Dudu de duas cabeças
Primeiro, a pequeno burguesa. Tentarei ser sucinto para não cansar o preguiçoso leitorinho pós-moderno:
“O relógio despertou às 9h. Acordei, liguei o rádio, que ganhei antecipadamente da minha mão de natal, e ouvi as notícias do horário para chegar na redação inteirado dos assuntos que estavam em debate no dia. Escovei os dentes, tomei um café e fui para o trabalho pensando em todas as minhas obrigações jornalísticas. Chegando lá, dei um 'bom dia' para todos, e sentei em meu computador. Desci para falar com o chefe e na volta passei as orientações para os repórteres. Fui para casa almoçar, e em seguida voltei para a rádio para produzir o noticiário que iria apresentar das cinco às sete da noite. Apesar da correria, consegui fazer tudo a tempo. Ocorreram alguns erros na parte técnica, pois tenho que fazer a mesa de áudio, produção e locução, todas essas funções ao mesmo tempo, mas é proveitoso, pois estou aprendendo muito com isso. Depois de sair do estúdio, fui para a rua fazer a enquete para o programa de amanhã de manhã. Cheguei em casa às nove, tomei um banho, liguei a TV na Globo News, e agora estou no notebok escrevendo esse belíssimo texto para vocês”. Ponto final.
Agora, vamos a versão a lá Bukowski.
“A porra do relógio despertou às nove da madrugada. Liguei a merda do rádio para fazer barulho e me sentir menos só nessa bosta de mundo, pois minha família, minha esposa, meus cachorros, todos me abandonaram. Olhei para a escova de dentes, mas apenas enxaguei a boca para tirar o bafo matinal de ressaca. Mijei. Enquanto mijava, deu vontade de cagar. Caguei. Fiquei olhando para uma aranha que andava por ali, e me excitei, afinal, faz tempo que não vejo uma, mas preferi deixar a bronha para à noite. Tomei um banho para espantar o sono e fiquei de pau duro com a água quente. Quase bati a bronha, mas não daria tempo. Cansado e de saco cheio como estava, ia demorar uns 15 minutos para gozar. Melhor deixar para de noite. Cheguei na rádio, murmurei um 'oi', bocejei e sentei-me na frente do computador de cabeça baixa torcendo para que o ponteiro do relógio voasse, mas aquela merda é muito lerda. Desci para falar com o chefe, mas nem lembro o que ele disse, já que estava pensando no filme pornô que assisti pela janela do vizinho na noite anterior. Fui voando em casa almoçar, engoli um macarrão sem ovo, e em seguida voltei para a porra do trabalho para fechar o noticiário que apresentei. Foi uma bosta, pois eu tinha que fazer a produção, a locução, a mesa de áudio e tudo. Só faltava limpar a bunda enquanto falava. Quando vão contratar mais gente? Depois de sair do estúdio, um colega meu ainda me pediu para fazer a enquete para ele. Fui lá e fiz, pois já estava ficando noite e a boca começava a secar. Na saída da rádio passei no mercadinho e comprei fiado duas latinhas de cerveja na conta. Fui chegar meus trocados na carteira, e vi três moedas de 10 centavos e uma de cinco. Cheguei em casa, liguei a TV preto e branco na RBS, tomei a cerveja, fui para o banheiro, bati a bronha, mijei para tirar o resto de porra que sempre fica, tomei outro banho, e agora pedi emprestado o computador do meu colega de casa para escrever essa porra toda para você”. Ponto final.
A terceira versão seria a verdadeira, mas acho que essas são mais divertidas. Quem gostou, gostou. Quem não gostou, põe um açúcar, dê uma mexida, que fica bom.
1 Comentários:
Seu vagabundo!
Eu acho que tu tem que trabalhar mais, assim não fica enchendo a cabeça com essas besteiras... hahahah
Por Espaço Diverso, às 15 de dezembro de 2009 às 16:41
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