.

segunda-feira, 11 de maio de 2009

Eternas diferenças

Jogo entre Grêmio e Santos no último domingo. Público total: 44 mil pessoas. Homens: 24 mil (pagantes). Mulheres: 20 mil (não pagantes). Antes de pular para o próximo texto, já adianto que não vou falar de futebol, mas sim, da infinita discussão entre as “manias” de homens e mulheres. E, por incrível que pareça, foi nesse público feminino recorde em um estádio de futebol que pude perceber diversas diferenças entre homens e mulheres, que não há revolução feminista nem machista que mude.
Ia começar falando da minha irmã, Cartolina, mas as proezas dela nesse jogo merecem um espaço mais destacado, no final do texto. Vou começar por uma história inocente. De mãe, afinal, domingo era Dia das Mothers. Estava eu, sentado na minha cadeirinha azul na parte superior do Monumental, louco para estar na geral, pulando com todo mundo, quando de repente, após mais um erro do árbitro, quando a torcida começava a homenagear a mãe do árbitro com o tradicional “filho da puta”, ouço uma voz de criança: “isso é nome feio, né mamãe?”. Tratava-se de uma garotinha, que devia ter, no máximo, quatro anos. A mãe, meio sem jeito, explicou: “é sim, minha filha. Nunca diga isso”. E a garotinha seguiu olhando para o campo, tentando entender porquê o estádio inteiro berrava em coro “filho da puta” se aquilo era um nome feio. Será que as mamães daqueles grandalhões não iriam brigar com eles também? Nem a teoria da complexidade de Edgard Morin conseguiria explicar a lógica (ou não lógica?) da situação praquela criança. Muito interessante.
Depois, outra mãe, mais nervosa, não conseguindo fazer o barrigudinho de uns 5 anos parar quieto na cadeira, acabou berrando: “se tu não parar, nós vamos pra casa agora!”. Santa cascatinha. Eu nunca perdoaria a minha mãe se ela fizesse isso comigo. Ficaria traumatizado. Mesmo que fosse dia das mães. Ser levado embora do estádio no meio do jogo? Nem com 5, nem com 95 anos. Já do outro lado, um senhor, com o filho de mais ou menos uns 7 anos, incentivava o moleque a cantar junto: “Inter cagão! Inter cagão!”. Diferença de gêneros já na infância.
Mas o mais interessante aconteceu com a minha irmã, que estava na geral, com a amiga Jaque e o namorado, Joãozinho. Explicar-me-ei: é que, como eu vou com a credencial da imprensa, fico nas cadeiras, enquanto eles tiveram que ir para a geral. No entanto, ela me contou que, de início, não sabia o que fazer. Então, ela ficava observando os outros, aí depois que todo mundo fazia o tradicional “uuuuuuuhhhhh” após um gol perdido, é que ela berrava “uuuhhhhh!”. Meio Mr. Been isso, mas tudo bem. Agora, o auge do negócio ocorreu quando fomos fazer um lanche. Eu e o Joãzinho estávamos projetando animadamente quem o Grêmio pode pegar na semifinal da Libertadores (considerando que Cuencas e Caracas não são adversários que se prezem para as quartas-de-final), comentando que é preferível pegar o São Paulo do que o Cruzeiro, e minha irmã começa a conversar com a Jaque sobre “molho madeira”. Eu comecei a rir, e ela achou que eu tava rindo do que ela contava, e arregalou os olhos e disse “mas era molho madeira mesmo”. Enfim, só a mulherada mesmo pra falar em molho madeira após sair de um jogo em um estádio de futebol. No entanto, a noite não havia acabado, e quando estávamos indo embora, eu comentando com o Joãozinho que o Rui Cabeção não acerta um mísero cruzamento, a minha irmã me olha com ar curioso e com a testa franzida pergunta: “quem é Rui Cabeção??”. Definitivamente minha irmã entende de futebol tanto quanto eu de molho madeira...
* Na foto: eu, Joãozinho e Cartolina, fotografados por Jaque.

5 Comentários:

  • Correção: EXPLICAR-ME-EI (mesóclise)

    Por Blogger Ana, às 12 de maio de 2009 às 04:36  

  • Mães com menininhas não deveriam ir a estádios lotados de marmanjos... rsrsrsrs...
    Ô Dudu, qualquer hora, qualquer lugar serve para troca de receitas!! Aprende isso sobre as mulheres!! hehehehe

    Por Blogger Nara Miriam, às 12 de maio de 2009 às 05:16  

  • Oie Duh!
    Olha, a tua irmã q me desculpe, mas até eu, pária da sociedade brasileira por n ser fã de futebol e um ser q n gosta nem um poko de praticar esportes sei quem é o Rui Cabeção. Não tem como não saber quem é o Rui Cabeção tendo uma televisão em casa e deixando-a ligada após o Jornal do Almoço!
    Agora molho madeira é mto gostoso.
    Ahhh, e não vai ovo!
    :*

    Por Blogger Simone de Beauvoir, às 12 de maio de 2009 às 10:52  

  • mas é q depois do jornal do almoço, a maninha tem q trabalhar... po manuxo eskeceu de comentar o último episódio da noite, o mais divertido!!! pobres leitores não saberão o q aconteceu nakela fatídica noite de dia das mães huahuahuahahuahuahauhauhauhauhauhauhau mas adorei ir no jogo, agora vou só para gritar palavrões e cantar inter cagão

    Por Blogger Carolina, às 12 de maio de 2009 às 16:19  

  • Ó, o João Gabriel... Azáááá

    Por Anonymous Anônimo, às 13 de maio de 2009 às 15:45  

Postar um comentário

<< Home