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sexta-feira, 18 de abril de 2014

Chicago - Curtindo a vida adoidado

Como já ressaltei aqui outras vezes, eu não sou um especialista em cinema. Mas considero o seguinte: há filmes muito fodas, que ganham Oscar e o caralho a quatro, mas que em um curto período ninguém mais lembra. Há filmes de moda, que ficam famosos por terem feito a cabeça em um determinado momento, como Titanic, record de bilheteria até hoje, etc. Porém, há os filmes fodas pra caralho, aqueles que são bons, que você assiste 150 vezes e não enjoa. Pois é, eu me sinto assim em relação ao Curtindo a vida adoidado.
Sei que você, crítico filho da puta leitor, quer logo a parte de Chicago. Sei também que, na verdade, o crítico leitor filho da puta é fruto da minha imaginação, pois ninguém lê essa porra, a não ser dois ou três parentes e amigos que sentem o mínimo de compaixão pela minha débil insistência em escrever. Mas enfim, pro inferno tudo isso. Vou começar do começo.
Lembro como se fosse hoje a primeira vez em que vi o Curtindo a vida adoidado. Tchê, a gente tinha um vídeo-cassete novinho em folha. VHS, meu! Era mais do que a TV a cabo de hoje. Era O NEGÓCIO! Pois é, e meus pais alugaram o filme e eu assisti junto – eu devia ter, sei lá, uns oito anos. Assisti várias vezes. E, com o passar dos anos, e o desenvolvimento da vida, eu fui reassistindo o bagulho várias e inúmeras vezes e, a cada vez que assisto é como se fosse a primeira vez. But, a última vez foi justamente em New York City. E, caralho, eu parei pra assistir o negócio e fiquei vidrado na frente da TV, esperando o desenrolar de cada cena, como se não soubesse que a irmã do Ferris no final ia se compadecer da sua situação e como se não tivesse ideia de que o cachorro ia pegar a perna do diretor filho da puta e.... e!
Bom, aqui abro um parêntese para dizer para você, jovem e estúpido leitor, que se você ainda não assistiu ao filme, antes de seguir a sua vida, pare durante uma hora e meia na frente do computador ou da televisão e vá viver a vida adoidado uma vez na vida, caralho! Nem ouse seguir esse texto sem ver o filme...
Considerando que, a partir desse parágrafo, todos os leitores já assistiram ao filme, vou fazer mais uma seleção: se você não gosta do filme, assistiu e achou idiota ou nunca simpatizou com o Ferris, então olhe no canto direito superior do seu monitor e clique no X. E, depois, vá até a esquina ver se eu estou lá. Se ao invés de me ver lá, você enxergar um travesti, entregue-lhe uma nota de R$100 e vá dar o rabo um pouco...
Bom, agora sim, apenas aqueles que podem curtir a porra desse texto (suponhamos que eu tinha 3 leitores e meio, e agora sobrou apenas um leitor, então, vamos lá...), enfim, aqueles que podem curtir o texto vão saber um pouco sobre como eu curti a vida adoidado em Chicago (também não faço ideia do que eles podem ganhar com isso... mas vambora).
Assim como o Bulls, o Curtindo a vida adoidado era outra referência que eu tinha da cidade. Então, obviamente, uma das primeiras coisas que me ocorreu foi de ir aos lugares em que foram gravadas as cenas do filme.
Pesquisei na internet aonde foram as locações das principais cenas. Descobri que, obviamente, as cenas do dia deles curtindo Chicago foram gravadas no centro. Mas eu queria mais: minha ideia era partir de onde o Ferris vivia, ir aos lugares aonde ele foi, e terminar o dia na casa aonde a Ferrari se espatifa no meio das árvores... A parte do centro era mole, o local em que o Ferris canta Twist and shout, por exemplo, fica próximo à Union Station. Então, resolvi partir do bairro do Ferris: Northbrook.
Pelo Google Maps, vi que Nothbrook é afastado de Chicago. No entanto, pensei que com o cartão do metrô da cidade eu poderia chegar lá. Doce ilusão. É praticamente outra cidade e, então, tive que pagar cinco dólares a ida e mais cinco a volta, além de uma hora e meia de viagem. Foi assim que peguei um trem gigante, de dois pisos, que foi até Northbrook. Chegando lá, logo constatei que era um bairro residencial pacato. Apenas casinhas, sem cerca, exatamente como no filme. Dei uma andada pelo bairro e, realmente, todas as casas e calçadas e ruas lembravam as cenas em que ele está correndo de volta pra casa, porque você realmente pode passar pelos pátios das casas sem se preocupar, pois não há cerca separando um pátio do outro ou as casas das ruas... Putaquepariu. Acabei indo em um endereço que estava marcado na internet como sendo a casa do Ferris, mas que na verdade não é. Ou talvez é, apenas na história do filme.
Enfim, tirei fotos de lá. O fato é que a casa verdadeira do Ferris (aonde foram gravadas as cenas para o filme) fica na Califórnia. Mas não desanimei, e fui até a escola do Ferris e da sua namorada. Andei um monte, mas valeu muito a pena, pois ali eu realmente me senti nos Estados Unidos. Todo aquele nosso imaginário, das casas sem cerca, da escola com adolescentes americanos, você pode ver ali. E, de lá, voltei para o centro, novamente pegando o trem gigante.
Bom, ao contrário do Ferris, que fez tudo em uma tarde, eu voltei às outras locações do filme no outro dia: o centro, o lugar aonde ele canta o “twist and shout”, o posto aonde deixam o carro, o prédio, que então era o maior dos Estados Unidos, etc...
É foda você ir nos lugares e pensar: “nossa, há 30 anos atrás estavam gravando um dos filmes mais fodas da história do cinema aqui, nesse lugar”. E, realmente, eu vi essa porra de filme umas 20 vezes até hoje e poderia ver mais 20 vezes, sem me cansar. É um daqueles filmes que vai com você para o túmulo. Gostaria de escrever mais, comentando o roteiro, a história toda, a relação que tem com o que vivi na minha própria adolescência, mas já está tarde e cansei. Porra, cansei mesmo.
Sei que vou levar pau por esse texto, pois há especialistas eruditos sobre cinema, mas que se foda! Hoje em dia é praticamente impossível fazer o que o Curtindo a vida adoidado fez: um filme que marca uma geração, que todos os que viram naquele tempo lembram com saudosismo de um puta tempo e que se passa de geração para geração...
Ok, estou ficando velho... Isso também é foda... Bom, como não sobrou ninguém para ler o fim desse texto, encerro a porra toda por aqui, sem me preocupar com final feliz.

