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segunda-feira, 26 de agosto de 2013

Yes, God is great!

Há uns cinco ou seis anos eu comprei um DVD pirata, não lembro se em Santo Ângelo ou em Porto Alegre, que contava com 92 músicas que marcaram época. Haviam nesse DVD várias músicas famosas, de artistas e bandas que iam de U2 à Gun's and Roses, passando por Bob Marley e Elton John. No entanto, um clipe, por estar em sintonia perfeita com o ritmo e com a letra da música, fez com que eu ficasse bitolado nele: era One of us, de Joan Osborne. Na verdade nunca fui pesquisar nada sobre a história da música ou sobre a cantora, apenas adorava a letra e o clip. Inclusive, mais ou menos um ano atrás postei no Facebook que esse clip era provavelmente o melhor que eu já vi. E, sinceramente, não faço ideia de quantas vezes eu já assisti a esse vídeo, pois era um daqueles que eu via cinco vezes seguidas, todos os dias, sem enjoar. A combinação da praia, com pessoas simples, desajeitadas, em seu momento de lazer, contrastando um ambiente de paisagem, que geralmente aparece na mídia como algo com glamour, como a Zona Sul do Rio de Janeiro ou o Caribe, ali esse ambiente tão almejado era jogado contra a simplicidade do ser humano. Quando já estava nessas de vir para os Estados Unidos, eu sempre achava que o clip tivesse sido filmado em alguma praia da Califórnia, provavelmente em Los Angeles Beach.
Pois eis que, por uma dessas coincidências do destino, acabei parando hoje no cenário do clip. Ontem de noite (domingo) eu havia programado alguns passeios para a semana, entretanto, fechada a agenda, eu lembrei que vi em algum lugar do livro do seu Manuel, lá da Folha de SP, que há praias em Nova York. Foi então que me deu a gana de conhecer uma delas. E peguei um livrinho do seu Manuel e encontrei Coney Island. Interessei-me na hora, pois está escrito que lá, já no século XIX o poeta do Brooklyn, Walt Whitman, compôs vários de seus poemas. Aliás, como fui descobrir, Coney Island fica no extremo sul do Brooklyn, ou seja, essa também era uma ótima oportunidade de sair de Manhattan desde que eu cheguei. Outra curiosidade é que nos anos 1920 fizeram o metrô que liga Manhattan até Coney Island, o que permite ir da ilha até a praia em uma hora. E, uma das atrações da praia, é o parque de diversões, que foi criado justamente na década de 1920 e que se auto intitulava como "O maior parque de atrações do mundo". Enfim, eis um lugar, uma praia, que tem uma história razoável. E, além disso, conta com o New York Aquarium, que parecia ser uma visita atrativa, pelas fotos exibidas pelo seu Manuel. Depois de ver tudo isso ontem no livrinho e em alguns sites (que também falavam do orgulho dos nativos na montanha russa Cyclone) decidi adiar pela terceira vez a minha ida até a sede da ONU e ir até uma das praias mais famosas (eu acabara de descobrir isso) de Nova York.
Plano traçado, lá fui eu, catar o caminho de metrô para chegar lá. Na verdade tive que pegar dois, pois fui daqui até a 14 Street pela Lexington e de lá peguei o N, que tem como última parada justamente Coney Island. O trajeto de uma hora se torna mais agradável no momento em que o metrô passa pela ponte do Brooklyn e você pode ver o troço todo pela janela. Enfim, depois da viagem, cheguei na estação e já puxei a câmera para ir registrando. Na entrada você já se depara com algumas curiosidades, como uma loja de boias, uma loja só de doces e o Natan's original, que está lá desde 1916. Mas, na medida em que fui indo em direção a praia (não precisei perguntar pra ninguém "where is the beach?" pois não tem erro, tudo leva para a beach) e fui vendo o parque de diversões gigantescos na frente da orla fui identificando... é o cenário do clip, caralho! Yes, God is great! Foi aqui! É esse o parque! E são esses os bares na beira da praia! E é essa a areia gigantesca, e o mar! Tudo igual! Yes, God is good! Putaquepariu!
Acho que por essa coincidência, e também por ter essa ótima surpresa, que gostei tanto de Coney Island! Achei um dos melhores lugares de Nova York (pelo menos no verão), afinal, as pessoas que estavam ali pareciam terem saído diretas do clip! Afinal, como diz a música, "e se Deus fosse um de nós, apenas um desajeitado como nós?". Caralho, fiquei com a música na cabeça a tarde inteira. E curti muito o lugar, andei muito pela orla, pela beira da praia, molhando os pés na água (que estava gelada, mas mesmo assim tinha bastante gente tomando banho), olhando os diferentes rostos que por lá circulam, e, óbvio, sentei na areia e fiquei ali um bom tempo aspirando a atmosfera do lugar. Depois de um tempo de meditação, entrei no New York Aquarium
(que aparece no clip, mas que nunca tinha me ligado até então) e lá tirei umas fotos legais, mas ainda acho que é mais aconselhável para as crianças (a não ser que você seja biólogo ou fanático por peixes e espécies marítimas). Saindo do Aquarium, comi o tradicional cachorro quente com batata frita do Nathan's e voltei para a orla, onde passei o resto da tarde, em uma segunda feira perfeita ao sol (plagiando o título de um filme espanhol - muito bom por sinal - que vi há anos).
E assim, descobri que, Yes, God is great! Yes, God is good! Afinal, me senti dentro do clip mais foda que eu já vi. Apesar da certeza, chegando em casa, fui confirmar a minha tese de que o clip havia sido gravado ali e, sim, está lá, no Wikipédia (http://en.wikipedia.org/wiki/One_of_Us_(Joan_Osborne_song) e no próprio clip (http://www.youtube.com/watch?v=USR3bX_PtU4).
Bom, no final das contas, esse acabou sendo um dos passeios mais agradáveis que fiz até aqui, nessas duas semanas de New York City! Seguem algumas fotos a lá "One of us" (inclusive, a última, aparece de forma praticamente idêntica no início do vídeo!):
Hasta!

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