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quarta-feira, 6 de maio de 2009

Palavras (e alma) à venda


“A maioria dos homens, neste Vale de Lágrimas, move-se por dinheiro, fama ou poder. A grande maioria. Alguns poucos não. Alguns poucos, o que lhes importa é o que carregam na alma, o que acreditam, suas crenças, suas ideias, seus sentimentos. E isso é intangível, e é poderoso”.
Cara, acabei de copiar, na base do control C + control V, exatamente às 1h42 da madrugada, essa frase do blog do David Coimbra. Caralho, eu achei que estava sozinho no mundo, mas agora vejo que não. Graças ao bom sei lá o quê, existem almas que não estão submetidas ao capitalismo. Como já disse, não que ter dinheiro seja ruim, longe disso. Adoraria ganhar milhares de reais por mês, poder trabalhar anonimamente e caridosamente em prol de causas beneficentes, mas não me submeto a todo o tipo de coisa por isso (ganhar dinheiro). Não me submeto às vontades do meu cachorro, dos meus “amigos”, dos meus “parentes” e muito menos dos meus “chefes” temporários por conta desse pedaço de papel que compra a moral e a alma das pessoas. Tem gente que coloca tudo à venda pelo dinheiro: a família, os amigos, o cachorro, o pai, a mãe, o marido, o passarinho, a esposa, o peixe do aquário, o presente do namorado ou da namorada, e, acreditem, até o filho ou a filha por conta disso. Parece inacreditável, mas existe, juro pelo Jimbo. É como se fossem levar para a cova a porra do dinheiro que acumulam. Mas eu, meus amigos, podem me chamar de idiota, de babaca, de imbecil, do diabo a quatro, mas eu, EU não estou à venda, nem aqui, nem no Afeganistão. Tudo o que tenho feito nesses 27 anos de vida tem sido com o objetivo de ser feliz e fazer aqueles que vivem ao meu redor, felizes. De uma forma, ou de outra. E no dia que eu perceber que não poderei mais ser feliz, e que ninguém mais ao me redor poderá ser feliz às minhas custas, eu, como um bom suicida, suicidarei-me-ei (conforme ensinou-me gramaticalmente meu primo Gérson). Mas fiquem tranqüilos que isso não ocorrerá, já que sei que pelo menos a felicidade dos meus cachorros, mesmo estando longe deles nesse momento, está ligada à minha sobrevivência. E a da minha irmã, apesar dela brigar comigo diariamente, também.
No entanto, em um mundo onde as pessoas optam por fazer tal curso de graduação porque vai lhe render tanto, e depois, no mestrado, algumas pessoas estão lá porque vão ganhar mais do que se tiverem apenas o canudo de formado, e no meio disso tudo você vê um cara dando golpe até na sombra pra tentar garantir uma vida tranqüila (e será tranqüila, sabendo que foi conquistada na base de um golpe?), e no meio disso tudo, você vê algumas pessoas que você admira ovacionando a amiga ou amigo que deu o golpe do baú no velho rico ou na velha rica... cacetada, e no meio dessa porra toda, você vê um padre dizendo que se você não pagar o dízimo você está roubando de Jesus, meu, sinceramente, dá vontade de voltar para a barriga da minha mãe, e ficar lá, no quentinho, sem me estressar com a podridão dessa ganância que cega o ser humano e o transforma igual ao cachorro, que mata a própria mãe para comer a sobra do churrasco do dono. Por favor! Ainda bem que existem as palavras... que aliás, todos querem compra-las.... R$50 por linha ta na mão!

2 Comentários:

  • 50 por linha? faço por 30!

    O correto, se nao me engano, é "suicidar-me-ei", com mesòclise. è pedante, mas è.

    e ganhamo bem ontem!!! sò nao faz um post sobre isso pq nao da audiencia. nem eu mesmo comento mais sobre futebol. e tenho dito!

    Por Blogger Zaratustra, às 7 de maio de 2009 às 05:45  

  • Tah certo o Zaratustra: suicidar-me-ei (verbo no futuro do pretérito: divide o verbo no radical + prep + o restante = mesóclise). Quanto ao dinheiro, discordo de você, cada um tem seu preço, uns mais caros outros nem tanto, mas um dia a pessoas se corrompe (independente do motivo).

    Por Blogger Ana, às 8 de maio de 2009 às 07:09  

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