3 Comentários:

  • KKKKKKKK, eu não vou te criticar por dois motivos. O primeiro é que não sou crítico de cinema muito menos entendo, apeasr de curtir muito esse e outros filmes que marcaram geração como o Porky´s. O segundo motivo é que eu leio teus textos, e meu, te digo que alguns não terminei ou fiz uma leitura dinâmica pra poder chegar ao fim sem desistir. O motivo pode não te sido o texto mas sim eu não ter QI pra entender ou estar cansado ou qualquer outro motivo que me fez não ler até o fim. Mas esse texto aqui ficou muito bom. Minha leitura fluiu direto. Revivi o filme enquanto lia e vez que outra ria sozinho dos palavrões muito bem encaixados no contexto que eu acho que nenhum leitor ficará de cara e sim vai se divertir. Outra lembrança que ocorreu e que não poderia faltar foi lembrar do Thompson. Eu acho que tu andou lendo algum livro dele antes de escrever esse texto, por que tá escrito de forma diferente dos demais. Há aqui uma personificação do Thompson. Eu até desconfio que ele encarnou em ti quando escrevias. kkkkkkk! Boa "Mete ficha" South American's Gonzo Man! :D

    Por Blogger Márcio, às 19 de abril de 2014 às 16:09  

  • euheuheueheuh. valeu Márcio! abraço!

    Por Blogger Eduardo, às 19 de abril de 2014 às 16:11  

  • Muito bom amigo! que bela experiência!!

    Por Blogger Unknown, às 25 de abril de 2014 às 23:01  

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