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terça-feira, 27 de agosto de 2013

O dia em que quase entre na ONU

Não foi dessa vez. É, amigos, esta difícil de visitar a sede das Nações Unidas em Nova York. Depois de adiar a visita três vezes, hoje estava decidido a ir lá, passar dar um "oi" geral pra galerinha da paz. Saí cedo de casa, até porque, depois de duas semanas, deixei uma sacolada de roupas sujas para perder a virgindade das lavanderias americanas. Deixei o saco lá e segui meu caminho.
Não é difícil achar a sede, pois ela é gigante e ocupa bastante espaço, na primeira avenida, por volta do cruzamento com a 46 Street. Comecei a tirar fotos da frente, das bandeiras e, quando já eram quase duas da tarde, resolvi entrar (como se fosse assim). Dessa vez creio que tenho razão em ficar brabo com o seu Manuel, lá da Folha de SP, pois em nenhuma parte do seu texto sobre a ONU ele comenta sobre a compra de "tickets". Pois é, perguntei para o guardinha se ali era a entrada dos visitantes e ele confirmou, mas perguntou "você tem o ticket?". E eu não tinha. E o pior é que não dava para comprar ali, na hora. O troço tem que ser comprado com antecedência, pela internet. Então respirei fundo, embaixo de um sol de 30 graus, e atravessei a rua, onde tinha sombra e uns banquinhos em um prédio luxuoso. Parei para pensar um pouco.
Depois de refletir sobre a situação, decidi tentar comprar o negócio pelo celular. O foda é que eu tava de saco cheio... sem paciência... um pouco pelo sol, um pouco por ter que gastar 18 dólares para fazer uma visita que eu nem sabia se valia a pena, então, quando comecei a tentar entrar no site e fazer a compra, meus dedos gordos apertavam o botão que eu não queria, e o tempo passava, e o troço fechava as 16h30, e eu fui me irritando mais e resolvi desistir da missão e me contentar com as fotos do lado de fora...
Acho que pela primeira vez me senti estressado em Nova York. Um pouco era pela frustração do acesso negado, outro pouco pelo calor sufocante (e, acreditem, estava difícil catar uma sombra àquela hora) e outro pouco porque não havia almoçado (apenas tomei um café e saí pra rua). Ou seja, eu queria estrangular alguém. Até confesso que senti isso outro dia, na Times Square lotada, pois quando eu queria seguir em frente tinha um monte de mula parada ou andando devagar na minha frente, e quando eu queria parar para tirar foto ou pensar na vida as pessoas passavam me atropelando... Então, nessa vez sim, por pouco eu não pulei no pescoço de alguém... Mas enfim, dessa vez eu estava num nível de irritação muito alto.
Respirei fundo e tentei botar as ideias no lugar e acabei fazendo fotos pelas redondezas, pois praticamente na frente da ONU começam as três quadras dos prédios do Tudor City, uma tentativa de planejar a cidade urbanamente na década de 1920, e, seguindo um pouco mais adiante, cheguei na sede do Daily News, prédio do jornal que foi criado em 1919 e que abrigou vários jornalistas sensacionalistas (os famosos muckrakers) e que foi cenário de filmagem do Super Homem nos anos 1980 (o saguão do prédio era a redação do Planeta Notícias).
Hoje o jornal funciona em outro endereço, mas o prédio foi considerado patrimônio nacional.
Depois disso, achei que daria tempo de ir no Museu de Arte Moderna, que ficava na 53 Street. Imaginei um prédio de uma quadra inteira e, talvez por isso, fiquei dando mil voltas ao redor sem achar o troço (aproveitei para ficar tirando fotos dos prédios com arquitetura estilosa e espiar algumas igrejas históricas que tem ali pela região). Depois de uma hora, achei. Entrei e o ar condicionado de lá era tudo que precisava. Continuava com fome e cansado, só que dessa vez tinha passado a minha ira. Queria mais comer e deitar numa cama. Então, considerando a hora (mais ou menos quatro e meia da tarde) e o fato de que eu não estava com a minha carteirinha da NYU para ganhar desconto, decidi partir. Ou seja, a tarde foi de duas tentativas de visitas frustradas. Mas, antes, fui catar um restaurante para comer algo. Primeiro tentei uma pizzaria, mas ia ovo na massa. É a terceira que paro para perguntar e que coloca ovo na massa. Esses americanos malditos não sabem fazer massa de pizza sem ovo, caralho? Enfim, apesar da fome, sabia que não queria fast food, hamburger ou batata frita. Qualquer coisa menos isso e comida indiana. Caminhei bastantinho, mas achei um restaurante, que não era indiano, e que oferecia arroz (amarelo - eles tem a mania de fazer arroz amarelo aqui), frango e uma salada estranha. Pedi o troço e a salada era parecida com uma mini-sopa, com berinjela, uns negócios que pareciam cogumelos e outros objetos não identificados... Comi. Senti um gosto (ou melhor, uma sensação) de pimenta, mas pelo menos era comível. Junto, ao invés de refri, peguei uma limonada (que não era de limão, mas sei lá por que, eles chamam de limonade). Ou seja, acho que esse foi o meu primeiro dia a ficar 24 horas sem tomar refrigerante.
Bom, resumindo, comi e vim embora. Cheguei em casa cedo, por volta das cinco da tarde e estou aqui, desde então.
Pela primeira vez em 15 dias joguei meu Fifa no computador, com um retrospecto razoável: cinco jogos, três vitórias, um empate e uma derrota. Aproveitei o tempo para colocar email, colunas, etc, em dia.
Acho que estou revezando entre um dia cheio e um mais ou menos, portanto, amanhã é dia cheio, pois pretendo visitar, finalmente, o Museu de Arte Moderna e, depois, ficar direto para assistir ao jogo do Grêmio no Smithfield, na 28 Street.
Bom, po-por hoje é isso pessoal! Hasta!

2 Comentários:

  • Enfim estamos fazendo um roteiro por NY, te acompanhando.
    Vai olhar o jogo? Pobre Portallupi.
    Nós temos uma missão mais suave hoje, é só não perder pros coitadinhos da 4ª divisão.
    Hasta!

    Por Blogger Marcos, às 28 de agosto de 2013 às 12:27  

  • A tua dinda Mimi foi operada ontem de uma hemorragia no lado direito do cérebro. Hoje fui vê-la no CTI, estava consciente e conversando, estamos esperançosos que vá recuperar o movimento da mão e perna esquerdos.

    Por Blogger Marcos, às 28 de agosto de 2013 às 12:30  

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