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sexta-feira, 7 de maio de 2010

Jean Charles

Meus comentários sobre cinema geralmente são atrasados. Não sou um cara fissurado por cinema e não fico correndo atrás de filmes para assisti-los antes que cheguem aos telões. Tampouco sou um freqüentador assíduo de cinemas. O último filme que vi fora de casa, foi Os Normais 2, com a minha irmã Carol e a nossa amiga Jaque, em um shopping em Porto Alegre, no ano passado. Curiosamente, no filme, o casal procura uma segunda mulher para um relacionamento a três. E lá estava eu, no meio de minha irmã e nossa amiga. Quando terminou o filme, algumas pessoas nos olharam com um meio-sorriso no rosto e ar curioso, provavelmente desconfiando que formávamos um trio amoroso, igual ao do filme, mas enfim, não era sobre peça cinematográfica que queria escrever.
Na verdade, acabei de ver há pouco Jean Charles, que trata da história do brasileiro morto pela polícia britânica em 2005. A personagem é interpretada pelo Selton Mello. Confesso que quando peguei esse filme emprestado com um amigo meu, achei que fosse meio “clichesão” ou sensacionalista, mas depois de tê-lo assistido, considerei-o mais realista do que sensacionalista, até porque, trata-se de uma realidade ficcionalizada, como destacou o diretor do filme no making off. Mas também não quero comentar aqui aspectos técnicos do filmes.
O que me chamou a atenção foi a história em si de Jean Charles: um brasileiro sonhador, como eu, como você, como todo mundo que não é medíocre, que busca algum meio de sobreviver nesse capitalismo selvagem, como está dizendo a música do Titãs que estou ouvindo nesse exato instante. Eu já perdi um grande amigo e parentes muito próximos por acidente ou doença. Agora, perder alguém por um crime cometido por quem deve prestar um serviço de proteção, é algo que deve ser para os familiares e amigos da personagem envolvida. O sentimento que tomou conta de mim quando vi a cena da morte de Jean Charles foi só uma: revolta. Uma tremenda revolta. Inclusive, porque lembrei que nesse mesmo ano, meu irmão morava em Londres, e ele mesmo poderia ter sido confundido com um terrorista, pois, como se vê no filme, Jean Charles não apresentava nada que levasse à polícia a crer que ele fosse um terrorista. No dia em que foi morto, Jean Charles estava indo para o trabalho, de metrô, como todos fazem. Imagine você, indo trabalhar, e se deparar com policiais que te apontam uma arma e te enchem de tiros! E isso na INGLATERRA! É algo muito absurdo, que não me entra na cabeça de jeito nenhum. A bestialidade e a estupidez humana me assombram cada vez mais.
Bom, vou parar por aqui, e fica a dica de filme, para quem ainda não assistiu.

2 Comentários:

  • Eu adoro os filmes com o Selton Melo, bah....o poder desse cara é muito grande, ele consegue entrar no personagem, transformar a história...enfim.

    Meu nome não é jhonie (ou algo assim) é outro filme dele fantástico, que eu indico.

    Acho que o segredo desses filmes é o olhar reflexivo sobre uma realidade, mas de um ângulo diferente...são trabalhos muito bem feitos mesmo.

    Por Blogger Aline, às 8 de maio de 2010 às 10:10  

  • chorei chorei choreiiiiii vendo esse filme...

    Por Blogger Carolina, às 13 de maio de 2010 às 12:24  

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