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sexta-feira, 7 de maio de 2010

A dúvida da loira

Hoje presenciei uma cena que só tinha visto em filmes. Mas não vou contar o ocorrido agora, vou fazer o curioso leitorinho tupiniquim ler todo o texto para descobrir qual foi a história.
Eis que estava eu, na rodoviária de Ijuí, pronto para comprar minha passagem para voltar à gloriosa Santo Ângelo, quando vi, em meio à fila do guichê onde vendem-se as passagens, uma loira vistosa de pernas compridas e torneadas. Está certo, estava frio, mas ela estava com uma daquelas calças de malha, com uma bata (ou taba?) que mostravam os detalhes de suas curvas. Porém, antes que a minha linda e ciumenta noiva, mãe de meu futuro filho (ou filha), brigue comigo mais uma vez pelos meus textos, volto a dizer aquilo que sempre digo para ela: não tinha como não olhar, pois ela estava logo ali, na minha frente, tipo assim, era algo visível, saca, para não ver só se fechasse os olhos. Na verdade ela era um tanto vulgar, saca? Nem faz meu estilo... Mas enfim, voltando à loira, ela estava ali, sendo observada pelos olhares masculinos de senhores de idade, de jovens solteiros e de homens de meia idade comprometidos. Mas eu não me incluo entre eles, eu estava ali apenas como observador, como todo o jornalista e candidato a escritor. Quer dizer, meu olhar tinha um cunho profissional, entendem? Enfim novamente, resumindo a história, a tal loira comprou a passagem e entrou no mesmo ônibus que eu, sentando-se uma poltrona atrás da minha. Como eu estava caindo de sono e de cansaço, logo deitei bem o banco e fiquei olhando pela janela. E quando vejo, passa uma loira, igual a que estava sentada atrás de mim, desfilando pelas calçadas da rodoviária, indo em direção à rua. Nesse momento, olho para trás, e a loira, que outrora se encontrava no banco de trás do meu, havia desaparecido! O que me levou a concluir, após fazer algum esforço de raciocínio lógico, que a loira da calçada era a mesma que estava no ônibus!! Vejam vocês. O quê teria levado a loira, que já tinha comprado a passagem e que já estava toda arrumadinha no banco, pronto para a partida, de desistir da empreitada nas missões na última hora? Será que ela estava deixando para trás o namorado, noivo, marido, e se arrependeu no último momento? Ou será que ela estava indo encontrar alguém em Santo Ângelo, um amante, vá saber, e acabou refletindo naqueles preciosos minutos, optando por manter a cabeça de seu marido, namorado ou noivo intacta? O quê se passou na cabeça daquela loira vistosa? Que fim ela levou? Nunca vou saber...

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