.

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

A primeira vez a gente nunca esquece

Ontem, dia 12 de fevereiro de 2009, aos 27 anos de idade, comi pela primeira vez em um rodízio de pizza. Pizza sem ovo, é lógico. Como contei outra vez, eu já havia comido pizzas em pizzarias, várias vezes, inclusive. Mas sempre quando íamos comer pizza em lugares onde a massa é sem ovo, nunca havia rodízio. Ou, se havia, optavamos por uma pizza média ou grande de três sabores. Sem graça isso de escolher três sabores fixos.
Mas dessa vez não. Eu, que sempre comia batatinha frita, arroz, feijão, bife e saborosas folhas verdes de alface, enquanto os outros enchiam o bucho de pizza e diziam: “nossa, esta aqui está uma delícia, mas estou esperando vir a de calabresa”, dessa vez pude olhar orgulhosamente para os garçons que passavam com as suas bandejas exuberantes e cheias de pizza e dizer: “essa sim, por favor” ou “não, obrigado, estou esperando a quatro (ou seria seis?) queijos”. Foi um prazer fazer isso. Esperei minha vida toda por esse momento. É o ápice do pequeno poder!
Mas agora, aqui, em frente ao computador, enquanto relembro as caras e olhares invejosos vindos das outras mesas, que me olhavam escolher decididamente cada pedaço de pizza, penso nas diferenças entre a luxúria de um rodízio e a simplicidade de um não-rodízio.
Pensem comigo: caso você escolhe uma pizza, digamos, grande. Você define três sabores e só come aqueles três sabores a noite toda. No rodízio não. Não, não, mil vezes não! No rodízio, a cada passada do garçon, você tem o poder de decidir se você quer ou não quer aquele sabor. Com isso, descobri que você também não pode pegar todos os sabores que o garçon oferece. É muito comum. Que graça tem você ir num rodízio e aceitar tudo que o garçom lhe traz? Não pode.
Ontem, às vezes estava comendo um pedaço e o garçon trazia uma pizza que, no fundo, eu até queria, mas tinha que manter a postura de um bom frequentador de rodízios e respondia: “não, obrigado, vou esperar mais um pouco”. A frase tinha que sair ao natural, com ar de patrão que não está nem aí, para ficar natural. Imagina se um daqueles garçons ou daquelas pessoas invejosas que estavam ao redor soubessem que aquela era a minha primeira vez? Iriam zombar de mim, certamente. Por isso é importante a pose. “Essa portuguesa está uma beleza”, comentei em voz alta, dando ênfase na rima. Até poesia se pode fazer em um rodízio!! Vejam vocês...
Enfim, é por isso que sempre digo que há uma inesgotável fonte de coisas deliciosas para descobrirmos nessa breve vida. E depois dessa experiência inesquecível, agora posso dizer com sinceridade que sou um homem mais feliz, experiente e que aprecia os pequenos e saborosos prazeres da vida.

2 Comentários:

  • Bah! Depois dessa, nunca mais conseguirei encarar um rodízio com a mesma naturalidade... putz!

    Por Blogger Espaço Diverso, às 13 de fevereiro de 2009 às 09:51  

  • Cara, qtas vezes me esbaldei nos rodízios. A gente nunca pensa que alguém não possa comer. É verdade é uma luxúria...ou melhor, gula, outro pecado capital. Mas se vc foi pela primeira fez pq não aproveitou mais? Manter a classe...prá quê? Esse rodízio ficava em que lugar? Devia ter comido tudo q passasse pela frente para compensar os anos de não-rodízio. Da próxima vez é só chamar, vamos fazer competição...hahaha

    Por Blogger Maurício Dias, às 13 de fevereiro de 2009 às 17:37  

Postar um comentário

<< Home