.

terça-feira, 11 de maio de 2010

Ô, Alemão!

Outro dia meu amigo Ganso, que não é o meia do Santos, disse:
- Pô Alemão, esses dias meu pai perguntou por que a gente se chama de Alemão.
- E tu respondeu? – indaguei.
- Não. Só disse que é uma longa história. Se eu fosse explicar, ia ta falando com ele até agora...
Pois é, essa história de Alemão é uma longa história mesmo. Basta ver nos comentários de todos os meus posts, meu primo Gérson me chamando de Alemão, e eu chamando-o de Alemão no blog dele. E a surpresa do pai do Ganso é pelo fato de que nossas cabeleiras são escuras. Enfim, vou desvendar esse mistério para aqueles que não sabem a história do Alemão, inclusive, acho que nem meu primo sabe de onde surgiu essa...
Tudo começou em Santo Ângelo, em meados de 1999, ano em que completei a maioridade e que era meu último ano no segundo grau, no Colégio Sepé Tiraju. Estava com grande expectativa de prestar vestibular em Turismo e Hotelaria em qualquer faculdade de Porto Alegre. Até pesquisei os preços do IPA e da FARGS, que eram bem acessíveis, mas não adiantava, não tinha jeito de eu ir para Porto Alegre estudar lá. Na época, meu irmão estava na faculdade, minha irmã no colégio, meu pai desempregado, enfim, mó crise, portanto, nada de ir estudar em Porto Alegre. Lembro-me que naquela noite foi a noite em que meus pais disseram com todas as letras “você não vai estudar em Porto Alegre e ponto final, porque estamos falidos”. Se não foi isso, foi algo muito próximo disso, pois a fala deles me convenceu de que realmente eu não iria estudar nem turismo, nem hotelaria, nem jornalismo, nem educação física, nem nada, em lugar algum porque não tínhamos dinheiro (se fosse mais adiante, contaria ainda o ano seguinte, em que fui pra Porto Alegre para vender radinhos do Paraguai, mas aí vou desviar demais do assunto). Enfim, o fato é que fiquei muito indignado com a minha realidade. Nada de anormal, afinal, eu era um cabeça dura, como todo mundo quando se tem 18 anos.
Tomado de indignação, peguei escondido um garrafão de vinho, um daqueles grandões, que nem sei se são de 5 ou de 10 litros, e bebi praticamente tudo antes de ir para uma festa que ia rolar no Clube 28 de Maio. Fui com uns amigos meus, que me diziam quando íamos atravessar a rua:
- Cuidado o carro!
- Eu driblo! Eu driblo! – respondia eu, com a língua enrolada. E assim que o carro passava, eu dava um corte com o pé, como se estivesse driblando em um jogo de futebol.
- Viu? Driblei! – E todo mundo caia na gargalhada.
Enfim, era um porre homérico, desses que, o que a gente lembra, a gente nunca esquece. Se não me engano, acho que vomitei na casa do meu amigo antes de sairmos, mas isso só ele pode confirmar. Resumindo a história, estávamos nós, na balada, eu já devia ter tomado uns 10 foras por estar completamente bêbado, mas mesmo assim, eu era um bêbado feliz que tinha esquecido a catástrofe que o destino me pregara horas antes, e cumprimentava todo mundo que via, conhecidos, desconhecidos, mulheres lindas, mulheres horríveis, de todas as idades, todo mundo era humano, todo mundo era amigo, a vida era uma festa! E numa dessas, apareceu meu amigo Guilherme, que tem cabelo loiro, e realmente é conhecido e apelidado de Alemão. Em meio ao povo eu comecei a gritar:
- Ô Alemão!!!!!! Vem aqui Alemão!!!!! – E abracei-o e cumprimentei-o aos berros. Depois que a gente se separou, todo mundo que encontrava, eu chamava de Alemão. Passava um negão e eu:
- Ô Alemão! Comé qui ta Alemão?
Mas, por verem que eu estava completamente bêbado, todos riam. Enfim mais uma vez, as pessoas se solidarizam com os bêbados alegres. Até certo ponto, é óbvio. A noite acabou indo, veio a manhã, dormi, acordei com uma puta ressaca, mas a partir desse dia todos viraram Alemões. Os amigos dos meus amigos que estavam na festa perguntavam para eles: “e o Alemão?”. Às vezes alguém passava por mim na rua e cumprimentava: “E aí, Alemão!”. E assim ficou. Todo mundo virou Alemão. E eu passei a chamar os outros de Alemão, mesmo estando são. Dizer “e aí, Alemão”, passou a ser algo como “e aí, meu!”. E essa é a história do “Ô, Alemão!”.

6 Comentários:

  • Porra alemao!

    Mas no final, esse teu sobrenome querendo ou nao è alemao, mesmo tendo cabelo escuro.

    Por Blogger Zaratustra, às 12 de maio de 2010 às 03:58  

  • Ah e outra. Apesar da familia do meu pai ser sò de italianos, desde pequenos eu e meus primos nos chamàvamos de alemao um ao outro, por causa do meu primo Tiago, que è italiano mas mora na mais alemoa das cidades, Panambi.

    Assimilar o alemao, pra mim, foi fàcil. Porra alemao!

    Por Blogger Zaratustra, às 12 de maio de 2010 às 04:01  

  • Curti a história do porre. Acho que foi a partir daí que tu começou a beber, né Alemão?

    hauahauha

    Por Blogger Aline, às 12 de maio de 2010 às 07:04  

  • Na verdade já tinha começado um pouquito antes... uhauhauhau

    Por Blogger Eduardo, às 12 de maio de 2010 às 09:23  

  • huahauahauahua

    Eduardo Ritter , vulgo Alemão AC e DC o porre de vinho

    Por Blogger Aline, às 12 de maio de 2010 às 16:17  

  • huahuahauhuahua mala sempre kerendo ir pra poa huahauhauhau mas no fim tu morou em poa com a irmã mais kerida do mundo!!! festa do 28 uhuhuhuhuhu se fosse uns anos atrás poderia ter sido a festa do minsky qdo pela primeira vez vi dudu borraxo...o trauma da minha vida!!!

    Por Blogger Carolina, às 13 de maio de 2010 às 12:50  

Postar um comentário

<< Home