mulher para eu poder descer na minha parada...
E tudo isso sem contar as vezes em que você está pegando o metrô quando o carinha que fala mega rápido no sistema de som avisa que o trem não vai parar nas próximas três ou quatro estações, então você desce quase um quilômetro longe do seu destino... Na verdade, quando acabei de comentar isso com o Eliseu, o carinha do alto falante pediu para todo mundo descer e pegar o próximo trem...
Enfim, são só três meses, certamente vou ver ainda muita loucura no subway, então, provavelmente esse é apenas o primeiro texto sobre o assunto.
So, see you in the next train!
4 Comentários:
A Revolução Francesa e a guilhotina são amigas de infâncOPA BLOG ERRADO!
hahaha
Massa o texto, professor. Eu imagino QUE LOUCO ver um cara com a camisa do extinto TAMOYO aí. Aposto que pegaria todo mundo de surpresa!
Ah, um pedido: não tem como gravar a voz desse cara que canta com a bengala? Fiquei curioso.
Saudações da Paris do RS! HUASHUUAHS
Por Pedro Henrique Krüger, às 14 de novembro de 2013 às 18:45
Ilário!. Até encherguei tu rindo do Eliseu e alguém olhando pra ti e te achando mais um maluco do bando. Haha! Voces tem certeza que era um trem? Sera que nao entraram numa gravacao de monty python?
Por Márcio, às 14 de novembro de 2013 às 19:34
Já que comentaram eu não preciso comentar! Fuck german!
Por Marcos, às 15 de novembro de 2013 às 09:06
porra, já pensei em gravar a voz dele e de outros..auhauahua. mas agora to me mudei pro outro lado, mas se ver ele outra vez e estiver com a câmera, com certez vou gravar! fuck germans!
Por Eduardo, às 15 de novembro de 2013 às 11:16
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