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domingo, 10 de novembro de 2013

A espera

Aconteceram tantas coisas nos últimos dias, que não tive nenhum tempo para escrever nada, nem para o blog, nem para qualquer outro lugar. De quinta até hoje, recebi a visita do meu amigo Eliseu Manica, de Santo Ângelo, que veio para os States para fazer um curso em Boston. Aliás, da vinda dele pude conhecer a fundo o aeroporto JFK. A princípio, teve uma confusão no horário de chegada dele em Nova York. Indicava três e meia da tarde a chegada, porém, a gente não sabia se era pelo horário daqui ou pelo horário do Brasil. Na dúvida, como eu tinha aula até a uma, resolvi adotar o meio termo: eu chegava as duas e meia e, se a chegada dele fosse pelo horário daqui, eu esperaria um pouco, e se fosse pelo de lá, ele esperaria.
Parti para o metrô ao meio dia, por segurança. Na verdade são praticamente duas horas de metrô entre a 34 Street, lado West, e o aeroporto (tem que pegar dois metrôs). Então, cheguei lá às duas da tarde. Assim que entrei no trem (que é classe A – bom se todos os da cidade fossem como os do aeroporto) recebi uma mensagem da namorada do Eliseu dizendo que ele ia chegar as cinco da tarde, pelo horário nova-iorquina. Putialavida, man! Se eu voltasse pra casa, seriam mais quatro horas de metrô (duas pra ir, e mais duas pra voltar), além de um gasto de 10 dólares, pois cada viagem no metrô do aeroporto era cinco dólares. Então, conclui que não valia a pena... Mas vamos lá, encarar uma tarde no JFK! Andei de trem pelas dez plataformas do aeroporto, sentei na sala de espera, fiz meus temas do inglês atrasados, presentes e futuros, zanzei pela plataforma oito (cada plataforma é muito pequena, então, não tem muito o que fazer), e aproveitei para estudar as alternativas que teríamos para ir do aeroporto para casa. Então, como o Eliseu estava pensando em alugar um carro, fui nas empresas que prestam esse serviço dentro do aeroporto. Para resumir, visitei as cinco que tem lá, e numa delas discuti com a atendente. Pois é, ela disse que não poderia me alugar um carro porque a região onde moro não tem cobertura da empresa. Então, sei lá porque diabos eu me irritei muito, respirei fundo e mandei ver, em inglês, com a veia do pescoço saltando de bravo:
- Você quer dizer que eu não posso alugar um carro aqui por que eu moro no Harlem??
- Yes, sir.
Motherfucker. Preconceito do caralho! Saí de lá bufando de bravo. Acabei voltando para a sala de embarque, onde esperei até quase oito horas da noite o Eliseu. O atraso se deu pelo fato de que tem todo o processo de desembarque, que leva quase duas horas. Na verdade, eu nem lembrava disso, porque quando eu cheguei aqui estava tão chapado de Rivotril que não faço ideia se levou dez minutos ou duas horas. Enfim, apresentei as opções de ida para casa ao Eliseu, e decidimos alugar o carro. Ele disse que tinha visto um carro barato, adivinhem em que empresa??? Na Herz, a da mulher com quem eu briguei. Mas fiquei tranquilo, disse pra ele “isso foi de tarde, agora são oito da noite. Ela nem deve estar mais lá”. Chegamos na empresa e, adivinhem de novo?? lá estava a gorda sentada com cara de cu. Era ela e um atendente, mas o outro cara estava ocupado. O Eliseu teve a ideia de fingir que estava falando no celular até o outro atendente se desocupar, mas a mulher começou a repetir como um papagaio “next! Next!”. Então, acabamos cedendo à pressão. Chegamos lá, e ela, obviamente, me olhou com aquela cara de quem não tem muita paciência, olhos por cima dos óculos, como se dissesse “o que você quer aqui de novo???”.
Argumentamos e persuadimos ela a alugar o carro, mas ai, sem reservas, o negócio ficava caro demais. Fomos numa outra empresa, que tinha preços mais razoáveis, mas então, como a nossa ideia era ir no outro dia no Jersey Garden, em New Jersey, concluímos que, como a probabilidade de nos perdermos no caminho era de 1000% era mais seguro e econômico fazermos tudo pelo transporte público. E, assim, finalmente, lá por nove da noite, deixamos o aeroporto rumo ao meu apartamento no Harlem.
No outro dia, pela primeira vez desde que cheguei nos Estados Unidos, saí de Nova York, pois fomos para New Jersey. A ideia era resumir tudo num texto, mas já vi que me estendi demais, então outro dia falo sobre a nossa ida ao Jersey Garden e sobre a vez em que a polícia de Nova York achou que eu era um terrorista.
Hasta!

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