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domingo, 8 de setembro de 2013

Coisas sem fundamento

Bom, como dessa vez acho que consegui expressar o que penso em um espaço limitado, apenas reproduzo aqui a coluna que acabei de mandar para o Jornal das Missões para sair na terça-feira. Depois, quem sabe, mais tarde, escrevo sobre a minha ida ao estádio onde ocorreu hoje a final feminina do US Open de tênis. Por enquanto, primarada, fiquem com esse:

Como diz o pessoal por aí: "mas não tem fundamento!". Estando nos Estados Unidos eu vou tirando algumas conclusões sobre o Brasil. Antes de tudo, tenho que deixar claro que, mesmo Nova York, considerada por muitos a capital do mundo, tem muita coisa a melhorar (como por exemplo, lixo na rua, metrô lotado, etc). Mas no Brasil acontecem coisas que o pessoal daqui não consegue entender. Vou começar por uma mais light, que são as construções de prédios. Aqui, em todas as construções é obrigatório o construtor criar um corredor alternativo para a população, enquanto que no Brasil (e isso é uma coisa muito irritante) os donos do mundo resolvem fazer uma obra, trancam a calçada, e você tem que ficar se cuidando para não ser atropelado, pois você precisa dividir espaço com os carros...
Porém, a cena mais engraçada que enfrentei aqui (e que serve para refletirmos sobre o nosso atraso comportamental) foi vendo o jogo Grêmio x Portuguesa no bar Smithfield, que fica na 28 Street. Em todas as TVs do bar (umas 20) estava passando jogo de futebol americano. Bar lotado, americanos em peso. Mas, como o Grêmio tem cadeira cativa nesse bar, ligaram no jogo em uma TV. Então, aos poucos, eu e o outro gremista que estava lá, começamos a conversar com um casal de americanos e um amigo, que estavam na mesa ao lado. Explicávamos para eles como funciona o futebol, que o Grêmio é o melhor time do mundo, etc, e eles tentavam me explicar sobre a lógica do futebol americano. Foi então que aconteceu o lance do pênalti. Eu disse para eles, que estavam concentrados no jogo do futebol americano, "look, pênalti!". E eles olharam. Só que também olharam os jogadores da portuguesa indo pra cima do árbitro e a polícia entrando em campo!
A cara dos americanos vendo isso foi algo que nunca vou esquecer. Foi a expressão mais engraçada que já vi na vida. "Como assim? A polícia em campo?? Num jogo???". E eu dizia "It's normal in Brazil". Foi então que me dei conta do ridículo da situação. Realmente não faz sentido a polícia ter que entrar em campo num jogo de futebol! Eu perguntei para eles "aqui a polícia nunca entra em campo?". Eles fizeram uma puta cara de espanto e disseram "lógico que não... como assim, a polícia em campo?". Óbvio, presume-se que os jogadores são profissionais. Então, como um profissional vai agredir outro profissional (o árbitro?). Imagina você, leitor, irritando-se com seu chefe ou colega de trabalho e dando porrada nele! Além de ser demitido, você pode ser preso! Então, me dei conta, esse é um dos pontos da nossa cultura que não tem fundamento. Se um dia um jogador batesse num árbitro ou num colega e fosse preso, e dormisse no presídio Central, isso nunca mais aconteceria! Existem leis! E elas precisam ser cumpridas!!! Se não, ninguém as respeita (como é o caso do Brasil).
E não entro no mérito aqui se o juiz estava certo ou errado (óbvio que não foi pênalti, mas isso não justifica essa cena que é tão comum no Brasil). Portanto, vou concluindo, aos poucos, que os Estados Unidos, pelo menos Nova York, tem muito a evoluir. Só que o Brasil tem muito, mas muito mesmo, mais.
Hasta!

1 Comentários:

  • O problema é que o juizinho fez a cagada e vendo a reação dos jogadores, ergueu a mão e fez o gesto tipico de pedir policiamento. Me diz se não era cobra mandada?
    Mas o choque de culturas é assim mesmo, tem coisas que eles não acreditam que a gente faz. kkkkkkkk
    hasta.

    Por Blogger Marcos, às 8 de setembro de 2013 às 17:59  

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