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sexta-feira, 8 de maio de 2009

O sanduíche assassino

Esse post era para ser sobre a Sociedade do Espetáculo, do Guy Debord, influenciado e emplogado pela última aula do professor Juremir, mas como meu computador demora demais para abrir cada programa, enquanto esperava alguns minutos até abrir o Word, acabei lembrando de alguns acontecimentos que queria ter comentado em outras oportunidades, e que acabaram ficando para trás, portanto, deixarei o Debord para outro post, e vou tratar desses casos mal resolvidos.
Primeiro, acordei hoje com uma mensagem da minha ex-colega Shirley no celular. Como vocês perceberão, ela, que se formou comigo, não lê o meu humilde e modesto blog. Saquem só o que dizia a referida mensagem: "Dudu! Não faz a vacina contra a Febre Amarela! Diz que quem tem alergia a ovo não pode tomar!". Vejam vocês, nobres leitorinhos. A Shirley sempre foi minha amiga, e agradeço por demais a preocupação dela, porém, se eu dependesse do caridoso aviso, já estaria morto há aproximadamente uns 5 ou 6 meses, quando estourou o caso lá em Santo Ângelo... Mas nunca é demais lembrar...
Outro caso que me veio à memória, ocorreu no início de março, quando ainda estava indo nas aulas da Unisinos, pois não sabia do resultado das bolsas da PUC. Um dia fui mais cedo a São Léo, e resolvi fazer um lanche no campus. Dessa vez não queria salgadinho, bolacha recheada, chocolate, essas coisas artificiais que nem sei como se fazem. Queria algo mais natural. Foi então que avistei aquela fila de sanduíches, que pareciam muito apetitosos. Achei que não seria nada demais perguntar se havia ovo ou maionese.
- Escuta, esses sanduíches, vocês só tem prontos ou tem como fazer um?
- Não, é só esses prontos - respondeu-me a moça.
- Hmmmmm. E algum deles é sem ovo ou maionese?
- Como assim?
- Tipo, sem ovo e sem maionese, saca?
A mulher não estava entendendo. Acabou chamando um cara, que parecia ser o chefe, e os dois ficaram confabulando em voz baixa em um canto do bar. Por fim, veio o cara falar comigo:
- Qual o problema?
- Nada não, só queria saber se tem algum sanduíche que não vá ovo ou maionese.
- Como assim?
- Tipo, sem ovo e sem maionese...
- Hmmmmm.
E o cara saiu. Em pouco tempo, todos os cozinheiros do bar (uns 6) a mulher e o chefe estavam em um círculo confabulando. Entre os zunzunzuns deles, algum rosto voltaemeia me olhava desconfiado. Senti-me um terrorista. Comecei a imaginar uma sirene tocando, helicópteros descendo, homens mascarados invandindo o prédio com metralhadoras, berrando: "mãos na cabeça! Devagar! Vai se deitando com as mãos na cabeça, man!". Comecei a suar frio. Os outros clientes me olhavam com desconfiança. Eu com os olhos arregalados, pele pálida, suando o sovaco, a testa, o tornozelo, as nádegas... lembrei-me daquela piada sem graça que sempre faziam no verão (inclusive eu, na bobalidade da adolescência): "como sua bunda no verão, né?". Quase ri, mas quando voltei a ver aquelas pessoas confabulando misteriosamente sobre o meu pedido, acabei ficando apreensivo novamente. Após alguns minutos, que para mim pareceram horas, dias, meses, anos, séculos (!) o cara com cara de chefe voltou.
- Olha. Temos esse aqui - e me mostrou um sanduíche com cara e jeito de sanduíche - que, pelo que disseram os cozinheiros, não vai ovo.
Olhei para o sanduíche. Suspeito. Muito suspeito.
- Olha, vocês tem absoluta certeza de que não vai ovo nem maionese? - aí tive que confessar - é que... sou alérgico a tudo que vai ovo, e se tiver, eu vou parar no hospital... - disse timidamente.
O cara me olhou com olhar grave, como se descobrisse que eu era um extraterrestre, uma aberração ou exilado do regime Sadan Hussein, e respondeu:
- Só mais um minuto.
E por mais algum tempo eles ficaram lá, confabulando, até que ele voltou.
- É, não vai nada não. Pode comer.
Então, convencido de que não tinha ovo nem maionese, comprei o referido sanduíche. No entanto, ao sentar, eu abri e fui dar a tradicional espiadinha, de canto de olho. Arrá! Tinha uma gosma, tipo maionese, manjam? Fui lá cheio de razão, como se tivesse descoberto um plano do Arion e da Lara para me matar.
- Ei, tem maionese nesse sanduíche - falei astuciosamente para a moça. Ela ergueu uma sombrancelha e disse:
- Ãh?
- Tem maionese aqui, girl! Vocês disseram que não tinha maionese, mas veja só, tem sim, olha aqui ó - e apontei para a gosma.
Ela riu. Pasmem, ela riu!! Na minha própria cara, ela humilhantemente riu da tragédia que se aproximava!
- Não é maionese, seu moço. É requeijão.
Requeijão. Meu mapa mental, talvez afetado pelos dois mestrados que fazia em março, não me trouxe nenhuma imagem do tal requeijão. Requeijão, requeijão, requeijão... sei lá, só me lembrava a queijo. Mas será que vai ovo nesse troço? Pra não ficar na dúvida, acabei perguntando:
- Mas vai ovo nisso?
Ela riu de novo. Gostava de rir de mim, aquela garota. Riu, e respondeu:
- Não seu moço.
O seu era pela minha velhice, e o moço pela minha jovialidade. Muito bom. Acabei comendo, e não morri, como vocês percebem. Mas enfim, depois dessa, nunca mais peço sanduíche pronto!

6 Comentários:

  • hahahaha tipo...sem ovo e sem mainese! hauhauhuahuahuahuahua por favor, eu axo q tu inventa essas "estorias" pq nao é possivel hauhuahuahuahuhauahua...muito bom!

    Por Blogger Unknown, às 8 de maio de 2009 às 22:05  

  • não inventa mas aumenta? nah nah pior q não... no boteco da esquina esses dias venderim coisa pra ele com ovo... uora do zizinho

    Por Blogger Carolina, às 8 de maio de 2009 às 23:09  

  • cara, se vc caprichar no melodrama, pode fazer uma autobiografia boa e depois conseguir que façam um filme sobre sua alergia e as dificuldades durante toda tua vida...e ficar rico!

    depois me contrata como assessor de imprensa

    Por Blogger Zaratustra, às 10 de maio de 2009 às 03:09  

  • hahahahahaha

    mto bom, seu moço.

    putz, o melhor é q até em voto d aniversário ele lembra os outros do blog! huahahaha

    Por Blogger BrnLng, às 10 de maio de 2009 às 12:33  

  • Bah, eles tiveram uma oportunidade muito melhor que a minha e do Arion.... e perderam! Não acredito. Vou bater um fio pra esse pessoalzinho da unisinos... assim não dá!

    Por Blogger Mercedes Mirabal, às 11 de maio de 2009 às 04:46  

  • Bah, Ritter! A Shirley não lê teu blog! Isso não pode! Briga com ela rsrsrs... Cuidado com os ovos e maioneses por aí!

    Por Blogger Dilea Pase, às 12 de maio de 2009 às 07:06  

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