Um dia de fúria – uma história real
Eu sou calmo. Já disse um milhão de vezes que não só considero-me calmo, como a maioria das pessoas que me conhecem são da mesma opinião. Inclusive, fui chamado em meu próprio blog de sonso, de tão calmo que sou. Só que tudo nessa vida tem limites, e às vezes acho que algumas pessoas, principalmente as institucionalizadas, querem que eu surte. Parece que elas querem ver ao vivo aquela cena do filme “Um dia de fúria”, quando o cara pira no congestionamento e sai quebrando tudo que tem pela frente.
Não sei nem por onde começar, então, vou ao primeiro caso. Esses dias, seguindo a rotina de um cara que está morando longe da namorada, comprei um cartão de 40 unidades para ligar para ela. Passei no mercado, larguei as coisas no AP, e fui para o orelhão, ao melhor estilo música sertaneja. Mas eis que, como é comum entre os casais, eu e a minha namorada não estávamos chegando a um ponto em comum sobre determinado assunto, considerado por mim como de fundamental importância para o processo todo, e que não é de interesse do curioso leitorinho tupiniquim, e quando o cartão estava pela a metade, caiu. Tentei ligar novamente, e só dava “cartão recusado”. Fui em meia dúzia de orelhões, e em todos dava “cartão recusado”. Tentei ligar um número qualquer a cobrar para ver se o problema era no orelhão, mas dava certo, o que quer dizer que o problema era mesmo no cartão. Peguei aquela porra daquele cartão, já fulo da vida por tudo, e fui até a loja de conveniência do posto de gasolina onde havia comprado o dito cujo, para tentar trocar, ou, no mínimo, pegar a metade do dinheiro de volta, já que usei só a metade do cartão, ora pois. Cheguei lá disposto a brigar, já que estava brabo mesmo.
Depois de contar toda essa história, a funcionária, que era a mesma que tinha me vendido o cartão, entrou numa salinha, e pouco depois voltou dizendo: “a gerente disse que como você usou o cartão, não podemos fazer nada”. Ela estava com o braço estendido para me entregar a merda do cartão, mas eu permaneci de braços cruzados e resmunguei: “eu paguei 40 unidades e só usei 20. Ou vocês me dão um cartão das 20 que faltam, ou me dão metade do dinheiro de volta”. Como ela viu que a cena do Dia de Fúria estava prestes a acontecer, ela retornou para a salinha, e voltou.de lá acompanhada da gerente, uma baixinha, gordinha, de cabelos curtos e cara de diretora de creche. Contei toda a história e acrescentei: “se duvidam, vamos junto com o cartão nos orelhões”. Então ela disse que teria que ver com o pessoal que traz o estoque de cartões, contar o que aconteceu, e assim, trocar o cartão. Mas o cara do estoque só viria no outro dia. Então, estabeleceu-se o seguinte diálogo:
- Eu preciso de um cartão hoje!!!! Agora!!!!
- Não podemos fazer nada, porque se o problema é no lote, você pode levar outro cartão estragado.
- Então, você quer dizer que eu tenho que comprar outro cartão em outro lugar para poder ligar, mesmo tendo acabado de comprar um cartão nesse estabelecimento???
- Exato. E volte aqui amanhã para ver se podemos trocar o cartão.
Depois de suspirar umas 20 vezes e quase pega-la pelo pescoço e enfiar o cartão no rabo da desgranida, eu disse:
- Pode ter certeza que voltarei amanhã.
Ela pensou um pouco...
- Amanhã não. O cara vem só na sexta.
Eu bufei mais umas trinta e cinco, como se fosse ter o meu momento Amy Winehouse, e disse:
- Fique certa que voltarei na sexta! E não compro mais aqui!
E sai galopando, contando até 25 mil. Passei na farmácia que também tem no posto (só não sei se tem gasolina nesse posto, mas o resto tem) e comprei um cartão para poder seguir com a nossa discussão sobre o tão difícil e sonhado ponto em comum.
Mas, como tem dias que o mundo conspiram contra o cidadão, depois de resolver a questão telefônica, cheguei em casa e tinha um e-mail da minha mãe falando que havia um boleto de R$ 3 mil e pouco da Unisinos me cobrando duas mensalidades, e que se o valor não fosse pago até o dia 30 iriam levar o caso para a Justiça (não sei porquê, mas essa palavra escrita com J maiúsculo me arde os olhos). Meu primeiro intuito foi de ir até a Unisinos e largar uma bomba no campus, apesar de gostar de lá e de todo o pessoal. Mas, como vocês sabem, em determinadas situações você não mede todos os fatos que envolvem um determinado problema de uma forma justa e equilibrada, portanto, eu queria usar um vale trensurb que ficou na minha carteira e ir lá explodir tudo. Achei a merda do documento, assinado por ELES, me isentando de qualquer compromisso financeiro com aquela universidade por ter sido contemplado com uma bolsa! Enfim, agora terei que mandar-lhes de volta o boleto com a cópia desse papel. Você deve estar pensando: processa essa cambada do cartão, do posto e da Unisinos. Mas, como falei no início do texto, sou calmo. Muito calmo. Até certo ponto. Acho que o meu problema psicológico é que vou de um extremo ao outro rapidamente. Da extrema calma à fúria psicótica. Dificilmente eu passo pelo meio-termo que seria necessário para procurar um advogado, negociar, dialogar, entrar com o processo, esperar pelo resultado, e tudo o mais. Além disso, sempre tenho medo de levar golpe dos advogados. Aí teria que procurar outro advogado, para processar o primeiro, o que demandaria um dinheiro que não tenho. Então, ou os caras cumprem o determinado, ou já era. E eis que, no fim disso tudo, o meu amigo Anônimo (o mesmo que me chamou de sonso) me diz via MSN que estava trovando a minha irmã!!! Na boa, querem que eu surte. Vou praticar o “ommmmmmmmmmmmmm” antes que seja tarde.
2 Comentários:
hahahahaha primeiro lugar tu não é calmo...ker dizer tu é tipo o pai...calmo mas explode com facilidade...em segundo lugar depois eu que sou louca...viu temos que lutar por nossos direitos oras...em terceiro lugar teu amigo anônimo e eu vamos nos casar hahahahahaha
Por Carolina, às 25 de abril de 2009 às 18:25
huahuahuahua depois de ler tudo akilo eu ainda tenho q ler esse comentario hahahahahaa...e eu axei q eu tinha problemas hahahahahahaha
calma dudu!
Por Unknown, às 8 de maio de 2009 às 22:32
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