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sábado, 16 de novembro de 2013

O dia em que odiei New York City

Sei que é um puta lugar comum, mas todo mundo vezemquando tem aqueles dias em que o melhor era nem ter saído da cama. Pois é, hoje foi um dia desses. E tudo conspirou contra as minhas missões por New York City nesse ensolarado sábado de sol (o melhor era ter alugado um caminhão pra leva a galera pra comer feijão...).
Como não tinha aula de manhã, aproveitei para tirar o atrasado da semana e dormi até quase uma hora. Minha missão era simples: ir para Dowtown e imprimir o ticket para ir no jogo do futebol americano (Giants) amanhã. Depois disso, pegar o metrô para o Brooklyn onde estava rolando uma confraternização de final do curso de conversação em inglês com alguns dos estudantes estrangeiros da NYU.
Tudo friamente calculado, peguei o subway aqui na 145 e desci na 14 Street. Era cinco da tarde. Bom, comecei a andar à procura de um lugar para imprimir meu ticket. Nada.
Andei mais um pouco e achei uma lojinhas onde estava escrito “print”. Entrei. Vi umas máquinas típicas de xerox, impressoras, computador e tudo o mais e pedi pro cara para imprimir. Quando disse que era do meu email, o filho da puta simplesmente respondeu que tinha que ser em pen drive. O caralho! Fiquei puto com o cara, que me indicou uma outra loja, umas cinco quadras longe. Fui lá. Sequer faziam impressão. Então, o cara me indicou uma outra loja, mais umas cinco quadras longe. Estava fechada. Para quem conhece Nova York, para ter uma ideia da minha andança atrás de uma lan house ou papelaria ou coisa que o valha para imprimir um mísero ticket, eu desci na 14 com a Sétima e acabei parando nos arredores da NYU, perto de Washington Square, lá pela 8 com a Terceira. Ou seja, para quem não conhece, caminhei pra caralho (uma hora) até achar um estabelecimento que fizesse impressão. Cheguei lá esbaforido, tirando o casaco. Mandei imprimir e o chinesinho, que deve ser o dono do negócio, ainda me deu uma mijada porque eu teria que ter avisado ele antes de mandar a impressão (!?!?!). Estava tão cansado para articular uma resposta em inglês que só suspirei e balancei a cabeça, com a minha veia do pescoço saltando, tentando me controlar para não estrangular o chinesinho. Estava mandando de novo quando ele veio com o papel balançando, todo feliz “it’s here!”. Quase disse pra ele enfiar no cu. Mas paguei os 25 cents e me fui.
Mais uma caminhada de meia hora de volta até a parada da 14 Street com a Sétima para pegar o J train rumo ao Brooklyn.
Ia caminhando, pensando “só uma boa gelada, bem sentado, descansado, pra relaxar agora e mandar o estresse pra puta que o pariu”. Doce ilusão. Cheguei na estação, de novo esbaforido. Desci as escadas e vi um cartaz na parede “no J train this weekend”. O caralho! Em baixo tinha um monte de alternativas, uma mais confusa que a outra. Resolvi perguntar para o pessoal que estava ali nos trilhos, trabalhando sei lá em quê, como se chegava na rua em que eu tinha que ir. O carinha disse que nenhum trem parava lá perto. Ou eu pegava um ônibus ou eu pegava um metrô até um lugar X e de lá pegava outro rumo ao lugar Y, de onde desceria e andaria mais um pouco. Pro caralho New York City! Fiquei muito puto, pois andei uma hora e meia pra achar um lugar pra imprimir nessa porra e depois, por causa sei lá eu do quê, não consegui pegar o metrô pra onde eu precisava ir, considerando que eu já estava atrasado!
Acabei, indignado, voltando pra casa. Liguei para o pessoal dizendo que não ia mais. Depois de três meses, pela primeira vez meu relacionamento com NYC passou por uma crise. Agora estou aqui, em casa, sábado à noite, graças ao SUPER MODERNO E REFERÊNCIA NO MUNDO metrô de New York City!
Enquanto vinha pra casa, ainda pensava “que saudades do polentão de Ijuí. Levava meia hora pra chegar, mas pelo menos chegava...”.
That’s it.

PS: no exato momento em que fui postar a porra desse texto, caiu a minha internet... caralho! Negócio é dormir e torcer para que amanhã seja um dia melhor...

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